A três semanas do fecho do mercado o que dizer do nosso plantel?
Guarda-redes: Kovacevic já demonstrou qualidades na posição, bom no jogo com os pés, assertivo no jogo aéreo, talvez Israel melhor entre os postes. Aqui a questão não é tanto a diferença de qualidade entre os dois, é a diferença de qualidade entre qualquer deles e os melhores guarda-redes da nossa Liga, Diogo Costa e Trubin. Deveria ter vindo um novo Adán, como De Gea ou um Kasper Schmeichel? Talvez.
Defesas: Debast-Diomande-Inácio fazem um trio jovem de muita qualidade mas falho de maturidade e os erros de posicionamento ou de intervenção começam a acontecer e a dar golos aos adversários. Quaresma, St.Juste e Muniz garantem a necessária rotação e adaptação às caracteristicas dos adversários. Matheus Reis pode ser mais um defesa em caso de necessidade. Os pontos fortes e fracos dos que transitam de época já os conhecemos. Do Debast vamos conhecer. Falta um novo Coates para o centro da defesa ou Diomande vai dar conta do recado? E a CAN e o Ramadão?
Alas: Com a aposta em jogadores, normalmente extremos de formação, "de pé trocado" nas duas posições, já não se pode falar em alas direitos e esquerdos, o melhor é mesmo falar em dextros, Fresneda, e canhotos, Nuno Santos, Matheus Reis, Catamo e Quenda. No meu entender um ala fora do seu lado "natural" estará sempre mais desconfortável a defender, e até sujeito a cometer disparates graves como aconteceu com Catamo no Jamor, mas ganha imprevisibilidade no ataque. Como é uma posição de alto desgaste, quase sempre entram quatro alas em cada jogo, ficamos com cinco jogadores para quatro lugares. Fresneda ameaça tornar-se num novo Vinagre, e então à esquerda não rende nadinha nem a atacar nem a defender. Faria sentido "trocá-lo" por um jogador dextro mais experiente tipo Matheus Reis? Acho que sim.
Médios: Morita e Hjulmand defendem, organizam e atacam, Bragança e Mateus Fernandes basicamente atacam. Hjulmand é alto, mete o corpo, rouba a bola, os outros são baixinhos de "metro e meio". Metem o pé e é falta. Penso que é por demais evidente a falta dum outro Hjulmand no plantel. Podia ser Tanlongo ou Essugo esse outro Hjulmand? Talvez, mas não parece ser essa a decisão do Amorim.
Interiores: Aqui a questão do "pé contrário" é essencial pela zona do terreno que ocupam, à semelhança dos laterais do andebol. O dextro Pedro Gonçalves e os canhotos Trincão e Edwards já demonstraram a sua qualidade, em golos e assistências. Falta aqui mais alguém preferivelmente dextro, sendo que Mateus Fernandes pode muito bem avançar no terreno e fazer o papel de Pedro Gonçalves. Se Edwards sair, e ele fez uma excelente primeira volta na época passada, então mais ainda.
Pontas de lança: Gyökeres está na calha para o seu melhor, Rodrigo Ribeiro mostra evolução, mas continua a faltar o substituto do Paulinho.
Além desta análise posição a posição, convém olharmos para as competências da equipa como um todo, nomeadamente intensidade nos 90 minutos do jogo, capacidade de choque, jogo aéreo, remate frontal de meia-distância, conversão de livres directos, definição dos lances ofensivos, eficácia goleadora. Aquelas que me parecem mais problemáticas para já são mesmo as duas primeiras.
Disse Amorim: "Até na mesa das refeições é difícil olhar e ver a perda das referências. A média de idades baixou e isso também é entusiasmante. O importante é não sair mais gente. Nem sempre conseguimos, mas temos um plano."
Tudo certo.
Mas qual é o plano afinal? Ioannidis e já está?
Porque foram contratados Pontelo e Koindredi no ultimo mercado de inverno, se vieram com o perfil certo para posições carenciadas e agora já não contam? Erros de casting?
Porque não contar, em regime de empréstimo dum grande clube europeu, um ou dois jogadores experientes tipo Sarabia para dar resposta às carências mais óbvias do plantel nesta temporada tremendamente exigente?
SL