A porta dos fundos
Não sabia eu a data e hora do jogo com o Contumil e achei que deveria, após visionar centenas de sketches no Youtube, usufruir de hora e meia do meu tempo a assistir a uma peça do colectivo d' A Porta dos Fundos, na Aula Magna.
Calhou coincidir e olhem, não foi por falta de confiança ou fé, foi por querer assistir a um espectáculo que tinha expectativa de me fazer soltar umas belas gargalhadas, o que veio a acontecer. A peça é extraordinária e o contra-balanço seria um camadão de nervos, que é o que sinto sempre que assisto aos jogos do Sporting na televisão. E o meu coração já não aguenta tanta emoção.
Como a função dos artistas brasileiros só começou às 21.30 horas, deu para ver o jogo até esse momento no "esmartefone". E, amigos, é por jogos como este que por vezes me arrependo de não ter renovado a GB. Pois, a este não iria pelos motivos atrás aduzidos, mas lá os nervos são muito menos do que em casa, podem crer, e ao que assisti foi ao Sporting meter o Porto no bolso e a Gyökeres causar algumas hérnias discais ao Pepe, que mais uma vez decidiu mudar de modalidade e transitar para a "nobre arte", usando Matheus como saco de treino. Foi ao banho mais cedo, numa decisão tão inédita como estranha. Afinal o Ferrari vermelho já havia anulado um golo limpinho, limpinho e foi permitindo cacetada da grossa aos dajantas sem tugir nem mugir. Fez sangue e o apitadeiro não teve como não o expulsar, ao Pepe, por indecência e má figura.
Durante a saga de uma borracha da "Hello Kitty" (a peça, de improviso, repito, é uma delícia), o telefone vibrou e mesmo correndo o risco de levar uma patada do vizinho de trás, não resisti a ver o segundo e depois o terceiro, que tal como o primeiro segundo, também não valeu. Ambos os dois por ordem de um aziado Tiago Martins, nosso velho conhecido e "amigo" que ontem pontificou como VAR.
A coisa estava feita para um empate pela malta que manda nisto tudo e vocês sabem bem de quem é que eu estou a falar, mas por manifesta falta de comparência e de uma exibição excelente da nossa equipa, o Porto que brilha na Europa foi banalizado.
Do que vi, destaque para a defesa e para a enorme exibição de Quaresma (meteu Galeno no bornal), que tem andado um pouco arredado das boas prestações e que ontem esteve "intratável". Saiu em lágrimas e o miúdo merece. Grande destaque para o tanque Viktor, para o pêndulo Huljmand e até para Matheus Reis, mais não seja por ter dado os beiços ao manifesto.
Como muitas vezes dizemos, para ganhar aos adversários directos, o Sporting tem de jogar o dobro e foi isso mesmo que aconteceu: Marcou quatro golos legais, mas só lhe concederam dois.
Nota final: Assisti a um espectáculo de enorme competência de Gregório Duvivier e C.ia saindo da Aula Magna duplamente satisfeito, pela prestação dos artistas e pela vitória do Sporting. Pela porta da frente. Conceição, pela azia, Pepe pelo pugilismo e Diogo Costa por algumas penas de frango a adornar-lhe a camisola côderrosinha, sairam desonradamente pela porta dos fundos. E depois ainda tive que levar com os autocarros da macacada toda a sair para a A8. De rabo entre pernas.
A seguir vamos a Portimão. O caminho faz-se caminhando.