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És a nossa Fé!

Pódio: Pedro Gonçalves, Morten, Bragança

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Atalanta-Sporting, da Liga Europa, pelos três diários desportivos:

 

Pedro Gonçalves: 18

Morten: 18

Daniel Bragança: 15

Gyökeres: 15

Israel: 15

Matheus Reis: 14

Eduardo Quaresma: 12

Esgaio: 12

Diomande: 12

Nuno Santos: 11

St. Juste: 11

Trincão: 11

Gonçalo Inácio: 11

Paulinho: 10

Geny: 10

Edwards: 10

 

A Bola elegeu Morten como melhor Leão em campo. O Jogo optou por Pedro Gonçalves. O Record escolheu Daniel Bragança.

Quente & frio

 

Gostei muito do belo golo marcado por Pedro Gonçalves em Bérgamo. Foi ontem, aos 33', abrindo o marcador no jogo da segunda mão, após empate com muita sorte nossa em Alvalade (1-1) frente à turma italiana, sexta classificada no campeonato do seu país. Até aí tínhamos sabido fechar os caminhos para a nossa baliza, dando boa réplica à intensa pressão adversária sobre o portador da bola. O golo culminou exemplar lance colectivo em que intervieram Morten e Matheus Reis antes de Pedro Gonçalves pegar nela, fazer eficaz tabelinha com Gyökeres e isolar-se frente ao guarda-redes, encaminhando-a para o fundo da baliza. Sem vacilar, na primeira oportunidade da nossa equipa neste jogo. Décimo-quinta concretização com sucesso do nosso n.º 8 na época em curso, que promete ser a sua segunda mais goleadora de sempre. Infelizmente foi também esse o momento em que Pedro contraiu uma lesão - aparente rotura muscular - que o forçou a sair em lágrimas quando estava a ser o nosso melhor em campo. Talvez permaneça várias semanas afastado. Baixa preocupante nesta recta final da época.

 

Gostei de alguns jogadores nossos. Desde logo, Israel: a lesão de Adán acabou por dar oportunidade ao jovem guardão uruguaio, já internacional pelo seu país, para mostrar o que vale. Neste seu quinto jogo seguido como titular, confirmou os pergaminhos com boas defesas aos 3', 51', 70' e 77'. Nos dois que sofremos, infelizmente, pouco ou nada podia ter feito. Também gostei de Morten, que fechou como pôde os caminhos para a nossa baliza, recuperou várias bolas e ajudou a construir o golo. Boa nota igualmente para Daniel Bragança: rendeu Pedro Gonçalves aos 36' sem desequilibrar o nosso meio-campo, complementando a acção do dinamarquês, e ainda fez dois grandes passes para golo (visando Geny aos 84' e Paulinho aos 86'). Esteve ele próprio muito perto de marcar com um disparo forte, de longe, aos 70', para defesa incompleta de Musso: infelizmente nenhum colega compareceu nas imediações para a recarga. Nem sequer Gyökeres, bem policiado pelo seu compatriota Hien, seu colega na selecção sueca.

 

Gostei pouco de alguns passes longos, na fase de construção, que acabaram em pés italianos. Foi o caso do que viria a gerar o primeiro golo da Atalanta, no minuto inicial da segunda parte: Gonçalo Inácio tenta colocar a bola em Trincão, um dos colegas com menor intensidade colectiva na partida de ontem; um adversário antecipa-se e rouba-a, desencadeando um contra-ataque muito rápido em que vão falhando sucessivas tentativas de intercepção - desde logo do próprio Gonçalo, com Diomande aos papéis, St. Juste a falhar o corte no momento indicado e Esgaio ao segundo poste a marcar com os olhos. Lookman facturou à nossa custa. Doze minutos depois foi a vez de Scamacca fazer o mesmo, repetindo a proeza alcançada em Alvalade.

 

Não gostei do segundo golo sofrido, aos 58'. Novo naufrágio da nossa defesa, desprovida do seu comandante natural: Coates, por precaução física, ficou fora desta partida já a pensar na recepção do Sporting ao Boavista no domingo - menos de 72 horas após o apito final em Bérgamo, ficando assim por cumprir o período mínimo de intervalo para descanso recomendado entre dois jogos do calendário oficial. Esse segundo golo da Atalanta - numa partida em que não tivemos nenhum jogador castigado com cartões - acabaria por ditar a nossa eliminação. Saímos derrotados, caímos nos oitavos-de-final, dissemos adeus à Liga Europa.

 

Não gostei nada de ver dois jogadores falharem quatro golos nos dez minutos finais. Culpas repartidas por Edwards e Paulinho - sem surpresa, em qualquer dos casos. O inglês falha clamorosamente, trocando os pés, quando estava isolado frente a Musso (84') e consegue ter uma perdida ainda mais escandalosa, sem marcação e de novo com a baliza à sua mercê, disparando para as nuvens (90'). O n.º 20, que substituiu o apático Trincão aos 75', conseguiu entregar a bola ao guardião quando havia sido desmarcado de modo exemplar por Bragança (86') e cabecear na direcção errada, ao segundo poste, a dois metros da linha de golo (89'). Falta de mentalidade competitiva, falta de intensidade, falta de qualidade. Sobretudo no caso de Edwards: nem parecia estar em campo, tantas foram as vezes em que caiu sem ninguém lhe ter tocado, falhou passes fáceis, deixou fugir a bola, perdeu duelos por falta de comparência. Um descalabro. Não mereceu, nem de longe, ser titular nesta partida.

Pedro Gonçalves

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Nas raras vezes em que ele não joga nota-se logo a diferença. Para pior. A ausência de Pedro Gonçalves evidencia a falta que este jogador - tão subvalorizado por vários adeptos - faz na dinâmica deste Sporting de Rúben Amorim.

Quando não está, nada funciona tão bem.

Ele é o criativo, é o desbloqueador, é o talentoso menos exuberante mas mais eficaz do onze titular. Já lhe devemos muito: só nesta época, 15 golos e 14 assistências. E no entanto continua a ser um pouco mal-amado pelo chamado "tribunal de Alvalade", que por vezes consegue ser bem injusto.

Como há meses venho escrevendo, considero-o sem favor o melhor jogador português do Sporting actual.

A voz do leitor

«Com atenção, nos jogos muitas vezes o vemos [Pedro Gonçalves] a compensar na ala esquerda as subidas de Nuno Santos. É também um extraordinário jogador de equipa. Se mantiver o nível dos últimos jogos, curiosamente ou não, desde que passou a jogar no meio-campo, parece-me difícil que Martínez não o leve ao Europeu - Horta ou Otávio não são melhores.»

 

Luís Ferreira, neste meu postal

A voz do leitor

«Colectivamente, Pedro Gonçalves é um jogador muito disciplinado, revelando uma leitura táctica que converge com as ideias de Rúben Amorim. Não obstante o seu instinto pelo golo, Pedro Gonçalves soma uma quantidade assinalável de assistências para golo. Seja qual for a posição que lhe está reservada, no decurso de um jogo, Pedro Gonçalves interpreta o seu papel com a mestria que está reservada aos jogadores brilhantes.»

 

António Goes de Andrade, neste meu postal

O dia seguinte

Uma derrota muito difícil de engolir, esta em Leiria. Foram 65 minutos do melhor futebol da época do Sporting, de domínio total. Três bolas nos ferros e várias, nem sem bem quantas, a rasar os postes sem o guarda-redes adversário poder fazer seja o que for. Um lado esquerdo demolidor com Inácio, Nuno Santos, Pedro Gonçalves e Trincão.

Depois o Sp. Braga meteu um avançado fresco. Dum mau alívio de cabeça na direita, penso que por Coates, resultou um centro largo ao segundo poste, Esgaio mais uma vez fica a olhar e esse avançado marca... com o ombro. Mas se fosse com outra parte da anatomia era o mesmo, estava escrito que ia ser assim.

As alterações feitas logo a seguir por Rúben Amorim não ajudaram. Sem Coates os nervos dos mais novos e/ou menos experientes vieram ao de cima, a equipa abusou do jogo directo, tudo era feito à pressa e nada bem, e a partida foi correndo muito ao gosto do Sp.Braga. Até estivemos perto de sofrer um segundo golo, enorme defesa de Israel.

O Braga ganhou porque marcou um golo na primeira oportunidade e conseguiu não sofrer em muitas que teve o Sporting. Com esta sorte, e nem é preciso tanta nos jogos europeus que aí vêm, ainda vai ganhar a Liga Europa. Mas desconfio que no sábado volta ao normal.

 

O que correu pior ao Sporting e que terá de ser corrigido para o resto da época? Além de todo o azar ou falta de sorte, hoje tivemos:

- Uma equipa coxa do lado direito, ofensiva e defensivamente, sem articulação entre o trio Quaresma-Esgaio-Edwards e com Esgaio a comprometer.

- Uma equipa com overdose de criativos. Pedro Gonçalves, Trincão e Edwards no mesmo onze é demasiado, e quem sofre é o sueco, que nunca sabe o que vai sair dali. Nem eles. Que falta lhe faz o Paulinho.

- Uma equipa em estado de nervos quando se vê a perder e o patrão sai do jogo. Porque Coates é mesmo o patrão neste modelo de jogo do Sporting, é ele que acelera a saída ou temporiza e deixa a equipa subir no terreno, nenhum dos médios tem essas características, e Gonçalo Inácio não tem o mesmo "calo", não falando da questão "mercado de Inverno".

 

Melhor em campo? Pedro Gonçalves, sempre a procurar fazer bem e a estar no lugar certo. E ia fazendo muito bem um par de vezes.

Arbitragem? Impecável, nada a dizer.

E quando é o jogo com o Casa Pia? Segunda-feira ou quarta-feira? 

SL

Somamos e seguimos, já de olhos no título

Chaves, 0 - Sporting, 3

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Pedro Gonçalves, Trincão e Nuno Santos: três jogadores em foco no desafio transmontano

Foto Pedro Sarmento Costa / Lusa

 

Alguns não acreditavam. Os mesmos de sempre. Mas conseguimos. O Sporting entra na segunda volta deste campeonato como líder isolado. Lá em cima, no primeiro posto, passe a redundância. Com 43 pontos. Apenas menos dois do que os conquistados nesta mesma fase na gloriosa época de 2020/2021, já sob o comando de Rúben Amorim, em que nos sagrámos campeões. Só menos um do que os obtidos, também concluída a primeira volta, na Liga 2015/2016, quando o treinador era Jorge Jesus.

No cômputo geral, é a quarta melhor temporada do Sporting, à primeira volta, desde que cada triunfo passou a valer três pontos, em 1995/1996.

Amorim tem motivos redobrados para se sentir satisfeito. Anteontem, nesta vitória em Chaves por 3-0, ultrapassou outra marca como técnico leonino: ninguém antes dele conseguiu somar 14 triunfos na primeira volta em mais de duas épocas ao leme da equipa. Superando um recorde já muito antigo de Cândido Oliveira alcançado em 1948 e 1949.

Os números da temporada em curso ilustram bem a competência do treinador: 28 jogos já realizados esta época, com o Sporting a sair vencedor em 22. Houve ainda três empates e três derrotas, com 78,5% de percentagem global de vitórias.

 

E vão seis partidas consecutivas sempre a vencer, para quatro competições diferentes. Anteontem, na tarde-noite invernosa em Chaves, só tardou o primeiro golo, ocorrido aos 44'. Aconteceu de bola parada, por Paulinho, na sequência de um canto bem convertido por Trincão. Assim chegou o intervalo: este 1-0 sabia a pouco. Até porque não haviam faltado oportunidades: por Gyökeres e Esgaio aos 11', novamente pelo sueco aos 12' e - a mais clamorosa perda - por Pedro Gonçalves, só com o guarda-redes Hugo Souza pela frente, aos 27'.

Mas o transmontano - que nasceu para o futebol em Chaves - redimiu-se com enorme exibição nesta partida em que foi o melhor em campo. Bola a rasar o poste aos 20', remate que o guardião desviou in extremis para a barra aos 76' e golo, fechando a contagem, aos 56'. Naquele seu jeito peculiar de parecer produzir passes à baliza levando a bola com efeitos a anichar-se nas redes. Não festejou, por respeito aos patrícios transmontanos.

Ao ser substituído (79'), foi ovacionado por todo o estádio, onde havia 5.690 espectadores. Palmas bem merecidas.

 

Quem também mereceu aplausos foi Francisco Trincão. Muito em jogo sobretudo na ponta direita, substituindo no onze o engripado Edwards, fez jus à convocatória com uma das melhores exibições da temporada. Foi ele a marcar o canto para Paulinho facturar antes do intervalo. Foi também ele a marcar o segundo, o mais belo golo deste encontro, num remate indefensável, muito bem colocado, que desenhou um arco antes de chegar às redes, aos 52'. Assim aqueceu a fria noite flaviense.

Nesta partida iniciada sem cinco titulares (Diomande, Morita e Geny estão ao serviço das respectivas selecções e Coates só fez a segunda parte, além do convalescente Edwards, que assistiu ao desempenho dos colegas bem agasalhado no banco de suplentes) ficou comprovado que temos soluções de recurso para diversas posições. Quando ainda decorre o mercado de Inverno que talvez proporcione um ou dois reforços ao treinador.

Para já, Amorim vai sorrindo. E nós com ele. 

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - O seu maior combate em Chaves foi contra o frio. Sem uma defesa digna desse nome numa partida em que a equipa adversária não fez um único remate enquadrado. 

Eduardo Quaresma - Cumpriu durante toda a primeira parte, neste terceiro jogo a titular: acertou 42 dos 44 passes. Cedeu lugar a Coates para evitar más surpresas no jogo aéreo.

Gonçalo Inácio - Enquanto o capitão esteve ausente, foi ele a comandar a defesa. Com brilho e distinção: destacou-se como maior recuperador leonino, exímio na precisão do passe.

Matheus Reis - Completou o trio de centrais, sem problema no controlo do seu sector. Lá na frente, podia ter feito melhor aos 43': em vez de remate, saiu-lhe passe ao guarda-redes.

Esgaio - Regular, previsível, sem inventar nem atrapalhar. Podia ter marcado numa recarga aos 11'. Nem sempre lhe saiu bem o duelo com Sanca, o extremo adversário. Mas cumpriu.

Morten - Voltou a destacar-se como pêndulo da equipa, assegurando o controlo total do corredor central junto à linha divisória. Cada vez mais útil nas recuperações de bola.

Pedro Gonçalves - Regressou ao meio-campo, sem tirar os olhos da baliza. Marcou o terceiro, aos 56': o seu décimo golo da temporada. Terceiro jogo seguido a facturar. Melhor em campo.

Nuno Santos - Grande exibição, sempre ligado à corrente. Foi o grande minuciador do ataque com os seus cruzamentos da esquerda. Um deles gerou o nosso segundo golo. 

Trincão - Uma das melhores partidas do minhoto nesta temporada. Cobra o canto de que nasceu o golo inaugural e marca o segundo, aos 52'. Protagonizou numerosos desequilíbrios.

Paulinho - Saiu também de Chaves com merecidos elogios. Por ter regressado aos golos. Abriu o marcador aos 44': o mais dificil estava feito. Três jogos fora seguidos sempre a marcar.

Gyökeres - Tentou muito, sem conseguir. Stefen Vitória fez-lhe marcação cerrada. Rondou o golo (11', 12', 78'), sempre em movimento acelerado, mas os heróis acabaram por ser outros.

Coates - Regressado após lesão, actuou só na segunda parte - por troca com Quaresma. Lento, ainda longe da melhor forma. Viu cartão amarelo aos 71'.

Daniel Bragança - Substituiu Pedro Gonçalves aos 79'. Cumpriu no essencial, ligando o meio-campo ao ataque. O péssimo relvado não favoreceu o seu requinte técnico.

Neto - Substituiu Esgaio aos 85'. Tempo suficiente para reforçar a tranquilidade no nosso reduto defensivo, quando as más condições do terreno impunham máxima cautela para evitar lesões.

Dário - Rendeu Matheus Reis aos 85'. Actuou como ala direito, com a missão prioritária de contribuir para fechar aquele corredor. Ganhou mais uns minutos de experiência.

Rescaldo do jogo de hoje

 

Gostei

 

De ir a Chaves vencer por 3-0. Derrotámos sem margem para dúvidas a mesma equipa que há duas semanas fez tremer o FC Porto no Dragão, onde perdeu por tangencial 0-1 tendo mandado uma bola aos ferros à beira do fim. Desta vez nada de semelhante aconteceu. O triunfo leonino na bela cidade transmontana não oferece discussão. Mesmo sem cinco habituais titulares no onze inicial: Diomande, Morita, Geny (ausentes nas selecções), Edwards (a recuperar de uma gripe) e Coates (vindo de lesão, tendo só feito o segundo tempo).

 

De Pedro Gonçalves. Voto nele para melhor em campo. Jogando num estádio que conhece bem, muito perto da terra natal, e contra uma equipa onde nasceu para o futebol, o nosso médio ofensivo confirmou encontrar-se na melhor fase desta temporada. Terceiro jogo seguido a marcar: desta vez fechou a contagem com um belo remate, muito bem colocado, aos 56'. Actuando entrelinhas, no apoio directo ao ataque, esteve em mobilidade constante, abrindo linhas de passe e protagonizando acções de ruptura que puseram a defensiva flaviense em sentido. Podia ter marcado mais cedo, aos 27', quando Gyökeres o isolou perante o guarda-redes, mas permitiu a defesa de Hugo Souza. Redimiu-se não só com o golo mas com o conjunto da sua exibição. Ao ser substituído (79') foi brindado com aplausos em todo o estádio.

 

De Paulinho. Foi ele a desbloquear o resultado, quando faltava pouco para o intervalo, em pontapé de ressaca na sequência de um canto: assim nasceu o remate vitorioso, à queima-roupa, com o Sporting a instalar vários jogadores na área. A equipa também melhorou neste capítulo: sabe aproveitar bem os chamados lances de bola parada, ao contrário do que sucedia noutros tempos. 

 

De Trincão. Actuação muito positiva do esquerdino, sobretudo no segundo tempo, quando marcou o mais belo golo da noite, aos 52', num forte remate em arco sem hipóteses de defesa para o guardião do Chaves. Já tinha sido ele a cobrar o canto de que resultara o nosso golo inaugural. 

 

De Nuno Santos. Também ele tem melhorado a olhos vistos, encontrando-se igualmente na melhor fase da época. Assistiu no segundo golo com um cruzamento muito bem medido. Estave sempre em jogo, sempre combativo, sempre comprometido com a equipa. 

 

De ver as nossas redes incólumes. Adán pouco mais foi do que um espectador deste Chaves-Sporting, mantendo a baliza intacta. 

 

De ter igualado o melhor ataque da Liga. Atingimos a marca dos 40 golos, agora a par com o Braga. Com inegável veia ofensiva. Nos últimos três jogos (Estoril, Tondela e agora este), para duas competições diferentes, marcámos 12 e apenas sofremos um. Com 17 jornadas da Liga sempre a fazer o gosto ao pé - ou à cabeça. Sem uma só partida em branco.

 

De sermos campeões de Inverno. Haja o que houver no resto da jornada 17, continuamos na frente. Terminamos a primeira volta da Liga 2023/2024 no primeiro posto, isolados. Somando já 43 pontos. Com o melhor jogador do campeonato (Viktor Gyökeres) e exibindo o melhor futebol da temporada em curso. 

 

 

Não gostei

 

Do tempo. Muito frio, próprio do mês de Janeiro em Trás-os-Montes, chuva incessante e até alguns fragmentos de nevoeiro. Felizmente o jogo começou às seis da tarde, horário sensato que chamou muita gente ao estádio. Incluindo largas centenas de sportinguistas.

 

Do relvado. Empapado pela chuva copiosa, dificultou muito o futebol rendilhado dos nossos jogadores, sobretudo no corredor central. Optou-se, em alternativa, pelo passe longo e directo, com a bola a sofrer desvios nas ocasiões mais inesperadas. Felizmente ninguém se lesionou.

 

De termos esperado muito para ver o primeiro golo. Só chegou aos 44', quando alguns adeptos já se impacientavam e uns mais exaltados até rogavam pragas - que se comprovaram ser injustas - a Trincão e Pedro Gonçalves.

 

De Coates. Manteve-se no banco toda a primeira parte: ainda não está em forma para render um jogo inteiro. Entrou após o intervalo, substituindo Eduardo Quaresma - terceiro jogo a titular, com boa prestação - para nos dar maior conforto no jogo aéreo defensivo. Mas o capitão continua preso de movimentos. Fez uma falta desnecessária que lhe valeu o amarelo (71') e arriscou outra que lhe podia ter valido outro cartão da mesma cor.

 

De rever Rúben Ribeiro, agora no Chaves. Não deixou saudades no Sporting, onde chegou por insistência de Jorge Jesus, passou sem mostrar talento e deu de frosques a pretexto do assalto a Alcochete quase sem ter sido importunado pelas claques. É lembrado, mas por maus motivos

O dia seguinte

Um dia de inverno, um dia de chuva, um dia de ficar por casa no sofá em frente à TV. Após o 3-0 do voleibol em Guimarães veio a 1.ª parte da nossa selecção de andebol e depois foi passar para Chaves, onde o histórico do local (peixeirada do Bruno de Carvalho na cabine incluida), a chuva inclemente, o estado do relvado, o próprio onze escolhido por Rúben Amorim com Pedro Gonçalves no meio-campo, o Godinho "maria vai com o VAR", enfim, tudo fazia pensar no pior. Estavam os ingredientes alinhados para a caldeirada requentada por demais vista à moda dos lampiões e dos morcões.

Mas nada disso aconteceu. Amorim estudou bem o adversário, colocou as melhores peças no tabuleiro e esmagou. Superioridade total do Sporting na 1.ª parte num 3-3-4 muito adaptado às condições do terreno, com Pedro Gonçalves sempre mais um quarto avançado do que um quarto médio e um par de pontas de lança possantes que causavam mossa no adversário. Demorou muito a acontecer o primeiro golo, mas o 1-0 ao intervalo apenas pecava por defeito para o que tinha sido a superioridade do Sporting.

 

Na 2.ª parte Amorim resolveu tratar de muita coisa ao mesmo tempo, dar minutos a Coates, ter a equipa preparada para um futebol mais aéreo dado o estado cada vez pior do terreno, e tudo correu bem, recuperando a bola cá trás logo aconteciam situações perigosas para o adversário, e Trincão e Pedro Gonçalves ditaram o resultado.

Mais golos se foram perdendo muito por culpa do sueco extra-terrestre. Ainda houve tempo para o melhor em campo, Pedro Gonçalves (e quanto a mim o melhor jogador de futebol do Sporting, pelo menos claramente o melhor português, bem acima de alguns que integram a selecção), sair para volta de honra, e entrarem Bragança, Neto e Essugo... todos ajudaram a equipa a sair com registo limpo de Chaves.

Uma palavra para Eduardo Quaresma, cada vez mais focado e eficaz. Bela primeira parte, valor seguro no plantel do Sporting.

Coates a sofrer um pouco neste retorno, mas faz parte. Precisamos muito dele para o que aí vem.

 

E quem desbloqueou o jogo marcando o primeiro golo? Paulinho. Outro golo decisivo dum jogador que desde que entrou se mostrou importante para o Sporting, ao contrário de muitos pseudos pontas de lança que só deram despesa.

Amarelo a Gyökeres? O Godinho agora é o cão do dono Vítor Baía? Vai ter boa nota desta vez, depois de Faro?

E agora? Rumo a Vizela, contra tudo e contra todos, inclusive daquela ressabiada "turma do malhão" acantonada na tasca. 

SL

2023 em balanço (9)

 

GOLO DO ANO

Foi eleito, sem favor, o melhor da Liga Europa. Golo extraordinário, daqueles inesquecíveis, daqueles que gostaremos de recordar aos nossos netos. 

Golo de Pedro Gonçalves, marcado a 16 de Março no empate em Londres (1-1) que nos valeria - após a ronda de penáltis no fim - a eliminação do Arsenal, então líder da Liga inglesa, e a passagem aos quartos-de-final daquela competição europeia. Com ecos em toda a imprensa internacional mais influente.

Aconteceu com Pedro frente aos gunners o que tantas vezes lhe sucede: parecia alheado do jogo, algo escondido, pouco interventivo. Não lhe peçam para correr atrás da bola: ele funciona sobretudo com ela no pé. O golpe de génio ocorreu aos 62': pegou nela logo após a linha do meio-campo, ainda dentro do círculo central, e quase sem balanço, a 48 metros de distância, desferiu um remate mortal para as redes anfitriãs, num magnífico chapéu ao guarda-redes Ramsdale. Golaço de fazer abrir a boca, conforme as imagens documentam. E até valeu ovação de adeptos adversários.

Visto e aplaudido nos cinco continentes. Para gáudio e júbilo de toda a massa adepta leonina. Obra-prima do futebol.

 

Vale a pena destacar três menções honrosas de 2023, todas para lembrar também:

- O golo de Trincão no Sporting-Estoril, a 27 de Fevereiro (ganhámos 2-0);

- O golo de Nuno Santos no Sporting-Boavista a 13 de Março (vencemos 3-0);

- O golo de Nuno Santos no Paços de Ferreira Sporting, a 7 de Maio (ganhámos 0-4).

 

 

Golo do ano em 2012: Xandão, contra o Manchester City

 Golo do ano em 2013: Montero, contra a Fiorentina

Golo do ano em 2014: Nani, contra o Maribor

Golo do ano em 2015: Slimani, na final da Taça de Portugal

Golo do ano em 2016: Bruno César, contra o Real Madrid

Golo do ano em 2017: Bruno Fernandes, contra o V. Guimarães

Golo do ano em 2018: Jovane, contra o Rio Ave

Golo do ano em 2019: Bruno Fernandes, contra o Benfica

Golo do ano em 2020: Nuno Mendes, contra o Portimonense

Golo do ano em 2021: Paulinho, contra o Boavista

Golo do ano em 2022: Edwards, contra o Tottenham

Amanhã à noite em Guimarães

Deslocação bem difícil, a de amanhã a Guimarães para defrontar o Vitória local. Pelo adversário, pelos riscos de exclusão de alguns para o clássico e pelo apitador de serviço, que tem sido levado ao colo pela APAF/CA como um valor da arbitragem europeia, mas cujo cadastro nacional no que respeita ao Sporting é por demais conhecido. Um árbitro ou incapaz de distinguir as palhaçadas dos Taremis e Otávios desta vida, ou encontrando nelas o alibi para ganhar o dele e beneficiar outros.

Num dos últimos editoriais de A Bola se dizia que o "melhor futebol desta Liga foi até agora o futebol do Sporting". Pouco vejo os jogos dos rivais para ter opinião sobre o assunto, o que posso dizer é que o melhor futebol das equipas do Sporting de Rúben Amorim foi o melhor futebol desta equipa. Muito por "culpa" dum "extraterrestre" Gyökeres, incluido com Diomande e Hjulmand num trio de reforços altos e fortes de que o Sporting muito precisava.

 

São já 20 jogos apenas com duas derrotas e três empates. Nestes cinco casos (Braga, Atalanta, Rakow, Benfica, Atalanta) existiram sempre situações fortuitas e já dissecadas que impediram melhor sorte, morremos na praia ingloriamente. E sofrer menos do que temos sofrido, com equipas que conseguem o golo na primeira vez que chegam próximo da nossa baliza. Podíamos estar melhores do que estamos, mas é o que temos.

Pedro Gonçalves foi e continua a ser o melhor jogador - ou pelo menos o jogador mais importante - desta equipa. No apoio aos médios a defender e a construir, no passe curto e longo, nos centros com precisão e nos golos, que nesta altura por falta de confiança ou de sorte têm escasseado. Neste último jogo já se viu melhor articulação com o sueco, com uma assistência para golo. 

 

Com Coates, Bragança e St. Juste de fora, o onze inicial deverá ser muito próximo daquele contra o Gil Vicente, deixando Catamo no banco como "joker" para entrar com tudo mais tarde. Isto é:

Adán; Diomande, Inácio e Matheus Reis; Esgaio, Hjulmand, Morita e Nuno Santos; Edwards, Gyökeres e Pedro Gonçalves.

E é para ganhar. Obviamente.

 

PS: Quanto mais oiço o Conceição mais gosto de Amorim. Decididamente. 

SL

Orquestra afinada com algumas fífias

Acossado por dois defesas em três passadas Gyökeres já corre sozinho para a baliza. O estádio levanta-se a celebrar antecipadamente o golo, porque com ele o óbvio acontece sempre. Era o quarto se não fosse anulado por off-side.

Se tivesse sido com Paulinho, haveria um momento de ansiedade: tropeçaria na bola? Atiraria ao lado ou à figura? Muito provavelmente, pois foi o que aconteceu pouco depois quando se isolou diante do guarda-redes.

Pior se tivesse acontecido com Pedro Gonçalves. Talvez nem se desembaraçasse dos defesas e no momento de chutar, arrebicaria o remate, bem puxadinho a um ângulo difícil de maneira a passar ao lado. Depois ficaria de braços pendurados a dar à cabeça, naquele gesto contrafeito de quem no momento de abrir a porta repara que se esqueceu das chaves. A linguagem corporal de Pote é deplorável e cada jogo que passa fica mais distante dos tempos em que lhe bastava meia oportunidade para marcar golo. Agora o jogo não vai ter com ele, nem ele o agarra, é como uma estação de caminho de ferro muito vistosa, numa linha desactivada.

Mas o caso mais enervante é o de Inácio. Há já uma série de jogos que anda e empenhado em estragar o árduo e óptimo trabalho do resto da equipa. Contra a Atalanta foi duas vezes uma desgraça, em Alvalade no centro da defesa, sem voz de comando, deslaçou tudo, em Bérgamo duas vezes foi lá acima e não voltou, oferecendo uma planície às cavalgadas de Scamacca, uma deu em golo, a outra só por milagre não deu. Na Luz cometeu duas faltas com a maior displicência e comprometeu toda a equipa e o resultado. Ontem esteve na origem do golo do Gil Vicente com uma falta desastrada e inútil. Nas lamentáveis respostas dadas na flash interview em Bérgamo, ficámos sem saber se ele é inarticulado, anda enfadado ou é apenas parvo. Encheram-lhe a cabeça com Reais Madrids e vôos assim, e agora dá ares de achar que o Sporting é um estorvo.

Que venha Janeiro depressa para tudo resolver. O Sporting deste ano está muito bem afinado, (Diomande, Coates, Morita, Hjulmand, Geny, Bragança, St. Juste, Edwards, são um gosto de ver jogar) é só remover as prima donas, que se estão fartas de nós, nós estamos ainda mais fartos delas.

Qual é o drama afinal?

O Sporting desperdiçou anteontem a possibilidade de ficar em 1.º lugar no grupo da Liga Europa e terá de disputar uma eliminatória extra em Fevereiro.

Como aconteceu também na época passada, quando ficámos em 3.º lugar na Liga Europa. Na altura empatámos em casa por 1-1 e ganhámos fora ao Midtjylland por 4-0, com bis de Pedro Gonçalves.

Sabem quem é? O mesmo que ontem falhou quatro oportunidades flagrantes de golo. Afinal até marca uns golitos na Europa, o Pedro, aquele que com sueco ou sem ele continua a ser o melhor jogador do plantel.

E quais foram os resultados do Sporting nesse período?

01/02 - Sporting 5 - Braga 0

06/02 - Rio Ave 0 - Sporting 1

12/02 - Sporting 1 - FC Porto 2

16/02 - Sporting 1 - Midtjylland 1

20/02 - Chaves 2 - Sporting 3

23/02 - Midtjylland 0 - Sporting 4

27/02 - Sporting 2 - Estoril 0

04/03 - Portimonense 0 - Sporting 1

Foram 6 vitórias, 1 empate e 1 derrota, esta no clássico.

Isto naquela época do 4.º lugar, que alguns dizem a pior de sempre, uma vergonha, etc, etc, e gelado na testa.

 

Mas consultando os grupos da Champions:

-  O Sp.Braga muito provavelmente lá estará também e nem precisa de fazer muito por isso, o Nápoles trata do assunto.

-  O Benfica vai dar o litro e meio na Áustria para lá estar também. Ou então prefere um Fevereiro mais descansado, e não andar nestas trabalheiras. É perguntar ao alemão em inglês, já que não fala português.

- O FC Porto, com mais uma derrota no grupo, corre o risco de lhe acontecer o mesmo frente aos ucranianos do Shakhtar Donetsk.

 

Qual é o drama afinal? Não entendo. 

Ou melhor, até entendo de papagaios vermelhos ou azuis, de letais também sempre à procura da tragédia do dia. De leões não entendo mesmo.

Se vierem com o ranking UEFA só pergunto se é pelo ranking que vamos saber quem nos calha no sorteio.

 

PS: 

Para já são 63 golos marcados em 3 épocas e picos:

23/24 - 5

22/23 - 20

21/22 - 15

20/21 - 23

É um ponta de lança? Não, é o Pedro Gonçalves.

SL

Quente & frio

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Pedro Gonçalves, campeão do desperdício em Bérgamo: quatro golos fáceis falhados

Foto: Michele Maraviglia / EPA

 

Gostei muito de Edwards. Entrou só depois do intervalo no nosso jogo de ontem contra a Atalanta, em Bérgamo, mas fez logo a diferença. Após um primeiro tempo em que concedemos a iniciativa ao adversário, muito pressionante na nossa saída de bola, o Sporting veio da pausa revigorado. Quase irreconhecível, para muito melhor. O péssimo corredor direito foi alterado, com o inglês - tal como no desafio de Alvalade - a fazer novamente a diferença lá na frente. Aos 47' esteve à beira de marcar após boa combinação com Geny (outra entrada após o intervalo que trouxe grande dinâmica). E aos 56' marcou mesmo, lançado por Gyökeres, com perfeito domínio da bola superando quem tentou pará-lo. Meteu-a lá dentro, disparando com o seu pior pé - o direito - em  estreia absoluta como artilheiro na Liga Europa. Merece elogio até porque na véspera tinha sofrido um aparatoso acidente de automóvel, felizmente sem sequelas físicas nem psicológicas. Melhor em campo. 

 

Gostei das substituições feitas por Rúben Amorim: graças a elas, e em réplica quase perfeita do desafio contra os italianos em Alvalade, a 5 de Outubro, o onze leonino pressionou, dominou e empurrou em largos períodos a Atalanta para o seu reduto. Foi pena, uma vez mais, termos dado 45 minutos de avanço à turma que nos defrontou. Mas agora, pelo menos, conseguimos um empate (1-1), afastando o estigma da derrota (1-2) como a que ocorreu no nosso estádio e que tanto nos desagradou. Também gostei de ouvir centenas de adeptos a puxar pela nossa equipa, desafiando o frio de Bérgamo. E, naturalmente, de ver o Sporting garantir o segundo lugar no grupo D: este já ninguém nos tira.

 

Gostei pouco de ver tantos passes falhados em zonas de risco, sobretudo na primeira meia hora de jogo. Com a dupla Morten-Morita incapaz de suster o meio-campo da Atalanta e os nossos corredores laterais sem capacidade para produzir jogo ofensivo. Geny, pela direita, e Nuno Santos, pela esquerda, são bem mais acutilantes do que Esgaio e Matheus Reis nas mesmas posições - como viriam a comprovar na segunda parte.

 

Não gostei de perder a luta pelo primeiro lugar no nosso grupo: estivemos apenas a um golo do acesso praticamente garantido aos oitavos da competição. Assim teremos de disputar dois jogos extra, num play off, a 15 e 22 de Fevereiro - daí ter ficado perplexo com aqueles minutos finais em que os nossos andaram a queimar tempo à espera que o desafio acabasse, como se não pudéssemos ou não quiséssemos sair vitoriosos. Também não gostei de ver Gonçalo Inácio novamente amarelado sem qualquer necessidade logo no início, agora aos 11': Amorim devia fazer treino específico com ele para evitar a repetição destas entradas imprudentes que podem penalizar seriamente a equipa - e penalizaram mesmo, no clássico da Luz. 

 

Não gostei nada de sofrer o golo tão cedo, logo aos 23', marcado por Scamacca, goleador da Atalanta que já tinha concretizado duas vezes antes, mas sem valer por estar fora-de-jogo. Desta vez valeu, devido a uma perda de bola de Diomande junto à linha do meio-campo, à incapacidade dos restantes defesas de fecharem o corredor e à incorrecta posição de Adán, muito adiantado: ainda tocou na bola com a ponta dos dedos, sem conseguir pará-la. Via-se que faltava ali Coates, ausente do onze titular e só em campo a partir do minuto 80 (rendeu St. Juste, central à direita, com o marfinense ao meio). Também não gostei nada das exibições de Esgaio e Trincão, totalmente ineficazes no corredor direito: o primeiro foi incapaz de fazer um cruzamento, o segundo perdia a bola com uma facilidade impressionante, parecendo com a cabeça noutro lugar qualquer. Já não voltaram do intervalo, em claro benefício da equipa, que recuperou eficácia. Enfim, quase desesperei com Pedro Gonçalves, que desperdiçou quatro golos: aos 35' (chapéu falhado por completo após ter sido isolado por Gyökeres), aos 66' (bem servido por Edwards, consegue fazê-la embater nos dois postes sem entrar), aos 68' (atirou para cima da barra) e aos 71' (isolado por Morita, opta por um passe frouxo ao guarda-redes). Repetiu a desastrosa exibição em Lisboa: anda irreconhecível.

Tornar tudo mais difícil

Quatro grandes oportunidades desperdiçadas pelo Sporting na segunda parte, há pouco, em Bérgamo. Três delas escandalosas, por responsabilidade de um Pedro Gonçalves irreconhecível. Incapacidade total na finalização.

Vimos de lá com um empate (1-1) quando podíamos ter vencido até por mais de um golo de diferença. O que nos deixaria em primeiro lugar no nosso grupo, quase com presença garantida desde já nos oitavos-de-final da Liga Europa.

Temos esta mania de tornar tudo mais difícil.

Pódio: Pedro Gonçalves, St. Juste, Bragança

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Raków, da Liga Europa, pelos três diários desportivos:

 

Pedro Gonçalves: 19

St. Juste: 17

Daniel Bragança: 16

Edwards: 16

Gonçalo Inácio: 16

Esgaio: 15

Nuno Santos: 15

Paulinho: 15

Trincão: 15

Fresneda: 14

Coates: 14

Adán: 13

Diomande: 13

Morten: 11

Matheus Reis: 11

Tiago Ferreira: 6

 

O Jogo e A Bola elegeram Pedro Gonçalves como melhor em campo. O Record optou por Daniel Bragança.

Quente & frio

 

Gostei muito da vitória do Sporting (2-1), na noite passada, em jogo da Liga Europa contra o Raków, campeão polaco. Triunfo que nos mantém no segundo posto do grupo D nesta competição europeia: permanecem intactas as leoninas aspirações à fase seguinte da prova. Vale a pena anotar: foi o nosso 16.º desafio da temporada em curso, com balanço largamente positivo. Treze vitórias, dois empates, apenas uma derrota. Percentagem de sucesso: 81,2%. Demonstração inequívoca do mérito desta equipa tão bem orientada por Rúben Amorim.

 

Gostei que tivéssemos marcado cedo - na conversão de um penálti, logo aos 10', por Pedro Gonçalves a castigar falta claríssima (punida com cartão vermelho) cometida sobre St. Juste quando conduzia um lance de ataque na meia esquerda, em plena grande área polaca. Aos 52', o nosso n.º 8 viria a marcar igualmente o segundo golo, também de penálti, desta vez a punir mão na bola a remate de Edwards. Tem de ser creditado como melhor em campo. Leva já cinco golos nesta época - estes foram os seus primeiros na Liga Europa 2023/2024. Total até agora: 63 convertidos de verde e branco. Merece elogio? Claro que sim.

 

Gostei pouco que não tivéssemos exibido superioridade na chamada zona de decisão, sobretudo porque defrontámos uma equipa só com dez jogadores durante 80 minutos. Construímos oportunidades, mas fomos incapazes de convertê-las em lances corridos - ou por falta de pontaria ou devido a grandes defesas do guarda-redes sérvio da equipa polaca, que só tem um polaco no plantel (o Sporting teve sete portugueses no onze inicial). Paulinho, que ontem festejou 31 anos, foi um dos elementos com nota insuficiente. Outros foram Nuno Santos e Esgaio, pouco eficazes a municiar o ataque pelos flancos. Para compensar, registou-se a estreia em jogos oficiais da equipa A do jovem Tiago Ferreira, que actuara na pré-temporada: outro miúdo da nossa formação lançado por Amorim. Foi mera amostra, insuficiente para conclusões sólidas. Aos 21 anos, Mamede - como também é conhecido - tem-se destacado no Sporting B, onde já fez dez golos e duas assistências. Oxalá consiga singrar entre os "adultos".

 

Não gostei da ausência de Gyökeres, ausente por castigo. Nota-se uma diferença enorme, para pior, quando ele está fora do onze titular. A nossa linha ofensiva perde engenho, criatividade, talento, energia, explosão, acutilância, capacidade de desequilíbrio e capacidade de pressionar a saída dos adversários. Felizmente vamos tê-lo de volta no dérbi da Luz, já depois de amanhã. Num jogo em que a equipa da casa contará com mais 24 horas de descanso do que a nossa após ter humilhado o futebol português em San Sebastián, frente à Real Sociedad (equipa que vencemos 3-0 na pré-temporada).

 

Não gostei nada de ver o Sporting sofrer um golo, aos 70', na sequência de um livre convertido com rapidez e eficácia pelo Raków enquanto alguns dos nossos jogadores se limitaram a defender com os olhos. Quatro jogos da Liga Europa, em todos sofremos golos. Falta-nos capacidade de concentração em momentos cruciais e alguma consistência defensiva. Também não gostei nada dos nossos 20 minutos finais, com a equipa a recuar muito no terreno, mantendo posse estéril de bola e parecendo recear a desfalcada turma adversária. Enfim, continuo a não gostar nada de Fresneda, desta vez em campo desde o minuto 56 (substituiu Esgaio). Está muito longe de ser um novo Pedro Porro. E até agora nem demonstrou sequer qualidade para integrar o plantel principal do Sporting.

Cantámos vitória onde o Benfica perdeu

Boavista, 0 - Sporting, 2

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Pedro Gonçalves, melhor em campo no Bessa: golo de calcanhar valeu-lhe nota artísrica

Foto: José Coelho / Lusa

 

Contraste enorme entre esta época e a anterior, bem reflectida na nossa posição à nona jornada: vamos agora no comando do campeonato, com mais nove pontos do que há um ano na mesma fase da prova. Na comparação, ganhamos um ponto por jornada. É obra. 

Talvez a nossa mais saborosa vitória até ao momento, na Liga 2023/2024, tenha sido este Boavista-Sporting, disputado anteontem num relvado muito maltratado em estádio sempre difícil. Há poucas semanas a equipa comandada por Petit derrotou ali o Benfica, por 3-2. 

Rúben Amorim surpreendeu o técnico rival, apresentando o seu onze titular disposto de maneira inabitual no terreno, numa espécie de 4-3-3 em que o lateral esquerdo formava muitas vezes linha defensiva enquanto Diomande encostava ao lado oposto, compensando o adiantamento de Geny, muito mais extremo do que ala, sobretudo na primeira parte.

 

Esta alteração táctica funcionou. O Sporting teve quase sempre superioridade nas diversas fases do encontro. Fomos para o intervalo a vencer 1-0 e podíamos ter marcado mais dois ou três, enquanto Adán não fez uma defesa digna desse nome nos primeiros 45'. 

Não fomos apenas eficazes: também soubemos dar espectáculo. Como comprovou precisamente esse lance do nosso golo inaugural, primor de futebol colectivo construído com 46 segundos ininterruptos de posse de bola: 17 passes que envolveram oito jogadores. Culminando num magnífico centro de Matheus Reis que Geny aproveitou da melhor maneira estreando-se como artilheiro leonino em desafios do campeonato.

 

No segundo tempo agigantou-se Pedro Gonçalves, que já estivera envolvido no primeiro golo. Foi ele a fixar o resultado aos 85', em lance de insistência iniciado numa oportuna recuperação de Morten que levou o n.º 8 a rematar ao poste, sentado no relvado. No ressalto retomámos a posse de bola e aí destacou-se Esgaio a assistir. Pedro Gonçalves estava no sítio certo, embora de costas para a baliza. Num toque de génio, à Madjer, marcou de calcanhar.

Valeu-lhe nota artística. E justa menção como melhor em campo.

 

Não nos limitámos a vencer: também convencemos.

Pela primeira vez, neste campeonato, não sofremos golos fora de casa. Impusemos ao Boavista a primeira derrota no Bessa. Reforçámos a liderança da prova, ainda mais isolados - com mais três pontos do que Benfica e FC Porto, também com mais três pontos do que na nossa inesquecível campanha de 2020/2021 que culminou no título. 

Motivos mais do que suficientes para a equipa estar de parabéns.

 

A verdade é que o Sporting não perde um jogo em provas nacionais desde Abril - facto relevante. 

Entretanto, com este triunfo no Bessa, Rúben Amorim tornou-se o treinador português com mais vitórias em toda a história do nosso clube: já são 118. Acabou de ultrapassar Paulo Bento, precisando de menos jogos para esse efeito.

Agora, acima dele, apenas se destaca o húngaro Joseph Szabo, treinador que passou onze épocas no Sporting - a última das quais em 1954/1955, ainda jogavam alguns dos Cinco Violinos. 

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Só aos 83' fez uma defesa apertada. Exibiu segurança neste regresso à titularidade após duas partidas em que viu Israel assumir protagonismo entre os postes.

Diomande - Impecável nas dobras a Geny, que tinha ordens para actuar como extremo, sem recuar. Pilar na organização defensiva. Passou a central ao meio com a saída de Coates.

Coates - Exibição um pouco mais apagada do que o habitual do capitão uruguaio. Cedeu a braçadeira a Adán ao sair (69'), por precaução, queixando-se de uma dor na perna.

Gonçalo Inácio - Iniciou construção do primeiro golo com um passe de ruptura que originou soberba jogada colectiva. Sabe usar cada vez melhor o seu pé esquerdo para queimar linhas.

Geny - Titular por mérito neste jogo que lhe correu muito bem. Aos 8' ameaçou marcar num forte disparo à malha lateral. Aos 37' passou da ameaça ao acto: foi o seu golo de estreia na Liga.

Morten - Exibição segura do internacional dinamarquês, que protagonizou sete recuperações. Vital no lance do segundo golo, que ajudou a construir com boa visão de jogo e precisão de passe.

Morita - Organizador do meio-campo, esteve em nível muito elevado até as forças lhe começarem a faltar, por volta dos 70'. De uma tabelinha entre ele e Matheus Reis nasceu o primeiro golo.

Matheus Reis - Primou pela disciplina táctica, compensando em consistência defensiva o adiantamento de Geny na ala oposta. Mas brilhou na frente ao assistir o moçambicano no golo.

Edwards - Criou desequilíbrios no reduto adversário. Soberba execução técnica ao picar a bola aos 31', fazendo-a sobrevoar a defesa. Mas desperdiçou um golo cantado aos 53'. Intermitente.

Pedro Gonçalves - Metade dos nossos quatro remates enquadrados foram dele. Aos 31', isolado, chutou para a bancada. Redimiu-se num excepcional golo de calcanhar que fixou o resultado.

Gyökeres - A partida menos conseguida do craque sueco desde que chegou ao Sporting. Muito marcado, desperdiçou duas ocasiões de golo (11' e 61'). Mas foi lutando sempre.

St. Juste - Substituiu Coates aos 69', tomando conta do lado direito da defesa. Desta vez sem brilhantismo. Após longa lesão, parece estar ainda algo preso de movimentos.

Esgaio - Rendeu Edwards (74'). Não falhou um passe e brilhou ao assistir Pedro Gonçalves no golo. Já fez mais assistências nesta Liga do que os laterais do SLB e do FCP somados.

Nuno Santos - Entrou aos 75', substituindo Matheus Reis. Teve logo um lapso defensivo que nos poderia ter saído caro. Mas redimiu-se com um par de centros bem medidos.

Paulinho - Substituiu Gyökeres aos 86'. Pressionou, movimentou-se bem na área, rematou com convicção aos 87'. Mas, servido por Nuno Santos, falhou emenda aos 90'+2: bastaria encostar.

Trincão - Entrou ao minuto 86', ocupando o lugar de Geny.  Protagonizou dois lances que nada renderam pelo seu defeito do costume: perde-se em fintas e acaba por ficar sem bola.

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