Jesus prometeu arrasar e sai arrasado
Parabéns ao Sporting Clube de Braga, digno vencedor da Taça de Portugal 2021. Derrotando na final a equipa que já tinha perdido o campeonato, a Taça da Liga e a Supertaça.
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Parabéns ao Sporting Clube de Braga, digno vencedor da Taça de Portugal 2021. Derrotando na final a equipa que já tinha perdido o campeonato, a Taça da Liga e a Supertaça.
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N 38° 45' 10" , W 09° 11' 05"
Já se pode ou ainda é um bocadinho cedo?
«Para mim Jorge Jesus não merece o mínimo de credibilidade, tem falta de carácter e grandes falhas de memória. Quem não se lembra quando veio para o Sporting, tudo aquilo que lhe foi feito pelo clube que representa neste momento! Foram retiradas imagens suas de fotos de grupo, foi acusado de enviar sms a jogadores do Benfica antes da supertaça no Algarve, foi acusado de ter roubado software do Seixal, foi-lhe movido um processo em tribunal a exigir-lhe 14 milhões de euros, um euro por cada benfiquista, enfim tudo e um par de botas... Simplesmente não tem vergonha na cara! O outro é que tinha razão, um vintém é um vintém, um cretino será sempre um cretino.»
JF1965, neste texto do Pedro Oliveira
Fizeram connosco o jogo da vida deles. Os que iam "arrasar", com reforços de mais de cem milhões de euros, e afinal ficaram em terceiro no campeonato, sem assegurarem sequer a entrada directa na Liga dos Campeões.
Imaginei até que depois desta vitória tangencial fossem comemorar para o Marquês. Mas não: nem sequer ganharam a "Taça da Segunda Circular". Em casa deles, venceram ontem 4-3. Nós, em Alvalade, tínhamos vencido 1-0 na primeira volta. A diferença de golos é-nos favorável.
Nem isso conseguiram.
Constou-me que uma edição especial da prestigiada Ferrari, 'um 9', Darwin para os amigos, sofreu um pequenino revés.
Ferrari: 1962 Ferrari 250 GTO #19
Já assim terá sido. Andava o triplo dos outros, dizia-se. Partia muito à frente, ainda a corrida não tinha começado. Partiu-se.
Depois de ontem, diz-se, pouco mais haverá a fazer do que imortalizar a Involução do Espécime.
Alguém por aí terá o contacto de Bordalo II?
No espírito da relação de boa vizinhança que já no passado aqui se demostrou (é verdade, ao JJ sugeriu-se oferecer 5 Jotas, ficou a faltar literalmente uma perninha - algo a que esta época habituou os vizinhos - para o tão famoso triplo mas quem dá o que pode, a mais não é obrigado), fazia-se a atenção.
Que vos parece?
Era isto, mas em águia, com uma pala camoniana (que Fado!) e uma asinha ao peito utilizando os salvados, não?
Para implantar junto à(o) Pantera Negra?
De nada!
Com a prosápia habitual, que só lhe serve para iludir incautos, prometeu mundos e fundos no seu verdadeiro clube de estimação. Garantiu que iria «arrasar». Jurou que iriam «jogar o triplo» na comparação com as épocas anteriores, conduzidas por Rui Vitória e Bruno Lage, profissionais respeitados e sem vestígios de mitomania.
O que temos, 27 jornadas depois? Não arrasou coisa nenhuma. Jogou três vezes menos. E perdeu 24 pontos - quase um ponto por cada ronda.
Ontem foi derrotado em casa pelo modesto Gil Vicente (1-2) numa partida em que os seus jogadores não fizeram um só remate enquadrado com a baliza adversária. Em três dos cinco jogos anteriores, tinha vencido contra dez. E se o Braga não tem tropeçado também, empatando 0-0 em Vila do Conde, estaria agora em igualdade pontual com o SLB na Liga.
É Jorge Jejum, fiel à sua imagem de marca. Incompreensivelmente para mim, conta ainda com alguns admiradores no Sporting. Apesar de tudo quanto ficou para trás.
Tenho a pretensão de que a culpa é de parte a parte.
Por um lado, temos o jogador. Forma-se no clube e tem uma ligação muitas vezes de mais de dez anos. Entraram enquanto putos e viveram o clube de uma forma que nós não conseguimos, por dentro. Eles sabem o que correram pela glória do clube nos seus determinados escalões.
É óbvio que os seus pais, muitos deles vindos de situações sociais e económicas totalmente complexas, assim como os seus agentes, com a ganância de contratos luxuosos que vêem em cada puto um novo Ronaldo de contratos bilionários, ficam todos na expectativa que este atinja a idade do contrato profissional, para assumirem o plantel principal e as primeiras boas coroas.
Quando começam a ser preteridos por outros jogadores que vêm de fora, começam a estudar formas de dar a volta à situação, através de vendas antecipadas pelos valores irrisórios que temos vindo a assistir. Eles, os "putos", pouco melhor sabem, confiando naqueles que os representam nas mesas de negociações.
É fácil falar de fora, que deviam ficar, dar o murro na mesa. Muitos têm pouco mais de 18 anos quando começam a ver o primeiro contrato com seis algarismos e mal sabem ainda pensar por si próprios...
Por outro lado, temos os treinadores.
Poucos são Rúben Amorim, Alex Ferguson ou Paulo Bento. São, aliás, uma raridade, os treinadores-formadores! Desta forma, para clubes formadores, como são a maioria dos portugueses, são precisos os treinadores certos para potenciar jovens.
A maior razia do Sporting veio com a contratação milionária de Jorge Jesus, consequentemente tapando a porta, à formação, da via de acesso ao plantel principal e à capacidade de valorização a curto prazo que sempre lhes cantaram ao ouvido durante anos e anos...
Assim, a porta de saída é o caminho mais rápido e, talvez, o mais fácil.
Por último, os presidentes.
Estes querem dos seus jovens o máximo rendimento possível com a sua venda. Tudo bem, nada contra. Porém, devemos ter a capacidade de perceber o ponto em que o clube se encontra, no mercado.
O Sporting tem passado por uma das suas maiores travessias do deserto. Quando algum clube estrangeiro negoceia connosco, é normal que pense que com meia dúzia de tostões nos conseguem levar todos os possíveis craques. Está lá o presidente para defender os interesses do clube, neste sentido. Não podemos é, também, deixar que um presidente perca o fio à meada e não consiga perceber o real momento da instituição.
Manter-se intransigente em exigir cláusulas de rescisão por jogadores que já estão a atingir o pico da sua performance é desmedido. Colocar cláusulas de rescisão absurdamente elevadas em jogadores que são bons mas apenas isso é perigoso, porque coloca a possível mobilidade profissional daquela pessoa em risco.
Tem igualmente de haver alguma transigência nas negociações e não emprenhar pelos ouvidos de quanto este jogador vale aos olhos dos adeptos (verdadeiros apaixonados pelo clube mas não entendidos nestas matérias).
Também queria o Bruno Fernandes a ser vendido por 120M, mas não era o valor de mercado correcto para ele, nem para o Sporting, nem para mais ninguém.
Adrien, Rui Patrício, William deviam ter saído pós-Euro'16 e mantiveram-se mais dois anos, à espera do tão propalado contrato milionário que Bruno de Carvalho tanto queria para enaltecer a sua presidência. Teve a de João Mário, mas depois foram apenas desastres atrás de desastres.
Resumindo, foi uma tempestade perfeita para termos, actualmente, "ratos", "traidores", "seres de esgoto" que estiveram às ordens do clube durante mais de dez anos mas que se viram impedidos de prosseguir as suas carreiras profissionais por desvarios e intransigências de pessoas que deviam ser profissionais.
Perderam todos, o clube também!
Texto do leitor RASR, publicado originalmente aqui.
Leio, com assumida tristeza, que o FC Porto quer contratar Ricardo Esgaio. Não me surpreende a escolha: considero Esgaio o melhor português a actuar como ala direito no campeonato nacional. Formado naquele que é um dos mais competentes núcleos de formação desportiva do continente europeu - a Academia leonina, de onde saíram dois Bolas de Ouro (Luís Figo e Cristiano Ronaldo) e um Bola de Prata (Paulo Futre).
Esgaio distinguiu-se nos escalões de formação e ao serviço da equipa B do Sporting, tendo actuado várias vezes na equipa principal. Infelizmente, quando o "mestre da táctica" aterrou em Alvalade viu a sua progressão interrompida e acabou dispensado. Aconteceu-lhe o que sucedeu a tantos como ele, daquela geração intermédia que transita dos escalões juniores para o futebol profissional. Toda uma geração perdida devido ao nefasto papel de quem proclama que um jovem tem de "nascer dez vezes" para singrar num onze titular.
Assim perdemos Esgaio, para o Braga. Como perdemos João Palhinha, em boa hora resgatado ao mesmo clube - com os excelentes resultados que sabemos. Como perdemos Iuri Medeiros, Ryan Gauld, Matheus Pereira, Francisco Geraldes, Domingos Duarte, Carlos Mané, Mehdi Demiral e Gelson Dala. Jogadores que têm hoje entre 23 e 27 anos: alguns nunca chegaram a estrear-se na nossa equipa principal.
Reparo nisto e sublinho o contraste: que diferença em relação ao que se passa agora. Com um treinador como Rúben Amorim que nestes 13 meses como treinador do Sporting já lançou oito elementos da formação, apostando neles na equipa A leonina - três deles na época em curso: Gonçalo Inácio, Daniel Bragança e agora o benjamim Dário, apenas com 16 anos. O mais jovem de sempre a jogar entre os grandes no futebol português.
Um escorraçava-os. Outro acredita neles, confia neles, coloca-os a jogar e valoriza-os. Valorizando também o clube que os formou.
Não pode haver, também nisto, maior diferença entre o ciclo Jesus e o ciclo Amorim.
Inútil perguntarem-me quem eu prefiro: já todos conhecem a resposta. Gostaria de saber também qual é a vossa.
Fevereiro de 2017:
Jorge Jesus perde no Dragão e arrasa Palhinha (21 anos):
«Ele não levou o guião certo e isso foi fatal para nós.»
Fevereiro de 2021:
Rúben Amorim empata no Dragão e elogia Palhinha (25 anos):
«É muito bom com e sem bola. Meto na cabeça dele que é muito bom e especial.»
«Jesus é um flop mais eficaz a vender-se a si mesmo (nem sei como se cai na conversa dele) do que a montar uma equipa. (...) Despachar Jesus é neste momento não só necessário como imprescindível. Estou para ver quam é o próximo nome de nível médio de uma liga "grande" ou nome maiorzito (não grande) mas veterano a quem o Benfica vai dar uma reforma activa. Equipa sem ligação, com jogadores a correr por vezes depressa mas sem saber para quê e os poucos que tentam colocar ordem no esquema a levar as mãos à cabeça e a perguntar-se por que razão ninguém os ouve.»
João André, neste meu texto
Noite após noite, a CMTV dedica grande parte do horário nobre ao seu herói de estimação: Jorge Jesus. Seja a que pretexto for.
Situação de privilégio. Um treinador com mais tempo de antena do que qualquer outro protagonista do futebol português - incluindo todos os outros técnicos e todos os jogadores juntos. Ao ponto de o próprio Abel Ferreira, na noite em que se sagrou vencedor da Taça dos Libertadores ao serviço do Palmeiras, ter visto o seu nome subalternizado pelo colega favorito do tal canal.
Grande mistério, este - o da excelente imprensa de que goza Jesus. Ou talvez nem seja tão misterioso assim.
30 de Janeiro, 22.00
30 de Janeiro, 22.05
30 de Janeiro, 22.17
30 de Janeiro, 22.47
30 de Janeiro, 22.48
30 de Janeiro, 23.01
30 de Janeiro, 23.05
30 de Janeiro, 23.59
Gostei
Do nosso triunfo em casa frente ao velho rival. Derrotámos o Benfica por 1-0 (ao minuto 92, fatal para Jorge Jesus) num jogo que dominámos quase por inteiro. O SLB, com reforços de 100 milhões, foi levado ao tapete por um Sporting que gastou apenas cerca de 14 milhões para formar o plantel desta temporada. Comprovando-se, uma vez mais, que não basta contratar jogadores caros: é preciso haver também quem saiba orientá-los. No início da época, Jesus prometeu "arrasar": afinal a equipa dele é que está arrasada.
De termos terminado um jejum de nove anos. Desde Abril de 2012 (Godinho Lopes era o presidente e Sá Pinto era o treinador) que não vencíamos o Benfica, em casa, para o campeonato. Tinham Nuno Mendes e Tiago Tomás apenas nove anos. Era mais que tempo de pôr fim a isto. E faço desde já votos para que um tão grande período sem derrotarmos as papoilas em Alvalade nunca mais volte a acontecer.
De Matheus Nunes. Há males que vêm por bem: a inacreditável sanção disciplinar a Palhinha no jogo anterior, decidida pelo árbitro Fábio Veríssimo, forçou Rúben Amorim a apostar no jovem luso-brasileiro como titular do nosso meio-campo defensivo. Aposta ganha: ele foi o melhor em campo. Não apenas por ter cumprido de modo exemplar a sua primeira missão, segurando muito bem a bola e transportando-a com qualidade e critério, como foi ele a fazer a diferença num espectacular mergulho em zona frontal a aproveitar um mau alívio do guarda-redes Vlachodimos. Assim surgiu o golo solitário que nos consolida no comando da Liga, com 42 pontos - mais nove do que o Benfica. Desde 1951 não havia uma diferença pontual tão grande entre as duas equipas nesta mesma fase do campeonato.
De Nuno Mendes. Outra excelente exibição do nosso ala esquerdo, que entrou em 2021 com o mesmo fulgor que já havia evidenciado no final da temporada anterior ao ser lançado por Amorim na equipa principal. Hoje ganhou sucessivos duelos a Gilberto, causou constantes desequilíbrios no seu corredor e aos 44' esteve a centímetros de marcar um golaço num chapéu que Vlachodimos só travou in extremis, em cima da linha da baliza.
De Coates. Revela segurança olímpica, controlo absoluto do sector defensivo e natural capacidade de comando junto dos companheiros que o complementam nessa missão, novamente coroada de sucesso. Excelente leitura de jogo, como se comprovou num corte magnífico feito aos 62'. Os números não enganam: o Sporting é - de longe - a defesa menos batida do campeonato, com apenas nove golos sofridos em 16 jogos. O capitão uruguaio é um dos grandes responsáveis por estes números que as outras equipas tanto nos invejam.
De Adán. Seguríssimo entre os postes. Atento aos cruzamentos. Antecipou-se sempre aos adversários, reduzindo (por exemplo) Darwin a uma inutilidade em campo. Confere tranquilidade a toda a equipa, até pela sua linguagem gestual. Um dos pilares deste Sporting que cada vez mais sonha com o título de campeão.
De Porro. Imprescindível neste onze titular, voltou a fazer a diferença em diversos lances - incluindo o momento decisivo da partida. Grande passe a isolar Tiago Tomás, aos 23'. Uma quase-assistência para Pedro Gonçalves, aos 31'. Autor de um disparo com selo de golo, aos 35', desviado no limite por Otamendi. Cereja em cima do bolo: é ele quem centra no lance que culmina no golo que nos valeu três pontos. Outra partida em grande nível.
De Tiago Tomás. Muito combativo, deu sempre imenso trabalho aos três centrais adversários (sistema agora implantado por Jesus no Benfica, copiando o que Amorim trouxe há quase um ano para o Sporting). Com um desvio de cabeça dentro da área, aos 40', ofereceu um golo que Neto desperdiçou. Atacou a profundidade com inegável competência, quase fazendo esquecer-nos que tem apenas 18 anos.
De Rúben Amorim. Menos de um ano depois, já conseguiu silenciar todos os críticos. Até aqueles que não há muito tempo murmuravam que ele era incapaz de vencer as equipas situadas nos cinco primeiros lugares da tabela. Os factos só destas semanas mais recentes falam por si: derrotámos o FC Porto, derrotámos o Braga (duas vezes), derrotámos agora o Benfica, conquistámos a Taça da Liga. E não vamos parar aqui. Já com os críticos caladinhos.
De ver o Sporting ainda invicto. Extraordinário: somamos 16 jogos sem perder no campeonato. Estamos há dez jornadas consecutivas no primeiro posto. E continuamos a marcar em todos os jogos desta Liga 2020/2021, que comandamos com brilho e competência. Mérito do treinador e de toda a equipa de trabalho, que revela uma unidade inquebrantável.
Do Benfica. Péssimo a atacar, medíocre a defender, sem consistência, sem fio de jogo, sem uma verdadeira oportunidade de golo, estreando neste clássico o sistema de três centrais em que não está rotinado, numa demonstração evidente de temor reverencial pelo Sporting, esta equipa que agora segue em quarto no campeonato abandonou qualquer hipótese de conquistar o título - que agora vê à distância de 14 pontos (nove do Sporting e cinco do FC Porto). No início da época, Jesus tinha prometido aos adeptos jogar "três vezes mais". Mera publicidade enganosa, algo em que o veterano técnico é exímio, como nós infelizmente bem sabemos.
De todo o "folhetim" em torno do cartão a Palhinha. O jogador estava fora da convocatória, mas a meio da tarde soube-se que o Tribunal Administrativo Central do Sul autorizara uma providência cautelar que suspendia o efeito do castigo imposto pelo Conselho de Disciplina. Acabou convocado, entrando aos 60' para render João Mário. É um dos jogadores com mais talento do campeonato português, não merecia todo este injustíssimo desgaste em redor do seu nome.
Da ausência de público. Os números trágicos da pandemia não permitem outro cenário senão o actual, mas voltou a ser profundamente triste ver o nosso Estádio José Alvalade palco do maior clássico do futebol português com todas as bancadas vazias. E nós, adeptos, acabámos por fazer a festa como foi possível, confinados mais que nunca, entre as quatro paredes domésticas. Festejo a sério, agora, só em sonhos.
Não será bem assim que estará Alvalade amanhã, que saudades de lá estar, sabe Deus quando poderá ser...
O Sporting chega ao primeiro dérbi lisboeta da temporada numa situação invejável. Mesmo contando que Porto e Braga ganhem os respectivos confrontos, o Sporting ganhando fica com 4, 9 e 9 pontos de vantagem sobre os perseguidores mais directos. Perdendo, mesmo assim fica com 1, 3 e 6. Sendo assim, só tem de entrar tranquilo e concentrado em campo, jogar o melhor que pode e sabe, e ser feliz no final.
Melhor ainda entraria se pudesse contar com Palhinha: mais uma canalhice arbitral que prejudicou o Sporting, mas Matheus Nunes e João Mário mostraram no Bessa que se complementam muito bem e fazem um meio-campo de qualidade. O problema pode ser no decorrer do jogo, na hora de reforçar o centro para compensar o desgaste ou prevenir expulsões. Bragança incorre em faltas perigosas por falta de físico, talvez Gonçalo Inácio possa fazer de Palhinha se for necessário.
De qualquer forma o Sporting vai entrar em campo do jeito habitual. Amorim acredita mais na consistência que vem dos treinos do que dos coelhos que saem das cartolas. Já do outro lado, mesmo com Jesus de cama, deve haver alguma surpresa que se correr bem é porque realmente ele é genial; se correr mal, claro, os jogadores são burros e não percebem. Também, com toda aquela legião estrangeira paga a peso de ouro tem muito por onde escolher e muito por onde inventar. Levámos três anos disto, vimos Bruno César a ponta direita na Amoreira, Esgaio a defesa esquerdo em Alvalade, que nem estranhamos. Já que eles tanto o quiseram, agora que aguentem e não chorem.
Nesta semana marcada pelas novelas de fecho de mercado, entre o Paulinho que poderá vir ou talvez não, e os excedentários que finalmente vão à sua vida ou talvez não, temos agora o miúdo Plata desestabilizado pelos convites de Espanha e remetido para a equipa B, espero que aproveite para dois ou três jogos de luxo e voltar moralizado, porque precisamos dele.
Sendo assim, não vamos ter Palhinha, Plata e Luiz Phellype nos convocados. De resto, moralizados pela vitória na Taça da Liga, e com todos os restantes jogadores disponíveis, imagino que Amorim convoque os seguintes elementos:
Guarda-redes: Adán e Max.
Defesas Centrais: Quaresma, Neto, Coates, Borja, Feddal e Inácio.
Alas: Porro, Nuno Mendes e Antunes.
Médios Centro: João Mário, Bragança e Matheus Nunes.
Interiores: Tiago Tomás, Jovane, Nuno Santos e Tabata.
Ponta de lança: Sporar, Pedro Marques.
E apostava no seguinte onze:
Adán; Neto, Coates e Feddal; Porro, Matheus Nunes, João Mário e Nuno Mendes; Pedro Gonçalves, Tiago Tomás e Nuno Santos.
Concluindo,
Amanhã o Sporting entra em campo em Alvalade para ultrapassar o Benfica e manter a vantagem pontual na liderança da Liga.
Considerando o sistema táctico de Rúben Amorim, qual seria o vosso onze?
#OndeVaiUmVãoTodos
PS: No jogo do Bessa, com toda a questão dos cartões para evitar, ninguém acertou na previsão.
SL
A Equipa Cem Milhões foi borda fora. Afastada da terceira competição em quatro meses: Liga dos Campeões, Supertaça e agora Taça da Liga.
E ainda há quem suspire pelo regresso dos “bons tempos” em que tínhamos o “mestre da táctica” a treinar em Alvalade…
Foi o que veio dizer o pai de Gedson Fernandes ao Record de há dois dias.
Francamente não vejo qual o grande interesse que o Gedson possa ter para o Sporting. Felizmente com Palhinha, João Mário, Matheus Nunes, Daniel Bragança e Pedro Gonçalves temos um óptimo meio-campo, e na equipa B e nos sub23 estão mais alguns a bater à porta para entrar. Além disso, com este empréstimo em Inglaterra, ele deve estar a ganhar bem de mais para o que alguma vez demonstrou em campo. Devemos é olhar para quem temos cá dentro, os outros que tratem dos deles.
Mais do que outra coisa, o desabafo do pai do Gedson traduz o efeito devastador que o regresso de Jorge Jesus está a ter na formação do Benfica, especialmente naqueles jovens próximos do plantel principal e em busca de oportunidades para explodirem de rendimento e projectarem-se no mundo do futebol.
Enquanto o mestre da táctica se anda a babar com os dotes do seu "menino" Darwin Núñez, a ensinar o Cebolinha a defender, o Weigl a passar para a frente e não para os lados e o "afilhado" Gilberto a jogar futebol, alguns jovens já sumiram, vendidos ou emprestados, outros mais os pais e representantes andam inquietos e a fazer contas de sumir também, aquele sonho do Vieira de ter um Benfica europeu assente na formação não passou duma aldrabice para enganar a lampionagem. Diz Jorge Jesus que não tem dúvidas que o Nuno Tavares será o futuro defesa esquerdo da selecção portuguesa. E não tem mesmo. Por isso é que vai jogar o Grimaldo. Porque não tem dúvidas. E já sabemos que nunca se engana.
Nada que não tivesse acontecido também no Sporting. Com muitas coisas boas que inegavelmente tem, Jorge Jesus desperdiçou muito do talento formado em Alcochete que lhe chegou às mãos, Esgaio, Palhinha, Matheus Pereira, Demiral, Iuri Medeiros, Domingos Duarte e muitos outros tiveram poucas oportunidades, e contribuiu pelo seu desinteresse para o triste fim da então equipa B. Gelson Martins, Rúben Semedo e Rafael Leão foram as excepções.
Enquanto o Benfica anda neste carrossel de estrangeiros à moda do JJ, também o Porto, a sofrer do "síndroma do aspirador" Pinto da Costa, anda a vender tudo o que de melhor se formou dentro de casa, sem lhes dar qualquer oportunidade de se afirmarem na equipa principal.
O Sporting felizmente voltou à sua matriz formadora. Com Rúben Amorim dispomos não apenas cerca de metade do plantel preenchido por jovens da formação, mas também de uma ligação muito forte às equipas B e sub-23, com sucessivas chamadas dos melhores jovens aos treinos da equipa A. Tudo o que não acontecia com Jorge Jesus.
Por isso não me admiraria nada que jovens do vizinho do outro lado da segunda circular comecem a bater à porta do Sporting para poderem evoluir na recuperada Academia de Alcochete, construída por José Roquette, que veio dar condições infraestruturais à escola desenvolvida pelo mestre Aurélio Pereira, formador de jogadores de primeira grandeza, como Paulo Futre, Luís Figo e Cristiano Ronaldo.
Claro que, como dizia um nosso ex-presidente, a nossa Academia fica no meio "das vacas e dos bois", os nossos jogadores "nem com uma hora a pé estão junto do povo de Alcochete", mas pelo menos sabem que vão ter oportunidades para demonstrarem o que valem, como acontece com Nuno Mendes e companhia. Este sim, titular do Sporting e não a aquecer o banco, já devia ser o defesa esquerdo titular da selecção A, basta ver o que o médio adaptado Raphael Guerreiro sofreu frente a Coman na derrota da selecção frente à França.
SL
Quando era treinador do Sporting, Jorge Jesus fez aquilo que agora volta a fazer no Benfica: desprezou por completo a formação. Trabalhar com jovens jogadores - desde que não sejam sérvios ou brasileiros - não é com ele.
Em Alvalade foi cortando as pernas - em sentido metafórico, claro - a uma impressionante série de jogadores talentosos: João Palhinha, Ricardo Esgaio, Carlos Mané, Matheus Pereira, Ryan Gauld, Domingos Duarte, Francisco Geraldes, Merih Demiral e Gelson Dala.
Outro desses jovens oriundos da Academia de Alcochete a quem o "mestre da táctica" nunca ligou pevide é Iuri Medeiros. Por ironia, foi ele o marcador do primeiro dos três golos encaixados pelo Benfica na recente derrota da equipa encarnada frente ao Braga. Terceiro jogo consecutivo com Jesus a sofrer três - algo que nunca tinha acontecido ao SLB - apesar dos 120 milhões de euros gastos em reforços para a Luz, incluindo a equipa técnica.
A vingança serve-se fria: este golo, pelo seu simbolismo, funcionou como justiça poética para Iuri. Enquanto a chuva de milhões não evita que esta seja a equipa do Benfica com mais golos sofridos, em 59 anos, nos primeiros 11 jogos da temporada.
Nada que belisque, no entanto, a boa imprensa de que Jesus continua a beneficiar: mesmo quando perde, recebe tratamento de vencedor. Acaba até de ser eleito "melhor técnico da Liga" - alusão eventualmente irónica ao facto de o SLB seguir em terceiro no campeonato 2020/2021 e ter, à sétima jornada, menos três pontos do que na época anterior. É apenas a terceira equipa mais goleadora, havendo nove equipas com menos golos sofridos.
Aposto que a bola nas redes que mais doeu ao idolatrado "mestre" foi mesmo a do Iuri.
Ao ser contratado para técnico principal do Sporting, em Junho de 2015, Jorge Jesus fez profissão de fé verde-e-branca. Com o sentido de marketing pessoal que lhe é inato e beneficiando do facto de ser o treinador com melhor imprensa em Portugal, reinventou-se em parangonas como sportinguista. Invocou o nome do pai, Virgolino, contemporâneo de Peyroteo e Jesus Correia na época de ouro do futebol leonino, e fez vibrar as emoções dos adeptos prometendo títulos que não chegaram.
Agora, no regresso ao Benfica, adopta o mesmo padrão: a irresistível atracção pelo show off mediático e o culto imoderado da frase demagógica nunca o abandonam. Este é um dos motivos que levam tantos jornalistas a idolatrá-lo: ele proporciona sempre boas frases para enfeitar manchetes.
Mas desta vez foi longe de mais. Ao colar-se sem sombra de pudor ao homem que há cinco anos correu com ele da Luz, o acusou de roubo informático e lhe moveu um processo milionário em tribunal, reclamando 14 milhões de euros.
Vencendo em Famalicão, numa espécie de jogo amigável que não fez esquecer o desastre de Salónica, o sucessor de Rui Vitória, Bruno Lage e Nelson Veríssimo achou por bem dedicar este triunfo ao chefe máximo.
«Todos nós nesta casa estamos solidários com o presidente e sofremos com ele, com a família e os amigos dele. Esta vitória é do grupo todo para ele. Há cinco anos, quando saí, o Benfica já era grande, mas hoje é ainda maior», declarou após o jogo. Com um excesso de zelo que transcende largamente os seus deveres contratuais.
Não havia necessidade. Mas Jesus é mesmo assim: volúvel como o vento, "sofre" sempre entre aspas, sem amor nem apego a camisola alguma. Enquanto vai coleccionando títulos. Pelo menos nas primeiras páginas dos jornais.
Sendo orgulhosamente Português, torço sempre pelos êxitos das nossas selecções, sejam quem forem os treinadores e jogadores envolvidos, e mesmo quando outras equipas que não o Sporting estejam envolvidas em competições internacionais tendo também a desejar o melhor e a ficar contente com as vitórias alcançadas.
Obviamente quando estão em causa situações cujos sucessos de outrem se irão forçosamente traduzir em prejuízo ou ajudar ao achincalhamento e rapinagem para com o meu clube a coisa muda de figura, e por isso mesmo tenho de confessar que não fiquei nada triste com o desfecho do jogo ocorrido ontem em Salónica.
Mas ainda menos triste fiquei quando me recordei da forma como perdemos há pouco mais de dois anos, no Funchal, o acesso à Champions com benefício do vencido de ontem, com o mesmo treinador no banco nas duas situações e a repetir as mesmas asneiras. A única coisa diferente, no Funchal, foi o nosso ex-presidente ter desertado e deixado o grande mestre da táctica em roda livre.
Que asneiras foram essas? Jogo aberto e despreocupado, pouca objectividade no ataque, falta de capacidade física para aguentarem 90 minutos no modelo de jogo proposto, um ou outro jogador a vir de lesão, no fundo uma equipa a colocar-se a jeito para o infortúnio às mãos doutra equipa substancialmente inferior mas muito bem preparada por um treinador conhecedor, que corria, comia a relva e fazia pela vida sem parar.
Foram uns 50 milhões pela borda fora, mas para Jorge Jesus a questão é simples. Sem ovos não se fazem omeletas e quem quer um grande treinador tem que abrir os cordões à bolsa. E quanto à formação, dos jovens da formação que existem no plantel do Benfica, tirando Ruben Dias, ontem jogaram... ZERO.
Nada que nós não saibamos. Infelizmente.
Quando Bruno de Carvalho, para travar a contestação decorrente do despedimento do Marco Silva depois de acabar de ganhar a Taça ao Braga, resolveu ir buscar Jorge Jesus, vaticinei por aqui que ia ser o fim dele. O dele, Bruno de Carvalho. E foi.
Quanto ao Vieira, não vaticino nada nem tenho nada que vaticinar, o meu clube é outro, mas estou curioso para ver o que acontecerá.
SL
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O Benfica foi atirado borda fora do acesso à Liga dos Campeões pelo PAOK treinado por Abel Ferreira, apesar de a equipa grega custar oito vezes menos do que a de Lisboa. Derrotado em campo, o neobenfiquista Jorge Jesus apressou-se a fazer aquilo em que é exímio: exigir mais jogadores. Aproveitou a conferência de imprensa em Salónica para reivindicar mais um defesa e mais um avançado: sabe que Luís Filipe Vieira, em desespero perante o cenário de perder as próximas eleições no Benfica e de ser constituído arguido noutro processo-crime, lhe fará todas as vontades. Isto apesar de o SLB já ter contratado "reforços", com ou sem aspas, avaliados em 83 milhões de euros, sem ter vendido um só jogador. O que o torna no segundo clube europeu mais gastador neste primeiro mercado de transferências da era Covid, só ultrapassado pelo milionário Chelsea.
A fama deste treinador deve-se, acima de tudo, à sua capacidade reivindicativa: é incapaz de treinar um plantel barato - como fizeram, por exemplo, Leonardo Jardim e Marco Silva, que o antecederam no comando técnico do Sporting. Espreme ao máximo os recursos financeiros dos emblemas por onde vai passando, cada vez mais ao estilo toca-e-foge. Detesta a expressão "formar jogadores" e é-lhe indiferente qualquer perspectiva de lançar alicerces sólidos num clube, seja ele qual for.
Vendo os que ele ontem colocou em campo contra o PAOK confirma-se que em poucas semanas mandou às urtigas o "projecto formador" de que falava até há pouco o seu neopatrão Luís Filipe Vieira: os tais miúdos-maravilha saídos da incubadora seixalense ficaram no banco ou na bancada ou nem tiveram lugar no avião para a Grécia. De caminho, mandou às malvas o "projecto europeu" de Vieira, que ontem viu voar pelo menos 38 milhões de euros a que teria acesso só por disputar a Champions.
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Para nós, sportinguistas, nada disto é novidade. Jesus passou três anos no Sporting a torrar dinheiro e queimar jogadores. Para vencer apenas um título: a Taça da Liga 2018, logo revalidada no ano seguinte por Marcel Keizer, técnico incomparavelmente mais barato.
Não há volta a dar: o balanço de Jorge Jesus no Sporting é negativo. Sobretudo no menosprezo que revelou por jovens jogadores. Em três anos, lançou com regularidade na equipa principal apenas dois: Gelson Martins e Rúben Semedo. Daniel Podence estava em vias de se tornar no terceiro nas vésperas do assalto a Alcochete. Muito pouco, para honrar a matriz formadora do nosso clube.
A verdade é que Jesus deixou pelo caminho ou empurrou para a borda do prato jogadores como Ricardo Esgaio, João Palhinha, Matheus Pereira, Iuri Medeiros, Francisco Geraldes, Gelson Dala, Domingos Duarte, Ryan Gauld, Carlos Mané e Merih Demiral. Quase toda uma geração da formação leonina desprezada pelo "mestre da táctica". Vários deles não tiveram sequer oportunidade de jogar um só minuto sob a sua orientação na equipa principal. Teriam talvez de nascer "dez vezes", como o neobenfiquista chegou a dizer noutro contexto.
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Agrada-me saber que esta aversão pelos miúdos oriundos da Academia parece ser coisa do passado. Confio em jovens como Luís Maximiano, Jovane Cabral, Eduardo Quaresma, Nuno Mendes e Joelson Fernandes como futuras figuras da selecção nacional. Aliás já com reflexos na mais recente convocatória para a selecção sub-21, em que o Sporting foi de longe o clube mais representado.
Quero ver estes - e outros, como Daniel Bragança, Matheus Nunes, Tiago Tomás e Gonçalo Inácio - com oportunidades reais, sabendo-se que o futuro começa a ser construído hoje e estes anos são decisivos para lançar carreiras. Faço votos para que esta geração de jovens jogadores consiga singrar de verde e branco, ao contrário da geração precedente.
Basta encontrarem o treinador certo, que aposte neles. Ou seja: que proceda exactamente ao contrário do que fez Jesus.
«Chega a ser comovente vermos a lampionagem reconciliada com JJ, na hora do regresso, com requintes de luxo VIP. Trazido pela mão do mesmo homem que em 2015 o quis despachar, por não ser treinador que assumisse a "dimensão europeia do clube" e que mandou apagar-lhe a cara das fotos oficiais, na melhor tradição estalinista. Comparado com o déspota georgiano, Vieira não apresenta apenas similitudes de fisionomia, também lhe é semelhante nas piores expressões do carácter...»
Francisco Ribeiro, neste meu texto
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