Na primeira imagem vemos um muro com cem rostos, cem pessoas importantes, cem pessoas de Abrantes.
Na segunda vemos Joana Marchão.
Uma menina entre bigodudos e fardados.
Uma menina cuja farda são uns calções e uma camisola com o leão rampante no peito ou então as cinco quinas de Portugal.
Uma menina que ontem, com umas discretas chuteiras pretas, contribuiu para a conquista de mais uma Taça de Portugal.
Obrigado, Joana, obrigado Mariana, agradecido a todas por conseguirem mais um troféu, a jogar um futebol vistoso, bonito, sempre com os olhos postos na baliza adversária.
É assim o futebol, suar mais, correr mais, rematar mais, marcar mais golos que a equipa adversária.
Há clubes que fomentam o desporto, que lutam pelo desportivismo, há outros clubes que até na data de fundação/fusão mentem.
Não temos de ter medo das datas, não devemos ter medo dos números
Cada um de nós, cada clube, é ele próprio e as suas (dele) circunstâncias.
No dia 25 de Abril de 2012 estava no Porto, uma cerveja dali, uma conversa daqui, uma futebolada, eis-me na Boavista; Porto vs. Sintra. Quer queiramos quer não (no grupo de amigos onde estava) pequenez da cidade vs. a imensidão do mundo.
O futebol feminino (tal como o futsal ou o futebol de praia) é um futebol sem graínhas, sem aditivantes, sem "lactose", por enquanto está puro.
Para quem gosta de futebol sério, de futebol a sério, dum futebol que não está aVARiado nem dominado pelo "calor da noite", amanhã, às 17H15, Sporting Clube de Portugal vs. Futebol Clube Famalicão.
Um futebol a nível nacional que, felizmente, ainda se disputa sem a perniciosa presença do Futebol Clube do Porto.
Que magníficos golos. Sublinho: magníficos. E cinco. A ver e rever (e partilhar). É a beleza do futebol. Seja jogado por homens ou por mulheres. Um triunfo a verde e branco - bem verde, contra um adversário que recruta a peso de ouro.
Goleada ao Carnide, como é bom. Venham muitas mais. Com nota artística, ainda melhor.
O futebol feminino do Sporting - agora orientado pela treinadora Mariana Cabral - acaba de conquistar a Supertaça. Derrotando o Benfica por 2-0, no estádio do Restelo. E coroando aquela que, em termos globais, terá sido a nossa melhor época de sempre.
Parabéns, Leoas. Pela conquista de mais um troféu. E por terem honrado o lema do Clube: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.
No seguimento do post da CAL e na esperança de que com esta razia no futebol feminino se esteja a ver um pouco mais além, quero chamar a atenção para a excelente reflexão de Álvaro Antunes, n' A Tasca do Cherba, sobre o tema.
Creio ser um assunto que deve ser abordado aqui, com os comentários que muito bem entenderem fazer, uma vez que o FF já deixou de ser (já deixou há muito no resto do planeta futebol) um grupo de "miúdas" que "arremedam" os rapazes e dão uns chutos na bola. E como muito bem reflete Álvaro Antunes, investir no FF é para o clube uma prioridade. E como o ecletismo é a nossa marca de água, é também importante vermos as nossas camisolas nas Ligas europeias, vestidas por mulheres a praticar futebol. Do bom, como é nosso timbre.
Isto, não é nem pode ser comportamento aceitável para o Sporting Clube de Portugal. Isto, não é, nem pode ser, o que o Sporting Clube de Portugal é.
Será 'despedimento colectivo'? Será verdade que a figura jurídica em apreço permite que as indemnizações a pagar o sejam numa proporção inferior ao que seria um despedimento por mútuo acordo em que se cumpre a legislação aplicável em termos de direitos adquiridos ao longo dos anos? Sim, ainda, o 'despedimento colectivo' público, e o valor que o Sporting diz ter conseguido não gastar pela dispensa dos colaboradores, por atacado, e sem que se lhe conheça especial reconhecimento público pese embora saber-se o que deram ao clube. Não caríssimos, não acho que a situação das jogadoras de futebol feminino se enquadre numa situação de 'despedimento colectivo'. Mas acho que há características transversais à gestão de ambas as situações que devem ser objecto da nossa atenção.
Talvez seja bom recordar que os treinadores, ou treinadoras, não aparecem na tão propalada estrutura invísivel do Sporting por geração espontânea ou por intervenção divina. Ou fazem-no?
No que ao futebol feminino diz respeito, talvez seja de não perder de vista que uma das primeiras intervenções operadas pela Direcção de Frederico Varandas, comunicado emitido a 5 de Outubro de 2018, foi precisamente no futebol feminino, com a escolha de Filipe Vedor para desempenhar o cargo de Director Geral do Futebol Feminino. Substituiu, como refere o comunicado, Raquel Sampaio. Que, de resto, recebeu agradecimentos no final do comunicado que dava nota das novas funções de Filipe Vedor. De acordo com o perfil Linkedin do referido colaborador, em Junho de 2019, deixou de desempenhar essas funções. 10 meses de exercício.
Quanto ao ex-Director Geral do Futebol Feminino do Sporting, de quem oiço ser competente (é da mais elementar justiça sublinhá-lo), mas a quem é imputada uma relação de âmbito pessoal com o actual Presidente do Sporting Clube de Portugal, só posso desejar que continue a ter a oportunidade de dar o seu melhor em prol deste clube. Não nego, contudo, que me faz espécie que outros, com até bem mais anos de casa, e imensos sacrifícios feitos a favor do melhor para este clube que tanto amamos, não tenham tido a mesma oportunidade. A responsabilidade não é de Filipe Vedor, como é evidente.
Meritocracia, desde que haja qualquer coisa mais que permita que lá se mantenham. Meritocracia, desde que não façam sentir (ainda que de forma inadvertida) a superiores hierárquicos que não sabem o exigível para chefiar. E fazer escolhas. E apresentar solucções.
O problema, como todos sabemos, mas nem todos queremos ou conseguimos assumir, não está nas pessoas que são postas a desempenhar os cargos. Está em quem as recruta, está no entendimento que conseguem fazer das situações e os recursos de que dispõem (e não dispõem) para mexer bem. Fim.
O problema está no facto de não se mexer correctamente e, com isso, comprometer seriamente ou implodir por completo, um muito bom trabalho feito por quem antecedeu as escolhas pessoais (bingo!) nas quais estão reflectidas as capacidades profissionais, o juízo crítico, de quem decide. Com uma agravante. É que em certos casos, só vamos ter consciência plena das consequências do, de certa forma, experimentalismo aflictivo de quem manda, daqui a alguns anos. Nessa altura, é abrir cordões à bolsa, pagar o que houver a pagar e falar em gaps. E responsabilizar a Direcção que permitiu que os houvesse.
Joga-se amanhã a última jornada da Liga BPI, em jeito de final. Mata-mata, parafraseando o sargentão, que não dá outra oportunidade para a glória na atual temporada. É vencer... ou vencer. Local, Estádio de Alvalade, 17 horas e Benfica como adversário. O jogo dá na Sporting TV e no Canal 11.
Esta equipa feminina do Sporting tem semelhanças com a comandada por Rúben Amorim. Partiu sem vatícinios vencedores (talvez os mesmos 3% dos leões). Internamente também se discutia o desinvestimento, a equipa técnica e a treinadora, a falta de apoio, etc. O que é facto é que chegam à última jornada à distância de 1 golo (sem sofrer, também), para se sagrarem campeãs nacionais. Uma vitória significa o Olimpo, e juntar aos dois campeonatos conquistados em 2017 e 2018.
Seria bonito juntar ao título de campeão nacional da Liga NOS o da Liga BPI. Será bom que até amanhã possamos transmitir apoio e confiança às nossas jogadoras, através das redes sociais (a maioria delas tem Instagram e Facebook, e algumas Twitter, com mensagens. Tem muita importância, mais do que possam imaginar. É o nosso pequeno esforço para que elas vençam também por nós.
Sporting vs. Benfica, as meninas portuguesas enfrentam a legião estrangeira com um roda de bicicleta no peito.
Mais tarde, às 21H00 no mesmo canal, os meninos do Sporting enfrentam os veteranos de Carnide, perdão, de São Domingos de Benfica.
Dois jogos que comentaremos depois, é curioso que Monopólio se escreva de vermelho e branco, será que as notas do monopólio valerão mais que o futebol e o futsal praticados no relvado e no pavilhão?
Confesso que já não estou habituado a palavras como as da Mariana Azevedo, jogadora da equipa feminina de futebol, no momento em que cessa o vínculo com o Sporting. Por isso este realce. Boa jogadora, a sua saída deixa a equipa mais fraca. Sou entusiasta do futebol na versão feminina e vibrei com todos os troféus alcançados nos dois primeiros anos, sob o impulso de Bruno de Carvalho. Para além de Alcochete e Alvalade, fui ao ao Porto, ao Jamor, e a Coimbra ver o Sporting ser campeão pela 1ª vez, ganhar a Taça de Portugal e uma Super Taça. Depois, bem, depois a espiral vertiginosa de não sabermos o que iria acontecer, no pós Alcochete, para além de algum desinvestimento no nosso futebol feminino apareceu o vizinho da 2ª Circular com um investimento desmesurado em jogadoras internacionais e fez virar o vento e mudar a sorte...
Mais um caso em que o mais difícil poderá não ser atingir o sucesso, mas mantê-lo! E no Sporting isso é tão comum...
Mas a vida é o que é e a Mariana Azevedo, aos 24 anos, vai seguir o seu caminho. E deixa palavras bonitas, na hora da despedida:
“Têm aqui uma adepta para a vida, vibro e continuarei a vibrar para sempre por este Clube. Obrigada por tudo”.
O tema do futebol feminino merece, esta semana, redobrado destaque.
Temos que ser francos e dizer que o Sporting se apresentou para este campeonato como outsider.
O Braga foi campeão nacional na época transacta e tinha-se reforçado esta época para jogar a Liga dos Campeões.
O Benfica ascendeu pujantemente ao primeiro escalão com uma super-equipa, recheada de internacionais, construída para ganhar tudo.
O Sporting manteve a estrutura da equipa dos anos anteriores e reforçou alguns sectores-chave contratando jogadoras como Meister (defesa esquerda), Raquel Fernandes (médio) e Wilkinson (avançada). Juntamente com Nevena e Carlyn constituíam as cinco jogadoras estrangeiras do plantel, de longe o mais português dos três grandes. Simultaneamente contratou Susana Cova, treinadora que estava ligada à FPF há vários anos.
Quem conhece o futebol feminino português sabe que existe manifesta insuficiência de jogadoras. Os clubes só recentemente começaram a apostar na formação e teremos que aguardar dois ou três anos para ver os frutos dessa aposta e começar a ter equipas mais competitivas. A FPF está a apostar verdadeiramente no desenvolvimento do campeonato e nas selecções nacionais.
Infelizmente a falta de competitividade actual faz com que o campeonato se resolva nos jogos entre as três equipas. Salvo raras excepções (e o Braga já teve uma esta época) os jogos com as restantes equipas são desnivelados.
O Benfica chegou ao jogo de ontem [domingo] só com vitórias e apenas um golo sofrido, o que traduz bem a sua larga superioridade. No mercado de Inverno tinha trocado algumas jogadoras estrangeiras e apresentou-se em Alcochete como favorito. Na primeira volta havia ganho às leoas por 3-0 no Estádio da Luz.
Nas equipas iniciais preponderavam as nove jogadoras portuguesas do Sporting contra as nove estrangeiras do Benfica.
Os primeiros minutos foram avassaladores. Tirando um lance casual da nossa avançada Carolina Mendes, as leoas estiveram verdadeiramente encostadas às cordas até ao golo, natural, do Benfica.
Depois apareceu a justificação para as questões que pareciam incompreensíveis ao adepto de bancada.
Porque é que, perdendo o campeonato da época passada, não acompanhámos o investimento das restantes equipas grandes esta época, porque ficaram três estrangeiras no banco, porque se apostou em Patrícia Morais na baliza para este jogo, porque se atira ao jogo a irrequieta, mas fisicamente ainda frágil, Joana Martins, de 19 anos, porque insiste Susana Cova em jogar no Aurélio Pereira quando podia levar estes jogos a Alvalade?
Porque o Sporting não vai comprometer o futuro da sua formação (onde tem enorme qualidade), porque temos duas extraordinárias guarda-redes (internacionais por Portugal) que merecem ser motivadas, porque ninguém nesta equipa joga de início por vir de campeonatos mais competitivos, porque Joana Martins tem lutado, com tudo o que pode, naquele meio-campo após a lesão de Carlyn no início da época, porque o Aurélio Pereira, digam o que disserem, é a verdadeira casa das leoas.
Susana Cova, com a sua experiência organizativa e capacidade de liderança, gerou uma verdadeira equipa.
Poderemos não ganhar o campeonato deste ano (que pode vir a ser dirimido por diferença de golos) mas este grupo transcendeu-se e fez tudo para ganhar o respeito dos adeptos. Definem uma verdadeira E-QUI-PA!
Parabéns, leoas!
Texto do nosso leitor Leão de Quiosque, publicado originalmente aqui.
Dos três “jogos grandes” que o Sporting disputou neste primeiro domingo de 2020 foi a equipa feminina de futebol que conseguiu a vitória, com um trunfo por 2-4 na visita ao Sporting de Braga. Ficou praticamente selado o destino das campeãs em título, já com oito pontos de desvantagem para o Sporting, que consolidou a segunda posição, e ainda mais três para o Benfica, que soma por vitórias todos os jogos que disputou.
A capacidade de superação de atletas como a Nemena, a Ana Borges, a Raquel Fernandes, a Diana Silva, a Carolina Mendes, a Carole Costa, a Joana Marchão, a Tatiana Pinto e tantas outras grandes leoas deve forçosamente ser recompensada. Mesmo que não em dinheiro, certamente escasso apesar de ainda não ter sido desferida a temida estocada na aposta no desporto feminino, pelo menos em reconhecimento do clube que tão bem representam.
E que melhor forma de o fazer do que realizar no Estádio de Alvalade o Sporting-Benfica marcado para o fim-de-semana de 23 de Fevereiro? Embora seja assaz improvável que as leoas possam vencer as rivais por 4-0, o que lhes daria vantagem em caso de igualdade pontual, nunca se sabe se o Sporting de Braga comete uma gracinha e rouba dois ou três pontos às actuais líderes no jogo que ainda irão disputar. E, nesse caso, bastaria vencer o Benfica, sendo certo que mesmo nos tempos da RDA havia provas de atletismo que não vencidas pelas alemãs de Leste, pese embora o seu assinalável poderio físico.
Tendo em conta que a equipa masculina joga em casa para a Liga Europa na quinta-feira anterior, o que atirará a recepção ao Boavista para a noite de domingo, porque não marcar o Sporting-Benfica para a tarde de sábado, abrindo o jogo aos detentores de gameboxes que queiram demonstrar àquelas valentes futebolistas, dignas do respeito de todos os sportinguistas, que acreditamos nelas?
Até porque seria o mínimo que a atual gerência poderia fazer para homenagear aquele excelente grupo após a desconsideração de ter tomado posse à mesma hora a que a centenas de quilómetros a equipa feminina de futebol disputava a Supertaça que só perdeu com o Sporting de Braga nos pénaltis.
Recordo-me muito bem das lágrimas da Carlyn Baldwin ao ficar ligada à nossa derrota, ainda sem poder imaginar as provações que uma lesão terrível lhe iria trazer. Mas também vou acompanhando a forma como a nossa polivalente norte-americana vai sentindo a equipa e o clube, e a esperança em voltar a pisar relvados. Bem que poderia ser o relvado de Alvalade, daqui a pouco mais de um mês e meio.
Aquele grupo organizado de adeptos travestido de claque, ou aquela claque travestida de grupo organizado de adeptos, nunca percebi bem, voltou a fazer merda. Desta vez o visado foi o autocarro do Sporting, como já outras vezes o alvo foram instalações do clube ou gente conhecida ou anónima, que pelas mais tristes circunstâncias se tornou conhecida. Dois deles pós-mortem.
E desta vez, como em outras anteriormente, quem tem responsabilidades nisto assobia para o lado. O secretário de estado, que faz o frete ao ministro e que se está cagando para o Sporting; O ministro que se está cagando para o Sporting e que faz o frete ao lampião do primeiro-ministro, que por sua vez caga no Sporting e nos seus adeptos e sócios e no seu património. E as polícias, todas! E o ministério público e os juízes, com muitos poucos exemplos que contrariem este clima de ditadura lampiónica.
O "outro" era maluco. Fez "tilt", queimou os fusíveis, o que quiserem, mas porra, enquanto lá esteve era o primeiro, de dentes arreganhados, na defesa do Sporting e exigindo medidas a todos e a mais alguns. Há uma enorme diferença entre um post no facebook, goste-se ou não, barafustando contra os "bois" e dando-lhe nomes e um comunicado a dizer, de mansinho, de forma polida para não sujar os colarinhos que "nós já tratamos dos nossos arruaceiros, os outros que tratem dos deles também". Como se os outros fossem algum grupo que se pautasse pelo cumprimento básico da Lei, ou como se os que agora foram ilegalizados não se venham a comportar como travestis de claques, tal como os outros. Tanto amadorismo, tanta desgraça, tanta incompetência. Tanta falta de tomates!
Já não é só no futebol profissional sénior masculino, que apresenta o pior início de época desde a temporada 1966/1967, com seis derrotas e apenas quatro vitórias em 12 jogos - e acaba de registar um triste recorde de 70 anos com esta eliminação da Taça de Portugal por um adversário do terceiro escalão. O descalabro parece contaminar outros redutos do desporto-rei leonino. No futebol feminino, levámos 3-0 do Benfica. E na Liga Revelação perdemos igualmente frente ao velho rival, por 2-1. Neste caso com a agravante de defrontarmos uma equipa com uma média etária claramente inferior e termos a nossa equipa reforçada (com ou sem aspas) com o craque Rafael Camacho, que custou cinco milhões de euros aos cofres leoninos e praticamente ainda não jogou na equipa principal.
As nossas leoas começaram da melhor maneira o campeonato nacional de futebol feminino com uma vitória por 2-1 sobre o o atual campeão, o Braga.
O SPORTING, que até começou a perder logo aos 2´, conseguiu uma reviravolta fantástica já na 2ª parte, aos 76´ e 78´, com golos de Diana Silve e Nevena Damjanovic.
Sem qualquer desprimor para o passe de Solange Carvalhas que isolou Carolina Mendes, permitindo-lhe inaugurar o marcador do Sporting-Estoril com um chapéu bem calculado, percam uns segundos do vosso tempo a ler a minha tentativa de descrever a forma como Rita Fontemanha recebeu a bola na esquerda (a ausência de Joana Marchão forçou a meio-campista transformada em lateral-direita a nova adaptação), olhou para a área e só depois, mesmo junto à linha de fundo, cruzou à beira da perfeição para o cabeceamento da nossa goleadora de serviço, que bisou e sossegou espíritos inquietos por um onze desfalcado (espera-se que não por nada especialmente grave) de Ana Borges. E ainda o melhor que consigo descrever do cruzamento em arco que Tatiana Pinto executou junto à quina da área, na sequência de um canto curto, levando a bola a passar pelas jogadoras esquipadas de amarelo até encontrar o pé da central goleadora sérvia Nevena Damjanovic.
O jogo esteve longe de ser perfeito, mas estes lances vieram recordar como o futebol pode ser bonito. Venham mais assistências tão vistosas quanto estas.
Mesmo sendo claro que Matilde Fidalgo, a lateral-direita que foi titular da equipa campeã na época passada, pretendia prosseguir a carreira fora do Sporting, não deixa de ser uma surpresa vê-la reforçar o Sporting de Braga.
Além de tornar mais forte o maior obstáculo que as leoas enfrentam no caminho para o tricampeonato e a ‘tritaça’, Matilde conseguiu baralhar todos quantos esperavam que ela optasse por um ano sabático numa equipa estrangeira antes de representar o Benfica em 2019-2020. Não só é prima de Bernardo Silva como uma notória adepta dos encarnados, cuja permanência em Alcochete se devia à mesma razão que leva Cardinal a representar o futsal leonino enquanto o FC Porto não se estreia na competição.
Nada de dramático, claro está, pois se o Sporting concentra quase todas as melhores futebolistas que jogam em Portugal é praticamente impossível que algumas não sejam adeptas de outros clubes, tal como pelo menos uma das melhores que joga fora de Portugal é sportinguista fanática. Convém apenas acautelar a duração dos contratos com as melhores e esperar que a formação garanta novos talentos com estreita ligação ao clube.
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