Não há maneiras óptimas de terminar. Mas há momentos bons para pormos ponto final num projecto quando entendemos que corporiza um ciclo que se esgotou após uma sucessão raras vezes vista de triunfos memoráveis.
Esse momento chega agora, para o És a Nossa Fé. Após 14 épocas muito intensas, de acompanhamento constante da vida do Sporting, com os seus altos e baixos, com as suas luzes e sombras, com as suas ilusões e os seus fracassos.
E é o melhor momento, para este efeito, porque nenhum de nós conheceu o Sporting tão bem como hoje está, após a conquista do primeiro bicampeonato em 74 anos e da primeira dobradinha desde 2002. Com todas as esperanças renovadas. Com uma novíssima geração de adeptos que já milita aguerridamente pelo símbolo do Leão, de verde e branco.
Podemos dizer, sem falsas modéstias, que demos o nosso contributo. Nos períodos difíceis, nunca deixámos de apoiar. Nas horas de trevas, jamais perdemos a convicção de que todos os obstáculos seriam ultrapassados e voltaríamos a sorrir com a alegria de novos triunfos.
Assim aconteceu.
Deixamos aos futuros investigadores da história do Sporting um precioso contributo sobre o que se passou nestes 13 anos e seis meses.
Aqui ficam documentados todos os instantes. Do péssimo ao excelente. Da pior classificação de sempre, com o impensável sétimo lugar alcançado naquela apagada e vil tristeza de 2013, até à brilhante época 2024/2025 que há pouco terminou.
Vimos desfilar alguns vilões e muitos heróis. Aplaudimos Nani, Adrien, Slimani, Bas Dost, Bruno Fernandes, Nuno Mendes, João Palhinha, Pedro Gonçalves, Viktor Gyökeres e tantos outros. Vibrámos também com a conquista do Europeu de 2016, com quase metade do plantel formado por jogadores vindos da nossa academia.
Registámos tudo: mais de 400 jogos do Sporting foram aqui comentados em pormenor e dissecados com a isenção possível, nunca isenta de paixão leonina. Ficam, também esses textos, à disposição da massa adepta que queira recordá-los e dos tais historiadores futuros que não poderão passar à margem deste blogue.
Gostei de conviver com os colegas - muitos dos quais amigos - que participaram comigo nesta caminhada que deu frutos. Os números aí estão, a comprová-lo: 28.600 postais aqui publicados. Com mais de 430 mil comentários. Só no último ano, tivemos mais de um milhão de visualizações.
Terminamos em alta, também nisto.
Nem sempre foi fácil gerir a amálgama um pouco anárquica que caracteriza a coexistência entre sportinguistas. Mas também esse desafio acabou por ser superado. E posso concluir que valeu a pena.
Mesmo chegando agora ao fim deste percurso sem ter conhecido pessoalmente vários dos meus acompanhantes neste projecto: António Fresco, Carina Albano, Cristina Torrão, Filipe Moura, Madalena Dine, Vítor Hugo Vieira e Zélia Parreira - além de outros que foram saindo pelos motivos mais diversos.
Da minha parte, o conhecimento pessoal nunca foi critério para ser membro deste blogue. Sempre fiz questão disso.
Encerra-se um ciclo, outros se abrirão algures. Com novos nomes, diferentes protagonistas, outros adeptos que gostem de escrever e sintam a necessidade premente de debater as mais diversas questões ligadas ao presente e ao futuro do Sporting.
Este espólio comum fica connosco. E à disposição de quem nos quiser reler. Temos a garantia do SAPO – nosso “senhorio” de sempre – que assim será.
Treze anos e meio de história do Sporting documentados dia a dia. Incluindo períodos traumáticos que superámos com intensa energia anímica, fiéis à convicção de que é mais forte aquilo que nos une do que aquilo que nos separa.
Passando por textos como este, onde falava do verde e branco ou do cinzento, um pouco antes do nosso dia mais negro.
Um abraço para o Pedro Correia que me convidou para escrever aqui, um muito obrigado a todas as pessoas que foram lendo o que escrevi, que comentaram de forma educada e enriquecedora e um agradecimento especial para as pessoas que foram, ao longo destes anos, colegas/camaradas de escrita, algumas que tive o gosto de conhecer e de partilhamos refeições e opiniões.
Como diria um ex-presidente do Sporting: "vou andar por aí" (é só estarem atentos ao perfil sapo).
«Foi uma honra vir cá, e fico muito triste que o blog acabe. Onde é que no mundo virtual vou afagar as mágoas ou partilhar a alegria, mas mais, diga-se, partilhar as mágoas? Aqui havia atenção a quem comentava, boa educação e nível, o que não é fácil nos dias de hoje. Um bem haja a todos e muito obrigado por me acompanharem a ser Sporting.»
Agradeço ao Pedro Correia ter-me convidado para integrar desde o início a equipa deste blogue. Quando o blogue começou eu vivia na cidade de Braga, e muito isso contribuiu para eu ter aceitado esse convite. Nunca testemunhei tanto antisportinguismo, tanta falta de respeito pelo Sporting, como na cidade de Braga, pelo menos nessa altura - e dei aqui conta disso muitas vezes. Para isso contribuia o facto de o clube local ser dirigido por um presidente que tinha como principal objetivo ultrapassar o Sporting na hierarquia do futebol português, fazendo de cada jogo com o Sporting o mais importante da época, e mesmo que cinicamente viesse queixar-se do contrário. Longe vão esses tempos horrendos entre 2009 e 2013, em que o Sporting parecia realmente destinado a competir mais com o Sp. Braga que com os seus rivais históricos, e o seu estatuto de "grande" era questionado. Foi muito importante aquela vitória na taça em 2015, e os recentes títulos nacionais parecem ter arrumado de vez essa questão. Muitas voltas deu a minha vida desde então - nomeadamente, deixei de viver em Braga. Em algumas coisas a minha vida mudou para melhor e noutras para pior. No caso do Sporting, parece-me incontestável que está hoje incomparavelmente muito melhor do que no início do És a Nossa Fé. Creio que o propósito deste blogue, de todos os seus membros, cada um à sua maneira, era tornar o Sporting melhor. Isso é uma realidade. Embora tal não se deva obviamente a este blogue, creio que deve ser o suficiente para nos deixar a todos de consciência tranquila. Da minha parte foi um prazer. Agradeço a todos os leitores, e viva o Sporting!
Crie-se e entregue-se já um Prémio Stromp a Pedro Correia. Durante cerca de 13 épocas, capitaneou brilhantemente esta fervorosa bancada, com textos regulares (não fosse ele e não haviam treinos diários) e sobretudos com postas sempre positivas (resistiu sempre ao fatalismo) e lúcidas. O mundo leonino – ervas daninhas negativistas e cobras de comentários não interessam para aqui – deve-lhe muito e agradece-lhe. Talvez não tenha escolhido sempre os melhores companheiros de escrita (como será o meu caso), mas de certeza que tudo o que fez foi com a intenção de servir o seu amor ao nosso clube. O Sporting de há 13 anos era muito pior do que o que hoje comemora 119 anos. O Pedro teve o seu papel nessa melhoria, através d´O blogue sportinguista. Obrigado, vezes mil.
Que bom que é despedir-me do És a Nossa Fé a 1 de julho de 2025, Bicampeão Nacional no futebol sénior masculino e sócio da maior potência desportiva nacional que se reafirmou como tal desde o ano negro de 2018. Hoje não há dúvidas - nunca houve - de que toda a esperança é legítima para termos ainda mais saudades do futuro. Obrigado Pedro Correia por ter sido o homem do leme deste blogue que teve um seu papel importante em vários momentos chave da nossa história recente e é uma referência do Sporting no mundo digital.
Vemos-mos por aí, seja num coro de vozes que apoiam a verde e branca em Alvalade ou em qualquer canto do mundo, seja num qualquer percalço do caminho que exija reação e resistência para ajudar o Sporting Clube de Portugal a atalhar caminho.
Que o nosso Sporting nunca perca noção de quão vital é ser dos sócios e adeptos, para os sócios e adeptos. Uma tribo complexa e apaixonada que vai aprendendo e ensinando a viver esta paixão, até ao último de cada um dos nossos dias. E lá vão 119 anos.
Muito obrigado, Pedro, por ter permitido que eu fizesse parte desta brilhante equipa!
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Recebi um amável convite do Pedro para participar neste espaço. Confesso que fiquei relutante, pois falar em público - assim vejo estes espaços - nunca foi o meu forte. A formalidade do tal acto inibe-me, imagino-me como no poema “Na praça pública” de José Régio:
“Subi ao púlpito negro
Por minhas mãos levantado;
Levantado
Por minhas mãos esgarçadas...
E, da tribuna mais alta,
Arrepelando os cabelos,
Gritei à malta:
- «Camaradas...!
«Eh, camaradas...! ouvi,
«Que vou dizer-vos quem sois,
«Pois vou dizer-vos quem sou.»”
(Adivinhando o que vem no final)
“Então,
Parei, sentindo risadas
Entre aqueles que me ouviam.
E as suas caras diziam:
- «Que charlatão!»”
(in: Poemas de Deus e do Diabo. 2002. pp. 61, 65)
Correndo esse risco, aceitei.
Sendo este um espaço de sportinguistas, claro que se fala deste clube com dedicação, com devoção, da glória e... naturalmente, porque somos um clube de homens (politicamente, nos dias que correm, convém acrescentar) e mulheres, fala-se também dos defeitos.
Mas agora não!
Sendo este o meu texto inicial, falo-vos, em homenagem ao maior sportinguista que eu jamais conheci - o meu pai, da primeira vez que vi o Sporting jogar.
Tinha eu sete anitos, foi o jogo de final de época e de consagração do Sporting como campeão nacional na época de 1979-1980.
Nesse dia, finais de Maio ou início de Junho, recordo a minha mãe acordar-me às 5 e pouco da manhã e perguntar-me, como sempre, preocupada: - Tó, tu não queres ir, pois não?
- Claro que vou. Respondi.
Era a única criança dessa viagem, os outros eram, para além do meu pai, os seus sócios e o contabilista. A viagem de Coimbra a Lisboa foi feita na carrinha que a pequena empresa tinha: uma Mini de cor branca.
Desse dia, para além do jogo, recordo o almoço que um dos sócios do meu pai quis que fosse em Cacilhas, uma caldeirada para eles e para mim, não me lembro, talvez algo mais do apetite de uma criança de sete anos. Para azar desse sócio do meu pai no prato da sua caldeirada tinha (desculpem) alguns cabelos. É claro que isso originou uma outra... caldeirada, como não podia deixar de ser.
O jogo.
O jogo foi visto no peão Estádio de Alvalade, espaço que antecedeu a Bancada Nova. Confesso que não tenho memória do resultado, o google diz que foi 3-0. Recordo-me sim da invasão de campo que houve no final, de ver muitos jogadores com os seus equipamentos assaltados: o Eurico... e de o meu pai me dizer que eu tinha pisado o relvado do Estádio de Alvalade: a única vez que o fiz.
Dessa equipa recordo o Manuel Fernandes, o eterno Manuel Fernandes, o meu ídolo de criança, de sempre...; o Jordão, sim o magnifico Jordão; o Manoel, pela estranheza do nome; o Ademar; o Vaz; o Meneses; o Inácio; o Lito, não o Litos, esse aparecerá mais tarde, fui vê-lo ainda júnior jogar, juntamente com o Futre na Figueira da Foz.
Depois, claro, na medida das possibilidades, houve mais jogos...
Bons tempos, tempos de meninice, em que muitas vezes, como diz a canção, andava de camisola verde.
Tudo menos o Sporting Clube de Portugal. Esse continuará com outros presidentes a gerir, outros craques no estádio e no pavilhão e... outros espaços de opinião nas redes sociais.
Francamente já não me recordo, teria de ir à procura e não vale a pena, em que data aceitei com meses de atraso o amável convite do Pedro Correia para passar de comentador assíduo a autor do EANF.
Julgo que terão sido mais ou menos sete anos em que procurei intervalar o futebol com outros temas que me são caros como o rumo do clube, a equipa B e a formação, a equipa feminina, o andebol e as outras principais modalidades de pavilhão. Com o conhecimento que vem das bancadas de Alvalade, de muitos estádios do país e fora dele, do estádio Aurélio Pereira, do pavilhão João Rocha e doutros pelo país fora. A última vez foi no domingo para assistir à "morte na praia" da nossa equipa de futsal, por acaso sentado perto daquele candidato e ex-atleta e excelente pessoa que perdeu por muito pouco as eleições de 2018 para aquele que sempre apoiei.
Acreditem ou não, várias vezes abri o meu jornal desportivo de sempre, A Bola, para ler artigos sobre assuntos do futebol do Sporting que tinha abordado aqui no blogue uns dias antes. O que demonstra o interesse que o blogue merece nos profissionais da comunicação desportiva especializados no Sporting.
Passámos por tempos bem difíceis nestes sete anos. A minoria ruidosa e violenta derrotada no pavilhão Atlântico não deu tréguas, conseguiu transformar estádio e pavilhão João Rocha em palcos de ataque ao presidente que culminaram na manifestação às portas de Alvalade mesmo antes do primeiro jogo de Rúben Amorim ao comando do Sporting.
Logo veio o Covid e, no que respeita ao Sporting, foi a chuva que ajudou a apagar o incêndio. Com a equipa a ganhar tudo foi diferente quando regressámos ao estádio, a guerra de guerrilha continuou nas AGs mas a força já não era a mesma. E neste domingo quase passou despercebida a AG em que a Direcção obteve 90% dos votos nos documentos em apreciação.
E durante todo esse percurso, o Pedro Correia conseguiu manter um blogue diverso e plural, com Sportinguistas com pontos de vista diferentes sobre quase tudo dentro do clube e fora dele, sem invasões nem condicionamentos de opinião. Infelizmente as reuniões periódicas no Império à volta do bife deixaram de acontecer e com isso, perdeu-se um pouco a relação com os colegas. Se calhar outras oportunidades existirão para o efeito.
Concluindo esta prosa que já vai longa.
O Sporting Clube de Portugal está melhor do que nunca esteve nos últimos muitos anos.
O que, de alguma forma, esvazia os blogues e os espaços de debate, há pouca matéria que suscite controvérsia e paixão para escrever ou comentar.
Por outro lado, sem solução à vista para o roubo de identidade e o "trollismo" profissional, e não é difícil perceber quem está por detrás disso, os comentadores assíduos foram-se afastando e o debate ficando cada vez mais pobre.
Sendo assim, aceito e entendo perfeitamente as razões do Pedro Correia para pôr ponto final no blogue neste momento. Até porque também eu deveria tomar a mesma decisão por estes dias, depois da reflexão que fiz no período de afastamento decorrente duma viagem há um par de meses.
Mais uma vez obrigado ao Pedro Correia pelo convite e pela supervisão efectiva do blogue, obrigado a todos os colegas por me terem bem acolhido, obrigado a todos os leitores e comentadores dos meus posts. E até já, numa bancada qualquer onde uma equipa do Sporting vá jogar.
Saudações Leoninas,
Viva o Sporting Clube de Portugal !!!
PS: Através do email luis.eanf.lisboa@outlook.com continuarei disponível para conversar sobre temas do Sporting com os autores/comentadores/leitores que o queiram fazer, na garantia que manterei o sigilo sobre os respectivos emails.
Estou à vontade: só falei com ele uma vez. Foi em Setembro de 2024, na Ericeira: vi-o passar à minha frente levando pela mão o filho de 4 ou 5 anos, o miúdo ia equipado à Sporting. Tomei a iniciativa de lhe falar, como certamente tantos adeptos já têm feito, cumprimentando-o pelo excelente trabalho à frente do Clube. Ele, com aquele ar tímido que ainda exibe ao fim de vários anos de exposição mediática, limitou-se a dizer que «o mérito é de todos». Lá seguiu com o Santiago, rumo à praia ou ao hotel.
Primeiro e único contacto.
Nenhum outro nestes sete anos em que escrevi sobre ele, nenhum outro nestes quase catorze anos em que escrevi diariamente sobre o Sporting.
Sou totalmente insuspeito para exprimir isto: Frederico Varandas é o melhor presidente de sempre do Sporting. O melhor daqueles que fui vendo chegar e ocupar o cargo - e foram muitos, direi até demasiados.
Os factos falam por si.
Assumiu funções na página mais negra da história do Clube, que estava de rastos no capítulo desportivo, financeiro, anímico, reputacional. Dois terços dos jogadores que integravam o plantel principal de futebol tinham acabado de rescindir contrato unilateralmente. Havíamos perdido a final da Taça de Portugal com o Aves (!). O anterior campeonato fora ganho 16 anos antes, em 2002.
As dramáticas imagens do assalto dos bisontes às instalações de Alcochete estavam bem frescas na memória colectiva: deram a volta ao mundo, para vergonha de todos nós.
Varandas prometeu reerguer o Sporting. E cumpriu. Hoje temos o plantel mais valioso de que há registo no futebol português. O número de sócios e de lugares pagos no estádio é o mais elevado de sempre. Há cada vez mais jovens a assumir com orgulho a militância leonina: toda uma nova geração foi conquistada por talentos como Pedro Gonçalves, Matheus Nunes, Nuno Mendes, João Palhinha, Geny Catamo, Morten Hjulmand, Eduardo Quaresma, Francisco Trincão - e, claro, o incomparável e inesquecível Viktor Gyökeres.
Os factos falam por si.
Nestas seis épocas futebolísticas completas sob a gestão de Varandas, vencemos três campeonatos nacionais, duas Taças de Portugal, três Taças da Liga. Oito títulos. Mais uma Supertaça - e preparamo-nos para conquistar a segunda.
Sem esquecer os campeonatos de andebol e voleibol: somos titulares. Sem esquecer que fomos tetracampeões de futsal. E um campeonato de basquetebol, modalidade em boa hora reintroduzida no Clube. E um campeonato de futebol feminino. Além de duas Ligas dos Campeões de futsal e três Ligas Europeias de hóquei.
Nada me satisfaz mais escrever neste dia em que o Sporting Clube de Portugal assinala, com legítimo orgulho, o 119.º ano de existência.
Não admira a sua crescente popularidade entre a massa adepta, que conquistou com obras, não com palavras. Progredindo dos 42,3% iniciais, ao ser eleito pela primeira vez em Setembro de 2018 contra João Benedito e José Maria Ricciardi, até à reeleição em Março de 2022 por números esmagadores: 85,5%, contra dois adversários cujos nomes não fixei.
Se Varandas quiser concorrer a um terceiro mandato, no ano que vem, ninguém se surpreenderá que volte a ganhar por goleada. Prova de que os sócios do Sporting não são ingratos. E sabem reconhecer o mérito a quem o tem - dentro e fora de estádios e pavilhões.
Sem favor algum, o melhor de sempre. Termino como comecei: estou inteiramente à vontade para escrever isto.
«Foi admirável a forma como todos os autores deste blogue souberam transmitir o seu vínculo indefectível ao Sporting, fazendo-o com a arte de quem consegue colocar nas palavras o significado, algumas vezes, conjuntural e com a emoção de quem nunca duvidou de que a Instituição Sporting Clube de Portugal é muito mais do que a soma das vitórias e dos títulos que, naturalmente, nos deixam felizes. A todos, os meus sinceros agradecimentos.»
Em 2012, quando aqui começámos, havia um longo caminho a percorrer. Não sabíamos, não podíamos saber tudo o que o Sporting, e nós sempre com ele, iria passar, ser, celebrar.
O que eu sempre gostei mais neste blog, foi cada um escrever o seu sportinguismo como o vive, como o quer. Todos somos diferentes, todos do Sporting, mas a única forma possível e saudável era esta, o Sporting é só um, o sportinguisno tem várias formas, credos e feitios. Ficam amigos, contactos, perfis em redes sociais. Teremos sempre o Sporting, Alvalade, o João Rocha ou "as roulotes e cafés" para nos reencontrarmos.
Não escrevi aqui as vezes que podia, devia, queria até. Comecei com entusiasmo, escrevi sempre no meu tom e registo. Tive uma fase em que me retraí um pouco, temos mais ferozes que me aborreceram e tiraram a vontade - não só aqui, de escrever em geral. Aos poucos voltei a um post aqui, outro ali.
Decidi que este post não seria tanto sobre o Sporting, mas sobre nós por aqui. Gostei muito de fazer parte do És a Nossa Fé, obrigada ao Pedro Correia por se lembrar de mim.
... este não é o último postal que gostaria de escrever, mas é o que me é, às pressas, possível.
Participar neste espaço foi, de longe, das experiências mais gratificantes que alguma vez vivi. O dia em que o caro Camarada Coordenador (Pedro Correia) me endereçou convite, deixou-me genuinamente emocionada. Foi um gosto e uma honra. E, tal como disse recentemente numa caixa de comentários dos poucos textos que publiquei nos últimos longos tempos, este espaço fazia e, queiram crer, vai fazer-me (muita) falta. Seguia-o, religiosamente, muitos anos antes de me ter sido endereçado tão honroso convite. Era, de há anos, literalmente, paragem obrigatória várias vezes ao dia.
Sinto uma admiração profunda pelo caro Pedro Correia, cujas participações blogosféricas fui seguindo antes ainda d'O Delito de Opinião. Pergunto-me, muitas vezes, se alguma vez terá da Vida/Deus/Buda/Alá, o justo reconhecimento pelo verdadeiro serviço público que sinto vê-lo prestar há tantos anos. Estendo a leitura à participação na vida do Clube que nos é tão caro e mobiliza a todos, aqui, neste espaço de esperança leonina.
Reservo, para mim, a esperança de que não nos prive de textos sobre o Sporting, ainda que num outro espaço da sua eleição. Peço-lhe desculpa por não ter honrado o seu tão amável convite com uma participação mais activa, foram vários os motivos que a tal levaram e todos eles de força maior.
As interacções nas caixas de comentários extravasaram, muitas vezes, e no meu imaginário, esta tela digital. Não se resumem aos nomes que cada um de vós escolheu utilizar. Existem, de facto, em mim, sem nunca ter-vos conhecido. Diria que são uma espécie de vizinhos simpáticos que encontro na rua a quem, sem excepção, deixo um caloroso e muito sentido abraço.
Por fim, e pese embora a minha orientação de voto ter sido assumidamente outra - na segunda eleição não votei, de todo, por motivos de força maior -, uma palavra de reconhecimento para o presidente da Direcção do Sporting Clube de Portugal, Frederico Varandas. Mais do que avançar no momento em que o fez, aguentou o que muitos de nós jamais conhecerá. Quaisquer que sejam os adjectivos utilizados ao longo do tempo para classificar o seu desempenho - não há-de ter sido fácil ser tantas vezes achincalhado -, apesar dos erros que reconhecidamente cometeu, a verdade é a que também somos obrigados a reconhecer. Só teve a sorte Rúben Amorim, porque arriscou (no pior momento da vida do Clube) e manteve-se em funções quando o mais fácil até teria sido afastar-se. A Vida trouxe-lhe, acredito, o justo reconhecimento: os títulos e troféus que todos conhecemos. Parabéns, muito obrigada e sinceros votos de maior das sortes no capítulo pós-Sporting.
No momento em que este blogue chega ao fim, esgota-se o meu receio de que a minha participação neste espaço possa ser vista de uma forma que não traduz a natureza que a subjaz. Sou objectiva e indesmentivelmente muito branquinha (com a agravante, extrema, de morar, literalmente... em frente a uma praia), ou seja, branquinha como... cal. Escrevi em tempos que tenho nome de constelação e sobrenome/apelido que é nome de Violino. É a forma mais simpática que encontrei para lidar com o facto de ter sido desejada 'Rui Pedro', 'Marina' rejeitada por força de uma cerveja com o mesmo nome e afilhada de Francesa a quem convinha um nome próprio fácil de pronunciar. Ah, Toyota, sua danada...
De resto, estive neste espaço apenas e somente pelo amor que, tal como vós, sinto pelo Clube. A 24 de Julho deste ano, perfazem-se 30 anos desde que vi a minha fotografia num cartão de sócia do Sporting Clube de Portugal. 80 584, foi o meu primeiro número de associada e o número que jamais esquecerei.
Caro Pedro Correia... eternamente grata. :) Caros colegas: foi um gosto. Caros Sportinguistas visitas habituais nas caixas de comentários (tenho pavor de me esquecer de alguém): imensamente agradecida. Foi um enormíssimo gosto falar convosco sobre o nosso Sporting.
Caros Sportinguistas: não há amor maior, não há orgulho que suplante o fazermos e sermos parte do enorme Sporting Clube de Portugal. E saber que vai transcender-nos a todos.
Sem à data supor, a verdade é que a minha penúltima publicação neste blogue é a nota mais bonita que poderia deixar-vos quanto ao que nos reserva o futuro. Faltam a Constança, a Benedita, a Chloe, a Iris, a Sveva, a Valeriya, a Maria Victória e, acredito, a Emília. Não esquecendo a Nia que por aqui também já figurou.
Acredito que o futuro do Sporting é muito risonho e que o futuro leonino feminino é... absolutamente esplendoroso. Faço, todos os dias, a minha quota-parte para garanti-lo.
Por coincidência reparei que esta semana cumpriu 90 anos um dos treinadores de mais má memória que passaram pelo Sporting: Keith Burkinshaw. Mesmo assim este treinador conseguiu algo que muitos muito melhores não conseguiram - um troféu, o único troféu conquistado pelo futebol leonino entre 1982 e 1995: uma supertaça. Sim, o Sporting conquistou uma supertaça, em 1987, na qualidade de finalista vencido da Taça de Portugal. Esse triunfo, no meio de uma época negra, foi saboroso, mas nem a sua recordação me leva a deixar de pensar que um finalista vencido disputar uma supertaça - ou seja, fazer deste troféu uma "desforra" da final da taça - é um bocado ridículo. Quando um clube fizesse uma "dobradinha", supondo que a taça da Liga permanece no calendário futebolístico nacional, a supertaça deveria ser disputada entre o vencedor dessa taça da Liga e o vencedor da "dobradinha". Esta proposta não põe nem pretende pôr em causa a hierarquia entre as diferentes competições futebolísticas (a taça da Liga continuaria a ser a menos importante), mas creio que daria outra legitimação competitiva à supertaça. Se esta proposta de regulamento entrasse em vigor para a próxima supertaça, daria origem exatamente ao mesmo jogo que já está previsto - pelo menos este ano não traria polémica. Vamos pensar nisso?
Ser tetra-campeão de futsal par' A Bola não tem grande importância, é notícia de pé de página.
Ser campeão de futsal apesar de entradas assassinas, como esta, que não foram punidas, apesar dos resultados
isso sim, é importante.
Na fase regular (o Sporting foi primeiro) leões e águias empataram os dois jogos.
Nos cinco jogos finais, o Sporting venceu dois, oito golos marcados, dois sofridos e perdeu um, três golos marcados, quatro sofridos.
Portanto, a equipa que venceu dois jogos que marca 11 golos que sofreu 6 e que venceu a fase regular é vice-campeã. A equipa que perdeu a fase regular, que perdeu dois jogos (venceu um) que foi goleada por 11-6 é campeã.
É o futsal que temos, são as regras que temos, para a próxima época há mais.
A Bola desta vez está exultante, o Benfica é campeão (apesar do resultado dos jogos) só faltou escrever em letras enormes: GANHÁMOS!
Meu caro Pedro Correia, tenho de começar por agradecer-te, e de coração cheio, o convite que me fizeste para entrar no plantel do És a Nossa Fé. Foram anos em que (como cantamos emocionados no estádio) fui tentando fazer o que podia pelo nosso Sporting. Uma oportunidade inesquecível esta que me deste: a de viver o sportinguismo activamente.
Dito isto, lanço-me no aplauso a ti.
O universo leonino deve-te imensíssimo, Pedro. Foste tudo! Presidente, jogador carregador de pianos, criativo, repentista, o nove, até de Paulinho fizeste, uma e outra vez, arrumando o balneário. E sempre, Pedro, mas sempre, honraste a braçadeira de capitão. Inteligente, abnegado, maestro de equipa, um pêndulo no posicionamento público das hostes leoninas. Foi uma honra fazer parte desta equipa que com tanto brio e dedicação capitaneaste.
Ainda não participava no És a Nossa e já há muito me perguntava onde ias tu buscar tanta entrega ao blogue, não recebendo disso nada em troca que não o cumprimento do teu enorme e inesgotável sentido de missão leonina. O das boas causas, totalmente alinhado com os valores do nosso emblema, dos quais tu és a confirmação da sua verdade.
Tenho muito pena ver desaparecer o espaço que fundaste, mas percebo muito bem das tuas razões. A primeira delas o não quereres mais. A vida é feita de ciclos. Não há como combatê-lo. E se houve marca distintiva tua foi a da integridade. Sempre estiveste inteiro nas posições assumidas e defendidas e festejadas. Por isso mesmo a falta de reconhecimento da Direcção custa a aceitar. Contribuíste para a afirmação do Sporting dos anos mais recentes. Afinal, quando fundaste o blogue, o que era o clube no que toca a vitórias e orgulho das proezas conquistadas naquele tempo? Agora é fácil fazê-lo, mas tu fomentaste esse percurso, antecipaste-o. És por direito um construtor da obra que hoje vivemos, a da recuperação definitiva da nossa grandeza.
Caro e muito estimado Pedro, aqui te deixo um muito grande e leonino abraço. E umas calorosas saudações leoninas, que és mesmo do Sporting Clube de Portugal.
… eu estava em La Albuera, Espanha, participando numa recriação histórica comemorativa dos 214 anos da batalha, da Guerra Peninsular, com o mesmo nome.
Quando o arbitro apitou para o fim do jogo com o V. Guimarães, estávamos nos momentos finais desta recriação, estando a tocar o hino desta localidade.