Isto de chegar, ver e vencer não é para todos, uns demoram tempo, outros nem lá chegam. Hoje tivemos um ponta de lança batalhador, com presença na área e frio na concretização. Pena apenas aquela cabeçada falhada da 1ª parte. Um Phyllipe que justificou enfim a contratação para a posição 9. Como alternativa a Bas Dost, obviamente.
Também tivemos Borja, que fez uma bela ala esquerda com Acuña, e Doumbia com prestações individuais agradáveis. Pelo que o mercado de Inverno não foi de todo desperdiçado.
O que começa a ser um caso sério de desperdício é a teimosia táctica de Keizer, que continua a insistir em sair a construir desde trás, tornando os dois centrais alvos da pressão adversária e sujeitos ao erro, e fazendo de Gudelj polícia sinaleiro. E tudo começa em Renan, que se recusa a colocar rapidamente a bola à distância, e quando o faz, enfastiado, chuta para onde não há ninguém. Se calhar para Keizer é a escola holandesa versão Barcelona, mas está a ser aquele ponto fraco que todos os adversários exploram.
Resumindo, com Coates, Mathieu, Acuña e Bruno Fernandes devíamos ter jogado muito mais e sofrido muito menos.
Da vitória. Trouxemos três pontos de Chaves, um estádio sempre difícil: vitória por 3-1. Não houve exibição de gala, muito longe disso, mas a equipa soube ser solidária e compacta em momentos decisivos. O essencial foi feito perante um onze que ocupa o penúltimo lugar na Liga, lutando para não descer. Sem esquecer que a turma flaviense terminou o encontro só com nove jogadores e viu-se forçada a substituir o guarda-redes.
De Bruno Fernandes. Mesmo vindo de lesão, o que aliás condicionou a sua actuação em campo, foi o melhor jogador desta partida. Marcou um grande golo, aos 80', com um disparo fortíssimo fora da grande área. Foi o golo que nos valeu os três pontos - e também o melhor do jogo. Já tinha participado na construção do primeiro. Leva 41 marcados em cem desafios com a camisola verde e branca, o que o confirma como o médio mais goleador do futebol europeu actual. Se todos revelassem tanta intensidade numa partida como ele, o Sporting estaria bem melhor do que está.
De Luiz Phellype. Com Bas Dost de novo lesionado, o ponta-de-lança brasileiro - hoje titular - aproveitou enfim para fazer o gosto ao pé. Não apenas uma vez, mas duas: abriu o marcador aos 24', dando o melhor caminho à bola na sequência de um centro de Ristovski após uma boa jogada colectiva ao primeiro toque; e aos 90'+10, quase ao cair do pano, num belo lance de insistência, após aguentar uma carga. Emocionou-se ao festejar o golo de estreia - e era caso para isso: antes tinha participado em 11 partidas sem marcar.
De Mathieu. Voltou a ser um elemento fundamental do onze leonino. A sua experiência foi vital em cortes providenciais aos 14', 20' e 42', revelando agilidade e reflexos rapidíssimos. Essencial também no processo de construção, empurrando a equipa para diante: soube lutar sempre contra a apatia que por vezes parecia apoderar-se de alguns dos seus colegas.
De Acuña. Não foi uma das suas melhores exibições, mas em momentos cruciais demonstrou todo o seu profissionalismo. Combativo, tenaz, foi dele o grande cruzamento que descobriu Bruno Fernandes isolado, funcionando como assistência para o segundo golo. Como tantas vezes tem acontecido, fez duas posições no mesmo jogo. Primeiro à frente, depois atrás.
De Jovane. Vários desafios depois, voltou a ter uma oportunidade digna desse nome: o técnico holandês apostou nele como substituto de Borja, a partir dos 73', enquanto fazia recuar Acuña para lateral esquerdo. O jovem luso-caboverdiano soube aproveitar o repto: rematou com perigo aos 78', provocando uma defesa apertada do guardião do Chaves, e fez a assistência para o terceiro golo. Merece mais.
De termos ultrapassado o Braga. Com esta vitória, regressamos ao pódio no campeonato. Em igualdade pontual com a turma braguista (58 pontos acumulados à 27.ª jornada) mas em vantagem relativa, pois no confronto em Alvalade triunfámos por 3-0. O que pode fazer toda a diferença nas contas finais da Liga 2018/2019.
Não gostei
Da substituição de Gudelj por Idrissa. Aconteceu aos 66'. O jogo estava empatado e começava a pairar entre os adeptos o receio de deixarmos dois pontos em Chaves. Em vez de reforçar o ataque, Keizer optou por uma troca directa no meio-campo defensivo. Como se estivesse resignado a tão medíocre resultado, jogando com um adversário em inferioridade numérica (por expulsão de Jefferson aos 51'). A primeira opção ofensiva saída do banco ocorreu só aos 73', com a entrada de Jovane. Sete minutos depois, desfazíamos o empate.
Da agressividade dos flavienses. É inconcebível ver uma equipa que disputa a primeira divisão do futebol profissional português recorrer de forma tão sistemática a faltas grosseiras. Que, não por acaso, tiveram como alvo principal Bruno Fernandes. Dois jogadores do Chaves foram expulsos, o que só pode surpreender quem não assistiu ao jogo.
De arbitragem. Manuel Mota, um dos mais incompetentes apitadores que ainda se arrastam nos relvados portugueses, exibiu o cartão vermelho directo a Ristovski, aos 88', por uma entrada limpa de carrinho, impedindo assim o nosso lateral direito de jogar a segunda mão da meia-final da Taça, na quarta-feira, contra o Benfica. Exige-se a pronta reclamação da SAD leonina junto do Conselho de Disciplina para anular esta absurda penalização em tempo útil.
Da nossa incapacidade para rematar a meia-distância. Bruno Fernandes é a excepção. Mais ninguém parece conseguir afinar a pontaria na hora de rematar à baliza a partir de linhas mais recuadas. Gudelj tentou, mas à figura do guarda-redes. Acuña atirou para a bancada, Wendel também. Eis um dos aspectos em que se sente a necessidade de reforçar as sessões de treino.
Do golo sofrido. Cumpriu-se a regra: raro é o jogo, sobretudo quando disputado fora, em que não deixamos a nossa baliza à mercê das equipas adversárias. Voltou a acontecer hoje, aos 66', devido a uma falha de posicionamento defensivo: o Chaves empatou nesse momento e podia ter feito estragos ainda maiores.
O Sporting Clube de Portugal regressa hoje a Chaves, para defrontar o (quase) sempre aguerrido Desportivo num jogo duplamente traiçoeiro, quer pela fragilidade aparente do adversário, quer pela conjuntura da jornada onde o Sporting, ganhando, melhorará a sua posição relativa face a pelo menos um dos seus adversário diretos.
O Chave ocupa atualmente a 17.ª posição sendo uma das equipas a despromover. O Sporting tem a obrigação especial de ganhar perante uma equipa tão frágil, certo?
Naturalmente que sim, mas a fragilidade pontual do Chaves tem muito que se lhe diga. Desde logo porque, se considerarmos apenas as últimas 10 jornadas, a posição do Chaves seria muito mais lisonjeira: a 17.ª posição converter-se-ia num 8.º lugar. A apenas quatro posições do Sporting, que partilharia o 3.º/4.º lugar ex-aequo com o FC Porto. Por outro lado, o Desportivo de Chaves regressou às vitórias na última jornadas, jogando fora, frente ao Aves, já depois de ter despedido Tiago Fernandes e de ter contratado o sempre difícil e competente José Mota.
A menos que haja muita sorte neste jogo, é muito provável que o Sporting Clube de Portugal só saia vitorioso neste jogo se mostrar futebol muito mais eficaz na finalização do que nas últimas jornadas. E só assim poderá capitalizar com o embate direto entre Braga e Porto que decorrerá escassas horas antes do jogo frente ao Chaves, pelas 18 horas.
Ganhando, é este o cenário para o Sporting no fecho da jornada:
Ficar em 3.º e a 8 do 2.º;
Ficar a 1 do 3.º e a 6 do 2.º;
Ficar a 3 do 3.º e a 5 do 2.º.
Ficar aquém da vitória, neste contexto, será especialmente penalizador para a equipa e para o treinador, que tem ainda de conquistar junto dos adeptos (e dos jogadores?) o capital de confiança para se manter no comando técnico na próxima época, sem handicaps à partida.
Recorde-se que dia 3 de abril o Sporting Clube de Portugal recebe o eterno rival para tentar reverter um resultado desfavorável de 2:1 na 1.ª mão das meias finais da Taça de Portugal realizada no Estádio da Luz.
Este jogo com o Chaves inicia a reta final do campeonato onde um trajeto menos que perfeito e sem dar mostras de futebol mais consistente e competente deverá traçar o destino desta equipa técnica. Cumprir com esse difícil desígnio poderá, contudo, funcionar como tónico para alcançar essa mesma afirmação de esperança que todos os sportinguistas esperam ter em relação ao seu treinador e equipa.
Qual dos finais terá esta época?
A resposta espera-se em campo e que vingue o Sporting Clube de Portugal.
Duas semanas sem competição, mini-férias para a equipa, possibilidade de treinar com tempo e aprofundadamente a equipa, tudo isto gera grandes expectativas para o jogo de amanhã.
Diria mesmo que a partida de amanhã são as Chaves da porta de saída ou de entrada na próxima época de Marcel Keizer.
Passo-me a explicar: ou a equipa se apresenta num nível exibicional e competitivo (bem) melhor face ao dos últimos jogos, o que levará então a concluir que afinal o treinador, com tempo e frescura, consegue colocar a equipa a jogar no nível que todos pretendemos ver na equipa; ou a equipa se apresenta no nível sofrível do costume e então de nada servem as pausas competitivas ou mais tempo para treinador, que o treinador nunca sai da cepa torta.
Parabéns ao nosso leitor Luís Ferreira, grande vencedor desta ronda de prognósticos, ao acertar em cheio não apenas no resultado do Sporting-Chaves mas também no marcador de um dos golos (Bas Dost, que apontou ambos).
Numa jornada caracterizada por algum excesso de optimismo dos nossos leitores e dos meus colegas de blogue, menção honrosa também para Ângelo, que vaticinou também o resultado (embora tivesse hesitado inicialmente entre o 2-1 e o 2-2), mas sem antecipar o marcador dos golos.
Agora esta rubrica vai em gozo de curtas férias. Mas regressa em Dezembro, mal termine a presente pausa no campeonato.
Não pelo mau tempo, que eu tenho uma bela gabardina.
Apesar da chuva intensa, andei a resolver pequenos bric-a-brac durante a manhã cá por casa e à tarde estava combinado um magusto com família e amigos, de modo que me seria completamente impossível ir a Alvalade.
Como disse, de manhã bricolage, à tarde umas castanhas e mais para a noite umas perdizes estufadas, um belo tinto (daquele que alguns colegas do blogue conhecem) e Sportv, que a NOS generosamente me quis oferecer gratuitamente por um mês (devem pensar que me esqueço de desligar o serviço no dia 10 de Dezembro, p.f.).
Isto tudo para vos dizer que a primeira informação que tive sobre o terramoto (mais um, talvez O terramoto) que hoje se abateu sobre o clube, me foi dada pelo papagaio de serviço nas imagens iniciais do jogo, quando elas mostraram o espaço da claque Juve Leo vazio.
Se me restavam poucas dúvidas de que o chefe do gangue iria, cedo ou tarde, estar a braços com a justiça e isso decorra da sua actividade bastante conhecida de tráfico e outras malfeitorias em espaço propriedade e cedido gratuitamente pelo Sporting Clube de Portugal, já a detenção do ex-presidente Bruno de Carvalho, confesso, apesar de achar estranho (agora) que não tivesse ficado detido quando foi prestar declarações voluntariamente, que foi um murro no estômago, mesmo com a presumida inocência, legalmente garantida. Apesar de ter deixado de apoiar BdC há meses, sempre tive a convicção de que nada teve a ver com o assalto a Alcochete, queria acreditar nisso, não admito que um presidente do Sporting tenha atitudes deste tipo, ou de outro qualquer que ponham em causa a existência do clube, por isso estou muito expectante sobre como tudo isto vai acabar. Chamem-me o que quiserem, mas eu não quero acreditar que um presidente fez o que o acusam de fazer, por isso desejo sinceramente que as suspeitas sejam infundadas. Se querem que vos diga, nem tanto pela pessoa, mas sobretudo pelo clube, que é quem mais sairia prejudicado.
Ah! Ganhámos e estamos em segundo. Ele há lá mais simples demonstração de que o Mundo continua a girar e de que a vida continua e de que não há imprescindíveis?...
Mal o jogo se iniciou, ambas as equipas mostrarem tendências suicidas: um flaviense confundiu um colega com uma bola de futebol e Mathieu atrasou uma bola venenosa para o seu guarda-redes. O Sporting apresentou-se com 3 médios de perfil, em bloco médio-alto, procurando o "campo pequeno", a fim de chegar mais facilmente em defensores de Chaves.
A meio da primeira parte, quando se sucediam os passes falhados, na intersecção entre a linhas lateral e divisória do meio-campo Bruno Fernandes encontrou Acuña isolado pela esquerda. O argentino fez uma recepção orientada, centrou com régua e esquadro para a cabeça de Bas Dost e o holandês voador não perdoou. O Sporting poderia ter resolvido o jogo ainda no primeiro tempo mas, tal como a bola, o último passe nunca entrou.
O segundo tempo seguia numa toada morna até que Daniel Ramos lançou Niltinho na partida. Com a entrada do brasileiro, os flavienses encontraram as Chaves do Areeiro que lhes permitiram arrombar a trave (fechadura) da baliza leonina. O jogo aproximava-se do fim, não sem que antes o árbitro marcasse um penalty favorável ao Sporting. Na conversão, o suspeito do costume dostou, garantindo assim uma vitória e a ultrapassagem ao Braga para o segundo lugar do campeonato nacional.
No Sporting, Bas Dost e Acuña foram os melhores. Miguel Luís voltou a ser titular e mostrou consistência no passe, embora não tenha arriscado passes de ruptura. Gudelj continua a crescer defensivamente, mas dá pouco ao jogo a nível ofensivo. Nani e Bruno Fernandes alternaram boas cantorias com momentos dignos de ópera bufa e Jovane mostrou bons pormenores, no que terá sido um dos seus melhores jogos partindo de títular. Diaby, entrado em "modo morto de sono" a substituir o cabo-verdiano, foi a nulidade a que já nos habituou.
Marcel Keizer assistiu de camarote a esta partida cinzenta e algumas notas terá tirado. Em noite de Tiagos, um despediu-se a chorar e o outro deve estar a chorar a esta hora para não ser despedido. É que, sem que o (Bruno) Gallo já pudesse cantar, Tiago Martins (e o VAR), hoje muito infeliz nas decisões, renegou a (boa) arbitragem por duas vezes. Mais uma e o homem do apito ainda teria de mudar o nome para Pedro... Enfim, alguma vez haveria de "tocar" a nós...
Tenor "Tudo ao molho...": Bas Dost (lapidar no fim do jogo: "agora mais futebol, depois o título")
P.S. Diálogo mantido com um amigo benfiquista que me telefonou após o jogo:
- "Então o que `passou-se`?" -, perguntou-me ele como quem não quer a coisa, esboçando umas lágrimas de crocodilo.
- "Não sei, vocês é que estão (mal) habituados a isto..." -, retorqui-lhe eu, sem ponta de emoção (já chegava de choradeira por uma noite...).
De mais uma vitória, que nos mantém na luta pelo título. Vencemos hoje o Chaves, por 2-1, em Alvalade, num jogo que dominámos do princípio ao fim e em que rematámos 17 vezes à baliza adversária, contra apenas três da turma transmontana.
De Bas Dost. O homem do jogo. Resolveu a partida, com dois golos. Aos 23', de cabeça, correspondendo da melhor maneira a um excelente cruzamento de Acuña na primeira oportunidade de que dispôs. E aos 86', concretizando uma grande penalidade que se seguiu ao golo do empate flaviense. Mas não teve uma actuação muito positiva só por isto: envolveu-se da melhor maneira nas movimentações colectivas, ganhou quase todos os lances de cabeça e arrastou a defesa adversária quando eram companheiros de equipa a transportar a bola. Em 66 jogos pelo Sporting no campeonato nacional, já marcou 66 golos. Excelente média deste grande profissional do futebol leonino que já se expressa bem em português (como ficou evidente ao falar à televisão depois do jogo).
De Nani. É um prazer vê-lo jogar futebol. O campeão europeu (que, estranhamente, Fernando Santos, não incluiu na mais recente convocatória contra Itália e Polónia) é o grande pensador da nossa equipa. Comanda os colegas com autoridade natural, comprovando a sua excelente visão de jogo. Saiu já no tempo extra, aos 91', e recebeu uma merecida ovação do público em Alvalade.
De Acuña. Hoje regressou à lateral esquerda e foi incansável a municiar as linhas ofensivas da equipa. Fez a assistência para o golo inaugural do Sporting. Em grande evidência, uma vez mais. Foi um dos melhores do onze leonino.
De Tiago Fernandes. O treinador interino passa o testemunho ao holandês Marcel Keizer, que amanhã inicia funções como técnico principal da equipa. E passa-o com um balanço muito positivo: duas vitórias na Liga e um empate fora, para a Liga Europa, em casa do Arsenal. Três jogos em oito dias. Mereceu os aplausos que os adeptos lhe tributaram no final do jogo enquanto gritavam pelo seu nome. Não custa vaticinar: vai ter futuro no futebol português.
Da estreia de Miguel Luís. O jovem médio ofensivo actuou na posição 8 nesta sua primeira partida como titular do Sporting no campeonato nacional. Contribuiu para a boa atitude competitiva da equipa com excelentes passes para Bruno Fernandes (44') e Bruno Gaspar (79'). Vai ganhando rodagem entre os maiores: só assim consegue crescer como profissional do futebol.
Do nosso dique defensivo. Bons desempenhos de Gudelj como médio mais recuado, alternando o apoio aos centrais com o natural protagonismo à saída de jogo na fase de construção, e sobretudo dos nossos centrais, provavelmente o melhor duo da Liga 2018/2019 nas respectivas posições. Merecidos elogios, não ensombrados pelo golo do Chaves, que resultou de um soberbo remate em arco de Niltinho, aos 81', disparado de fora da área sem defesa possível.
Do estado do nosso relvado. Ninguém diria que esteve toda a noite anterior e todo o dia a chover em Lisboa: o tapete verde do Estádio José Alvalade manteve-se em boas condições, servindo de palco muito apropriado a uma emocionante partida de futebol.
Da nossa classificação. Continuamos a progredir na tabela classificativa. Subimos ao segundo lugar, com 22 pontos, aproveitando a derrota de ontem do Braga no estádio do Dragão. Estamos apenas a dois pontos do FC Porto e vamos manter-nos isolados na segunda posição pelo menos até 2 de Dezembro, data do início da próxima ronda do campeonato. Há três meses quem vaticinaria uma posição destas face a tudo quanto tinha ficado para trás?
Não gostei
Do público tão escasso nas bancadas do nosso estádio. Hoje havia apenas 20.359 espectadores em Alvalade, uma cifra nada habitual para os números a que estamos habituados em jogos do campeonato nacional de futebol. Explica-se, em boa parte, pelas péssimas condições atmosféricas que se abateram nas horas anteriores sobre o País em geral e sobre a zona de Lisboa em particular. Mas não custa vaticinar que a partir de agora a assistência vai aumentar - faça chuva ou faça sol.
Do golo do empate, sofrido aos 81'. Foi um golo de excelente execução técnica, provavelmente o melhor golo desta jornada. Mas funcionou como um duche de água gelada em Alvalade, totalmente contra a corrente do jogo. Felizmente Bas Dost desempatou, de penálti, seis minutos depois.
Dos remates desperdiçados da nossa meia-distância. Bruno Fernandes e Gudelj, como de costume, bem tentaram. Mas apenas conseguiram atirar a bola para a bancada. Pior para o sérvio, que ainda não se estreou a marcar pelo Sporting.
Do vazio registado no sector central do topo sul. Consequência da acção policial de hoje, que levou às buscas da GNR e à detenção do líder da Juventude Leonina, por mandado do Tribunal do Barreiro - o que fez debandar os elementos desta claque que costumam ter lugar nessa zona do estádio. Mas isso é tema para outros textos, não para este.
Para o campeonato nacional de futebol, continuamos a jogar a horas impróprias, em dias pouco recomendáveis, mas isso deve-se em larga medida à nossa participação na Liga Europa: preparemo-nos, pois, para continuar assim, já que está quase garantida a presença leonina na fase seguinte da competição.
Vem este intróito a propósito do Sporting-Chaves do próximo domingo, com início previsto para as 20 horas. Tenho muita curiosidade em saber quais são os vossos prognósticos.
Houve muitos prognósticos, como é costume, mas só um acertou no mais recente resultado do Sporting na Liga 2017/18: a difícil vitória no campo do Chaves, por 2-1.
Fica o crédito ao nosso amigo Leão do Fundão, que volta a mostrar pontaria muito afinada. O Bryan Ruiz devia treinar com ele.
"All you need is ... Bas Dost" : Houve um antes e um depois de Bas Dost neste jogo. Até à entrada do holandês, o futebol do Sporting foi pouco objectivo e não teve espontaneidade. Com o "flying dutchman" em campo, a equipa pareceu mais confiante, mais linear (a explorar mais a profundidade) e mereceu a vitória.
A primeira parte mostrou um Sporting lento e cheio de hesitações. Jesus deve ter sentido um dilema ao intervalo, pois do meio campo para a frente, exceptuando William e Gelson, todos os jogadores eram candidatos a sair, tal a falta de ideias apresentada. Após uma meia oportunidade por Montero (12 minutos), na sequência de um canto, a equipa leonina poderia ter marcado quando Gelson (41 minutos), solicitado por Ruben Ribeiro, decidiu convocar um pelotão de fuzilamento em vez de tocar a bola docemente para as redes. Antes e depois, o Chaves cheirou o golo por William, mas a bola embateu na couraça da indiferença de Patrício (primeiro) e o avançado flaviense não conseguiu o desvio em antecipação ao guarda-redes leonino (segundo).
Rui Patrício voltou a ser providencial após remate de Nuno André Coelho (54 minutos). Entretanto, Dost entrara para substituir Misic e deu o primeiro sinal da sua presença, um minuto depois, ao desviar um cruzamento de Battaglia (57 minutos). O holandês é sinónimo de golos e o primeiro apareceu quase instantaneamente (61 minutos), num desvio de cabeça após jogada de Ruben Ribeiro, que imediatamente antes de cruzar pôs um defesa flaviense (Paulinho) num programa de centrifugação da Miele. O golo abriu o jogo e os dois minutos seguintes foram de enorme desperdício de oportunidades por parte do Sporting: Battaglia e Coates estiveram a centímetros de marcar e Bryan Ruiz suplantou tudo e todos, inclusive a ele próprio (o que é difícil), na esmerada arte de perdoar à frente da baliza, conseguindo falhar 3 golos numa só jogada (!).
Com tantas oportunidades perdidas comecei a recear uma repetição do Bonfim2018. Ao minuto 77, após Bas Dost ter trocado os pés à boca da baliza de Ricardo, Patrício conseguiu atrasar o remate do isolado Davidson e Battaglia deu o peito às balas, evitando sobre o risco o golo do Chaves. Felizmente, pouco tempo depois, o argentino, em noite de muito e bom trabalho, roubou uma bola a Platiny, entrou na área e entregou um presente pascal a Dost, que bisou. Tempo ainda para um "remake" de um Clássico: no melhor pano cai a nódoa e Coates, até aí em bom plano, voltou a borrar a pintura, concedendo um "penalty" (?) à equipa flaviense já no período de descontos.
No Sporting, os melhores foram Bas Dost, Rui Patrício e Battaglia. Mathieu, muito atento, obstruiu sempre as linhas de passe flavienses, William trabalhou muito e Ruiz colocou em campo o habitual perfume do seu futebol, embora por vezes temporizando em demasia. Lumor teve minutos, mas mostrou ainda alguma falta de rotinas, ofensivas e defensivas. Ruben Ribeiro encanou muito a perna à rã, mas acabou por repetir a jogada de futsal que já tinha dado um golo contra o Aves. Sinal menos para Misic que não me parece jogador para ver além do óbvio. Jogando muito em cima de William e com um passe pouco tenso, não me agradou.
Uma pergunta a Jorge Jesus: porque não colocar Battaglia a pressionar à frente a saída de bola do adversário? Sem Slimani e na ausência de jogadores com as características adequadas para essa missão, não poderia o argentino - jogando entre William e Bruno Fernandes e trocando com o maiato nesse momento do jogo - ser um destaque nesse papel ?
Da vitória tranquila num estádio difícil. Saímos esta noite de Chaves com três pontos que nos podem ser muito preciosos para a classificação final. Vencemos a equipa da casa por 2-1. E convencemos. Não por termos feito uma grande exibição mas por termos mantido uma supremacia natural em campo do princípio ao fim do encontro. Num ritmo médio-baixo que nos permite poupar fôlego para os próximos desafios - desde logo para o de quinta-feira, na República Checa, para a Liga Europa. Nesta fase do campeonato convém sermos calculistas. Até porque nenhuma outra equipa portuguesa tem feito tanto jogos como a nossa.
De Bas Dost. O holandês não foi aposta do treinador para o onze titular. Mas face ao empate a zero que se mantinha ao minuto 45, com o meio-campo leonino incapaz de rasgar o jogo e criar desequilíbrios que permitissem inaugurar o marcador, Jorge Jesus deu-lhe ordem para entrar enquanto mandava sair Misic. Em campo desde o minuto 56, Dost fez logo a diferença, nomeadamente no jogo aéreo, mostrando-se muito mais acutilante do que Montero, o apático ponta-de-lança inicial. Tanto assim que demorou apenas seis minutos a conseguir o golo, num cabeceamento letal, correspondendo a um soberbo centro de Rúben Ribeiro. Bisou aos 86', com Battaglia a construir o lance de golo em exclusivo para ele. Voltou a valer-nos três pontos após 18 dias de ausência: o Sporting só beneficiou com isso. O melhor em campo.
De Rui Patrício. Voltou a ser determinante, com duas excelentes defesas, aos 11' e aos 55', impedindo que a equipa flaviense se adiantasse no marcador. É cada vez mais um dos baluartes do Sporting. Só lhe faltou defender a grande penalidade que originou o solitário golo do Chaves, já depois dos 90': não era possível pedir-lhe mais.
De Battaglia. Na equipa mais remendada desde o início da época em curso, com cinco titulares ausentes, o argentino foi o escolhido por Jesus para ocupar a lateral direita. Uma posição que não costuma ser a dele, embora não lhe seja desconhecida. Demasiado contido nas incursões ofensivas do seu corredor durante a primeira parte, soltou-se no segundo tempo e foi crucial em dois momentos do jogo: ao impedir o golo flaviense em cima da linha de baliza, aos 78', já com Rui Patrício fora do lance, e na assistência para o golo da vitória, entregando a bola para Dost empurrar. Grande exibição.
De Rúben Ribeiro. Só a excepcional jogada dele na grande área do Chaves, em sucessivos dribles e com uma assistência perfeita para Dost, valeu o bilhete para este jogo. Mas o ex-Rio Ave, que hoje actuou como ala esquerdo ofensivo, fez bastante mais que isso. Apoiou com eficácia a defesa e foi um dos pensadores da equipa na fase da construção. Vai consolidando a sua presença no onze leonino após alguns jogos muito decepcionantes. Ainda bem.
Da boa réplica do Chaves. Hoje desfalcada de dois dos seus melhores elementos (Matheus Pereira e Domingos Duarte, emprestados pelo Sporting), a equipa flaviense nunca baixou os braços, criou oportunidades de golo e não desistiu de conseguir pelo menos um ponto. Merece elogio por não estacionar o autocarro nem fazer qualquer espécie de antijogo.
Da nossa recuperação na tabela classificativa. Face à derrota de ontem do FC Porto em Paços de Ferreira e ao nosso triunfo desta noite, encurtámos a distância que nos separa do líder do campeonato. Estamos agora a cinco pontos dos portistas (que serão seis se for accionado o critério do desempate) e a três do Benfica, que ainda terá de jogar em Alvalade. As perspectivas são hoje mais favoráveis do que eram há uma semana.
Não gostei
Das ausências. O Sporting voltou a entrar em campo com uma equipa muito alterada, estando cinco titulares ausentes por castigo, lesão ou opção técnica. Não pudemos contar desta vez com Acuña, Bruno Fernandes, Fábio Coentrão e Piccini. E Bas Dost, ausente do onze inicial, só entrou aos 56'. Quase meia equipa saiu do habitual lote dos suplentes, o que ajuda a explicar alguma falta de intensidade do fio de jogo leonino - algo perfeitamente natural e compreensível.
Da lesão de Bruno César. O brasileiro anda em maré de azar: colocado em campo como titular, substituindo Coentrão, mal teve tempo de tocar na bola. Aos 14' viu-se forçado a abandonar o relvado, cedendo lugar ao ganês Lumor. E forçando assim o técnico a queimar uma substituição nada previsível.
De Misic. Estreia a titular no Sporting do jovem internacional croata - um dos nossos reforços de Inverno - que só tinha sido utilizado, durante escassos minutos, a 26 de Fevereiro frente ao Moreirense. Chumbou neste teste em Chaves: demasiado posicional, actuando excessivamente próximo de William Carvalho, perdeu várias bolas e mostrou-se ainda muito desenquadrado dos seus companheiros. Sem capacidade de construção ou de criação de passes de ruptura, mastigou e lateralizou o jogo,tornando-se presa fácil para as investidas adversárias. Sem surpresa, acabou substituído aos 56'. Duvido que Jesus volte a apostar tão cedo nele.
Do resultado ao intervalo. Quando o árbitro deu por terminada a primeira parte, mantinha-se o nulo inicial, o que fez certamente soar campainhas de alarme junto da equipa técnica leonina. Durante os primeiros 45', o Sporting teve mais posse e controlo de bola, mas voltou a pecar no capítulo da finalização: só criou uma oportunidade de golo, aos 32', em lance criado por Rúben Ribeiro, com Gelson Martins a permitir a intervenção do guarda-redes. Impunha-se mexer na equipa. E, de facto, só a entrada já tardia de Bas Dost acabaria por fazer a diferença.
Mais uma etapa na rota do campeonato nacional de futebol: jogamos amanhã, em Chaves, a partir das 19 horas. Um confronto com um adversário que não costuma ser fácil. Embora tenha sido derrotado na primeira volta, em Alvalade, por 5-1.
Enfim, os prognósticos certeiros regressaram a este nosso campeonato dos vaticínios, quase tão emocionante como o campeonato a sério.
Parabéns ao leitor Leão de Lordemão, que acertou em cheio no resultado do Sporting-Chaves. Tendo acertado ainda no marcador de dois dos cinco golos leoninos.
Sorte de principante? Nas próximas jornadas cá estaremos para ver.
O Sporting bateu facilmente uma equipa flaviense tão estendida no terreno que os avançados estavam no Campo Grande, os médios no Campo Pequeno e o resto da equipa na Defensores de Chaves. Nesse contexto, os espaços para jogar entrelinhas foram verdadeiros latifúndios e o eixo central, uma Avenida (da República).
Os nossos adeptos puderam assistir a um Domingo 100% vitorioso: depois de no Pavilhão João Rocha termos depenado umas Aves, no futsal (7-0), uma vitória concludente no nosso Estádio sobre a equipa proveniente do Alto Tâmega. Uma "alta" pândega!
A defesa do Chaves, fiel ao nome romano da sua cidade (Aquae Flaviae), meteu água por todos os lados - habitat favorito do nosso "Piscinas" (Cristiano Piccini), um dos melhores em campo -, não tendo cabeça para parar Bas Dost, nem velocidade para acompanhar Podence, acabando por sucumbir aos pés de Marcus Acuña.
O árbitro Rui Costa foi muito interveniente: primeiro, interferiu com o VAR, não marcando um penalti óbvio e "amarelando" Gelson Martins (dois erros que não repôs após dois visionamentos!!), depois, participou muito no próprio jogo, tabelando com diferentes jogadores.
E assim terminou uma contenda que dará matéria para Nuno Farinha ("Saída de campo", este Domingo) escrever no Record que o Sporting venceu apenas 1 jogo na única partida que disputou. É caso para dizer: não havia necessidade...
A música tocada pelos nossos jogadores, um-a-um (numa escala de Dó Menor a Dó Maior):
Rui Patrício - As ofensivas flavienses pararam quase sempre antes da entrada da grande área leonina, pelo que este espaço foi sempre um Jardim das Freiras para o guarda-redes. Ainda assim, mostrou sempre bastante atenção, destacando-se em duas saídas aos pés de avançados do Chaves. Sem hipóteses no lance do golo, o que à luz do que vimos durante a semana dever-lhe-á baixar a cotação: aparentemente o que dá curriculum é um frango ou, no caso concreto do jogo Benfica-Manchester, uma perdiz.
Nota: Lá
Piccini - Está feito um senhor jogador! Defensivamente irrepreensível, esteve em 3 golos leoninos: no segundo golo, com um passe longo, lançou decisivamente Podence pela direita; no quarto, executou uma diagonal em drible que terminou num passe para Dost que permitiu a este assistir na perfeição Acuña; Finalmente, no quinto, assistiu primorosamente para uma cabeçada certeira do holandês, movimento que fez corar muitos alas deste campeonato.
Nota: Dó Maior
Coates - O Ministro da Defesa esteve a bom nível, não permitindo invasões ao seu paiol, emendando com autoridade algumas imprecisões na saída de bola por parte dos médios.
Nota: Lá
Mathieu - Controlou bem a sua zona de actuação, mas podia ter feito mais no lance de golo do Chaves, surgido ao caír do pano.
Nota: Sol
Fábio Coentrão - Embora qualquer ida sua à linha de fundo se possa comparar a um dos 12 trabalhos de Hércules, a verdade é que assegura tranquilidade ao sector recuado da equipa. A sua saída de campo voltou a coincidir com mais um golo do adversário. Neste estado de coisas, lanço aqui um repto a quem de direito: ou Coentrão passa a jogar os 90 minutos ou os jogos passam a terminar no momento que o vila-condense abandonar o terreno.
Nota: Sol
William - Alternou momentos em que parece alcançar o Olimpo - como naquele passe a isolar em simultâneo Gelson e Dost (que estava milimétricamente em fora-de-jogo) - com regressos a uma comum existência terrena, em que evidencia lentidão e desatenções perigosas à saída da sua área. Pareceu acusar algum cansaço e alguma dificuldade em aguentar um meio-campo a dois com Bruno Fernandes.
Nota: Sol
Bruno Fernandes - Dele espera-se sempre um golo à Carlos Manuel de Estugarda, um dos de Maniche contra a Holanda ou um passe de morte à Deco. Quando uma destas coisas triviais (para ele) não lhe sai fica sempre um amargo de boca no adepto. Ainda assim, deixou a sua marca no jogo, executando um canto de forma competente, donde resultou um golo de Bas Dost. Tabelou bem com diferentes companheiros e, por vezes, também com o árbitro Rui Costa.
Nota: Sol
Gelson Martins - Sempre envolvido no jogo, cumpriu de forma brilhante todas as tarefas defensivas que lhe foram atribuidas. Em termos atacantes, continua precipitado, nervoso, facto que o leva a desperdiçar inglóriamente uma série de lances promissores, recorrendo ainda, muitas vezes, ao algoritmo do caminho crítico para resolução de casos simples. Recomenda-se que não entre em campo sem pôr no bucho dois Lexotan.
Nota: Sol
Acuña - Ao contrário de Coentrão, Acuña é como o coelhinho da Duracel, e dura, dura...Incansável, o argentino nunca vira a cara à luta e é o tal Muro intransponível do qual Luis Castro se queixava na conferência de imprensa. Além disso, polivalente, fez 3 posições durante o jogo: ala esquerdo, lateral esquerdo, ala direito. Influente, voltou aos golos e em dose dupla, algo que não surpreende pois quando está bem fisicamente faz sempre mais qualquer coisa em campo do que a maioria dos outros jogadores.
Nota: Dó Maior
Daniel Podence - Que melhor elogio se pode fazer a Podence do que dizer que todo o jogo leonino, na primeira parte, foi carrilado para a sua zona de acção? No centro ou nas alas, Daniel foi sempre um Zip-zip para os desnorteados defensores flavienses, atraindo-os muitas vezes para fora de zonas de pressão, abrindo espaços para Bas Dost. Assistiu primorosamente o holandês para o segundo golo dos leões. Baixou um pouco de produção no segundo tempo.
Nota: Si
Bas Dost - O que dizer de um jogador que esteve "só" nos cinco golos do Sporting? Nesse transe, desmentiu várias teorias elaboradas recentemente: a de que tinha perdido o instinto matador, marcando por três vezes, todas de cabeça; a de que "só" finaliza, assistindo Acuña para o quarto golo; a de que é um jogador a menos no processo de construção, magicando o desequilibrio do qual resultou o terceiro golo leonino. O holandês é um jogador inteligente que precisa apenas de ser bem servido. O resto ele faz: no seu primeiro golo fez-se valer da antecipação, no segundo, da sua boa colocação no terreno, no terceiro, o seu tempo de salto aniquilou dois adversários. Qualidades ímpares e diversas que deveriam motivar a adopção de um verbo que fizesse jus a essas características: dostar. Ontem, para não destoar, "dostou" 3 vezes. Dizem que está em crise, coitado...
Nota: Dó Maior
Battaglia - Desta vez começou no banco. Entrou ainda a tempo de mostrar a sua superior qualidade de recuperação de bola, impondo-se em carrinhos de alta cilindrada aos avançados flavienses, mas também o seu maior defeito, falhando alguns passes de ruptura.
Nota: Sol
Doumbia - Num lance, mostrou pouca coordenação com Bas Dost, ocorrendo à mesma bola que o holandês. Quando finalmente se demarcou do colega e encontrou espaço para receber uma prodigiosa assistência deste, aconteceram três coisas: primeiro, da mesma forma canhestra já mostrada em Turim, trocou os pés, depois, a bola bateu-lhe no pé de apoio e encaminhou-se para golo, finalmente, o árbitro anulou o lance por fora-de-jogo de Dost na altura do passe. Fica assim eliminado da cabeça dos espectadores o seu momento embaraçante, de onde curiosamente teria resultado finalmente um golo do costa-marfinense para o campeonato, situação que provocou compreensíveis "mixed feelings".
Nota: Fá
Bruno César - Entrou e foi logo humilhado após um passe de ruptura de William que o brasileiro no seu passo de tartaruga não conseguiu segurar dentro das 4 linhas. Desconfia-se que este esforço o tenho deixado ligado à máquina de oxigénio durante a noite.
Da goleada. Vencemos e convencemos neste regresso ao campeonato com o resultado mais dilatado da época até agora: 5-1, frente ao Chaves. Vitória merecida, coroando uma excelente exibição do Sporting, com uma equipa moralizada, dinâmica e muito bem estruturada, capaz de empolgar os 42 mil adeptos que acorreram esta noite a Alvalade.
De Bas Dost. Regressámos às vitórias e também o nosso artilheiro - que estava sem marcar desde 8 de Setembro - regressou àquilo que melhor sabe fazer. Vinha com fome de baliza, saciada com três golos: o primeiro, aos 6', na sequência de um canto; o segundo, aos 15', coroando um excelente lance de contra-ataque; e o quinto, aos 75', também num ataque rápido e fulminante. Mas o holandês - o melhor em campo - não se limitou a marcar: foi dele a assistência para o quarto golo, aos 58', e é ele quem começa a construir o terceiro, aos 39'. Uma noite de gala.
De Podence. Não era titular desde a segunda jornada. Voltou a integrar o onze inicial e confirmou que tem valor para tanto. Fez uma soberba assistência para Bas Dost marcar o segundo golo, numa jogada de futebol ofensivo clássico, demonstrando como se faz um cruzamento irrepreensível. Aos 31', grande passe para Gelson, que acabaria derrubado na grande área. Aos 38', isola Bas Dost com excelente execução técnica. Foi sempre um elemento desequilibrador, essencial para construir esta vitória. Saiu aos 66', sob uma calorosa e merecida ovação do estádio.
De Acuña. Grande exibição do internacional argentino, que fez finalmente o gosto ao pé bisando nesta partida. Da primeira vez, muito bem servido por Gelson Martins, bastou encostar a bota, marcando o nosso terceiro. Da segunda vez rematou não apenas bem enquadrado com a baliza mas também com força, fuzilando as redes do Chaves após assistência de Bas Dost. E terminou a partida como lateral esquerdo após a saída de Fábio Coentrão, aos 80'. Precisamente a posição em que tem jogado, com manifesto sucesso, na selecção do seu país.
De Piccini. Melhora de jogo para jogo: percebe-se bem que tem progredido nas sessões de treino. Já era irrepreensível a defender, como a partida de Turim frente à Juventus demonstrou. Agora evidencia crescente qualidade também no aspecto ofensivo: foi dele uma das melhores jogadas individuais do desafio em que fintou quatro adversários, progredindo sempre no terreno, e serviu Bas Dost no lance que culminaria no quarto golo. Já tinha sido ele a iniciar o segundo, lançando Podence no corredor direito. E é dele o cruzamento que funcionou como assistência para o holandês no quinto.
De começar a vencer cedo. O Chaves - desfalcado de dois titulares emprestados pelo Sporting, Domingos Duarte e Matheus Pereira - não teve sequer oportunidade de estacionar o autocarro frente à sua baliza. O nosso golo inaugural, numa fase muito prematura da partida, forçou a equipa transmontana a sair do seu reduto - o que de algum modo facilitou a vitória leonina.
De ver o Sporting consolidar a segunda posição à nona jornada. Continuamos colados ao líder, o FC Porto, com 23 pontos. Com sete vitórias e dois empates. Temos 21 golos marcados e apenas cinco sofridos. Números que continuam a alimentar-nos a esperança de conquistar o título nesta época 2017/2018.
Não gostei
Da arbitragem de Rui Costa. A actuação do árbitro foi manchada por um erro claro, aos 31', quando fez vista grossa a um penálti cometido sobre Gelson Martins, castigando ainda por cima o nosso jogador com cartão amarelo por suposta simulação que as imagens desmentem. Parou o jogo durante três minutos para consultar duas vezes a gravação e nem assim deu o braço a torcer. Foi brindado com uma assobiadela monstra em Alvalade que expressou a justa indignação dos adeptos, inconformados com tanta incompetência.
Da actuação de Bruno Fernandes. É certo que foi ele a marcar o canto de que resultou o nosso primeiro golo. Mas quase nada mais lhe saiu bem nesta partida: incapaz de criar desequilíbrios, falhou sucessivos passes e perdeu várias vezes a bola no eixo do meio-campo. Cansaço ou alguma sobranceria, que costuma ser má conselheira? Os próximos desafios permitirão esclarecer a dúvida.
Do golo sofrido. Houve apenas dois minutos de tempo extra na segunda parte. Período que bastou para desconcentrar alguns dos nossos jogadores, que permitiram o golo de honra do Chaves mesmo ao cair do pano. A bola já nem regressou ao centro do terreno após ter sido introduzida na baliza do Sporting. Bastaria um pouco mais de atenção e este golo teria sido evitado.