Após os 3 primeiros jogos oficiais gostava de debater com os leitores algumas observações que me saltam à vista.
1) Não seria melhor jogar com Doumbia junto a Bas Dost e ter mais presença na área, deixando Podence para desequilibrar o jogo na segunda parte como aconteceu na Vila das Aves, para não acontecer como hoje em que faltavam no banco opções para desequilibrar, uma vez que Iuri tem um tremendo potencial mas é um jogador diferente e que Mattheus Oliveira e Bruno César também estão longe de ter essas características? Bem sei que Matheus Pereira é um desequilibrador e foi emprestado, mas a verdade é que se trata de um jogador que precisa de jogar para render o que sabe, e já vimos pela época passada que não ia ter essa regularidade.
2) Temos uma das melhores duplas de centrais dos últimos anos. Espero que Mathieu não sofra dos problemas físicos do passado que me fizeram temer a sua contratação, pois poderá ser uma tremenda mais valia como tem demonstrado, e tambem porque a qualidade das alternativas, infelizmente não oferece segurança.
3) Fábio Coentrão, apesar de obrigar a uma gestão do esforço, é claramente um upgrade face aos nossos últimos laterais. Esse mesmo upgrade se verifica na ala esquerda do ataque com Acuña.
4) Não poderia Bryan Ruiz ser opção no plantel? Qualidade não lhe falta e num registo em que joga menos vezes, poderá render mais e ser importante para a qualidade da gestão da posse de bola em alguns jogos, algo de que a nossa equipa sofre, principalmente sem William, mesmo apesar do papel extremamente importante de Battaglia que permite à equipa recuperar a bola mais à frente.
5) Piccini até ver ainda não mostrou ser melhor que Schelotto. Resta esperar para ver Ristovski.
6) Bruno Fernandes ainda tem muito que trabalhar sem bola para ser Adrien, como se viu hoje, jogo em que o nosso capitão, mesmo não estando na melhor forma, permitiu à equipa outra capacidade de recuperação de bola e de pressão.
A imprensa de hoje confirma, unânime: Daniel Podence foi o melhor jogador do Sporting na partida de ontem frente ao Marselha.
Se há candidato ao onze titular leonino na nova temporada, é ele. Tem feito por isso, procurando remar sempre contra a maré. Enquanto outros se mostram gatinhos, Podence é mesmo Leão.
Iuri e Podence entre os melhores jogadores jovens da Europa, garante a Marca
Leio num jornal de hoje que a Direcção do Sporting equaciona "pôr a rodar" Iuri Medeiros e Francisco Geraldes noutros clubes, repetindo aliás a receita já experimentada em épocas anteriores.
Considero um erro qualquer subvalorização dos jogadores oriundos da Academia leonina. Porque deprecia os nossos "activos", como agora se diz, e subverte uma das traves mestras da filosofia leonina. Que se baseia no ecletismo, por um lado, e no aproveitamento da formação, por outro.
Iuri e Chico Geraldes já rodaram o suficiente para se perceber que são valores seguros - à semelhança de tantos outros lançados nos últimos anos na equipa principal do Sporting: Eric Dier, Bruma, Cédric, João Mário, Adrien, William Carvalho, Rúben Semedo, Gelson Martins. Não por acaso, Luís Figo e Cristiano Ronaldo figurarão para sempre na galeria dos valores leoninos: ambos constituem exemplos vivos da excelência da nossa formação.
Se dúvidas restassem, repare-se neste artigo ontem dado à estampa no conceituado jornal espanhol Marca. Em 21 jogadores de diferentes países mencionados por se terem destacado no Europeu de sub-21, este diário realça dois dos nossos entre os cinco melhores: Podence e Iuri.
Do primeiro, sublinha a "habilidade e mobilidade" de que deu mostras neste certame, em que marcou um golo e deu outro a marcar. Do segundo, elogia-o por ser a "besta negra do Benfica" - assim designado por ter marcado quatro golos aos encarnados em cinco jogos - e pelo seu "pé canhoto de seda", evidenciado em duas assistências para golo no Euro sub-21.
Espero sinceramente que estes e outros jovens talentos não tenham de "nascer dez vezes" para demonstrarem definitivamente o que valem. Vestidos de verde e branco, não com outra camisola qualquer.
ADENDA: Enquanto uns recebem elogios, mais que merecidos, outros são esculhambados - também com toda a justiça.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre PODENCE:
- Francisco Chaveiro Reis: «O Sporting precisa urgentemente de avançados. Teo foi para os Jogos Olímpicos e calcula-se que não volte; Barcos não mostrou nada e Spalvis, antes de poder mostrar ao que vem, lesionou-se e vai perder seis meses, pelo que aposto que os poucos jogos que fará este ano serão na B. Há ainda Slimani, que não creio que fique em Portugal mais um ano. Bem vistas as coisas, sobram Alan e Podence e nenhum deles é um avançado de raiz. Falta poder de fogo e Jesus gosta de ter quatro homens para esta posição.» (22 de Julho)
- Eu: «Novamente o jogador mais em evidência. Substituiu Barcos na segunda parte, esticando o nosso jogo. Bom na finta, na dinâmica e na visão periférica.» (23 de Julho)
- Luciano Amaral: «É preciso pôr sempre os mesmos a jogar e eles não não chegam para todas. Isto dá mesmo que pensar, quando nos lembramos que andaram a ser espalhados de empréstimo por aí jogadores da formação que, de certeza, pior não fariam: Mané, Podence, Iuri, Palhinha, Gauld...» (13 de Dezembro)
- Rui Cerdeira Branco: «Temos três meses e algum sangue novo disponível e que, mais que não fosse, pelo baixo rendimento de alguns clássicos de Jorge Jesus, já justificam uma aposta continuada por uns jogos. Pelo menos Podence e provavelmente Geraldes e Matheus Pereira. Não para satisfazer os adeptos, mas para construir um esqueleto de equipa e um balneário mais equilibrado onde todos sejam vistos como alternativas válidas.» (6 de Março)
Daniel Podence e Francisco Geraldes, formados na Academia leonina, estão de regresso a Alvalade, como reforços de Inverno, após terem sido cruciais na categórica vitória do Moreirense - treinado por Augusto Inácio - sobre o Benfica na meia-final da Taça da Liga, agora chamada Taça CTT.
Parabéns ao Daniel Podence e ao Rúben Semedo, dois bravos leões que ontem participaram na goleada da selecção nacional sub-21 frente ao onze do Liechtenstein por 7-1 - a mais expressiva vitória de sempre da equipa das quinas fora de casa neste escalão.
Podence marcou o segundo golo, Rúben Semedo fechou a conta - ambos com exibições muito positivas. Apostas do seleccionador Rui Jorge, cuja competência é comprovada pelos números: há cinco anos que os nossos sub-21 não perdem em confrontos com outras selecções.
Este é o futebol que vale a pena enaltecer. Hoje, amanhã e em qualquer dia.
Equipa apresentada aos sócios hoje em Alvalade, com novo relvado e três campeões europeus justamente ovacionados (faltou João Mário). Trinta mil pessoas no estádio a assistir à recepção ao Lyon, vice-campeão francês.
Foi um bom teste à equipa - o melhor até agora nesta temporada. O resultado é o que menos importa nestes amigáveis, embora seja sempre preferível ganhar. Nâo conseguimos: os franceses venceram por 1-0, aproveitando uma falha defensiva leonina no início da segunda parte.
Ao intervalo o marcador permanecia em branco.
Jorge Jesus foi fazendo sucessivas substituições, fazendo entrar em campo um total de 22 jogadores - o equivalente a duas equipas. Só Bruno Paulista se manteve no banco. Adrien e William Carvalho, ainda de férias, apenas surgiram para a ovação inicial. Regressam para a semana.
No capítulo defensivo, e apesar do golo sofrido, estivemos melhor do que nos desafios anteriores, faltando afinar alguns pormenores que deverão ser superados sem dificuldade. O quarteto inicial parece bem posicionado para figurar no onze titular inicial da nova temporada. Não esqueçamos que o Sporting foi a equipa menos batida na Liga 2015/16.
No plano ofensivo é necessário melhorar a mobilidade e a criatividade. É certo que hoje tivemos duas bolas aos postes: uma por Barcos, outra por Naldo. Mas soube a pouco.
Quanto aos reforços, por enquanto eis a única certeza: Alan Ruiz parte com vantagem para integrar o onze-base, prefigurando-se como o mais sério candidato a acompanhar Slimani na frente de ataque. Isto se o argelino se mantiver no Sporting, como todos desejamos.
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Apreciação sucinta dos nossos jogadores:
Azbe Jug - Jogou os primeiros 45 minutos, desta vez sem sofrer golos. Mas continuou a revelar insegurança. Gelou Alvalade com uma defesa incompleta, aos 16', largando a bola em zona frontal.
Schelotto - Actuou com dores após ter sofrido uma falta dura. Jesus manteve-o em campo até aos 68'. Nota positiva para o italo-argentino, o nosso lateral mais ofensivo. Rematou forte aos 15'. Grande cruzamento para Slimani aos 63'.
Coates - Exibição positiva, com bons cortes e desarmes. Por duas vezes causou calafrios à defesa francesa, em lances de bola parada. Único senão: foi incapaz de travar Lacazette no lance do golo. Saiu aos 77'.
Rúben Semedo - Jogou com a habitual confiança, desembaraçando-se bem da bola, mas não está isento de culpa no golo que sofremos, tendo sido ultrapassado por Rafael, extremo do Lyon. Saiu aos 68'.
Marvin - Mantém o defeito que lhe tenho apontado com frequência aqui: raras vezes se integra na dinâmica ofensiva da equipa. Voltou a pecar neste domínio. Esteve em campo até ao minuto 68.
Petrovic - A melhor exibição do internacional sérvio nesta pré-temporada, sobretudo quando fez parceria com Palhinha durante a segunda parte. Continua a pecar no capítulo do passe longo: arrisca pouco ou nada. Saiu aos 77'.
Bryan Ruiz - Agora com o n.º 10 na camisola, voltou a jogar na habitual posição de Adrien, onde não mostra o seu melhor. Na segunda parte adiantou-se no terreno mas ainda está preso de movimentos. Saiu aos 62'.
Gelson Martins - Muita vontade de mostrar serviço, muito talento à flor da pele nas jogadas individuais, disciplina táctica ao integrar-se na manobra defensiva. Assistiu Barcos num remate ao poste (10'). Substituído aos 62'.
Bruno César - Ainda à procura da melhor forma, hoje não ultrapassou o plano do razoável. Boa abertura para Schelotto aos 15', pouco mais a registar. Jogou apenas durante a primeira parte.
Alan Ruiz - O argentino voltou a merecer nota positiva. Combativo, desequilibra nos confrontos individuais. Tentou o golo aos 26' e novamente aos 51', desta vez servido por Podence. Não marcou por pouco. Saiu aos 62'.
Barcos - Mais um jogo sem marcar. No entanto, desta vez acertou no poste. Iam decorridos 10', o lance parecia promissor. Mas foi-se apagando e foi errando demasiados passes. Já não regressou do intervalo.
Rui Patrício - Ainda de férias, fez questão de sentar-se no banco e pediu ao técnico para jogar na segunda parte: mais uma prova de dedicação à equipa e aos adeptos. Foi ele a sofrer o golo, aos 53', embora sem qualquer culpa.
Palhinha - Entrou na segunda parte para fazer dupla com Petrovic como médio de contenção. Exibição positiva. Ajudou a dar equilíbrio defensivo à equipa, tornando-a mais consistente no corredor central.
Podence - Novamente o jogador mais em evidência. Substituiu Barcos na segunda parte, esticando o nosso jogo. Bom na finta, na dinâmica e na visão periférica. Grandes passes aos 73', 83' (de calcanhar) e 87' (isolando Slimani).
Slimani - Para ele não existem amigáveis: todos os jogos são a sério. Entrou aos 62': no minuto seguinte já cabeceava à baliza. Ocasião soberana para marcar aos 87', mas quis fazer tudo sozinho. Parece muito motivado.
Matheus Pereira - Entrou aos 62' com nítida vontade de mostrar serviço, mas as intenções foram melhor do que os resultados. Podia ter marcado aos 77': falhou por precipitação. Tem talento para render muito mais.
Iuri Medeiros - Entrou aos 62'. Marcou muito bem um livre curto aos 70': a bola, cabeceada por Naldo, embateu no poste. A partir daí foi-se enervando: lento a decidir, dispôs de oportunidades que não conseguiu aproveitar.
João Pereira - É um jogador sempre combativo, como demonstrou em campo, a partir do minuto 68. Falta-lhe por vezes em fôlego o que lhe sobra em energia anímica. Hoje não chegou para fazer a diferença.
Naldo - Entrou aos 68' e parecia ter fome de golo. Dois minutos depois, chegando-se à frente numa bola parada, cabeceou ao poste: a sorte não o acompanhou nesse lance. Exibição positiva.
Jefferson - Entrou aos 68'. Fez as habituais deambulações pela ala, nem sempre consequentes. Perdeu a cabeça aos 85', empurrando um adversário. Recebeu amarelo. Num jogo menos amigável o cartão poderia ter outra cor.
Aquilani - Em campo desde o minuto 77, substituindo Petrovic. A sua melhor intervenção ocorreu já no tempo extra, com um belo passe em profundidade que merecia ter encontrado melhor desfecho.
Ewerton - Substituiu Coates aos 77'. Desconcentrou-se num lance que poderia ter originado perigo, mas corrigiu o lapso recuperando a bola.
Só comecei a ver o Sporting-Zenit aos 52 minutos, não vou portanto fazer nenhuma apreciação do jogo. Limito-me a registar que nos três desafios desta temporada já levamos nove golos sofridos. Começa a ser excessivo.
Mantém-se a minha convicção de que precisamos de contratar um guarda-redes que funcione como substituto de Rui Patrício. Se o nosso campeão se lesiona - ou se constipa - toda a equipa treme.
Destaco até agora o desempenho de três jogadores: Alan Ruiz, que parece um bom reforço para a época que se avizinha; Daniel Podence, que faz por merecer um lugar no principal plantel leonino; e Gelson Martins, que demonstra cada vez mais valor, ao ponto de já se poder vaticinar que será a curto prazo um dos melhores extremos do futebol português.
Grandes exibições de Matheus Pereira, Daniel Podence e Ryan Gauld na concludente vitória desta tarde do Sporting B contra o Benfica B, que continua a somar derrotas e luta para não descer de divisão.
A nossa equipa foi claramente superior durante todo o desafio disputado no Estádio Aurélio Pereira, em Alcochete, perante um oponente tão apático que se limitou a fazer três remates à baliza em 90 minutos e marcou o tento solitário no último lance da partida.
Matheus distinguiu-se com dois golos, aos 20' (de penálti) e aos 54'. Podence foi o dínamo da equipa e fez a assistência para o segundo golo. Ryan destacou-se a recuperar bolas e a distribuí-las, abrindo contínuas linhas de passe. Foi ele a desmarcar Podence no lance de que viria a resultar uma grande penalidade para o Sporting por mão na bola de um defesa encarnado.
Destaque ainda para o guarda-redes Stojkovic, que defendeu um penálti aos 31'.
Uma vitória que só peca por ter sido demasiado curta, como bem sublinha Sérgio Pereira no Mais Futebol.
ADENDA:Dezassete dos 18 convocados do Sporting B são jogadores da nossa formação.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre PODENCE:
- Eu: «Gostei da estreia de Daniel Podence. O melhor jogador do Sporting B entrou em campo aos 73', para o lugar de Capel, e correspondeu às expectativas, mostrando-se veloz e com bom toque de bola. Tendo apenas 19 anos, promete regressar em breve à equipa principal.» (21 de Novembro)
- Duarte Fonseca: «Podence superior a Sacko.» (30 de Dezembro)
- Paulo Gorjão: «Gostei de Podence, sobretudo na primeira parte, um desequilibrador nato.» (14 de Janeiro)
- Edmundo Gonçalves: «Gauld, Wallyson e Podence, sinal mais!» (21 de Janeiro)
Vi ontem parte do jogo que opôs o Sporting B ao Santa Clara e confesso que não fiquei muito impressionado. Fala-se com frequência na necessidade de recrutar jovens da equipa B para a equipa A, mas julgo que isso deve ser feito com prudência e parcimónia. Tirando Esgaio, que aliás já jogou na equipa principal e tem mérito mais que demonstrado, do que vi equacionaria apenas dois jogadores: Tobias Figueiredo e Daniel Podence. Assisti ao desafio sobretudo para analisar a actuação de Ryan Gauld, um dos reforços da nova temporada. Achei-o banal, sem nada que mereça particular destaque, excepto numa jogada em que demonstrou ter bom toque de bola. Mas esteve muito desligado da movimentação colectiva. Julgo que continuará na B por muitos e bons meses.
{ Blogue fundado em 2012. }
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