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És a nossa Fé!

A jornada 13 não nos trouxe sorte alguma

V. Guimarães, 3 - Sporting, 2

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Rúben Amorim debaixo de chuva e com ar preocupado em Guimarães: tinha razões para isso

Foto Lusa

 

Segunda derrota do Sporting no campeonato nacional em curso. Tal como a anterior - quando deixámos perder os três pontos em três fatídicos minutos do tempo extra, de modo quase inacreditável - também nesta foram cometidos demasiados erros para fazermos de conta que não existiram.

O primeiro foi do treinador. Vem insistindo em Esgaio como titular quando é cada vez mais óbvio que este não é um jogador que mereça tal distinção. Rúben Amorim faz excessivas mudanças na defesa - neste caso só uma que se impunha pela ausência de Coates por castigo, mas as alterações voltaram a ser mais extensas. E - erro maior - potenciou um buraco enorme no nosso meio-campo quando mandou sair Morten, talvez com receio de o ver amarelado no próximo clássico com o FC Porto em Alvalade, trocando-o por Paulinho, sem capacidade de retenção da bola nem de conter o caudal ofensivo vitoriano.

Houve jogadores que erraram. Gonçalo Inácio perdeu duas vezes a bola em zona proibida. Matheus Reis é parco em cruzamentos e quando arrisca geralmente sai-se mal. Edwards perdeu todos os confrontos individuais. Trincão mal existiu. Adán - intranquilo, lento a reagir - teve fortes responsabilidades no terceiro golo sofrido. Aquele que nos custou a derrota no Estádio D. Afonso Henriques.

Em noite muito chuvosa, sábado passado. Mais para lembrar do que para esquecer.

 

Foi um desafio intenso, quase sem pausas, sem tempos mortos, sem antijogo, sem autocarros estacionados. As duas equipas queriam vencer.

No caso do Sporting, a vontade era tanta que o treinador fez tudo para sair de lá com um triunfo quando podia ter trabalhado para o empate que se registava ao minuto 77. Confirma-se que querer não é sinónimo de poder. Razão tem o povo naquele ditado: mais vale um pássaro na mão do que dois a voar.

Deixámos voar o pássaro. À beira do fim, aos 81', no tal lance em que Adán tremeu. Frente a um Vitória que soube dar sempre luta rija em campo, agora sob a liderança do técnico Álvaro Pacheco, com a sua inconfundível boina.

 

Péssimo na fotografia ficou João Pinheiro, absurdamente considerado "melhor árbitro português". Só se for na playstation: no futebol não é nem nunca o foi.

Voltou a lesar o Sporting no último lance do primeiro tempo ao assinalar um penálti contra nós que só ele viu, por hipotético derrube de Adán a Mangas. Nenhuma imagem o confirma, pelo contrário: o nosso guarda-redes fez tudo para evitar o contacto após uma saída algo atabalhoada. E o vimaranense já ia em queda no momento em que Pinheiro, certamente vítima de alucinação, terá visto a tal grande penalidade que não existiu.

Com esse golo os do Minho ganharam ânimo: ao intervalo havia empate a uma bola. No segundo tempo lutámos, mas sem dar a réplica devida à turma anfitriã. Que teve a sabedoria de secar o nosso maior trunfo: Gyökeres bem tentou, mas quase nada conseguiu fazer no encharcado relvado de Guimarães.

Bem melhor esteve Nuno Santos, lutador incansável enquanto esteve em campo, durante todo o segundo tempo. O nosso melhor Leão à chuva.

 

Em suma: estivemos a ganhar, concedemos o empate, acabámos por perder. Numa partida cheia de emoções fortes. Talvez demasiado fortes para nós.

Para já, continuamos no comando da Liga 2023/2024. Mas valha a verdade: esta jornada 13 não nos trouxe sorte alguma. Melhores dias virão.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Sofreu três golos, mas só teve culpa evidente num - precisamente aquele que nos fez sair sem qualquer ponto de Guimarães. Grandes defesas aos 73' e aos 88': aqui esteve muito bem.

Esgaio - Surpreendente central pela direita, permitindo adiantar Geny. Esteve longe de render assim. Aos 12' escapou por um triz ao amarelo. Aos 17' foi mesmo amarelado. Saiu ao intervalo.

Diomande - O melhor do reduto defensivo. Também o mais jovem, confirmando ser mesmo reforço. Fez de Coates, no centro da defesa. Protagonizando bons cortes e desarmes impecáveis.

Gonçalo Inácio - Quebrou jejum: marcou o primeiro golo da época, de pé direito (41'). Culminando bom lance colectivo de ataque. Pior lá atrás: perdeu a bola em dois golos sofridos.

Geny - Ala titular pela direita, não conseguiu articular-se com um Edwards quase eclipsado. Evidenciou-se em alguns lances individuais. É ele a iniciar a jogada do nosso segundo golo.

Morten - Boa exibição como médio posicional, formando duplo pivô com Morita. Eficaz para tolher movimentos dos adversários no corredor central. Inexplicável, a sua saída aos 61'.

Morita - Esteve no melhor e no pior. É ele quem disputa a bola que sobra para Gonçalo no golo 1. É ele também quem a desvia, de modo infeliz, no segundo golo do Vitória (73').

Matheus Reis - Muito contido nas manobras de ruptura no corredor esquerdo, que lhe foi confiado. Desgastou-se no confronto com Jota Silva nessa ala. Perdendo alguns duelos decisivos.

Edwards - Tão depressa se mostra em grande nível, cotando-se como melhor em campo, como desaparece por completo, incapaz de vencer um duelo. Foi este segundo Edwards a ir ao Minho.

Pedro Gonçalves - Um dos melhores em jogo ingrato: voltou a fazer mais de uma posição, o que o desfavorece. Lá na frente, quase marcou aos 8', inicia o primeiro golo e assiste no segundo.

Gyökeres - Tentou, mas desta vez sem conseguir. Neutralizado pelo croata Borevkovic (atenção, Hugo Viana!). Falhou duas finalizações: aos 57' (servido por Geny) e aos 61' (por Nuno Santos).

Nuno Santos - Melhor leão em campo. Substituiu Esgaio: fez todo o segundo tempo. Marcou o segundo num grande remate (77'). Construiu golos falhados por Gyökeres (61') e Trincão (71').

Paulinho - Amorim tomou decisão difícil de entender aos 61', quando retirou Morten e mandou entrar o avançado. Criou uma cratera no meio-campo sem compensar na qualidade ofensiva.

Trincão - Em campo desde o minuto 61', por troca com Edwards. Se um nada fez, o outro também praticamente não existiu. Desperdiçou soberana ocasião de golo (71'), depois sumiu-se.

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