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És a nossa Fé!

O dinheiro nunca dorme

 

"A equipa tem tido um desempenho ridículo"

 

"A equipa B está praticamente em primeiro lugar [na 2ª Liga] e custa um valor insignificante quando comparado com a equipa A. A equipa A custa o dobro da equipa do Sp. Braga"

 

"Há jogadores que, pelo dinheiro que ganham, não estão a fazer nada no Sporting"

 

"Não temos tido a melhor gestão desportiva"

 

"O Sporting está em situação muito difícil para entrar nos lugares de acesso à Liga dos Campeões"

 

Godinho Lopes "está a aprender"

 

Frases proferidas por algum cirurgião, psiquiatra ou ex-campeão nacional que integra a frenética oposição ao actual presidente da Direcção do Sporting? Nada disso. Quem fala assim, demolindo sem papas na língua a gestão desportiva do clube, é José Maria Ricciardi, vice-presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting, administrador executivo do Banco Espírito Santo e um dos mais notórios apoiantes da candidatura de Godinho Lopes em Fevereiro de 2011.

Fosse outro a fazer tais críticas e Godinho Lopes mandá-lo-ia servir refeições ou mostrar-se-ia horrorizado por ver "cem médicos todos os dias à volta de Alvalade".

O banqueiro, porém, fala com a certeza antecipada de que não será contestado. No fundo, este é mais um marco no processo de aprendizagem de Godinho Lopes, fazendo fé no que dele diz Ricciardi. Se isto fosse um filme, poderia chamar-se O Dinheiro Nunca Dorme. Já houve outro com esse nome. E, se bem me lembro, o protagonista terminou mal.

Comprem, comprem

Se não circularem, os activos deixam de ser activos. Se não houver movimento de capital não há tesouraria, o negócio estagna e os activos ficam passivos e desvalorizam-se. Além de que não podem ser cobradas as percentagens, o ganha-pão dos empresários.

Se não houver casos do jogo, arbitragens duvidosas, jogadores a reclamarem contra os treinadores, dirigentes lançando farpas obtusas e candidatos derrotados a proclamarem que se estava mesmo a ver, enfim, se não houver campeonato como habitualmente, as folhas de couve dos jornais desportivos fenecem à míngua de chamariz.

É a associação de interesses entre uns e outros que levanta todos os anos pelo verão a tenda de circo das transferências. É um estranho, cheio de equilibristas e palhaços, só com elefantes brancos.

Tomemos o caso de Lelé, jogador brasileiro do Scheiser da Bundesliga. Há dois anos que Lelé foi despachado do Curitiba para a Europa por 1 Milhão. O Scheiser precisa de capitalizar e o seu empresário, o célebre M. Landro, quer dinamizar a sua carteira.

M. Landro é a “fonte” de Valentim Becil, jovem e valoroso jornalista do diário “O Esférico”, que só subirá na carreira se continuar a fornecer cachas ao editor

Num dos cafezinhos que periodicamente tomam, Landro confidencia a Becil: o Desportivo tem enviado olheiros aos jogos do Scheiser para observar Lelé. No dia seguinte “O Esférico” ostenta em gordas: “Lelé debaixo de olho do Desportivo”.

O director do jornal concorrente “Sprint” chama o jornalista Alacre Tino ao seu gabinete e dá-lhe um responso. Como lhe pôde escapar aquela cacha?

Contactados os dirigentes do Scheiser estes garantem que Lelé só sairá por uma verba de 5 milhões, nem menos um tostão. À pergunta de Tino se já receberam alguma proposta, fecham-se em copas: não é ético revelar detalhes do negócio.

No dia seguinte, título do “Sprint”: “Desportivo em negociação por Lelé: 5 milhões em cima da mesa”.

Lelé, a leste disto, quando lhe perguntam, acha que é melhor não estragar o quer que seja e responde taxativamente: “Neste momento só penso no Scheiser”. Mais adiante: “Seria uma honra representar o Desportivo”.

Um exclusivo de “O Esférico”: “Lelé honrado em jogar pelo Desportivo”.

Alarmados, os dirigentes do União, arqui-rival do Desportivo, telefonam a M. Landro: “o rapaz é assim tão bom?”. ”É”, responde o agente, “mas as notícias são uma treta. Por quaisquer 4 milhões ele assina. Para mais o Desportivo está encanar a perna à rã. Despachem-se.”

Os dirigentes do União falam com o Desportivo. Nunca houve qualquer negociação. Lelé só não fica no Scheiser porque entretanto um clube polaco comprou o seu passe por 3 milhões – uma pechincha.

Para a semana parece que Totó, promissor avançado do campeonato búlgaro, está na calha do União.

O desespero financeiro do Sporting

João Pereira foi transferido para o Valência por 3,684 milhões de euros (mais 526 mil variáveis), assinando um contrato com três anos de validade, mais um de opção. O jogador foi adquirido ao SC Braga em Janeiro de 2010 por 3 milhões de euros.

É fácil comentar de fora para dentro, sem verdadeiramente sentir a real necessidade do Sporting de gerar receitas neste momento, no entanto, parece evidente que o montante da venda, para o actual melhor lateral direito português, ainda com 28 anos, é muito baixo. Esperamos explicações do Conselho Directivo mas não é difícil de antecipar que o caso apenas reflecte o desespero financeiro do Sporting. 

Sporting: uma lição suplementar

Só a contratação de Agüero custou 45 milhões de euros aos cofres do Manchester City. Nasri foi contratado por 27,5 milhões. Compare-se: todos os reforços do Sporting para esta época custaram pouco mais de 30 milhões. São números que ilustram bem o abismo entre as duas equipas em termos financeiros. Mas nada disto se reflectiu esta tarde, em termos desportivos, no relvado de Alvalade: ao vencer o City com um fabuloso golo de Xandão, o nosso clube manteve intacta a esperança de ultrapassar os oitavos-de-final da Liga Europa.

O dinheiro não é tudo, o dinheiro não compra tudo. Esta foi uma lição suplementar que os esforçados jogadores leoninos deram hoje aos 34 mil espectadores que assistiam nas bancadas e aos largos milhões que acompanharam o desafio pela televisão.

Proposta

Proponho que o Sporting, em vez do BCP e do BES, passe a trabalhar com o banco do M. City, neste jogo com o Bolton: David Silva, Kun Aguero, Dzeko, Kolarov, Micah Richards, De Jong, Milner... e etc. Será que resultaria?

Viver na lua ou ter os pés na terra?

As contas do primeiro semestre, das SAD's dos três grandes são claras: Sporting negativo em cerca de 19 milhões, Porto negativo em cerca de 9, Benfica positivo em cerca de 8. Num semestre em que o Porto vendeu o Falcão por 40 milhões e o Benfica o Coentrão por 30 - operações de uma envergadura a que o Sporting não chegou. Mesmo assim, o passivo da SAD encarnada aumentou em 6,3 por cento. Quer dizer, a situação está preta, para os três grandes (e preta está para os restantes, quase todos). Os financiamentos bancários, para investir em jogadores que reforcem os plantéis e/ou para resolver problemas de tesouraria (o dinheiro de que se necessita para fazer face ao dia a dia), são torneira que fechou. Esse oxigénio foi substituído, em parte, pelo recurso tópico aos fundos de jogadores e não há outra volta a dar-lhe, para manter salários em dia (ou quase em dia). A outra fonte de oxigénio, a dos patrocinadores, vai ser reduzida a curto prazo, dada a situação geral de contenção de custos por parte das empresas. É que, para além dos custos correntes (salários, operação, fisco, segurança social, etc.), os clubes têm de ir pagando à banca os enormes empréstimos que foram conseguindo, em tempo de vacas mais ou menos gordas. E daqui não há como fugir.

No caso do Sporting, o investimento na equipa de futebol foi elevado, como reclamavam os adeptos, para fazer crescer a competitividade a médio prazo (comprar jogadores não é o mesmo que comprar uma equipa) e descobrir talentos que gerem um bom retorno, também a médio prazo. Algo que outros clubes fizeram, antes de nós. No nosso caso, tentando diversificar as fontes de um retorno futuro: talentos descobertos em mercados estrangeiros e talentos oriundos da nossa formação. Sendo elevado esse investimento e sem termos nenhuma venda significativa que contrabalance, é normal que, numa primeira fase, o saldo negativo aumente - e aumentará sempre se não houver receitas extraordinárias das competições europeias e uma melhoria das receitas de patrocínios e de quotas e gameboxes e se não houver maneira de reduzir a dívida. Na verdade, os clubes grandes têm custos de duas equipas ( não é apenas o Sporting que está neste baile): a que joga e a dos juros.

Sporting e Benfica poderiam estar melhor, se tivessem ambos aceitado a disponibilidade da Câmara de Lisboa em construir um estádio municipal, palco de exibição das duas equipas (como sucede, por exemplo, com Milan e Inter). O presidente Dias da Cunha lutou bravamente por isso - ele sabia a carga que para o Sporting seria a construção e a manutenção de um estádio - e teve uma primeira reação positiva de Luis Filipe Vieira. Mas este, afirmando não ter condições internas para fazer passar a solução, desistiu depois. Quer-se exemplo mais claro de quanto a pressão dos sócios e dos adeptos força os dirigentes a solucões meramente de clubite aguda, irracionais do ponto de vista de gestão, depois se divorciando das suas consequencias e resumindo tudo a uma frase oca: 'onde gastaram eles o dinheiro'?

Significa isto, dito assim de forma tão singela, que resolver o problema de capitalização da SAD do Sporting é algo de vital para o futuro do futebol do Sporting. E é algo de vital para AGORA. Algo que não foi descoberto pela auditoria, esta apenas confirmou o que vinha de um passado recente.

Ou seja: não é possível continuarmos, por muito mais tempo, a querer a lua (equipa competitiva, menos passivo, modalidades amadores sustentadas pelo futebol, etc.). É bem mais sensato, e indispensável a meu ver, firmarmo-nos na terra: o Sporting precisa de capital, para conter o seu passivo em níveis controláveis e... para crescer de forma sustentada.

Da noite para o dia

Ontem havia russo, hoje não há russo. Agora, eu não me dedico a negócios em geral e, no que respeita aos boatos sobre a aquisição de clubes ou sobre eu começar outro negócio, eles não têm qualquer fundamento”, disse Mikhail Prokhorov. Parece que o magnata vai dedicar-se por agora à sua candidatura à presidência da Rússia. Não é que seja coisa para dar menos trabalho...

Saudades de Soares Franco e Paulo Bento

A recente auditoria confirma o descalabro que têm sido as finanças do futebol do Sporting. O mais preocupante é verificar-se que muitos dos mais caros jogadores de sempre do Sporting (Mário Jardel – o mais caro de todos, Marius Niculae e Rodrigo Tello – juntos totalizaram cerca de 25 milhões de euros) saíram praticamente sem nenhum retorno financeiro. Foi com Soares Franco na presidência a única altura em que a SAD do Sporting deu lucro. Bem sei que o objetivo do clube não é que a sua SAD dê lucro, mas sim ter sucesso desportivo; o ano final da dupla Franco-Bento pressentia um certo definhamento, que se viria a acentuar durante toda a total desorientação do consulado Bettencourt. Era necessário e urgente inverter esse rumo e dar uma injeção de confiança aos sócios e adeptos, como esta direção fez. Ora é inegável que no tempo de Soares Franco se teve algum sucesso desportivo e mais sucesso financeiro que noutros. Este ex-presidente não conseguiu convencer os sócios com o seu plano de reestruturação financeira; vamos ver se o tempo não lhe dará razão.

Mas Soares Franco teve a sorte de ter um treinador a quem transmitia toda a confiança, e que deixava trabalhar em paz. Paulo Bento respondia pela estrutura do futebol toda, e nunca se lhe pressentiu o desespero que ouvimos nalgumas declarações de Domingos. Independentemente dos méritos que tem como treinador (que já demonstrou e há de voltar a demonstrar), é inevitável que Domingos não aguentou a pressão de ser treinador do Sporting. A queixa contra os adeptos “notáveis” que se queixam na imprensa só revela que Domingos é um homem com a cultura do FC Porto, onde existe há muitos anos uma autoridade incontestada, e que desconhece (e provavelmente não servia para) a realidade do Sporting, um clube em permanente ebulição e onde nunca toda a gente está de acordo. Mas essa não é uma realidade exclusiva do Sporting (embora neste seja particularmente acentuada). Na mesma semana em que Domingos se queixava de certos sócios do Sporting, José Mourinho também teve de ouvir duras críticas pessoais que lhe foram movidas pelo anterior presidente do Real Madrid. Não gostaria Domingos de ser treinador do Real Madrid? Será que também se queixaria? É claro que para tudo há um limite, mas um treinador do Sporting tem que saber o que quer, ser determinado, teimoso e ter personalidade forte. Não precisa de ser um sargentão, mas tem que ser um sargentinho. Tudo caraterísticas de Paulo Bento, que aguentou a pressão sendo menos experiente quando foi chamado ao cargo. Domingos fez jus à alcunha “Choramingos” que tinha no “Contra Informação”. A lição a tirar é que é muito mais fácil ser treinador do FC Porto que do Sporting, e que pode ser que um bom treinador para o FC Porto não o seja para o Sporting. A ver vamos o seu futuro. Quanto ao Sá Pinto, falta-lhe uma caraterística fundamental que é o sangue frio. Gosto muito do Sá Pinto e desejo-lhe as maiores facilidades, mas neste momento gostaria de ter um Paulo Bento...

Falido mas não insolvente

É incrível como estão a espalhar-se, de forma quase viral, notícias como esta. Em vez de se aplaudir a atitude inédita desta direcção, que realizou uma auditoria externa e independente às contas do clube, vira-se tudo contra o próprio Sporting. Atenção: o Sporting pode estar tecnicamente falido, mas está longe de poder ser considerado insolvente. Pelo contrário. A apresentação desta auditoria revela a coragem de dizer que houve 13 anos de gestão leonina com erros graves e aponta caminhos para dar a volta à situação.

 

Como dizia alguém há pouco tempo, qual é a parte que não percebem? Não há dinheiro, por isso é preciso ser mais rigoroso, criativo e sobretudo mais vitorioso. O resto vem por acréscimo. Ou é necessário lembrar que os outros ditos grandes têm passivos acumulados superiores a 200 milhões de euros?

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