A nossa paciência tem limites
Foto: Hugo Delgado/Lusa
Ao contrário do que disse Jorge Jesus - lançando as culpas da derrota para Palhinha, como anteriormente fizera com Adrien e William Carvalho - só há um culpado no desaire do clássico: o próprio treinador do Sporting.
Uma vez mais, Jesus montou mal a equipa. Não passa pela cabeça de ninguém lançar como titular Matheus Pereira, que só tinha jogado uns minutos frente ao Paços de Ferreira, deixando no banco Alan Ruiz, que se evidenciara na posição de segundo avançado nas partidas mais recentes.
Esse lugar era naturalmente dele, como ficou bem demonstrado na substituição operada pelo técnico ao intervalo, fazendo deslocar para a ala esquerda Bryan Ruiz, que ali rende muito mais.
Cumpre perguntar por que motivo Jesus não fez alinhar assim a equipa de início, concedendo 45 minutos de avanço ao FC Porto.
Também é indispensável questionar o treinador sobre o motivo que o leva ainda a apostar no medíocre Marvin, que nunca devia ter vindo para o Sporting, quando na ausência de Bruno César - lesionado - aquela posição é feita com óbvia vantagem por Ricardo Esgaio, adaptado à lateral esquerda. Foi, de resto, isso que ocorreu a partir do minuto 57. Fazendo-nos pensar o que teria sucedido se Esgaio alinhasse de início.
Está a chegar o momento de Jesus fazer um sonoro e solene mea culpa perante os adeptos e sócios do Sporting. Não pela derrota no Dragão mas por esta época paupérrima, em que seguimos num periclitante terceiro lugar, vemos seis equipas com menos golos sofridos no campeonato e apenas nos resta lutar com Braga e Guimarães por um lugar de acesso ao playoff da Liga dos Campeões.
A nossa paciência tem limites.