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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

De mais uma vitória. Foi a quinta consecutiva do Sporting nesta Liga 2021/2022. A 23.ª em 29 desafios já disputados. E a 11.ª fora de casa - desta vez em Tondela, onde há um ano passámos à tangente, por 1-0, com golo marcado por Tiago Tomás. Desta vez o triunfo foi mais inequívoco e tranquilo: 3-1, com 2-0 ao intervalo. Dois golos em quatro minutos, aos 29' e aos 33', resolveram o problema. Missão cumprida nesta nossa antepenúltima saída antes de cair o pano. Restam-nos cinco finais. Há 15 pontos em disputa.

 

Da primeira parte. Exibição de classe da nossa equipa, com domínio absoluto no terreno bem reflectido nas estatísticas dos remates: nove do Sporting, nem um para amostra do Tondela. Sem ponta-de-lança, com três avançados em constante mobilidade (Edwards, Sarabia e Pedro Gonçalves) a baralhar as marcações adversárias, e o nosso trio defensivo muito subido, actuando perto da linha do meio-campo, sufocámos o Tondela, incapaz de sair do seu reduto nestes 45 minutos iniciais.

 

De Sarabia. Novamente o homem do jogo. Bisou, com todo o mérito. Primeiro aos 33', culminando uma excelente jogada colectiva: deu o melhor caminho à bola que lhe foi oferecida por Pedro Gonçalves. Depois de penálti, aos 69' - grande penalidade que ele próprio havia conquistado. Chamado a converter, não vacilou. Soma e segue. É líder destacado dos marcadores leoninos, com 17 golos nesta época.

 

De Ugarte. Titular como médio mais recuado, voltou a fazer uma exibição de grande nível. Já é peça-chave nesta equipa: toda a dinâmica ofensiva passou por ele. Espectaculares recuperações aos 16' e aos 24', anulando lances de construção do Tondela. Tentou o golo num remate cruzado aos 22' que passou rente ao poste. À bica com quatro amarelos, Rúben Amorim decidiu retirá-lo aos 56'. E fez bem: precisamos dele no Domingo de Páscoa, contra o Benfica.

 

De Gonçalo Inácio. Começou onde mais rende: na sua posição natural, como central colocado à esquerda. Exibição quase irrepreensível, aliás à semelhança de Neto e Coates, que com ele compunham o trio defensivo. Receberiam mesmo nota máxima se não fosse o deslize colectivo no solitário golo do Tondela, aos 71'. Mas Gonçalo merece o destaque sobretudo pelo magnífico golo que marcou, num fortíssimo disparo rasteiro com o pé esquerdo, a 30 metros das redes. Desmentindo aqueles que se queixam de «não haver remates de meia-distância» neste Sporting.

 

De Edwards. Titular pela segunda vez, após o jogo contra o Moreirense. Correspondeu por inteiro à confiança que o técnico lhe transmitiu nesta convocatória, praticando a arte de bem conduzir a bola. É ele quem inicia o contra-ataque que culmina no segundo golo. Aos 37', assiste Coates, que desperdiça atirando por cima. Grande jogada individual aos 44', esquivando-se aos adversários com notável capacidade de drible. Serve muito bem Pedro Gonçalves aos 58'. Ainda teve energia e capacidade para a colocar em óptima posição nos pés de Tabata, aos 81'. Saiu sob calorosos aplausos aos 90'+2. Merece integrar o onze inicial nas próximas partidas.

 

De outra estreia oriunda da nossa Academia. Desta vez foi o jovem Rodrigo Ribeiro, ainda com 16 anos. Já tinha actuado uns minutos na Liga dos Campeões, mas só ontem começou a marcar presença no campeonato. Entrou apenas aos 90'2+, mas ainda a tempo de exibir boa técnica num lance ofensivo. Mereceu a chamada, que vai servir-lhe de incentivo para novos voos.

 

Da capacidade ofensiva do Sporting. Marcamos há 42 jornadas consecutivas na Liga portuguesa. Um dado estatístico que merece ser destacado.

 

De ver o estádio cheio. Lotação esgotada em casa do Tondela: foi a melhor receita da equipa beirã nesta temporada. Com grande presença e vibração dos adeptos leoninos.

 

De Rúben Amorim. Cumprido o centésimo desafio ao serviço do Sporting. Com um triunfo - o resultado mais habitual neste treinador, um dos melhores que passaram por Alvalade desde sempre.

 

 

Não gostei

 

Do amarelo a Matheus Reis. O lateral esquerdo, que estava tapado com cartões, fica fora do clássico em Alvalade. Por uma falta absolutamente escusada, a meio do terreno, ao entrar de sola num lance dividido quando já vencíamos por 2-0. Não havia necessidade.

 

Das ausências. Palhinha a cumprir castigo pelo quinto amarelo (estará disponível contra o Benfica). Nuno Santos por ter dito «uma obscenidade» a um adversário - coisa jamais vista num estádio de futebol. Slimani por alegada quebra de intensidade num treino de véspera. Amorim não facilitou: deixou-o fora da convocatória. Esperamos que este problema tenha solução rápida.

 

Do golo do Tondela. Aconteceu aos 71', praticamente na única vez em que a equipa beirã desenhou uma jogada de perigo, rápida e envolvente. Remate muito bem colocado, ao ângulo superior esquerdo da nossa baliza, sem hipótese de defesa para Adán. Mas continuamos a exibir a melhor defesa do campeonato: apenas 18 golos sofridos em 29 jogos.

 

De Daniel Bragança. Em campo desde os 56', quando o treinador decidiu poupar Ugarte ao risco de ver cartão amarelo. Mas o jovem médio entrou mal, protagonizando logo duas perdas de bola. Desconcentrado, sem ritmo, assim torna mais difícil o sonho de ser titular no Sporting.

 

De Vinagre. Voltou a ter uma oportunidade, entrando aos 71' para substituir Gonçalo Inácio (com Matheus Reis a transitar de lateral para central). Mais de 20 minutos sem um só lance que ficasse na memória dos espectadores. Continua a distinguir-se por fazer sempre a mesma manobra, a mesma finta, os mesmos passes inconsequentes. É um dos mistérios deste plantel: o tempo passa e ele continua igual, sem evolução visível.

O dia seguinte

Estes primeiros jogos depois das pausas das selecções são sempre complicados, a adrenalina dum grupo focado migra para parte incerta, cada um vive a pausa da sua forma. E ontem o onze feito de titulares que Rúben Amorim colocou em jogo parece que pouco tinha jogado junto, cada um a fazer o seu número que nada tinha a ver com o do colega ao lado, um futebol lento e previsível frente a um adversário "copy cat" do modelo do Sporting treinado por um ex-colega e admirador de Amorim, e foi assim que se chegou ao intervalo em vantagem através dum penálti a que já irei. Fora isso foi o desperdício de Pedro Gonçalves na única vez em que tudo foi bem feito e que fez jus ao título de campeão nacional.

Veio o segundo tempo e tudo ficou ainda pior, às tantas parecia que o Sporting equipava de amarelo. Até que entraram duas das aquisições deste ano, aquelas de que alguns dizem do pior, ou porque são do Mendes, ou porque os passes são partilhados, ou porque os valores são altos de mais, ou pelas comissões, ou daquilo que se lembrarem para justificarem andarem a cuspir na sopa que comem, agora que a relva está óptima e recomenda-se.

E com um Ugarte que regressou do Uruguai em modo turbo (assim vale a pena ter jogadores convocados para as selecções) e um Edwards em modo esgravulha o jogo mudou por completo e partir daí as oportunidades sucederam-se, foi mais um golo, podiam ter sido três ou quatro, que o diga Sarabia. Marcou o Nuno Santos, depois dum passe magistral do Ugarte.

Com adeptos (alguns, como é óbvio) que assobiam a equipa com ela a ganhar, depois do rival ter perdido, realmente só se pode esperar o pior. Felizmente não aconteceu. Depois admiram-se de andarem a perder títulos anos a fio com quem não assobia os seus jogadores mesmo depois das maiores cabazadas. E muito menos a ganhar em casa.

Melhor em campo? Daqueles que iniciaram o jogo, depois do óbvio Sarabia, o Matheus... não o Nunes, que anda a jogar mais para a bancada e menos para a equipa, o outro, o Reis. Dos outros, o Ugarte claro. Parecia-me o novo Aldo Duscher mas agora digo que é mesmo o Manuel Ugarte. Que se calhar chegará mais longe que o outro.

Sobre o penálti? Recordam-se daquele que marcaram ao Matheus Reis contra o Braga e que o Hugo Miguel demorou 5 minutos a convencer-se frente ao ecrã que aquilo era penálti ? Este foi igual. O triste árbitro lá se convenceu que tinha visto mal, e tão afectado ficou que a partir daí foi um festival de asneiras. A diferença é que com ou sem ele ganhávamos a este Paços de Ferreira, e com o outro perdemos em casa com  o Braga. Se foi de propósito para apagar da memória as palhaçadas que acontecem nos jogos do Porto, só apetece dizer uma coisa feia... Este VAR era de onde?

E termino com mais uma tirada genial do Amorim:

“Eu acho que é um excelente elogio , pelo menos é o maior elogio que nos podem dar à equipa técnica , que conseguimos que o Sporting fosse beneficiado pela arbitragem e eu acho que isso realmente é um grande milagre que esta equipa técnica conseguiu.”

É isso mesmo Amorim, deixa a modéstia de lado, conseguiste um verdadeiro milagre. E quando do outro lado estiver o Porto então eu vou mesmo a pé a tua casa agradecer. 

#JogoAJogo

SL

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Do triunfo em casa. Derrotámos o Paços de Ferreira por 2-0 num jogo quase de sentido único em que a equipa adversária não fez um só remate enquadrado. O resultado foi superior à exibição, mas o que importa são os três pontos: já somamos 70. Colocamos pressão sobre o FC Porto, que recebe hoje o Santa Clara.

 

De Sarabia. Tornou-se, neste desafio, o maior marcador leonino desta temporada 2021/2022. Apontou o nosso primeiro, aos 20', de grande penalidade: chamado a convertê-la, cumpriu o que lhe competia com categoria e sem sombra de hesitação. Nesta partida, fez sete dos 13 remates do Sporting - números que confirmam a sua influência no onze titular. Protagonista de um dos melhores lances individuais ao conduzir a bola dominada durante cerca de 40 metros, aos 70', culminando com um disparo à baliza que embateu na barra: esteve a centímetros de marcar o que seria um dos melhores golos deste campeonato.

 

De Ugarte. O nosso meio-campo funcionava a meio-gás, com um Palhinha longe da melhor forma física e Matheus Nunes sempre a abusar do individualismo, quando Amorim fez entrar aos 57' o jovem internacional uruguaio, que com um par de recuperações esticou o jogo leonino, tornando-o mais ofensivo e veloz. Grande remate aos 65'. Aos 72', assistiu para o segundo golo com um espectacular passe de 40 metros. Merece jogar de início. 

 

De Nuno Santos. Dinâmico, acutilante, influente tanto na manobra defensiva como na condução do ataque pelo seu corredor. Bons cruzamentos aos 32' e aos 68'. Regressou aos golos, marcando o segundo com uma magnífica recepção orientada e um perfeito tempo de intervenção, tirando o guarda-redes do caminho. É já o quarto melhor marcador do Sporting.

 

De Edwards. Entrou bem quando Amorim lhe deu ordem para saltar do banco, aos 57'. Ele e Ugarte sacudiram o torpor que parecia ter-se apoderado da equipa desde o recomeço da partida. Grande passe de calcanhar para Matheus Nunes dentro da área aos 66'. No mesmo minuto, fez a bola embater duas vezes nos ferros. É um futebolista de inegável destreza técnica, acima da média.

 

De confirmar que temos um banco com qualidade. Neste aspecto estamos ainda melhor do que na época passada. Como ficou evidente com as entradas de Ugarte (57'), Edwards (57'), Slimani (75') e Daniel Bragança (84'). Qualidade a duplicar em quase todas as posições.

 

Da nossa defesa de betão. Outro jogo termina com as redes leoninas imaculadas. Em 28 jogos da Liga 2021/2022, este foi o 16.º em que não sofremos golos. Reforçamos a nossa posição como equipa mais intransponível. Elogio para o trio de centrais desta recepção ao Paços: Gonçalo Inácio, Coates e Matheus Reis. Além de Adán, claro. 

 

De somarmos 22 vitórias em 28 jogos. Marca muito positiva. Reforçada com este quarto triunfo consecutivo no campeonato. E com o facto de marcarmos há 41 jogos seguidos em várias competições. 

 

De termos dado um passo de gigante para garantir um lugar na Champions. O segundo lugar na Liga dificilmente nos fugirá: temos agora mais nove pontos do que o Benfica, derrotado em Braga (2-3) nesta jornada. Algo importantíssimo para assegurar os milhões da liga milionária. Deixando a larga distância uma equipa que tem quase o dobro do orçamento da nossa.

 

 

Não gostei

 

De termos estado 35' sem fazer um remate. A equipa afrouxou desde o golo de penálti, marcado cedo, e abrandou de tal maneira que acabou por conceder iniciativa de jogo e domínio de bola ao adversário. Os nossos jogadores pareciam adormecidos, sem vontade de procurar a baliza do Paços. Pedia-se mexida no onze - fez bem Amorim em fazer duas trocas antes de se esgotar a hora do jogo.

 

De Pedro Gonçalves. Apagadíssimo. Com falta de ritmo, falta de dinâmica, incapacidade de criar desequilíbrios. Voltou a ser titular mas não justificou a aposta: o melhor que fez foi um remate frontal, aos 33', fazendo a bola sobrevoar a baliza. Passou ao lado do jogo, dando lugar a Edwards.

 

De Porro. Outro jogador em défice exibicional. Evidencia má forma física desde a mais recente lesão muscular. Foi incapaz de fazer a diferença, sobretudo nas movimentações rápidas junto à linha a que habituou os adeptos. 

 

Do 1-0 registado ao intervalo. Apenas uma oportunidade de golo nos 45 minutos iniciais - tirando o penálti convertido. Muito pouco.

 

Das quatro bolas aos ferros. Matheus Nunes atirou ao poste aos 66'. No mesmo minuto, Edwards viu o golo travado duas vezes pelo guarda-redes, que desviou em sequência para o poste e para a barra. Aos 70', foi a vez de Sarabia acertar em cheio na trave. Pontaria a mais, mas não no sítio certo.

 

Dos assobios. O jogo não estava a ser brilhante, o espectáculo era pobre, mas foi um sintoma de estupidez ouvir adeptos vaiarem os jogadores no minuto 53. Algo que já não acontecia há muito tempo e não fazia falta, surpreendendo até Rúben Amorim. Conclusão: entre os 28.788 presentes nas bancadas, havia pelo menos algumas centenas de imbecis. Quase tão mau como a debandada mal terminou o jogo: poucos foram os que ficaram para aplaudir a equipa.

Muchas gracias, Pablito!

Texto de Jorge Santos

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Sou um fã incondicional de Pablo Sarabia. É indiscutivelmente um jogador excepcional, que faz a diferença em quase todos os jogos e com uma classe só ao nível de Figo, Ronaldo e de mais uns poucos estrangeiros que passaram pelo nosso Sporting.

Também por isto, é utópico pensar que poderá ser jogador do Sporting na próxima época. Por várias razões:

- Porque acaba contrato com o PSG e passa a ser jogador livre. De resto, já pode assinar por qualquer clube (se calhar, até já se comprometeu e faz muito bem em não divulgar).

- Porque tem um vencimento de 3,5M€ líquidos por época e o Sporting não paga acima de 2M€ a ninguém (se é que algum jogador lá chega, o que duvido). Não acredito que esteja disponível para baixar o ordenado porque não precisa. Sabe que vai conseguir quem lhe pague o mesmo.

- Porque já saíram na imprensa, notícias que davam conta do interesse dos "grandes" de Espanha e de alguns emblemas das principais ligas da Europa.

- Por último, talvez o mais importante dos argumentos... se não é em todas, é em quase todas as vezes em que é entrevistado, Sarabia é questionado se o seu futuro passa pelo Sporting e nunca o ouvi soltar, no mínimo, um "vamos ver". Nunca o ouvi deixar o desejo ou manisfestar uma hipótese de poder tentar chegar a acordo com o Sporting. Bem pelo contrário, acho que dá para perceber perfeitamente que não pensa continuar e que só veio para o Sporting porque precisava de jogar, o que não aconteceria (muito) no PSG, visto que tem 29 anos e estamos em ano de Campeonato do Mundo. Além disto, o Sporting estaria na Liga dos Campeões, o que era aliciante até como montra de promoção.

 

Penso que conseguiu os seus objectivos. Se ainda não assinou por ninguém vai ser muito cobiçado e, repito, vai com toda a certeza jogar num clube com recursos financeiros superiores e que possa pagar aquilo que aufere actualmente.

Resta-nos disfrutar da sua qualidade até ao final da época e agradecer o facto de nos presentear com grandes golos, grandes passes para outros marcarem e ter honrado e respeitado o Sporting.

Parecendo-me que estes dois últimos pontos são indesmentíveis.

 

Da minha parte... MUCHAS GRACIAS, "PABLITO"! Y mucha suerte para el futuro!

 

Texto do leitor Jorge Santos, publicado originalmente aqui.

A voz do leitor

«Pablo Sarabia é um jogador evoluído que pensa e executa como os melhores da Europa, um verdadeiro descomplicómetro de talento nato que dá riqueza futebolística à equipa sem tirar o mérito às vitórias do colectivo. Será uma pena vê-lo partir precocemente no final da época, mas também uma alegria imensa de saber que fará parte da galeria dos craques que passaram pelo Sporting e deixaram a nostalgia da saudade de tempos memoráveis.»

 

Tiago Oliveira, neste meu postal

A voz do leitor

«Parece existir um tecto salarial, em que o vencimento [de] Sarabia está muito acima desse valor. Mas também a valia de Sarabia está muito acima da dos colegas, por isso acho que se poderia fazer uma excepção para ele. Os próprios colegas devem reconhecer que o Sarabia merece esse vencimento, pois fez um percurso que eles ambicionam fazer também, vem de um dos clubes mais ricos do mundo e joga numa das melhores selecções do mundo, e seriam benéficos para eles os ensinamentos que a sua qualidade e experiência lhes podem trazer.»

 

Vítor Hugo Vieira, neste meu texto

Investir em Sarabia

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Se eu pudesse dar um conselho à SAD leonina, recomendava-lhe que tentasse tudo para que Pablo Sarabia permaneça no nosso plantel na próxima temporada. Investimento prioritário no internacional espanhol, neste momento com 13 golos e nove assistências de Leão ao peito. Excelentes números.

Sei que é difícil. Alguns dirão mesmo que é um objectivo quase impossível. Mas quando a vontade de contornar obstáculos se torna muito forte, os "impossíveis" podem tornar-se viáveis nos negócios do futebol. 

Creio não ser o único a pensar assim.

Pódio: Sarabia, Coates, Neto

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-FC Porto, primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, pelos três diários desportivos:

 

Sarabia: 17

Coates: 16

Neto: 15

Matheus Nunes: 15

Adán: 14

Paulinho: 14

Ugarte: 13

Gonçalo Inácio: 13

Matheus Reis: 13

Porro: 13

Nuno Santos: 12

Slimani: 11

Edwards: 10

Daniel Bragança: 6

 

Os três jornais elegeram Sarabia como melhor sportinguista neste clássico.

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da nossa vitória categórica frente ao Estoril. Grande exibição no regresso - que já tardava - dos jogos no José Alvalade ainda com horário solar. Vencemos um emblema que impôs um empate ao Benfica e esteve a vencer o FC Porto por 2-0 antes de uma reviravolta de contornos duvidosos. A superioridade leonina foi indiscutível: o 1-0 que se registava ao intervalo só pecava por escasso. Consumou-se assim o 18.º triunfo do Sporting nesta Liga 2021/2022. Num embate em que a equipa adversária não fez um só remate à baliza leonina.

 

Do resultado. Não esperava menos que isto: derrotámos a equipa que joga de amarelo por 3-0. Igualando assim a nossa melhor marca deste campeonato alcançada nos desafios em casa. E levamos 46 remates vitoriosos - mais um do que os da Liga 2020/2021 nesta mesma fase.

 

Do regresso de Pedro Gonçalves aos golos. Foi só encostar, é verdade, mas revelou reflexos muito rápidos e concentração total para marcar o nosso primeiro. Estavam já decorridos 40', aproveitando da melhor maneira um mau alívio do guarda-redes Dani Figueira, que largou a bola em zona frontal. O melhor artilheiro do campeonato 2020/2021 confirma-se assim como primeiro goleador do Sporting também nesta temporada. Esperemos que este jogo tenha contribuído para o vermos recuperar confiança em si próprio.

 

De Sarabia. Não faz malabarismos em campo para suscitar o aplauso fácil das bancadas nem se perde em rodriguinhos com a bola. Mas o internacional espanhol tem uma extraordinária capacidade técnica que põe sempre ao serviço da equipa. Foi dele o fortíssimo remate rasteiro, de meia-distância, que provocou uma defesa incompleta e a consequente recarga originando o nosso primeiro golo. E marcou essa obra-prima que foi o nosso terceiro, aos 81' - um disparo fabuloso, ao ângulo mais distante, que fez levantar o estádio. Soma e segue: foi o melhor em campo. Infelizmente não o veremos em acção na próxima jornada: ficará de fora por ter visto o quinto amarelo.

 

De Matheus Reis. Outra magnífica exibição. Regressou à ala esquerda, da qual foi dono e senhor, e destacou-se sobretudo na manobra ofensiva, nunca deixando os créditos por pés alheios. Fez excelentes cruzamentos aos 12' e 24' (dois) que mereciam ter sido mais bem aproveitados. E encarregou-se ele próprio de marcar o segundo, beneficiando de uma primorosa assistência de calcanhar de Paulinho, rematando sem hipótese de defesa aos 76'. Quase bisou dois minutos depois. Parece crescer de jogo para jogo, sempre em benefício do colectivo leonino.

 

De Slimani. O treinador mandou-o entrar aos 70', quando Ugarte se lesionou, dando instruções a Paulinho para se fixar na ala esquerda do nosso ataque. O argelino cumpriu, deixando bem evidente a sua vontade de ser útil à equipa. E foi. Primeiro como um dos intervenientes do segundo golo, iniciando o ataque no corredor central com um passe para Matheus Reis, que corria junto à linha. Depois, servindo Sarabia no terceiro. Foi a sua primeira assistência neste regresso ao Sporting, incentivado pelos 35.270 espectadores ali presentes.

 

De Porro. Muito dinâmico, sempre inconformado. Conduziu numerosos ataques pela ala direita, sempre encostado à linha, e destacou-se por cruzamentos bem medidos aos 28', 61' e 68'. O nosso segundo golo tem início nos pés dele, com uma longa diagonal de 30 metros. Com algumas queixas físicas, agravadas após ter sofrido um pisão, foi substituído aos 82' por Gonçalo Esteves. Sob merecidos aplausos.

 

Do reencontro com alguns jogadores que passaram pelo Sporting. Cinco, nesta partida: Francisco Geraldes, André Franco, Joãozinho, Leonardo Ruiz e Romário Baró. Gostei mais de rever uns do que outros, como é natural.

 

De termos reforçado o nosso estatuto de melhor defesa do campeonato. Apenas 15 golos sofridos em 23 jogos. Todos merecem elogio - incluindo Neto, ontem nosso capitão: não falhou qualquer passe na primeira parte contra o Estoril.

 

 

Não gostei

 

Das ausências. Entrámos desfalcados para este jogo, com quatro futebolistas castigados em simultâneo: Coates, Palhinha, Esgaio e Tabata. Pode ser coincidência, mas não parece.

 

De Matheus Nunes. Ter-lhe-á feito mal o rasgado elogio que lhe tributou Pep Guardiola? A verdade é que esteve muito apagado no meio-campo, errando passes, travando o ritmo de jogo e agarrando-se em excesso à bola quando lhe competia conduzir ali a manobra ofensiva num dueto que partilhou desta vez com Ugarte (Palhinha não jogou por estar castigado). Rúben Amorim trocou-o aos 60' por Daniel Bragança, muito mais acutilante e objectivo. Não por acaso, o segundo e o terceiro golos ocorreram já com o substituto em campo.

 

Da lesão de Ugarte. Após a disputa de uma bola, caiu desamparado e esteve dois minutos estendido no relvado. Acabou por sair, visivelmente aturdido, e foi de imediato conduzido ao balneário para um exame clínico. Esperemos que o jovem internacional uruguaio recupere depressa. 

 

De Raul Silva. Emprestado pelo Braga ao Estoril, o maior sarrafeiro da equipa minhota confirmou a sua péssima fama mal foi lançado no jogo, aos 60': três minutos depois, na disputa de uma bola com Porro, aplicou-lhe um pisão que poderia tê-lo lesionado gravemente, acabando expulso aos 65' por Helder Malheiro - com desempenho competente como juiz da partida, sobretudo quando comparado com a maioria dos seus colegas que já apitaram jogos do Sporting.

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da nossa vitória clara no Jamor. Goleámos por 4-1 aquela aberração que responde pela sigla B-SAD. Num Estádio Nacional só com adeptos do Sporting. 

 

Da nossa entrada com grande dinâmica ofensiva. Dois golos logo a abrir o jogo. O primeiro aos 11', por Paulinho, o segundo aos 17', por Porro. Ao intervalo, vencíamos por 3-1. A segunda parte começou com mais um golo, aos 47'. A partir daí, imperou a gestão da condição física dos jogadores, mas sempre a mantermos a posse de bola. Deu até para Rúben Amorim esgotar as substituições, ao contrário do que costuma fazer: trocou Porro por Gonçalo Esteves (52'), Matheus Nunes por Daniel Bragança (52'), Pedro Gonçalves por Tabata (58'), Nuno Santos por Vinagre (58') e Sarabia pelo estreante Edwards (71').

 

De Paulinho. Regressou aos golos. E logo a bisar. No primeiro, com Sarabia a construir para ele no lado direito, bastou-lhe encostar. O segundo, a abrir a etapa complementar, foi de excelente execução técnica, com assistência perfeita de Porro: golo de cabeça do avançado leonino. Faz-lhe bem ter a concorrência do recém-regressado Slimani.

 

De Porro. Voltou à titularidade e voltou às grandes exibições. Confirma-se como o melhor ala direito a actuar na Liga portuguesa e um dos melhores que jogaram desde sempre nesta posição no futebol do Sporting. Marcou um extraordinário golo aos 17' - indefensável bomba disparada de meia distância com o seu potente pé direito após assistência de Ugarte. E foi dele o passe para o segundo de Paulinho. Merece ser distinguido como melhor em campo.

 

De Sarabia. É um prazer ver jogar este titular da selecção espanhola, emprestado ao Sporting pelo Paris Saint-Germain. Tem classe, tem categoria, tem excelente técnica, tem apurada visão de jogo. E tem golo: marcou mais um nesta partida - o terceiro, aos 45'+1, após cruzamento de Nuno Santos, no seu terceiro jogo consecutivo a facturar nesta Liga 2021/2022. Já tinha assistido no primeiro, de Paulinho. Outra actuação de grande nível. Soma nove golos e oito assistências no Sporting.

 

De Gonçalo Esteves. Quando Amorim retirou Porro, decidindo poupá-lo a desgaste extra já a pensar na partida de domingo frente ao Famalicão, o miúdo que veio do Porto deu boa conta do recado. Vencendo sucessivos confrontos individuais, confirmando duas características fundamentais: intensidade e velocidade. E nem hesitou em tentar o golo: aos 83', concretizou um belo remate que rasou a trave. Por vezes faz-nos esquecer que ainda é júnior.

 

Da estreia de Edwards. O ex-internacional sub-20 inglês foi brindado com vibrante ovação dos adeptos neste seu jogo inaugural de verde e branco, recém-chegado de Guimarães. É um grande reforço, ninguém duvida. Terá tempo de assimilar os processos de jogo em Alvalade, sob o comando de Amorim. Fez bem o treinador em proporcionar-lhe minutos numa fase em que não pairava a menor dúvida sobre o desfecho desta partida no Jamor.

 

Da grande atitude da equipa. Futebol alegre e vertical, demonstrando que aquele período de mini-crise em que perdemos dois jogos (contra o Santa Clara nos Açores e contra o Braga em casa) está superado. O facto de nos termos sagrado campeões de Inverno, derrotando o Benfica na final da Taça da Liga, ajudou muito.

 

Da nossa regularidade na marcação de golos. Já levamos 35 jogos a facturar nesta época, até ao momento só ficámos uma vez em branco.

 

De termos aumentado a distância que nos separa do Benfica. Os encarnados, ontem derrotados na Luz pelo Gil Vicente (1-2), voltam a estar seis pontos abaixo de nós. E começam a ter o Braga à perna, ameaçando disputar-lhes o terceiro lugar.

 

Do árbitro Gustavo Correia. Deixou jogar, adoptando um critério largo, à inglesa, sem apitar sempre que um jogador se atira para o chão. Ao contrário de vários dos seus colegas, que param o jogo a todo o momento por supostas faltas que noutros campeonatos jamais mereciam o som do apito.

 

 

Não gostei

 

De termos sofrido um golo. Foi aos 21': belo golo de Camará, sem qualquer hipótese de defesa para Adán. Seis minutos depois, o nosso guarda-redes, com uma intervenção oportuníssima, impediu o B-SAD de fazer o 2-2: se tal não tivesse acontecido, o desfecho deste encontro talvez fosse bem diferente. A verdade, de qualquer modo, é que reforçamos a nossa posição como defesa menos batida do campeonato: apenas 13 golos sofridos em 20 jogos.

 

De Pedro Gonçalves. O que se passa com o nosso atacante, que brilhou no campeonato anterior e foi elemento essencial da conquista do título que nos fugia há 19 anos? Anda a rematar frouxo, um pouco perdido no campo, sem a mesma atracção pela baliza. É verdade que foi ele a iniciar o lance do terceiro golo, mas falhou dois que o Pedro Gonçalves de 2020/2021 teria concretizado.

 

De Vinagre. Continua a parecer um corpo estranho na equipa. Joga sempre da mesma forma, correndo colado à linha esquerda, faz sempre a mesma finta de corpo, cruza a bola sempre do mesmo modo e falha por sistema esses centros por ter deficiente noção das movimentações dos colegas na área. Desta vez esteve mais de meia hora em campo mas aproveitou-se pouco do que fez.

 

De mantermos cinco jogadores à bica. Sarabia, Palhinha, Porro, Esgaio e Pedro Gonçalves estão à beira de ser excluídos por acumulação de amarelos. Nenhum deles "limpou" o castigo. Esperemos que não venham a ser amarelados no próximo domingo, frente ao Famalicão, o que os impediria de comparecer no clássico do Dragão, marcado para o dia 11.

 

Deste inenarrável B-SAD. Vai descer de divisão no final da época, seguramente. Mas é penoso continuar a ver em campo onze jogadores que não são de nenhum clube nem formam uma verdadeira equipa, sob contrato de uma entidade sem nome nem emblema nem bandeira nem estádio nem sócios nem adeptos. Um abcesso no futebol português.

Pódio: Sarabia, Gonçalo Inácio, M. Nunes

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Benfica, final da Taça da Liga, pelos três diários desportivos:

 

Sarabia: 20

Gonçalo Inácio: 19

Matheus Nunes: 17

Matheus Reis: 17

Palhinha: 17

Esgaio: 16

Feddal: 16

Porro: 15

Paulinho: 15

Adán: 15

Pedro Gonçalves: 14

Neto: 13

Nuno Santos: 7

Ugarte: 7

Tiago Tomás: 6

 

Os três jornais elegeram Sarabia como melhor em campo.

Quente & frio

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Gostei muito da conquista da Taça da Liga, que nos consagra como campeões de Inverno, pelo segundo ano consecutivo. É, portanto, uma reconquista. Numa competição que em 2009 nos foi sonegada contra o mesmo adversário de ontem, o Benfica, por uma equipa de arbitragem liderada por um dos mais vergonhosos apitadores que passou por relvados nacionais. Mas valeu a pena a espera. A vingança serve-se fria: nas últimas cinco edições desta prova, saímos campeões por quatro vezes. Agora a bisar, com Rúben Amorim, já com quatro títulos e troféus no seu currículo ao comando do Sporting em menos de dois anos. Esta Taça da Liga, que vencemos na final de Leiria por 2-1, é a segunda proeza leonina na temporada, após a Supertaça ganha a 31 de Julho.

 

Gostei do domínio claríssimo da nossa equipa. Esta superioridade foi manifesta mesmo após sofrermos um golo, aos 22', contra a corrente do jogo. Soubemos manter-nos coesos e acutilantes, nunca perdendo de vista o objectivo: havia que levar a taça para casa. As estatísticas confirmam esta superioridade: 61% de posse de bola leonina, 13-2 em remates, com óbvia vantagem para o nosso lado. Estivemos sempre mais perto do 3-1 (Paulinho mandou uma bola à barra, aos 73') do que o Benfica de empatar. Foi a quinta reviravolta da temporada, o que indicia robustez psicológica. E também uma evidente injecção de moral na equipa, demonstrando que a derrota em casa contra o Braga não passou de acidente de percurso. Vale a pena assinalar o onze titular verde-e-branco neste clássico em Leiria: Adán; Neto, Gonçalo Inácio, Feddal; Esgaio, Palhinha, Matheus Nunes, Matheus Reis; Pedro Gonçalves, Sarabia e Paulinho. Entraram ainda Porro (66') para substituir o amarelado Neto, passando Esgaio para central, Ugarte (85') para render Matheus Nunes, e Tiago Tomás e Nuno Santos (88'), para os lugares de Paulinho e Sarabia. Este último foi, para mim, o herói do jogo: faz de canto a assistência para o primeiro golo, num cabeceamento de Gonçalo (49'), e marca o segundo, o decisivo, fuzilando Vlachodimos de pé esquerdo após uma espectacular recepção de bola em que demonstrou toda a sua classe (78'). Destaques também para Palhinha, sempre superior ao adversário como médio de contenção, e o reaparecido Pedro Porro, autor da assistência para o golo da vitória com um passe de 30 metros muito bem medido. Gonçalo e Matheus Reis também merecem realce, tal como Matheus Nunes, que auxiliou Palhinha no domínio do meio-campo, onde o adversário actuava com três elementos.

 

Gostei pouco que só no segundo tempo tivéssemos traduzido em números a nossa manifesta superioridade no terreno. Mas até nisto se comprovou a maturidade da equipa, funcionando como verdadeiro colectivo: nunca nos desorganizámos nem perdemos o fluxo ofensivo apesar de termos menos um dia de descanso do que o adversário, que disputou a meia-final 24 horas antes. Embalados pelo entusiástico apoio que vinha das bancadas, onde os aplausos eram quase todos para o Sporting. Os benfiquistas passaram grande parte da segunda parte a assobiar a própria equipa. No fim, brindaram-na com uma monumental vaia, enquanto Rui Costa fumava nervosamente na tribuna do estádio, gesto que lhe fica muito mal. Mas percebe-se o nervosismo: em dois confrontos com o Sporting nesta temporada, registam-se já duas derrotas encarnadas. Com 5-2 em golos, primeiro no campeonato e agora nesta final.

 

Não gostei da ausência de Coates, o nosso inabalável capitão, que se encontra ao serviço da selecção do Uruguai. Mas foi bem substituído no centro da defesa por Gonçalo Inácio (que até marcou um golo à Coates) e certamente se associou em espírito à bonita festa da vitória no relvado, com justos vencedores e dignos vencidos - desta vez ninguém atirou medalhas para as bancadas, imitando o imperdoável gesto de Sérgio Conceição numa final perdida contra o Sporting. 

 

Não gostei nada de ver num camarote VIP do estádio o arguido Luís Filipe Vieira, que ali esteve certamente a convite da Liga. É preciso muito descaramento e perda total de noção das conveniências para ter a lata de se exibir entre os assistentes desta final. Se pensava reabilitar-se, estava muito enganado: os adeptos encarnados rodearam-no no final com insultos e ameaças. Foi necessária a protecção de mais de uma dezena de elementos da unidade especial da PSP presente no local para regressar à viatura que o transportou.

Quente & frio

Gostei muito de ver o Sporting qualificar-se ontem, em Leiria, para a final da Taça da Liga, a disputar no próximo sábado contra o Benfica - com menos 24 horas de descanso para o nosso lado. Somos favoritos à conquista do troféu: nas últimas quatro épocas levámos três destas taças para o museu leonino. A maior responsabilidade, portanto, é nossa. Queremos sagrar-nos novamente campeões de Inverno.

 

Gostei dos primeiros 20 minutos da actuação do Sporting nesta partida contra o Santa Clara, que vencemos 2-1. Pressão alta, velocidade, passes de ruptura, bom desempenho de Matheus Reis e Nuno Santos na ala esquerda. Infelizmente, neste melhor período não construímos qualquer lance de verdadeiro perigo. E foi até a equipa açoriana a marcar primeiro, aos 32', de livre directo, aproveitando a deficiente formação da nossa barreira. 

 

Gostei pouco que só tivéssemos chegado à vitória graças à "estrelinha" do nosso treinador, que ontem voltou a brilhar. Fixámos o resultado sem criar uma só oportunidade de golo. O primeiro, aos 40', entrou na baliza do Santa Clara devido a um caricato lapso do central Villanueva, que apareceu na área como se fosse ponta-de-lança leonino, metendo-a lá dentro na sequência de um cruzamento de Nuno Santos, sem nenhum jogador nosso a pressionar a bola. O segundo resultou de um penálti assinalado por António Nobre, após advertência do VAR, Nuno Almeida: lance que com outros árbitros talvez passasse em claro. Somado a isto, foi expulso Rui Costa, o jogador que fez a falta. Chamado a converter, Sarabia não falhou: a nossa passagem à final deve-se ao internacional espanhol, para mim o melhor em campo também pelos desequilíbrios que criou à frente em jogadas de bom recorte técnico. Além de ter sido ele a pressionar o adversário no lance de que resultou a grande penalidade.

 

Não gostei da falta de energia anímica dos nossos jogadores, que mesmo em superioridade numérica desde o minuto 65 (e houve oito minutos de tempo extra) quase se limitaram só a trocar a bola no meio-campo ofensivo, sem aproximação à baliza, proporcionando um espectáculo deplorável aos 7332 adeptos presentes no estádio leiriense. E fiquei perplexo por termos entrado em campo com dois médios defensivos, Palhinha e Ugarte. Nada digno de um plantel que é campeão nacional. Atitude de equipa pequena, resultadismo no seu pior.

 

Não gostei nada de um falhanço inacreditável de Paulinho em recarga à boca da baliza, a um metro da linha de golo e sem opositor pela frente: fez quase o impossível, atirando ao lado com o seu melhor pé. Parecia uma rábula humorística, para os "apanhados". Mas sem graça alguma. Desta vez fora do onze titular, o ex-avançado do Braga entrou aos 67' para substituir Pedro Gonçalves, que andou perdido no campo, sem nada ter feito digno de nota. Paulinho desperdiçou três oportunidades para o 3-1: aos 83' optou por um passe ao guarda-redes; aos 89' rematou sem eficácia, permitindo a defesa; no minuto seguinte, teve aquela perdida incrível. Não nos iludamos: temos um sério problema lá na frente. E a nossa consistência defensiva deixou de ser o que já foi, como comprova o golo sofrido de bola parada. Sem a tal "estrelinha" que costuma acompanhar o nosso técnico, não teríamos vingado ontem a derrota sofrida frente ao Santa Clara para o campeonato a 7 de Janeiro. Foi aí que a maré baixa começou.

Amanhã à noite em Alvalade

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Voltamos amanhã a Alvalade para mais um encontro da 1.ª Liga, agora com a quarta melhor equipa portuguesa, depois de dois jogos fora com desfecho diferente. 

Desde que Rúben Amorim chegou ao Sporting contamos por vitórias os jogos disputados com o Braga. Perdendo Amorim, Palhinha, Paulinho e Esgaio mas encaixando uns bons milhões, o "trolha" dedicou-se ao que melhor sabe fazer e parece que há uma cidade desportiva a caminho. Faz muito bem.

Neste momento o Braga é uma equipa em reconstrução, com uns jovens interessantes. Difícil prever o que vai sair dali.

Assim, mais uma razão para o Sporting se preocupar apenas consigo mesmo. Desta vez, entre Covid, castigos e lesões, Nuno Santos e Jovane deverão estar de fora. Dos mais novos, pelo menos Gonçalo Esteves deverá estar no banco.

Neste último jogo com o Vizela gostei particularmente da articulação da banda direita Inácio-Esgaio-Sarabia e a do trio atacante Sarabia-Paulinho-Pedro Gonçalves. O elemento comum a estes dois trios é Sarabia, o que demonstra bem a sua importância na equipa. Só lhe faltou o golo, se calhar amanhã vai ser o dia dele.

 

Presumo então que o Sporting apresente de início o seguinte onze:

Adán; Inácio, Coates e Feddal; Esgaio, Palhinha, Matheus Nunes e Matheus Reis; Sarabia, Paulinho e Pedro Gonçalves.

Concluindo,

Amanhã o Sporting entra em campo em Alvalade para conquistar os 3 pontos em disputa com o Braga.

Considerando o sistema táctico de Rúben Amorim, qual seria o vosso onze?

 

#JogoAJogo

SL

Pódio: Sarabia, Palhinha, Coates

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Santa Clara-Sporting pelos três diários desportivos:

 

Sarabia: 16

Palhinha: 15

Coates: 13

Pedro Gonçalves: 13

Matheus Nunes: 12

Adán: 12

Nuno Santos: 12

Matheus Reis: 11

Paulinho: 10

Tabata: 9

Neto: 8

Esgaio: 7

Daniel Bragança: 6

 

A Bola e O Jogo elegeram Sarabia como melhor sportinguista em campo. O Record optou por Palhinha.

Rescaldo do jogo de ontem

Não gostei

 

Da nossa primeira derrota no campeonato. Em São Miguel, comportámo-nos no jogo inteiro como na jornada anterior durante o primeiro tempo frente ao Portimonense: cedemos a iniciativa ao adversário, fomos surpreendidos pelo sistema táctico da equipa oponente e vários dos nossos jogadores pecaram por sobranceria ou displicência. Ao ponto de nem terem aproveitado duas ocasiões em que nos adiantámos no marcador: logo aos 10', por golo de Palhinha, e aos 50', quando Sarabia fez o 1-2 frente ao Santa Clara. Saímos derrotados por 3-2, com manifesta superioridade da equipa açoriana. Que no início desta 17.ª jornada estava em 15.º na classificação e tinha o terceiro pior ataque da Liga 2021/2022.

 

De Esgaio. Partida para esquecer do lateral direito, que actuou em vez de Porro, ainda lesionado. Tem culpas nos três golos sofridos. Abre o flanco em jeito de avenida no primeiro (30'), falha a marcação no segundo (51') e está totalmente desposicionado no terceiro (78'), quando o "patrão" Coates já actuava lá na frente, como ponta-de-lança improvisado. Com a saída de Neto, passou de lateral a central sem ter subido de rendimento.

 

De Neto. Regressou à titularidade, por impedimento de Gonçalo Inácio. Esteve muito longe de jogar com a serenidade e a sabedoria que a sua experiência como central faria pressupor. Foi sempre o elemento mais instável, inseguro e intranquilo do nosso trio mais recuado. Parecia jogar sobre brasas. Repartiu com Esgaio responsabilidades nos dois primeiros golos que o Sporting sofreu. Saiu aos 59', certamente consciente de que nada fez para ajudar a equipa.

 

De Paulinho. Uma nulidade. Pensávamos que os três golos apontados frente ao Portimonense tivessem funcionado como tónico, mas não. Voltou ao mesmo, agora sem fazer até as movimentações de área e as diagonais a que nos foi habituando. Nos momentos decisivos, nunca estava no lugar certo. Fez o primeiro (e único) remate aos 90'+4, com a baliza à sua mercê, atirando ao lado. 

 

De Nuno Santos. Muito marcado no seu corredor, fez vários centros mas quase nenhum lhe saiu bem: ou eram muito curtos ou muito longos ou fáceis de interceptar pela defesa adversária. Continua com o péssimo hábito de se atirar para o chão aos gritos simulando falta, atitude antidesportiva a que já devia ter posto fim. 

 

De Pedro Gonçalves. Nono jogo seguido sem marcar - uma diferença assinalável em relação à época anterior. Abusou dos remates inconsequentes e até marcou um livre de forma anedótica, aos 72', quando estávamos empatados 2-2. Compensou diversas falhas com um soberbo passe que funcionou como assistência para o golo de Sarabia, mas é pouco para quem tantas virtudes exibiu na temporada 2020/2021.

 

De Tabata. Única substituição antes da hora do jogo: entrou aos 59', rendendo Neto, para tomar conta do corredor direito com o recuo de Esgaio. Em nenhum momento foi capaz de fazer a diferença, invertendo a tendência da partida. Vai somando oportunidades perdidas. Maldição do n.º 7?

 

De Daniel Bragança. Entrada tardia, só aos 83'. A emenda acabou por ser pior do que o soneto. Muito nervoso, sem evidenciar os dotes a que nos habituou, foi expulso sete minutos depois por pisão num adversário. Inicialmente advertido com amarelo pelo árbitro Rui Costa, esta decisão foi revertida por intervenção do VAR. Passámos a jogar os últimos seis ou sete minutos só com dez quando precisávamos de marcar dois para vencer. 

 

Da ausência de Rúben Amorim. Não será coincidência: a primeira derrota do Sporting em competições internas desde Maio de 2021 ocorre com o treinador impedido de viajar para os Açores por ter covid-19. Foi dando instruções por telemóvel ao seu jovem adjunto Carlos Fernandes, mas isso é insuficiente. Os jogadores necessitam da presença física e da voz de comando do técnico principal. Acompanhar o jogo pelas imagens televisivas, que quase só se limitam a acompanhar a bola, não é a mesma coisa. 

 

Dos golos sofridos. Antes deste jogo, tínhamos sete. Agora já vamos com dez: metade ocorreram nas duas últimas jornadas, o que não augura nada de bom. O que é feito da consistência defensiva que sempre constituiu o principal trunfo deste Sporting de Rúben Amorim?

 

Da desorganização. Não é nada vulgar nesta era Amorim, mas o jogo partiu-se demasiado cedo e foram accionadas medidas de emergência que soaram em excesso a improviso. Sobretudo no quarto de hora final. Coates a ponta-de-lança procurando colmatar a ineficácia de Paulinho, Palhinha recuando para a posição do uruguaio, Esgaio transitando de lateral para central... Tanta baralhação não trouxe nada de bom. 

 

Das substituições. Face ao descalabro deste nosso primeiro jogo disputado em 2022, apenas duas: troca de Neto por Tabata e de Matheus Nunes por Bragança. Ficaram três por fazer. Porquê? Falta de confiança em quem permaneceu no banco? Se alguém tinha dúvidas sobre a insuficiência deste plantel quando enfrentamos quatro provas em simultâneo e se avizinham jogos de selecções que nos desfalcarão ainda mais a equipa, este jogo tornou isso muito evidente.

 

 

Gostei

 

Do nosso primeiro golo, aos 10'. Fortíssimo disparo de João Palhinha, rasteiro, muito bem colocado, aproveitando da melhor maneira um ressalto que levou a bola a sair da grande área do Santa Clara. Este lance começa a ser construído pelo próprio Palhinha com um magnífico passe longo a toda a largura a partir da esquerda a que Sarabia deu a melhor sequência após impecável recepção junto à linha direita.

 

Do nosso segundo golo, aos 50'. A bola bombeada por Pedro Gonçalves sobrevoa a linha defensiva açoriana. Sarabia, esquivando-se à marcação perto do segundo poste, nem a deixa tocar no chão: remata de primeira com o seu pé menos bom (o direito), numa diagonal bem desenhada. Intervenção no primeiro golo e marcador do segundo: o internacional espanhol merece ser destacado como o melhor dos nossos em campo. Ou antes, o menos mau.

A voz do leitor

«Qual a diferença desta época para a anterior? Sarabia. Joga e faz jogar, os cantos marcados levam sempre perigo; Sarabia, titular da seleção espanhola, tem a humildade dum principiante, está cada vez mais adaptado. Grande reforço, pena que só por esta época. Obrigado, Nuno Mendes. Obrigado, Amorim. Obrigado, Direcção.»

 

Leão de Queluz, neste texto do Luís Lisboa

 

 

Pódio: Sarabia, Daniel Bragança, Palhinha

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Casa Pia-Sporting, para a Taça de Portugal, pelos três diários desportivos:

 

Sarabia: 19

Daniel Bragança: 18

Palhinha: 16

Pedro Gonçalves: 16

Paulinho: 15

Coates: 15

Matheus Reis: 15

Esgaio: 14

Gonçalo Inácio: 14

Matheus Nunes: 13

João Virgínia: 13

Nuno Santos: 12

Ugarte: 12

Nazinho: 11

Tabata: 10

 

A Bola e O Jogo elegeram Sarabia como melhor em campo. O Record optou por Daniel Bragança.

O dia seguinte

O Sporting conseguiu ontem os seus objectivos debaixo de chuva forte em Pina Manique. Ultrapassou o Casa Pia rumo ao Jamor sem lesões ou castigos no seu melhor onze.

 

Não foi fácil a primeira parte. O Casa Pia entrou bem, pressionante e objectivo, e foi recompensado por um bom golo. O Sporting foi atrás do prejuízo, com Palhinha e Bragança em bom plano, mas o trio dianteiro, muito igual, perdia-se na tentativa de combinações na zona central, com muitos adversários à volta. Só nos cantos o Sporting criava real perigo. Num Matheus Reis ameaçou, logo a seguir Coates a meias com Palhinha marcou. Entretanto Matheus Reis (que evolução, senhores) tinha safo mais uma oportunidade de golo do Casa Pia.

E chegámos ao intervalo empatados.

O "Al Morim" viu o óbvio: entrou Paulinho e colocou Tabata a ala esquerdo. E o Sporting logo encostou o Casa Pia às cordas. Pedro Rodrigues e Sarabia pareciam outros, as oportunidades de golo sucediam-se: uma bola no poste do Pedro que foi uma obra-prima de execução, quando finalmente Sarabia marcou um belo golo num remate indefensável à entrada da àrea.

 

Estava tudo a correr bem quando o árbitro "irmão do outro que é dirigente", que até estava a fazer boa arbitragem, com um critério largo e uniforme que manteve até ao fim do jogo, aceitando-se desse ponto de vista que não tenha marcado dois penáltis a favor do Sporting, por mão na bola e carga lateral a Bragança, até porque não marcou depois numa carga posterior de Matheus Reis, tem uma decisão completamente desprovida de sentido e expulsa um jogador que apenas se protege duma entrada imprudente num "tackle" deslizante, ainda por cima dum jogador deficientemente protegido.

Admitindo que o gesto de auto-protecção deTabata, do seu ângulo de visão, possa ter parecido duvidoso, devia ter mostrado amarelo e esperar pela análise do VAR. Vendo o lance, nada indica que seja de expulsão. Depois temos a questão da uniformidade de critérios. O Tiago Martins e o Rui Costa são árbitros do mesmo país? Como é que um, no tackle do japonês em Barcelos, mostra amarelo a quem entra assim e este mostra vermelho a quem sofre a entrada?

Não sei se algo se passa lá na arbitragem, se a coligação "do leitão" está em cima deles a exigir o retorno do investimento, assustados com o sucesso do Sporting e assediados pela Justiça e pela FIFA, mas estes três últimos jogos da equipa A e os últimos da B (neste então há uma expulsão do Chico Lamba completamente ridícula) foram de grande prejuízo para o Sporting.

Vamos ver o próximo.

 

Mas voltando ao Casa Pia-Sporting: a jogar com 10, Rúben trancou o jogo, entraram três jogadores frescos, reorganizou-se a defesa e foi só esperar pelo fim dos 90 e picos minutos. Foi o tal "sentar-se em cima do resultado" que define as grandes equipas.

Foi bom no final ouvir Sarabia, um titular da selecção de Espanha que não levantou qualquer problema por ter sido substituido em Barcelos e ontem correu e lutou o tempo todo, marcando um grande golo. Nas suas declarações demonstrou entender perfeitamente o jogo, se calhar está ali um futuro treinador. 

E assim cá vamos... rumo ao Jamor. Para repetir a grande vitória de há três anos, com Marcel Keizer.

 

#OndeVaiUmVãoTodos

SL

Pablo Sarabia

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Recordo o sarcasmo e até as injúrias de que foram alvo os nossos então novos jogadores no início da época passada - um porque era "eterno suplente", outro porque se apresentou com uns calções ridículos, outro porque tinha sido "obscenamente caro", outro por vagas suspeitas de ser "lampião", etc. Todos eles - Adán, Porro, Pedro Gonçalves, Feddal, Nuno Santos - singraram e tornaram-se campeões nacionais.

Vem isto a propósito de Pablo Sarabia, que esta época veio reforçar o Sporting sem sombra de dúvida. No início não faltaram sportinguistas a torcer o nariz, dizendo que mal se dava por ele em campo e lembrando que estava "encostado" no PSG. Sempre considerei irrelevante o facto de não jogar na equipa parisiense antes de chegar a Alvalade. Porro e Adán, por exemplo, também não jogavam. E a qualidade de ambos está à vista.

O facto é que Sarabia vem marcando há três jogos consecutivos para o campeonato - ao Tondela, ao Benfica e ao Boavista. Além de dar a marcar também.

Os adeptos, em regra, festejam muito dois tipos de jogadores: os "brinca-na-areia", que adoram fazer malabarismos com a bola, e os "galgos de corrida", que parecem confundir futebol com atletismo. Jogadores com inegável classe acabam por ser assobiados nas bancadas – e lembro-me sempre do Nani, tantas vezes alvo da apreciação injusta dos adeptos por não ser brinca-na-areia nem galgo de corrida.

Sarabia, que também não é uma coisa nem outra, veio trazer um suplemento de classe ao Sporting – e ao campeonato português. Como já faz enquanto titular indiscutível da selecção espanhola.

Eu, como sócio e adepto, estou-lhe muito grato por isso.

{ Blogue fundado em 2012. }

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