A final perdida
Assisti esta noite à final do Euro sub-21 entre Portugal e a Suécia com dois amigos num restaurante da Costa Nova. Dois sportinguistas e um benfiquista de olhos fixos no enorme ecrã da marisqueira.
Findo o prolongamento, com o resultado a manter-se teimosamente no empate nulo, questionámo-nos sobre quem seriam os nossos jogadores escalados para marcar as grandes penalidades.
Fixámo-nos em cinco nomes: Gonçalo Paciência, Tó Zé, João Mário, Bernardo Silva e em Raphael Guerreiro ou Iuri Medeiros.
Paciência e Tó Zé, de facto, marcaram com sucesso os dois primeiros penáltis. Mas entre nós registou-se surpresa total ao sabermos que Rui Jorge tinha encarregado Ricardo Esgaio de marcar o terceiro. Qual a justificação? Fosse qual fosse, nem houve tempo para discussões: o nosso lateral direito não tardou a falhar.
João Mário confirmou as expectativas, concretizando com êxito o seu penálti. Mas depois, quando esperávamos por Bernardo Silva ou Iuri Medeiros, avança William. Confesso não me recordar de uma só grande penalidade marcada por William no Sporting: nenhum jogador consegue ser bom a tudo, e esta não é - obviamente - a especialidade dele.
Mas Rui Jorge insistiu. E William falhou. Os suecos foram campeões graças a isso numa final em que quase nada fizeram para merecer e ficaram atrás de Portugal em quase todos os dados estatísticos. Durante grande parte do jogo, aliás, toda a selecção sueca jogou entrincheirada no seu meio-campo. E se o petardo que Sérgio Oliveira mandou ao poste aos 7' tem entrado, a história do jogo teria sido bem diferente.
Não adianta chorar sobre leite derramado. Mas fico a questionar-me sobre as opções de Rui Jorge no momento da verdade. Já passaram duas ou três horas e continuo sem entendê-las.