A pata na poça
Eu sou um gajo especialmente habilitado para falar em borradas porque tenho uma dose considerável delas às minhas costas.
Normalmente acaba por correr tudo bem, com um reforço significativo do stress associado à resolução dos mesmos, mas a verdade é que a minha experiência demonstra que nenhum de nós está imune ao erro, por muito bem intencionado que seja e independentemente da forma diligente como atuamos.
Ora, vem isto a propósito do jogo de ontem.
O problema daquela exibição de ontem não foram os erros cometidos (note-se por exemplo que no golo em que a bola passa duas vezes perto do Paulo Oliveira, em qualquer dos momentos uma tentativa de corte por parte deste teria resultado em autogolo, porque o mesmo estava virado de frente para a baliza e junto à linha de golo, pelo que na verdade o mesmo esteve bem em não pôr o pé à bola), mas sim a atitude displicente e de "outra vez arroz" que perpassava *todos* os jogadores.
Epá, perder é uma coisa. Perder demonstrando que o resultado nos é indiferente e afinal está tudo preocupado é com o sol que faz porque ainda se pode levar a mãe à praia ou dar uma cacholada na piscina é um outro grau de erro muito distante da mera derrota.
Sobretudo quando, vencendo, ficaríamos a uns muito pequeninos 3 pontos da possibilidade de apuramento direto para a Liga dos Campeões.
Portanto, não são hoje melhores nem piores do que eram na sexta, mas fazem-nos temer o pior porque nos deixam presumir que nem sempre jogam com a cabeça a pensar na única coisa possível e admissível naqueles 90 minutos:
Meter a bola na baliza dos outros mais vezes do que eles a metem na nossa.
É isto, em minha opinião, que explica parte do clima de trovoada que sobrevoa a cabeça de cada Sportinguista hoje:
Perceber que provavelmente vocês não estão tão preocupados com o clube ou connosco como nós estamos a torcer por vocês.
É aquele momento da relação em que se percebe que se calhar estávamos melhor com outros.
Em todo o caso, o ponto mais importante a reter deste post é o seguinte:
Não há mal nenhum que não possa ser desfeito e, querendo, a única coisa que têm de fazer para nos calar é jogar os próximos 2 jogos e todos os outros das épocas seguintes como se disso dependesse as vossas vidas.
É que o nosso Amor e a nossa Fé dependem, e muito, disso.