Repete, ali, na nossa rua, uma e outra vez, que o Presidente, este, o Frederico Varandas, é mesmo doutor, daqueles que nos tiram as dores, não dos que n[o-l]as dão, já disse que o Bruno Fernandes não sai por 35 milhões. É, por estes dias, a sua grande e recorrente aflição, a iminente saída do nosso capitão. E o outro afinal é doutor de quê? Eu ainda gostava de saber do que é que o outro é doutor. Palavra de honra que me passou pela cabeça que o Johnny seria leitor do És a Nossa Fé e que o seu telemóvel não serviria, afinal, só para dar uso aos auscultadores, para tirar fotografias ao autocarro do Sporting, de cima do viaduto – mesmo ao lado do Continente – onde esperou horas, e à chuva, para vê-lo passar a caminho do Municipal de Portimão; afasto a ideia, mas não esqueço a possibilidade.
Ainda está muito zangado, o Johnny. Zangado, com o outro. Culpa-o pela saída de Rui Patrício, que – claramente – idolatra. Um rosário de elogios é o que lhe oiço. Acha-o, ao outro, culpado pelo desencontro com o Coentrão, que é mesmo dos nossos, é que é mesmo Sportinguista, o Fábio. Sinto-lhe a zanga na voz, muda de tom, sobrepõe-se a exaltação que se avoluma exponencialmente quando fala de Alcochete. Diz-me que no dia seguinte se apresentou ao serviço, de camisola preta. Que estávamos de luto e que os colegas não têm nada com isso, que isto são dores só nossas. Bateram nos nossos jogadores… voz embargada, zangado e de dedo em riste, convicto de que há um culpado que ainda vai pagar pelo que nos fez. Acha que a Judiciária - que anda em cima dele, ai anda, anda! - ainda vai encontrar provas inequívocas que dêem forma indesmentível aos seus sentires. E uma correspondência punitiva que, dificilmente, arrisco eu, serviria para atenuar-lhe a(s) dor(es).
Dificilmente, serviria, sei eu, para diminuir a que fui sentindo ao longo de tanto tempo.
Interrompe-me, quando lhe conto a interacção que tive, na fila, à espera para entrar no Pavilhão João Rocha, com a consócia - 35 anos de vida associativa - que ancorou a decisão de se opor à expulsão de sócio do anterior presidente, à convicção de que, ao contrário de todos os outros, este, não nos roubou.
Não nos roubou!? Não nos roubou!? Roubou!, roubou! Roubou-me andar com a cara limpa à frente dos andrades [um dos colegas é fervoroso adepto do clube nortenho mais popular em Portugal] e dos lampiões. Eu, quero ganhar de forma limpa! Eu, não quero cá troféus que não ganhámos de forma limpa. Eu, tive que os aturar dias a fio. E tenho que os aturar, que ainda me jogam isso à cara. E agora, vão jogar isso à nossa cara para sempre. Ainda pensei que tinha de lá ir eu que ele não desagarrava o lugar. Era uma força que a gente tinha, dizer que o Sporting, só joga e ganha limpo. E envergonhou-me. E ele é que diz que tem vergonha da gente!? E os milhões que a gente perdeu com as transferências, com as rescisões?
Digo-lhe que, por agora, temos de dar tempo à Justiça, que o que havia a fazer, dentro do Clube, já foi feito. Pergunta-me se ouvi o discurso da consócia irmã do ex-presidente (sempre bem informado, o JC), digo-lhe que não, que entrei depois. Eu pensei logo que ia lá votar – diz-me, contente.E que depois me contava. Eu não posso ir lá votar, - encolhe os ombros - não sou sócio.
E conto, JC. Só (ainda) não lhe contei que me apresentei – inadvertidamente – de tesoura de escolinha primária na carteira, mas de resto, conto-lhe os pormenores todos de que me lembrar.
Manda a regra que chegados a um qualquer espaço, nos apresentemos. Adiarei no tempo essa obrigação por confessa dificuldade actual em alinhavar ideias e traduzi-las em palavras. Impõe-se honrar a generosidade do convite, dar-lhe corpo sem demoras, por isso, enquanto organizo ideias, pensei deixar-vos um texto escrito a pedido, originalmente publicado na íntegra em LadosAB, o blogue de José da Xã. Não revela quem sou (identidade civil), mas parte substantiva dos alicerces do meu Sportinguismo, está ali espelhada. Poderá não parecer claro no início, mas é do Sporting, do meu Sporting, que o texto trata.
Dada a extensão do texto original, optei por segmentá-lo na expectativa de que facilite a leitura. Nos próximos dias, às 19:06, estarei por aqui. Deste outro lado.
Ao caríssimo, que muito admiro, Pedro Correia, o meu agradecimento sincero e comovido.
Ao gentil José da Xã, renovado agradecimento pelo incentivo.
A todos quantos estão por aí, e com quem tenho tanto gosto em interagir, deixo o convite à partilha alargada.
Concordaremos, creio, que precisamos de PAz. Nas caixas de comentários destas publicações, acolherei contraditório. Proponho, contudo, exigência na hora de diferenciá-lo de enxovalho.
Até já, Saudações Leoninas e... Sporting Sempre.
Haverá dois anos? Três? Descobri-lhe o cartão de cidadão no meio de um relvado. Reconheci-lhe o rosto, registei - mentalmente - o seu nome e pedi aos colegas que o guardassem até que pudessem devolvê-lo ao titular.
Não mais me esqueci do seu nome. Não mais com ele falei, após confirmar que recebera o que lhe pertence, excepto, nos costumeiros cumprimentos de circunstância, enquanto deposito o lixo ou passeio o Dodi. Sei que, normalmente, aparece pelo Carnaval, Páscoa e Verão. Foi num Verão que o conheci.
João Carlos. Ou Johnny. Ou JC.
Fui eu quem o convocou, pelo nome, para uma reunião de improviso entre moradores do prédio e patrulha da PSP, ali mesmo, na rua em que o encontro em modo (eficaz) sinaleiro de lugares disponíveis para estacionamento. Era preciso encontrar uma solução, idealmente pacífica, para o cão sem trela de um dos seus colegas. Reagiu com muita surpresa e indisfarçável medo. Tratei-o pelo nome, sei, afinal de contas, o seu nome. É fácil detectar-lhe "medo’'. Aproxima-se cabisbaixo e de mãos atrás das costas. Participa activamente na troca de impressões, mas de olhos predominantemente no chão. Revelou proactividade e, falo por todos, deu-se por concluída a mini assembleia de ocasião, com a certeza de que o problema seria resolvido sem transtorno de maior e, claro, com a pronta e activa colaboração do João Carlos.
Vestia (ainda) a alternativa 2018/2019. Tenho sempre dificuldade em desligar-me de elementos visíveis de Sportinguismo, depois de ir a Alvalade. Algumas horas antes aplaudira aquele que, desconfio, foi (terá sido?) o último golo do capitão Fernandes, Bruno Fernandes, em Alvalade. Estreei-me em grande na A9.
Mentiria se dissesse que lhe vi alguma reacção que denunciasse que partilhamos amor clubístico. Mentiria se dissesse que sequer supunha que estava mesmo ali ao lado, quem mais revisse mentalmente golos de Bruno Fernandes, com a tristeza própria de quem antecipa que tão cedo não o verá repetir – uma e outra vez – tão maravilhosos movimentos, de verde e branca do Leão Rampante.
Ao final da tarde? Foi ele que me chamou. Senhora. A medo. E o medo, não me pareceu ser (só) do Dodi, ou, se preferirmos, dos 38kgs de puro charme canino e caninos, todos eles prontos a atestar (instinto de) protecção, defesa e contra-ataque. Mãos atrás das costas, outra vez, o branco dos olhos mais vermelho do que lho vira de manhã. Desculpou-se, a medo, pelo interpelo e explicou que de manhã não fora capaz de me dizer uma coisa que queria muito partilhar.
Ali? Na presença da polícia?É melhor não. A sua camisola é tão bonita! É a mais bonita..! Já tive uma do Figo. E já apertei a mão ao Oceano.
Isto tudo, enquanto refugia, uma vez mais, os olhos no chão. A intensidade da luz dispensava ainda o uso dos óculos escuros com que, agora, se protege quase todos os dias.
Depois deste dia, a larga maioria dos passeios do Dodi e das idas à ilha ecológica, deixaram de se pautar por meros cumprimentos de circunstância. São agora acompanhados pela partilha de pontos de vista, alegrias e carpires de mágoas verde e brancos. Tem umas quantas, o João Carlos. Ou Johnny. Prefere Johnny. Reage com fúria se me ouve tratá-lo por senhor. Eu, não sou senhor [danado, que intriga]. Sou o Johnny. Luso-americano. And, yes, his accent quite proves it. Sentiu a sagração do campeão da época passada, com redobrado pesar, porque frente ao Santa Clara que o faz luso. É que eu, não vi só as galinhas sagrarem-se campeãs, foi logo frente ao Santa Clara… Sempre ouvi dizer que um azar não vem só, JC, toda a razão.
Diz-me, desde que se conhece a data do jogo para a Taça Cândido de Oliveira, que dia 4 de Agosto, vamos depenar a galinha, e comer arroz de cabidela!Ahahaha
Ri-se, e rimo-nos.
Conta-me como o patrão lhe refreava os ânimos, sempre que tentava interpelar os jogadores. Estás aqui para trabalhar, rapaz, não podes ir com essa fome toda aos homens. Jogava-se ainda no antigo José Alvalade, o único que conhece, e o JC participava na construção das piscinas. Mas eles estavam mesmo ali...
É quase uma quimera, mas os sonhos não deixam de ser perseguidos mesmo quando parecem impossíveis. É precisamente quando parecem ser impossíveis que mais os perseguimos com tenacidade e convicção.
Que sonho, neste caso? O da reconquista do título que nos foge desde 2002. A verdade é que, decorrido um quarto do campeonato 2019/2020, a prova já teve quatro comandantes. Indiciando assim que pode ser uma das mais competitivas de sempre. E, como anota o Pedro Oliveira aqui um pouco mais abaixo, ainda nos falta jogar com duas das cinco equipas que nos vão acompanhando nos seis primeiros postos: Benfica e FC Porto. Após termos defrontado com sucesso duas das outras (Braga e V.Guimarães, ambas em Alvalade) e tropeçado na terceira (Famalicão, também em casa).
Vendo hoje a classificação, ninguém diria: o nosso Sporting já esteve no topo da tabela. Foi precisamente à terceira jornada que subimos ao primeiro lugar, ainda com Marcel Keizer no comando da equipa técnica. Após empatarmos com o Marítimo fora (1-1, o mesmo resultado obtido pelo FCP ontem à noite), vencermos o Braga em casa (2-1) e derrotarmos o Portimonense fora (3-1).
A partir daí, o sonho virou pesadelo. Poderá, nesta dialéctica que só o futebol permite, o pesadelo por sua vez dar lugar novamente ao sonho?
Quem quiser, faça o favor de pronunciar-se.
Recordo, jornada a jornada, as equipas que foram liderando este instável e tão imprevisível campeonato:
Apaixonado pelo Sporting que sou, é com profundo orgulho que começo hoje a dar o meu modesto contributo para este blog de referência no mundo leonino. E com enorme gratidão pelo convite, claro.
Além da paixão verde-e-branca, e de uma inabalável confiança e sede de troféus, trago alguma experiência - de jornalismo, de Governo e de gestão.
O Sporting Clube de Portugal, naquilo que é a sua história incomparável no desporto em Portugal - que vai desde troféus europeus no futebol a ouro olímpico na maratona - está, para mim, sempre em primeiro lugar. Acima deste ou daquele indivíduo ou grupo. Se aqueles que o dirigem não se considerarem maiores do que esta Instituição, terão o meu apoio, mesmo nos momentos difíceis. Quando/se acharem maiores do que o Sporting, se confundirem com ele, ou simplesmente se aproveitarem dele, terão a minha oposição feroz.
Não podem esperar de mim a fulanização, o ataque pessoal, a descrença. Somos um clube com valores diferentes e temos de lutar por eles todos os dias, todos os minutos e segundos que estamos em campo.
Vivemos uma fase desafiante, sim. Mas alguma vez houve fases fáceis, num país onde os nossos principais rivais têm um longo historial de manobrar as instituições e as regras a seu favor? A semântica não será o forte de LF Vieira, mas há dias gabava-se da "hegemonia" do seu clube no futebol português...
É importante sermos exigentes dentro de casa, e temos muito trabalho a fazer. Mas não nos podemos distrair de estar absolutamente vigilantes e actuantes em relação a tudo o que se passa à nossa volta. E não é preciso ir muito mais longe do que a última jornada para o demonstrar: três penáltis contra o SCP; uma expulsão absurda a favor do FCP no 1.º minuto de jogo; um Braga (os "guerreiros"...) apático contra o SLB, a marcar dois golos na própria baliza.
E é isso que mais me preocupa no SCP de Frederico Varandas. Quero ver mais vigilância em relação aos nossos rivais e mais vontade de ganhar. Na entrevista de há dias, queria ter ouvido um plano para chegar ao título nacional - esta época ou, o mais tardar, na próxima. Queria ter ouvido várias vezes a palavra "campeão". Ou "campeonato". Em vez disso, ouvi muitas justificações, às vezes com uma truculência algo excessiva. Demasiado "olhar para dentro" e pouco olhar para fora. Podemos ter a melhor formação e a melhor equipa do campeonato. Mas nunca ganharemos nada enquanto o Sr. Vieira ajudar a compor os orçamentos de um terço (ou mais...) dos clubes da 1.ª Liga, comprando jogadores para depois despachar. Como, aliás, se entreteve a fazer nos últimos meses. É preciso falar sobre isto. Contra isto.
Nada de masoquismos. Nada de carneirismos. Nada de choradinhos. Zero de dramatismos. Tudo pelo SCP.
Nas últimas dez temporadas - sob as presidências de José Eduardo Bettencourt, Godinho Lopes, Bruno de Carvalho e agora com Frederico Varandas - o Sporting ficou sempre atrás do Benfica no campeonato português de futebol.
A última vez que ficámos à frente do velho rival foi na Liga 2008/09, quando o presidente leonino era Filipe Soares Franco.
Há que mudar isto: acredito que será nesta época prestes a começar.
Às vezes perguntam-me qual é o segredo para o sucesso duradouro deste blogue, que desde Janeiro de 2012 se tornou uma realidade incontornável, não apenas entre os adeptos do Sporting mas para quem gosta de futebol de maneira geral. Sucesso que os números confirmam: no último ano registámos mais de dois milhões de visualizações.
Respondo: é escrever sempre. Não aparecer apenas quando a situação é festiva ou quando há uma crise muito grave no clube. O segredo é estar presente - nas rotinas, no ritmo quotidiano, nos dias aparentemente sem notícias, nas horas boas como nas horas más.
Interrogado em directo pela reportagem da SIC, à entrada do Estádio Nacional, o nosso ex-colega de blogue Diogo Agostinho resume tudo numa frase: «Um sportinguista é uma pessoa sempre confiante e com esperança.»
«QUE VAZIO TENTA SER COMPENSADO NA PAIXÃO das multidões pelo futebol? Que ausência ela vem ocultar? O futebol é hoje vivido quase como uma religião de substituição. Um dos primeiros a colocar esta questão foi Robert W. Coles, que defendeu a existência de analogias entre a realidade social do futebol e as práticas religiosas de busca e celebração da transcendência. Aquilo a que Durkheim chama "as formas elementares" do fenómeno religioso pode encontrar-se, sem grandes contorcionismos simbólicos, no entusiasmo colectivo que o desporto-rei desperta. De facto, o modo como a paixão pelo futebol se expressa passou a ser observado etnologicamente como um ritual religioso ou para-religioso, com as suas catedrais, os seus oficiantes, a sua liturgia, as suas regras, as suas narrativas sagradas e os seus seguidores.
Os ecos de uma mentalidade religiosa persistem portanto, ainda que secularizados, reconfigurados e deslocados para outro âmbito. Muda claramente o objeto, mas não a antropológica necessidade de relação. Por isso, o futebol não é só futebol. Ele coloca em campo, além da bola, outras questões pertinentes.»
In.: MENDONÇA, José Tolentino, O pequeno caminho das grandes questões. Lisboa : Quetzal, 2017. p. 38
Quer dizer... um homem parte para longe da cidade, com acesso restrito à informação, para fazer uma caminhada abençoada por uma fé religiosa, para de súbito, quando chega a casa, perceber que a equipa de Futsal do Sporting foi só campeã europeia... Coisa de somenos, dirão alguns!
Isto assim não vale... É que não vi um minuto do jogo, nem um golo, nem sequer o recebimento da taça.
Mais a sério digo: Parabéns, equipa! Parabéns, SPORTING!
A fé a tal que move montanhas, que nos faz ultrapassar desafios que jamais pensaríamos conseguir, que nos ilumina o caminho mesmo que disso não tenhamos bastas vezes verdadeira consciência.
A fé que nos faz crer que um dia o futebol será um desporto sério, dirigido por gente séria, com resultados sérios.
A fé que nos faz crer num Sporting renovado, lutador em todos os campos, vencendo ou perdendo mas sempre integro.
A fé que olha para a realidade tantas vezes cinzenta mas que consegue ver naquela a luz da Vida.
Neste caminhada que amanhã se inicia rezarei por todos os meus amigos que por aqui vai esgalhando os seus sentimentos leoninos, pelos nossos leitores e pelos nossos comentadores.
Rezarei também para que todos nos unamos ao redor do clube do nosso coração e que cada vez mais necessita de todos nós! Sem excepção!
A minha fé era que, se fôssemos a penaltis, a situação descrita neste texto de há um ano se repetisse. E repetiu tal e qual. Tal como há um ano dei os parabéns a Jesus, este ano dou-os a Keizer - por darem confiança aos jogadores. E dou-os também ao Nani e ao Bas Dost, que desta vez não falharam (em dose dupla para o Dost, que também não falhou no momento mais importante do jogo). E ao Coates, que voltou a falhar o penalti mas nem por isso deixou de ser provavelmente o melhor jogador da "final four". E ao Renan. E a toda a equipa.
O Sporting tem toda a sorte na forma como ganha o penalti no fim do jogo (tem tanto de desnecessário como de indiscutível). Mas teve todo o azar com o André Pinto. O facto é que ganhou e ganhou bem. Há seis meses isto não parecia possível.
Da nova equipa gestora do Sporting é que se mantenha arredada do campeonato do carisma. Andamos todos mais que saturados de pseudo-líderes carismáticos, prontos a transformar cada frase bombástica em títulos - não desportivos mas títulos de jornal. A verdadeira liderança dispensa explosões de carisma virtual na redoma das redes sociais, dissociadas da realidade. Quem sabe comandar tem os pés bem assentes no chão: não se remete a trincheiras nem se resguarda em bolhas.
De Frederico Varandas é aquilo que ele tem demonstrado nesta primeira semana como presidente do Sporting: basta-lhe proceder ao contrário do outro. Não ter Facebook activo ajuda muito. O Sporting precisa de manter-se fora da algazarra noticiosa, da baba opinativa que enche chouriços televisivos serão após serão e da esterqueira das "redes sociais", sempre prontas a divulgar o último boato e a penúltima calúnia. Quem medra nas redes, morre nas redes.
Da nova gerência leonina é que promova um verdadeiro trabalho de equipa, substituindo o culto narcísico do "eu" pela eficácia do "nós". Com espaço para o protagonismo de figuras tão diversas como Rogério Alves (no domínio institucional), Francisco Zenha (na área financeira) ou Miguel Albuquerque (no capítulo das modalidades). Sem nunca esquecer que o futebol, mola do clube, e as principais modalidades de pavilhão são desportos colectivos.
De Frederico Varandas é muito trabalho e pouca conversa. Nenhuma bazófia, nada de proclamações imbecis do género "trabalho 24 horas por dia pelo Sporting". Quem trabalha de facto nunca precisa de anunciar tal coisa, pois os resultados acabam sempre por aparecer. O tempo que se perde com gabarolices é tempo que se rouba ao trabalho verdadeiro.
Da nova Direcção leonina, desde logo, é que nos reconduza no caminho dos títulos no futebol profissional. Quero ganhar a Taça de Portugal, que nos foge desde 2015. E, sobretudo, quero muito ver o Sporting campeão nacional da modalidade máxima do desporto em Portugal: 16 anos de jejum já bastam.
Esperança renovada, crença reforçada, a certeza da permanente revivescência, afinal, a cada nova época o sportinguismo fortalece-se.
Quando forem 20h30 lá estaremos nos nossos lugares a acreditar nos nossos e a apoiá-los. Confiança e orgulho no emblema de tal forma grandes que reduzem à mais reduzida insignificância o incessante ruído carvalhista, esse lixo tóxico que insiste em poluir o clube para mero benefício próprio. É também por causa dessa desmesurada nódoa (inapagável) na história do Sporting que hoje sairei de casa para voltar a casa, à minha casa, aquela casa de onde despejámos o inquilino com pretensões a ser seu proprietário.
Fosse eu a decidir e tratava de expulsar Bruno de Carvalho de sócio. Cortava o mal pela raiz. É o que se faz às ervas daninhas, não é?
Nova época, o nosso Sporting de sempre. Acreditamos de novo. E temos ainda mais razões para isso. Estamos muito melhor dirigidos e assim continuaremos após 8 de Setembro. Resistimos ao pior dos ataques porque lançado de dentro.
Estamos vivos e com muita esperança. Este ano é que é!