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És a nossa Fé!

Era escusado

O final da época passada foi o que foi. Passou.

A contratação de Peseiro terá sido a contratação possível, dentre um leque de treinadores habituados aos grandes. Não correu bem, ou pelo menos não correu como gostaríamos e foi substituído por um holandês de que quase ninguém tinha ouvido falar e que nos entusiasmou a todos nos primeiros jogos e que até já conquistou um troféu, apesar de todos, do presidente ao mais novo associado, sabermos que a equipa é curta.

E agora temos indo às compras. Tenho muita esperança no novo Doumbia, eles no youtube são todos bons, mas neste tenho fé, prontes! E agora um defesa esquerdo mexicano, um Borja, o que poderá ser um bom cartão de visita, um deles chegou a papa...

Comprámos no entanto um defesa central também. Para substituir um rapazinho turco, Demiral, que mandámos embora por dez réis de mel coado e que parecia ter um futuro risonho à sua frente. É assim, somos pródigos em descartar os miúdos que formamos e da bancada exigir-lhes a lua ou arrasá-los com assobios se ficam a meio caminho. Comprámos um defesa central, repito. Mas não comprámos um central qualquer, comprámos um que já por cá esteve e que também augurava um belo futuro. Tão belo que teve à sua procura o Naitede, o Shelce, o PSD, o Tothaname, o Náples e até o Barce, mas acabou na cidade dos bitles no Livérpul, vendido a ferros por 7,5M€. O curioso é que o trajecto deste rapaz foi o inverso que tinha até chegar à primeira equipa do Sporting, foi sempre a descer até acabar vendido ao Reading, de onde agora chega, completamente desvalorizado. Não veria mal na contratação, se se tratasse de um jogador "normal", mas não. Não posso deixar de recordar as circunstâncias da saída, a forma como jogador e empresário forçaram um negócio ruinoso para o clube e a triste (não quero adjectivá-la de outra forma) entrevista onde diz que não se importava de estar dois anos sem jogar, se não tivesse conseguido sair. Quero dizer que nada tenho contra o rapaz, que toda a gente tem direito a uma segunda oportunidade, que desejo que seja muito feliz no Sporting que é sinal de que foi útil ao clube, mas o que questiono é a qualidade actual de Ilori. Convém lembrar que foi descendo até à zona de despromoção à terceira divisão inglesa e isso talvez não seja grande cartão de visita. Quanto à atitude que teve na altura e antecipando-me já a alguns comentários merdosos, lembro o que dissemos aqui, alguns autores e muitos comentadores sobre Carrillo, que preferiu não jogar a renovar contrato e até foi para o nosso mais directo rival.

Era escusado. Demiral fazia o lugar, está numa fase ascendente da sua curta carreira e a direcção ao optar por Ilori, põem-se a jeito para críticas desnecessárias. Repito, era escusado. Sem mais qualquer qualificação, que não a quero nem devo dar, a bem da pacificação.

Hoje giro eu - Keizer, o encantador de leões

As notícias de hoje indicam que Bruno Paulista, emprestado ao Vasco da Gama, e Tiago Ilori, anteriormente vendido ao Liverpool e actualmente no Reading, podem estar de regresso a Alvalade. A novidade primeiro estranha-se, mas depois começa a fazer algum sentido. Tal como Sérgio Conceição, que reabilitou jogadores como Marega, Aboubakar, Oliver Torres, Adrián Lopez ou Herrera, Marcel Keizer tem vindo a aproveitar futebolistas que já eram dados como descartáveis e a melhorar outros. Wendel, para quem o dialecto de JJ era mandarim e que, mais tarde, também não se enquadrou na táctica do pudim Molotov, de Peseiro, mostra-se agora perfeitamente fluente em flamengo. "Muttley" Acuña impôs-se como um lateral esquerdo que morde as canelas aos alas adversários e ainda arranja tempo para impulsionar o ataque com cruzamentos cheios de raiva, algo para o qual a oposição ainda não encontrou a vacina adequada (tentarem expulsar o homem todos os jogos não conta). Bruno Fernandes, o MVP, parece bom demais para ser verdade e Miguel Luís vai crescendo e até já marcou dois golos na sua época de estreia. Até os "patinhos feios" Diaby, Gudelj e Bruno Gaspar parecem melhorar: o maliano é o jogador de King do baralho leonino. Ele, que em 17 jogos com Peseiro e Tiago Fernandes jogou para nulos, já marcou seis golos (10 jogos) nesta nova era de (números) positivos; o sérvio, é apesar de tudo mais intimidador (By the way, faz lembrar um Jigsaw bonzinho que dá mais opções de vida do que de morte aos seus adversários) como um "6" do que como um "8", posição à qual não dá a fluidez necessária; finalmente, o português, embora continue a apresentar um futebol sofrível, descobriu agora inimanigáveis artes no bilhar, o que já garantiu à equipa uma carambola decisiva.

Com estes exemplos de sucesso, como resistir à oportunidade de dar um novo fôlego à carreira destes dois ainda jovens futebolistas? Ilori é um jogador que perde frequentemente a concentração nos jogos, mas tem algo que parece faltar aos nossos centrais: é supersónico na recuperação defensiva. Limados os pontos-fracos, um perfil assim pode permitir à equipa subir a sua zona de pressão, a partir de um bloco defensivo colocado alguns metros à frente. Também Paulista pode vir a ser importante. Originalmente um "6" que Jorge Jesus insistiu em ver como um "8", o brasileiro tem capacidade de transporte de bola e de passe à distância, necessitando de melhorar a sua intensidade defensiva. Ambos são bons projectos a carecer de desenvolvimento, razão pela qual as suas carreiras ainda não explodiram. Mas, dado aquilo que vamos conhecendo neste mês e meio, haverá melhor treinador do que Keizer para potenciar o seu talento? É que, a continuar assim, o holandês ameaça transformar-se num encantador de leões.

Marcel_Keizer sorriso.jpg

It's all about money

Na essência, o que distingue a tão pouco criticada saída de Leonardo Jardim da tão criticada saída de jovens jogadores como Dier, Ilori e Bruma?

Nada.

Pode-se discutir a forma como agiram, a integridade das declarações, os comportamentos mais ou menos adequados, e afins, mas no fim de contas, todos sairam pelo mesmo motivo. Dinheiro!

Inclusivamento considero que qualquer um dos três jogadores referidos tomou uma melhor opção de carreira que Leonardo Jardim (que neste momento treina um plantel de qualidade inferior ao do Sporting). Se foi enganado só tem que se demitir.

Ilori, o Sporting e a selecção

«Se tivesse oportunidade de jogar no Benfica ou no FC Porto, aceitaria?

Eu acho que nem posso [devido a uma cláusula no contrato]. Mas a verdade é que também não queria. O meu clube em Portugal é o Sporting.»

 

«Ainda considera a possibilidade de jogar por Inglaterra [ao nível da selecção]?

Penso apenas em jogar por Portugal e nunca falei com ninguém da selecção inglesa. É possível, porque tenho dupla nacionalidade e nunca joguei pela selecção A de Portugal, mas não é o que eu quero.»

 

Dois excertos da (boa) entrevista de Tiago Ilori hoje publicada no jornal Record.

Previsível

Ontem, noticiava a imprensa desportiva que Tiago Ilori vai ser emprestado para ganhar experiência.

Uma situação mais que óbvia vinda de um rapaz que tomou uma decisão completamente imponderada.

Provavelmente, irá ganhar experiência para um clube das divisões secundárias de Inglaterra. Caso tivesse sido mais inteligente, a esta hora, estaria a ganhar experiência no primeiro classificado da Liga. E, mais do que experiência, estaria a ganhar estatuto que poderia concretizar, efectivamente, num prazo curto.

São opções. Umas com desfecho mais previsível que outras.

Os nostálgicos

Os mesmos que não ousaram um sussurro crítico quando a anterior direcção do Sporting, confrontada com prementes problemas de tesouraria derivados de uma gestão caótica, despachou Emiliano Insúa por 3,5 milhões de euros, rasgam agora as vestes, em uivos de pretensa dor, porque o jovem Tiago Ilori acaba de ser transferido para o Liverpool por mais do dobro dessa quantia.

Compreendo quase todo o tipo de nostalgias. Mas sentir saudades do pior período de sempre da história do Sporting é algo que escapa à compreensão de qualquer ser minimamente racional. Seja de que clube for.

Aprender com os erros

Há elementares erros de gestão desportiva que não podem voltar a ser cometidos no Sporting. Lançar talentos formados pela nossa academia na equipa principal de futebol sem lhes garantir as devidas contrapartidas contratuais que salvaguardem os interesses dos jogadores e do clube a médio prazo é um desses erros que explicam as incertezas que estão a afectar jovens tão promissores como Ilori e Bruma.

É fundamental que casos destes não se repitam. E quero crer que com a actual equipa que gere os destinos do Sporting não se repetirão.

{ Blogue fundado em 2012. }

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