Aos sete ou oito anos andei a ver se aprendia a nadar na piscina do Campo Grande, então alugada ao Sporting, onde o meu pai me inscreveu. Dessas aulas recordo-me do dia em que o monitor nos avisou que, na aula seguinte, teríamos a visita de João Rocha. E de a visita do então presidente do Sporting se ter efetivamente concretizado.
Recordei-me deste episódio ao ler o depoimento de Carlos Lopes ao Diário de Notícias: “João Rocha conhecia todos os atletas do Sporting”. Quantos dos últimos presidentes do Sporting visitam a formação mais básica nas modalidades? Quantos conhecem todos os atletas de alta competição? O mais provável é nem saberem o nome de todos os jogadores de futebol!
Não era um mero slogan, era a realidade: durante o consulado de João Rocha o Sporting era indiscutivelmente o maior clube português e a maior potência desportiva nacional. Foi deste Sporting que eu me tornei sportinguista, e João Rocha era a sua maior referência.
Dito isto, também cometeu erros (e não foram poucos) na gestão do futebol. Recordei um neste meu texto (deixou sair Futre), e nos comentários foram recordados outros. Não manteve nunca a estabilidade, despediu treinadores ao desbarato, destruiu equipas campeãs.
Que o Sporting consiga encontrar um presidente que torne o clube tão respeitado e mantenha os adeptos tão unidos como no tempo de João Rocha, mas que tenha uma melhor gestão do futebol, é o que eu desejo.
Cada jogo agora é uma nervoseira. Não que não costumem ser, mas este ano é uma nervoseira diferente. Estas semanas a alternar entre o "mais perto da Europa" e o "mais perto dos últimos" não podem dar saúde a ninguém.
A semana passada adiei o meu jantar de anos para ir ver o jogo com o Porto: "é que joga o Sporting... com o Porto..." e os meus amigos percebem mesmo que alguns nem vejam futebol, nem me dizem "mas está tão mal, que vais lá fazer?" já sabem que não é por aí.
Gostei bastante mais do que vi. Gostei da formação a crescer para o Porto. Gostei menos das oportunidades perdidas na frente, mas já se falou de sobra em van Wolfswinkel.
Tinha lido e ouvido toda a semana coisas como "não se percebe tanto alarido, o primeiro a jogar com o 11º... " e sim, eu ainda ligo a estar provocações. Não respondo, mas ligo. Tinha então ouvido esse tipo de coisas e se um empate jamais será uma vitória, sabemos que este foi perto de precioso.
Hoje não adiei, mas também não ía a Coimbra. Vi os convocados (podem ver-se aqui, aproveito para concordar com todo o post e dedicatória do Bancada de Leão) e gosto das opções. Jantarei atenta. E nervosa. Mas sempre com esperança e confiança nos miúdos (e nos outros, que na verdade também não são muito mais velhos).
Era pequena quando João Rocha foi presidente do Sporting. Tinha noção que os clubes tinham um presidente e aquele era o do meu. O que sei e lhe agradeço hoje, fui aprendendo ao longo dos anos. Ficará para sempre como referência para todos nós.
No que toca a eleições, continuo a observar. Nada a declarar por enquanto. Hoje importa ganhar. Ganhamos todos.
“Se eu fosse treinador dele [Eric Dier] durante muitos anos, diria que vai ser um grande médio (…) O Dier tem todas as condições para ser um grande jogador. E não é só ele, há mais”, disse esta tarde Jesualdo Ferreira na antevisão do jogo de amanhã contra a Académica.
Jesualdo Ferreira não esconde a admiração e empatia pela postura, qualidade técnica e ambição em campo dos jovens atletas que lhe foram confiados, a quem augura um futuro muito promissor.
Nesse âmbito, volta a ser clara a vontade do treinador leonino em potenciar a marca do Clube, que é a sua formação, durante muitos anos.
Eric Dier revela-se como uma forte aposta pessoal de Jesualdo Ferreira que, para sobressalto de muitos corações leoninos, está decidido em fazer do jogador um médio de eleição.
Só o tempo dirá se o vaticínio expresso pelo “pai futebolístico de Falcão”, na conferência de imprensa de hoje, se revelará certo ou errado.
No entanto, a vocação e intenção de Jesualdo em forjar novos craques, e a aspiração de Dier em conquistar títulos em Alvalade e ser internacional por Inglaterra, são, seguramente, bons indícios para que a missão venha a ser bem sucedida!
P.S.1 – Com o presente post, inicio hoje a minha colaboração no SPORTING – És a nossa Fé, agradecendo ao Pedro Correia pela oportunidade concedida.
P.S.2 – No período mais grave de sempre da Presidência leonina, desaparece um dos seus antigos titulares e que foi, emblematicamente, dos mais carismáticos e vitoriosos na sua história centenária. Que na evocação da memória de João Rocha, mais do que a saudade desses tempos idos de fulgor sportinguista, surja, inspirado pelo seu exemplo, um renovado esforço, dedicação e devoção para recolocar o Sporting na senda da glória!
Sou sócio do Sporting Clube de Portugal desde 1977, era João Rocha o presidente. E até hoje, na minha cabeça, era ele O presidente. E vai continuar a ser. Os grandes lideres de sucesso são assim, estão sempre presentes.
A morte não escolhe nem hora nem local. Deixou-nos aquele que é considerado como um dos melhores presidentes que o nosso clube já teve. Vamos entrar nas últimas duas semanas de campanha. Acredito que a sensatez e o bom senso vão imperar nas três candidaturas, nas inevitáveis reacções a este trágico acontecimento.
Junho de 1978 - o Sporting, então sob a presidência de João Rocha, efectuou uma digressão histórica à China. O Sporting foi a primeira equipa portuguesa de futebol a jogar na China, tendo disputado um jogo na capital Pequim, no Estádio Olímpico, frente à selecção chinesa. Na equipa estavam jogadores como Inácio, Mota, Laranjeira (capitão), Manoel, Jordão e Manuel Fernandes.
Neste momento triste cabe saudar em João Rocha, antigo presidente do Sporting, o seu pioneirismo, o seu empenho, em suma o seu Sportinguismo. Que descanse em paz.
Na sequência do texto do Adelino Cunha a expressar o seu ponto de vista sobre os piores presidentes da história recente do Sporting, julgo relevante exprimir, no meu ponto de vista, quais terão sido, não os piores presidentes, mas os piores erros de gestão.
Excluo as saídas das principais pérolas da Academia (Figo, que saiu praticamente de graça, e Cristiano Ronaldo, vendido muito barato bem antes do tempo - um "negócio à Bettencourt"), pois esses terão sido erros de gestão financeira. Refiro-me mesmo a erros desportivos.
Talvez tudo tenha começado com a saída de Malcolm Allison do comando da equipa, conforme um leitor comentou no texto do Adelino. Esse talvez tenha sido o "erro zero". Mas, nos últimos 30 anos, os erros principais, por ordem cronológica, a meu ver foram:
a saída de Futre para o Porto em 1984;
o despedimento de Bobby Robson (contratado logo de seguida pelo Porto) em 1994;
a venda de João Moutinho ao Porto em 2010.
Os três erros tiveram como único beneficiário o FC Porto de Pinto da Costa.
Antes da contratação de Futre, Pinto da Costa ainda não havia sido campeão nacional (e o FC Porto era um clube em tudo inferior ao Sporting). Depois de contratar Futre, o FC Porto foi bicampeão nacional e campeão europeu (algo que o Sporting nunca foi).
Bobby Robson, nunca é de mais lembrar, saiu quando o Sporting era líder do campeonato. Foi para o Porto e logo nesse ano ganhou a Taça frente ao Sporting. Deu início ao "penta" - até então o recorde de títulos consecutivos era do Sporting. Mais importante: foi graças a esse penta que o FC Porto ultrapassou o Sporting em número de títulos, num fosso que se tem vindo a alargar. Quando Robson treinava o Sporting, o clube ainda tinha mais títulos que o Porto. A saída deste treinador representou portanto um ponto de viragem. Tal como a de Futre. Sempre graças ao Sporting.
João Moutinho era o capitão da equipa. Não faz sentido, em lugar nenhum, um clube reforçar um adversário direto. O significado da saída de Moutinho é esse: o Sporting reconhece que o Porto deixou de ser um seu adversário direto. Não disputam os mesmos objetivos. Tem sido assim desde que Moutinho saiu. Esta saída, embora por si só não justifique toda esta realidade, é dela o seu maior símbolo.
Convém recordar o nome dos presidentes responsáveis por estas decisões: João Rocha, José Sousa Cintra e José Eduardo Bettencourt. No caso dos dois primeiros, as suas longas presidências tiveram aspetos positivos e negativos. Não consigo mencionar um aspeto positivo da presidência do último.
A "espuma dos dias", neste caso alguns resultados menos positivos no futebol sénior, estará a enublar o grande momento que o Sporting está a viver. A atribuição do nome de João Rocha, o Grande Presidente que o clube teve, não é apenas uma mais do que justa homenagem. Será também uma reparação de algum menor cuidado que no clube se teve para com o seu sempre Presidente. Mas, mais do que tudo, serve para olhar para a sua obra e fazer recordar o seu entendimento do que era o Sporting - muito mais do que um clube de futebol. Estreei-me neste blog evocando-o e invocando-o. Saúdo agora esta decisão.