A propósito dos apanha-bolas
Texto de Sol Carvalho
Matheus Reis vai, aparentemente, ser julgado por ter agredido um menor apanha-bolas. Nada contra, pelo contrário. Assim deve ser feito, cabe ao tribunal ajuizar se houve agressão e em que condições foi feita...
Mas quando li a notícia ocorreu-me uma questão que também envolve o Sporting, tal como todos os clubes. Ocorre-me perguntar:
Os apanha-bolas são escolhidos pelos clubes da casa, certo? São dadas indicações específicas sobre como se comportar, certo? A sermos precisos, eles estão a fazer um "trabalho", não é?
Pergunto: Os apanha-bolas são pagos? Se são pagos quer dizer que são contratados e então... não estamos a assistir à exploração laboral de menores, algo que é proibido por lei?
E se não são pagos? Pior ainda. Não será a exploração ainda mais grave porque eles não recebem qualquer recompensa?
Não estaremos a assistir a um crime perante os olhos de todos? A concepção que estamos a dar uma prenda a um menor para ele fazer um trabalho orientado (ou seja, ele não é livre de se comportar como quiser) não estará a mascarar uma irresponsabilidade dos clubes nesta área?
Alguém pode me esclarecer os contornos legais desta questão? Ou o dito agredido é menor para um caso e já não é para outro?
Texto do nosso leitor / colaborador Sol Carvalho