Se os objectivos de ontem eram conquistar os 3 pontos pondo a jogar os prováveis suplentes do próximo dérbi, então foram atingidos na plenitude. Vitória contra o campeão polaco e St.Juste, Bragança, Nuno Santos e Paulinho a terem minutos e os dois primeiros muito bem.
Sobre o jogo, penso que teve três partes. Primeiros 15 minutos onde o Sporting jogou bem, marcou e expulsou um defesa adversário. Uma segunda de mais ou menos uma hora onde o Sporting controlou o adversário circulando a bola a toda a largura do campo, ensaiando movimentos de ruptura, quase sempre mal sucedidos ou proporcionando remates que o guarda-redes adversário soube defender, mas mesmo assim conquistando um penálti que deu o 2-0. Uma terceira que começa de forma caricata: dupla substituição num momento de marcação de livre do adversário, coisa que nunca se deve fazer pela desconcentração e alteração de posicionamentos que acarreta. O livre deu golo do adversário com Bragança a marcar com os olhos o movimento do jogador contrário. Os 20 minutos finais foram penosos: o jovem Tiago não acertou uma, imitando o que Fresneda já estava a fazer, o lado direito ficou uma lástima e os tais suplentes que tinham ficado já estavam sem pilhas.
Felizmente aquilo acabou porque para melhor não ia.
Tarefa concluida, desafio superado, no domingo vê-se o resto.
Gostei muito de ver Gyökeres voltar a marcar. O sétimo golo em oito jogos. Novamente de penálti - e vão três. Chamado a converter, aos 76', não vacilou. É extraordinária a relação que o internacional sueco tem com a baliza. Infelizmente não bastou para evitar a derrota: perdemos em casa (1-2) contra a Atalanta, equipa italiana com nível de Liga dos Campeões - muito bem comandada há oito anos pelo veterano treinador Gian Piero Gasperini. Foi a nossa primeira derrota da temporada. Que, infelizmente, pôs fim a uma longa série de resultados positivos: há 22 jogos seguidos que não perdíamos um desafio oficial, desde 13 de Abril. Os 42.308 espectadores presentes no estádio mereciam ter visto um Sporting bastante melhor.
Gostei das substituições feitas pelo treinador ao intervalo. Saíram três jogadores com exibições calamitosas no primeiro tempo, entraram três colegas que muito contribuíram para relançar o jogo leonino neste período, em que fomos superiores à turma adversária já com Coates, Edwards e Geny em campo. Um golo, uma bola ao poste e quatro remates enquadrados: nada a ver com os 45 minutos iniciais, em que não fizemos um só disparo à baliza dos italianos. Entendi muito mal por que motivo Rúben Amorim deixou Coates de início no banco: com ele em campo, tudo foi diferente. Também Geny e Edwards mexeram com o jogo, acelerando-o sem temores nem complexos. Distinguiu-se sobretudo o inglês, para mim o melhor dos nossos: conquistou quatro faltas, uma das quais valendo o amarelo ao adversário, fez um cruzamento para golo (Gonçalo Inácio falhou, cabeceando para fora na grande área aos 52') e esteve ele próprio quase a marcar, aos 77'. Devia ter integrado o onze titular.
Gostei pouco de ouvir os mesmos que no início cantavam «farei o que puder pelo meu Sporting» desatarem, cerca de meia hora depois, a destratar a equipa no estádio, dando ânimo e alento à turma adversária. O nosso clube está cheio de adeptos que adoram assobiar. Infelizmente, em vez de assobiarem só no duche, vão de propósito a Alvalade para vaiar os nossos jogadores. «Farei o que puder pelo meu Sporting» é isto? Não parece nada.
Não gostei de perder. Não gostei dos 45 minutos de avanço dados à equipa de Bérgamo. Não gostei da forma como Amorim assistiu impávido àquele descalabro colectivo do primeiro tempo sem ter feito mais cedo as alterações que se impunham, corrigindo sobretudo o naufrágio do nosso meio-campo. Não gostei do enorme desgaste físico e anímico sofrido naquela primeira parte de avassalador domínio do Atalanta, que ficou em quinto lugar na Liga italiana 2022/2023: oxalá não seja mau prenúncio para a nossa partida de domingo contra o Arouca.
Não gostei nada de vários jogadores. Desde logo, a desastrosa estreia de Fresneda a titular: não revelou arcaboiço para aquilo, foi no nosso corredor direito que os italianos entraram como faca em manteiga, perante a impotência do ala espanhol, muito verde (no pior sentido) para tal função, fazendo-nos sentir saudades de Esgaio - que o substituiu aos 67'. Paulinho, sinónimo de nulidade: absolutamente inócuo na construção ofensiva, incapaz de se libertar da marcação individual a que foi sujeito, e é ele quem põe em jogo o autor do passe para o primeiro golo italiano. Morten continua a parecer peixe fora de água: não cumpriu os mínimos como médio defensivo nem formou eficaz parceria com Morita - o japonês melhorou bastante já com ele ausente. Nuno Santos apareceu oxigenado e talvez por isso destacou-se pela negativa, sem um só cruzamento perigoso e abusando dos passes à retaguarda. Pedro Gonçalves destacou-se por uma sucessão quase assustadora de perdas de bola e passes falhados - recebeu cartão aos 84' e devia ter visto outro por um pisão aos 35', convém não abusar da sorte. Finalmente Daniel Bragança, que substituiu Matheus Reis aos 90'+1, voltou a ver o amarelo com poucos segundos em campo pelo segundo jogo consecutivo. Assim mais vale ficar no banco. Ou na bancada.
Creio que o jogo é marcado pela excelente disponibilidade física dos 10 do Farense. Aguentaram os quase cem minutos com uma energia tal que até parecia que podiam começar outro jogo logo a seguir. Parabéns! Quem me dera ter aquele potência quando corro na passadeira...
O Sporting continua a jogar de forma enervante (para o adepto). Devagarito a sair, alas a tentar acelerar, muita movimentação na área, pouca eficiência. O primeiro golo é um brinde do defesa do Farense, o segundo inventado por Pote e o terceiro sacado por Edwards.
Tenro como um pastel, Huljamand não é Palhinha, ainda se está a adaptar ao nosso futebol, creio que não será o patrão que todas as equipas grandes portugueses necessitam. Educado e correto, Morita sozinho, também não chega. Bragança é de um tempo de outro futebol.
Sobre o refilanço dos rivais. Quem com ferros coiso, com ferros coiso. O ambiente geral do futebol português, em que qualquer falta (repito, qualquer falta) é refilável para sacar amarelo ao adversário e qualquer lance (repito, qualquer lance) na grande área é refilável para sacar penalti, dão nisto. A competitividade está transformada num ódio que as bancadas fazem crescer para os jogadores e vice-versa. Pela televisão, quantas vezes não vimos os bravos e inesgotáveis jogadores do Farense com cara de quem disputa uma guerra?
Certos rivais, que gostam e adubam estes contextos, não gostam que de ser só eles a beneficiar do ambiente de guerrilha, de um futebol que mais parece estar a ser jogado no pátio de uma cadeia como nos filmes.
De uma vez por todas, creio que devemos uma palavra aos árbitros e aos VAR. Ninguém consegue ser competente quando os 22 em campo se esforçam no sentido de enganar os árbitros e subjugar os adversários com todo o tipo de estratagemas, simulando quedas e agressões em qualquer lance de contacto.
Trincão marcou logo aos 10': regresso de férias com o pé quente
Foto: Lusa
Primeiro jogo de preparação aberto aos adeptos do Sporting. Foi no estádio do Algarve contra o Genk, vice-campeão da Bélgica. Terminou 1-1, resultado feito na primeira parte.
Rúben Amorim pôs em campo o seguinte onze. Israel; Eduardo Quaresma, Coates, Gonçalo Inácio, Matheus Reis; Morita, Edwards, Afonso Moreira, Pedro Gonçalves; Trincão e Chermiti. Uma espécie de 4-4-2, com 5-3-2 em momento defensivo, fazendo supor que passará a actuar com dois avançados, dois extremos com pendor mais clássico e um par de médios criativos resguardados com um quarto defesa elástico, Gonçalo Inácio, como sucedâneo de "trinco" ou médio posicional.
As aparências iludem. Veremos se esta mudança do modelo táctico virá para ficar ou se visa apenas baralhar os nossos adversários a escassas semanas do início do campeonato.
Apesar de o nosso golo ter surgido cedo (marcado por Trincão à ponta-de-lança, muito bem servido por Chermiti logo aos 10'), foi na segunda parte que estivemos em melhor nível. Com destaque para o regresso muito aplaudido de Daniel Bragança após um ano de lesão grave. Ele e três outros elementos da formação leonina (Afonso, Eduardo e o já mencionado Chermiti) foram os elementos mais em foco.
Faltou Gyökeres, a nova estrela da companhia.
Alterações, apenas duas. A troca de Morita por Daniel ao intervalo e a entrada de Jovane aos 80', substituindo Eduardo Quaresma, que saiu com queixas físicas.
Perante uma equipa forte e que iniciou mais cedo a preparação da época, faltou-nos o quê? Mais poder de fogo. Faltou também maior consistência defensiva - ponto fraco da época passada. O golo do Genk foi brinde nosso: erro clamoroso de Matheus Reis, aos 24', com passe lateral à queima para o guarda-redes que Israel não conseguiu interceptar.
Até nem me importo muito que tenham erros destes nos jogos de preparação. Se nos desafios a sério nada disto acontecer.
Breve avaliação dos nossos:
Israel. O melhor: saiu duas vezes bem dos postes. O pior: o golo sofrido, embora o grande culpado tenha sido Matheus Reis.
Eduardo Quaresma. O melhor: enfrentou bem Fadera, o mais acutilante do onze belga. O pior: saiu com queixas físicas, oxalá não seja nada grave.
Coates. O melhor: resolveu vários problemas com a sabedoria que só a experiência dá. O pior: algo preso de movimentos em lances pontuais.
Matheus Reis. O melhor: aguentou 90 minutos. O pior: o erro caricato que traiu Israel e permitiu aos belgas empatarem o jogo.
Gonçalo Inácio. O melhor: Amorim experimentou-o em movimentos de transição para a posição 6, confirmando a confiança nele. O pior: falhou alguns passes.
Morita. O melhor: passe longo, de 40 metros, que isolou Chermiti iniciando o nosso golo. O pior: substituído ao intervalo, pareceu longe da melhor forma física.
Edwards. O melhor: um passe de ruptura, mesmo ao findar o jogo para dentro da área que poderia ter gerado golo. O pior: pareceu apático, longe das zonas de decisão.
Afonso Moreira. O melhor: várias iniciativas individuais vistosas no flanco esquerdo, com vontade de impressionar o técnico. O pior: alguma precipitação ocasional, motivada pela ansiedade.
Pedro Gonçalves. O melhor: vê-lo agora com o número 8, que pertenceu a Bruno Fernandes. O pior: passou praticamente ao lado do jogo.
Trincão. O melhor: o golo, à ponta-de-lança. O pior: não ter aproveitado três outras oportunidades que lhe foram surgindo.
Chermiti. O melhor: soberba assistência ao recuperar uma bola junto à linha final e cruzando, em oferta de golo a Trincão. O pior: ter ficado desta vez em branco.
Daniel Bragança. O melhor: vê-lo regressar em boa forma, aparentemente sem sequelas da grave lesão. O pior: já amarelado, cometeu falta que lhe teria valido segundo amarelo num jogo a sério.
Jovane. O melhor: excelente pormenor técnico ao receber um passe longo de Coates e rodar, deixando para trás um adversário, aos 86', e "assistindo" Trincão. O pior: esteve pouco tempo em campo.
Paulinho toca um acorde certeiro e Daniel faz arte.
Um abraço para ambos, desejos de uma recuperação consistente para nos voltarem a dar muitas alegrias.
No fundo é sempre isto.
Aconteça o que acontecer o lutador tem sempre de ficar, não vai estar o Daniel para o Paulinho passar a bola, vai estar o Manel, não interessa quem marca os golos, interessa é que se marquem golos.
Não interessa marcar um hat-trick (verdadeiro ou falso) ou um poker num jogo, interessa é marcar sempre mais que o adversário (ou adversários se considerarmos, também, os do instrumento de sopro).
Baden Powell (não estou a falar do brasileiro) criou uma divisa que dizia isto:
"Be prepared"; sempre prontos, traduziram. No caso do Sporting é preciso estar preparado, pronto e acima de tudo desconfiado, entrar sempre desconfiado, em campo, pode ser a chave do sucesso.
Há horas de azar. Daniel Bragança que o diga: num jogo-treino, lesionou-se com gravidade, sofrendo entorse traumática no joelho direito. Terá de ser operado. Supõe-se que poderá ficar meses sem competir.
Fica este espaço aberto, a partir de agora, às mensagens que queiram dirigir a este excelente futebolista formado na Academia leonina, Leão de raça e coração.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre DANIEL BRAGANÇA:
- Pedro Boucherie Mendes: «É de assinalar como Bragança não entrou nos descontos como "prémio" de uma coisa qualquer.» (26 de Julho)
- David Rodrigues: «É um 10, um mágico com a bola nos pés. Não é um tradicional 8. (...) Vai ser muito útil quando precisarmos marcar golos na segunda parte, esticando a equipa na frente, com o adversário fechado.» (31 de Julho)
- JPT: «Saravia é craque, Bragança acalenta a crença.» (20 de Outubro)
- Eu: «O melhor em campo: respira classe tanto na recepção como no passe no corredor central, desta vez com mais liberdade para avançar no terreno. Serviu sempre bem os colegas e tentou ele próprio o golo.» (22 de Dezembro)
- Luís Lisboa: «Esteve excelente como playmaker e é de facto uma alternativa válida ao box to box Matheus Nunes para algum tipo de jogos. A bola passa a correr mais do que o jogador, os alas agradecem. O problema é a recuperação de bola e a luta a meio-campo, Palhinha fica a ter de aguentar sozinho o barco.» (17 de Janeiro)
AHR: «O único caso em que não estou de acordo com Amorim é continuar a manter Bragança e não o fazer circular por outras equipas para ganhar traquejo. (...) Bragança ou é emprestado na próxima época ou vai perder-se, como o Jovane.» (30 de Abril)
Se realmente é verdade que Palhinha e Matheus Nunes estão de saída, se para as duas posições do meio-campo irão existir apenas Ugarte, Essugo, Morita e o próprio Daniel Bragança, não acreditando eu minimamente que Amorim vá recuar a máquina de golos que é Pedro Gonçalves e teimando ele que o lugar de Tabata é mais à frente, então a próxima época parece ser forçosamente a época de afirmação do... Daniel Bragança.
Se a questão se resolvesse por votação dos sócios com plenos direitos para o efeito, o Daniel chegava próximo dum apoio pleno. Porque entrou muito novinho pelo Sporting, porque foi campeão nos escalões jovens, porque já cá estava com o Bruno, porque cá ficou com o Varandas, porque teve um percurso de empréstimos similar a Adrien, porque ainda cá está depois destes anos todos e tem contrato até 2025, porque é um injustiçado do Amorim, porque há desmaios das moças do estádio e dos tasqueiros das redes sociais quando ele acelera em campo, porque é agenciado pelo Jorge Mendes mesmo que aqueles que odeiam o homem façam por esquecer o facto, porque é uma jóia de moço, porque a namorada é bonita, porque é daqui ao lado onde vivo, porque parece um surfista, porque isto, porque aquilo, tem mesmo de ser.
Tenho até o previlégio de ter sentado em Alvalade à minha frente um "velhote" que passa meio jogo aos berros: "Mete o Bragança!" Até que um dia, entrando ele atrasado, o enganei apontando para Ugarte ou outro qualquer e dizer-lhe que o Bragança naquele dia era titular. Como a visão dele, como a minha, já teve melhores dias... a aldrabice ainda aguentou um pedacito.
O problema é que... a próxima época não pode ser a de Daniel Bragança à custa do Sporting, tem de ser a do Sporting muito ajudado pelo Daniel Bragança. Tem de ser ele a levar o Sporting ao topo, e não o inverso.
E aqui é que a porca torce o rabo. Embora tenha visto (e estranhado) o Daniel a jogar a trinco nos sub23, entra pelos olhos de todos que o lugar dele é de médio ofensivo, nem 6, nem 8 mas a 10, a jogar pelo meio bem de frente para a defesa contrária. Se para a frente ele parece um carro de competição, para trás parece um cavalo a trote. Mas quantos jogadores desse tipo existem por esse mundo fora, ou existiram no passado no Sporting? Samuel Fraguito, por exemplo.
De frente para a defesa adversária o Daniel é extremamente intuitivo, percebe extremamente bem os movimentos dos colegas, acelera o jogo através do passe em profundidade ou temporiza muito bem deixando a equipa posicionar-se, tem pronta reacção à perda, boa chegada a área e remate pronto.
Na recuperação defensiva, o Daniel nem consegue correr mais que o adversário nem lhe consegue ganhar metendo o físico, e com isso é forçado a deixá-lo ir ficando a defender com os olhos ou a incorrer a faltas que geram livres perigosos. Ou seja, nada que ver com Matheus Nunes, nem mesmo com João Mário. Nem no meu entender, que pelos vistos não é o de Amorim, com Tabata. Deixo aqui Morita de fora da análise, espero para ver. Dois dos golos sofridos pelo Sporting esta temporada, aquele do Odday Dabagh em Arouca e o segundo do Benfica em Alvalade, ilustram bem este meu ponto de vista.
Pelo que me parece que para o Daniel ser titular, entrar de início, ganhar embalagem que lhe permita triunfar no Sporting e até chegar à Selecção Nacional, o sistema táctico do Sporting tem de deixar de ser o 3-4-3 e tem de ser outra coisa, seja um 4-4-2 ou um 3-5-2. Neste ultimo caso, a entrada do Daniel quase obrigava a sair... o ponta de lança/pivot/avançado-centro. Ou seja, o Paulinho... Mas este corre e luta bem mais...
Irá isso acontecer? Sinceramente, duvido... O que virá mesmo a ser uma pena para o rapaz de que muito gosto. Mas por alguma razão os clubes ingleses andam loucos por Matheus Nunes e nada se ouve sobre o Daniel Bragança.
Mas isto sou eu a pensar alto. Qual é a vossa opinião sobre este assunto?
A próxima época vai mesmo ser a época de afirmação do Daniel Bragança ao serviço do Sporting?
Em determinados jogos há que fazer adaptações em função da natureza desses jogos. O Benfica contra o Sporting jogou com cinco defesas e um bloco defensivo baixo, porque a natureza do jogo assim o exigia.
O problema do Sporting é que joga sempre com cinco defesas (é verdade que às vezes Nuno Santos substitui o defesa esquerdo, mas é raro). Amorim é pouco elástico e adopta sempre o mesmo sistema. As outras equipas já perceberam isso e, se forem astutas, conseguem anular o jogo do Sporting, muito baseado no efeito surpresa e no passe longo.
Não faço oposição a Amorim, até porque partilho a avaliação que ele faz sobre a qualidade dos jogadores.
Se não fosse ele, ainda teríamos o João Mário no Sporting.
Também eu disse aqui, sujeitando-me a críticas, que o Jovane, por muita admiração que nutra pela sua humildade e entrega ao jogo, não tinha lugar neste Sporting. Curiosamente, pouco depois, o Jovane foi emprestado.
Quanto ao Tiago Tomás, também tenho dito que o achava verde, algo trapalhão, e pouco lúcido na hora da decisão. Curiosamente, o Tiago Tomás também foi emprestado e anda a fazer pela vida lá fora. Anda a ganhar experiência e parece que tem evoluido.
O único caso em que não estou de acordo com Amorim é continuar a manter Bragança e não o fazer circular por outras equipas para ganhar traquejo.
Na minha opinião, Bragança ou é emprestado na próxima época ou vai perder-se, como o Jovane.
Isto de fazer subir os jovens ao escalão principal para depois serem mantidos como suplentes, com os anos a passar, é cortar-lhes as pernas. O Jovane deveria ter sido emprestado há mais tempo, o Tiago Tomás talvez se salve, e Bragança parece seguir os passos do Jovane, com tempo de mais a passar no banco e a idade a avançar.
O Sporting tem que olhar para a política desportiva do Porto, que parece ser a correcta.
Os jovens, antes de chegarem à equipa principal, vão fazer um tirocínio e, em função dos resultados, assim regressam ou não ao clube.
O Sporting fez isso com Matheus Nunes e o resultado está à vista. Ou se faz o mesmo, e já, com Bragança, ou temos mais um investimento promissor das camadas jovens falhado.
Foi uma equipa ainda convalescente do desastre dos Açores a que entrou em Vizela. A vontade de voltar ao modelo de jogo que conduziu às vitórias estava lá, o atrevimento ofensivo com Nuno Santos e Daniel Bragança em vez de Feddal e Matheus Nunes também, mas a pressão do adversário intranquilizou, Coates não estava nos seus dias e estivemos perto de sofrer um golo depois duma perda de bola no meio-campo. Valeu-nos o Santo Adán.
Depois a equipa reagiu bem. Inácio e Matheus Reis garantiam uma boa saída de bola, o lado direito com Esgaio e Sarabia começou a carburar, na primeira oportunidade Pedro Gonçalves marcou um grande golo e partir daí só deu Sporting. Ao intervalo a ganhar por 2-0, o Sporting entrou na 2.ª parte para não dar hipóteses ao adversário, estivemos sempre muito mais perto do 3-0 do que o Vizela de marcar algum golo até a dupla do meio-campo dar o berro. Depois quase voltámos ao registo inicial e o Vizela até poderia ter marcado.
Ficou assim com final feliz um jogo que só não foi mais tranquilo pelo dia menos positivo do "El Patrón" (não sei se distraído pelo fazer de malas para ir ao Uruguai com o "afilhado") e pelo desperdício de golos do tridente ofensivo, o tal PSP que cada vez articula melhor mas concretiza bem menos do que poderia.
Daniel Bragança esteve excelente como "playmaker" e é de facto uma alternativa válida ao "box to box" Matheus Nunes para algum tipo de jogos. A bola passa a correr mais do que o jogador, os alas agradecem. O problema é a recuperação de bola e a luta a meio-campo, Palhinha fica a ter de aguentar sozinho o barco. Mais um amarelo, mesmo que tenha sido muito injusto. Mas independentemente das características dum ou doutro, a questão é que são quatro médios para dois lugares e convém ter todos nas melhores condições. Todos têm que jogar aqui ou ali.
Concluída esta jornada, estamos em segundo lugar a 3 pontos dum Porto que lá vai ganhando conforme pode e sabe (desta vez foi um sul-africano que fez os possíveis para ir tomar banho mais cedo) e com 6 pontos de vantagem dum Benfica à deriva. Andamos a jogar contra tudo e contra todos, defrontamos equipas que mais parecem filiais dos rivais, arbitragens que nos castigam com cartões e nos limitam a possibilidade de discutir o jogo, mas mesmo assim a verdade é que tudo depende de nós, melhor equipa nacional não existe.
PS: Claro que Nuno Santos esteve mal ontem, como esteve em Alvalade, mas comparar o rapaz a alguns artistas de circo do Porto... por amor da Santa. Ou da tal Bruxa, funcionária.
Da nossa vitória em Vizela (0-2). Três pontos arrancados sem grande dificuldade à equipa minhota, que já havíamos vencido por 3-0, em Alvalade, no início deste campeonato. Agora com os dois golos marcados ainda na primeira parte por Pedro Gonçalves (28') e Daniel Bragança (42').
De Pedro Gonçalves. Regresso aos golos após um jejum de nove jogos sem marcar. Já fazia falta, o Pedro artilheiro. Marcou no estilo a que nos habituou: mais em jeito do que em força, com um remate muito bem colocado, para o ângulo superior direito da baliza vizelense. Que seja o primeiro de muitos em 2022.
De Sarabia. Muito influente, o internacional espanhol. Com pormenores de pura classe. Assiste Pedro Gonçalves no primeiro golo, faz um excelente cruzamento que inicia o segundo e oferece outro, aos 50', que o n.º 28 desperdiça. Esteve ele próprio quase a marcar, aos 88', num remate travado com dificuldade pelo guarda-redes Pedro Silva, formado em Alcochete.
De Matheus Reis. Vai refinando a exibição de jogo para jogo. Hoje foi o melhor do nosso quinteto defensivo. Excelentes cortes aos 69', 72' e 80'. Muito seguro no passe e na condução da bola. Tem a titularidade agora sempre garantida, quer como central (a posição a que regressou nesta partida), quer como lateral esquerdo.
De Daniel Bragança. O melhor em campo. Rúben Amorim surpreendeu ao colocá-lo como titular, deixando Matheus Nunes no banco. O jovem médio criativo formado em Alcochete correspondeu da melhor forma à confiança do técnico: organizou jogo, teve sempre precisão no passe e marcou um soberbo golo, num disparo forte com o seu pé esquerdo, coroando magnífica jogada colectiva que teve também Sarabia e Nuno Santos como intervenientes.
Deste início da segunda volta. Voltámos às vitórias, depois do percalço ocorrido em Ponta Delgada na jornada anterior, num jogo que dominámos por completo a partir do quarto de hora inicial. Na segunda parte limitámo-nos a segurar a vantagem, aspecto em que somos muito fortes. Continuamos a fazer marcação cerrada ao FC Porto e ampliámos a distância face ao Benfica, terceiro classificado da Liga, agora seis pontos abaixo de nós.
De não termos sofrido qualquer golo. Continuamos a ser a equipa menos batida deste campeonato 2021/2022: só dez golos em 18 desafios. Os dois jogos anteriores, em que sofremos cinco, terão sido incidentais.
De ver o Sporting marcar há 31 jornadas seguidas. Sinal inequívoco da grandeza desta nossa equipa, tão bem orientada por Rúben Amorim.
Não gostei
Dos 15 minutos iniciais. Entrada forte do Vizela, que nos remeteu ao reduto defensivo nessa fase da partida em que podíamos ter sofrido um golo, logo aos 7'. Felizmente Adán estava atento e anulou o lance com uma enorme defesa, confirmando que continua em excelente forma.
De Coates. Entrada displicente do nosso capitão, forçado a fazer falta que lhe valeu amarelo logo aos 3', passando a actuar condicionado a partir daí. Parece em má condição física.
Da falta de golos na segunda parte. A nossa vitória acabou por saber a pouco com tanto domínio.
Daquele sururu no final. Já no tempo extra, gerou-se enorme confusão junto ao banco leonino com jogadores e membros das equipas técnicas a trocarem insultos - e também com altercações entre adeptos das duas equipas na bancada central do estádio. Não havia necessidade.
Gostei muito de confirmar que o Sporting chega ao Natal mantendo-se em todas as frentes desportivas, algo que não aconteceu no ano passado. Seguimos no topo do campeonato, permanecemos na Liga dos Campeões, transitámos para as meias-finais da Taça da Liga e esta noite chegámos aos quartos--de-final da Taça de Portugal derrotando o Casa Pia por 2-1 no estádio Pina Manique. Com boa réplica da equipa visitada, que ocupa o quarto lugar na Liga 2. Além disso continuamos invictos nas competições nacionais desta temporada: nem uma derrota sofrida.
Gostei de três desempenhos em particular. Coates, um dos centrais mais goleadores da história do Sporting, voltou a ser decisivo ao desbloquear o 1-0 que se mantinha desde os 8'. Desta vez o nosso capitão não marcou de cabeça, na sequência de um canto: o seu golo, aos 33', foi com o pé direito. Sarabia marcou hoje pela quarta vez nos últimos cinco jogos - um golão que fez a bola embater com estrondo na barra, ultrapassar por centímetros a linha de baliza e voltar a subir à trave, tal foi a potência do remate: estavam decorridos 58', selava-se o resultado do encontro. Destaco ainda o desempenho de Daniel Bragança, para mim o melhor em campo: respira classe tanto na recepção como no passe no corredor central, desta vez com mais liberdade para avançar no terreno. Serviu sempre bem os colegas e tentou ele próprio o golo em dois disparos bem colocados, aos 23' e aos 42'.
Gostei poucoda lentidão da nossa equipa na primeira parte, com vários jogadores presos de movimentos. Nazinho, como ala esquerdo titular, não resultou. Pedro Gonçalves andava meio perdido. Sarabia mal se viu neste período inicial. Após o intervalo, Rúben Amorim trocou Nazinho por Paulinho: rima e bateu certo. O n.º 21 fez a diferença assim que entrou, arrastando marcações e abrindo diagonais em movimentações constantes. Não tardou muito para que o empate a uma bola registado ao intervalo se desfizesse: foi, de longe, o melhor período do Sporting. Durou até ao minuto 71, quando Tabata viu o cartão vermelho. Depois, imperou a preocupação de segurar a vantagem tangencial e até de recorrer a expedientes típicos do futebol português para queimar tempo à espera que soasse o apito final. Terá sido eficaz, mas não foi bonito.
Não gostei de verificar que o Sporting continua a marcar poucos golos. Estivemos a perder durante um quarto de hora, a partir dos 8', empatámos e após o intervalo carimbámos a vitória contra o Casa Pia. Sem ambição de ampliar a vantagem. É verdade que tivemos um a menos nos 20 minutos finais, mas defrontávamos uma equipa do segundo escalão do futebol português. Também não gostei que se cumprisse o sétimo jogo seguido sem Pedro Gonçalves a marcar. É certo que mandou uma bola ao poste, aos 53', e foi ele a pontapear o canto de que resultou o primeiro golo, mas habituou-nos a ser mais acutilante e concretizador do que mostrou nesta difícil vitória frente ao Casa Pia.
Não gostei nada da actuação de Rui Costa, um dos piores árbitros ainda em actividade quando já podia e devia ter arrumado as botas. Perdoou dois penáltis à turma da casa, esteve prestes a anular o golaço limpo de Sarabia (valeu-nos a intervenção da vídeo-arbitragem, já existente nesta fase da Taça de Portugal) e tomou uma decisão desproporcionada ao expulsar Tabata num lance em que apenas se impunha o amarelo. De qualquer modo, o brasileiro deve rectificar o comportamento em campo: esta é a segunda vez em que é expulso num intervalo curto. Só é útil para a equipa quando está em jogo, não quando recebe ordem de expulsão.
Durante três anos, andaram umas dúzias de fervorosos militantes anti-Varandas a bradar contra a alegada "submissão" do Sporting à Gestifute, garantindo que o nosso emblema iria tornar-se refém desta empresa a muito curto prazo. Por ironia, eram os mesmos que bateram palminhas e soltaram urros de alegria quando Jorge Jesus, um dos principais treinadores do catálogo de Jorge Mendes, assumiu as funções de técnico principal do futebol leonino. Nessa altura, ao que parece, a Gestifute não era produto tóxico...
Como tem acontecido em tantas outras matérias, a realidade encarregou-se de desmentir as fábulas da tal legião anti-Varandas. Aos poucos, o nosso plantel profissional foi-se preenchendo com futebolistas representados por outros empresários. O penúltimo ainda representado por Mendes, Rodrigo Fernandes, acaba de rumar ao Dragão após ter sido lançado por Silas na equipa principal, onde não singrou.
«Daniel Bragança será definitivamente uma aposta certa! É um jovem com qualidades para ser o patrão do meio-campo e traz consigo todo o ADN da academia com uma margem de progressão e evolução acima da média e quiçá a possibilidade de o Sporting no futuro fazer um encaixe financeiro de monta.»
Posso estar enganado, mas a posição do jogador que irá jogar ao lado do Palhinha não é bem a do tradicional 8. Será uma mistura de 8 com 10.
Um verdadeiro box-to-box com golo. Que ligue a equipa, o maestro da equipa.
Nem Palhinha é um verdadeiro 6 neste sistema de jogo. A posição 6 começa a ser feita pelo defesa central do meio.
Palhinha também tem liberdade para ligar a equipa e tentar o golo.
Ou seja, neste sistema de jogo cada posição é feita por dois jogadores. Ou, visto outra forma, cada jogador faz mais do que uma posição dentro do campo de jogo. A razão da preferência de jogadores polivalentes por Rúben Amorim.
Na época 2015/16 tínhamos: 6 - William Carvalho 8 - Adrien Silva 10 - João Mário
O meio-campo da seleção campeã da europa.
João Mário foi um excelente jogador na época passada. Só tinha um problema: não tinha velocidade nas pernas para fazer o papel de 8. Mas tem pantufas e inteligência para perfumar o futebol paciente. E tinha a sorte de ter Palhinha que fazia, também, a parte das funções dele libertando-o.
Na sua nova equipa, ou o reforço francês permite-lhe ter a mesma capacidade no sistema de três centrais, ou caso contrário, Jorge Jesus comprou lenha para se queimar, pois tem que jogar em 4-4-2, e apenas neste sistema táctico, para tirar o máximo rendimento do jogador.
Daniel Bragança é um 10, um mágico com a bola nos pés. Não é um tradicional 8.
Rúben Amorim tentou variar o sistema tático, usando um 3-5-2, com Daniel Bragança a 10. O resultado não foi muito famoso.
Daniel Bragança vai ser muito útil quando precisarmos marcar golos na segunda parte, esticando a equipa na frente, com o adversário fechado.
Palhinha não tem substituto no Sporting.
Ugarte é um misto de 6 e 8 raçudo e bom tecnicamente. A ser contratado, permite dar fôlego e descanso a Palhinha; e nos jogos com adversários fortes fazer dupla com ele.
Matheus Nunes, se se libertar ainda mais, será um box-to-box de altíssimo quilate com golo nos pés. Não pode falhar tantos passes, como em alguns jogos o fez.
Tabata é um bocado incógnita. Tem muito golo nos pés e é tecnicamente desinibido também. Terá a raça e o poder de choque do Matheus Nunes?
O tempo responderá e é nos treinos, em função das características do adversário, das lesões, da forma, e dos castigos, que será dada resposta.
Texto do leitor David Rodrigues, publicado originalmente aqui.
A fórmula usada por Rúben Amorim na época passada, e que tão bons resultados produziu, deverá ser repetida nesta época prestes a iniciar-se.
Não há um onze titular indiscutível. Há adversários que são analisados previamente e que, face à análise, implicam a escolha deste ou daquele onze inicial do Sporting Clube de Portugal.
Não é só na questão da pontuação que Rúben Amorim defende a teoria do jogo a jogo. Também na selecção do onze inicial nota-se que o treinador escolhe aqueles que, face a determinadas circunstâncias, serão os melhores para aquele tipo de exigência.
Na última época, vimos jogadores a saltar, com alguma surpresa, para o onze inicial. Por norma, essas alterações prendiam-se mais com as características do adversário do que com algum abaixamento de forma do jogador que saía do onze.
Para a posição 8, o Sporting Clube de Portugal possui jogadores de excelente qualidade. Estou convencido de que Rúben Amorim há-de saber encontrar aquele que, entre os candidatos ao lugar, melhor se adapte ao adversário. Hoje, pode ser Matheus Nunes; amanhã, pode ser Tabata; depois de amanhã, pode ser Daniel Bragança.
Muito importante para o Sporting Clube de Portugal é saber que existem várias opções para preencher a posição 8 e que todas elas convergem para superar as diferentes dificuldades que o clube irá encontrar em todos os jogos das diferentes competições em que vai participar.
Para o próximo sábado, contra um adversário que tem um meio-campo muito combativo – Sporting Clube de Braga -, apostaria no Matheus Nunes.
Para o jogo contra o Futebol Clube de Vizela apostaria no Tabata.
Texto do leitor Francisco Gonçalves, publicado originalmente aqui.
É o momento indicado para fazer a pergunta aos leitores do És a Nossa Fé: quem deve ser o nosso novo número 8 titular, preenchendo o lugar deixado vago pela saída de João Mário?
Há pelo menos três candidatos: Matheus Nunes, Tabata e Daniel Bragança. Qual deles tem mais hipóteses?
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre DANIEL BRAGANÇA:
- Leonardo Ralha: «Trouxe uma dinâmica no meio-campo que contrastou com a modorra de Wendel.» (29 de Agosto)
- José Navarro de Andrade: «O nosso Pirlo desanuviou a sua visão de 270 graus e lá ia a bola ter onde ele punha os olhos, sem correrias nem guinadas. Este rapaz não consegue falhar um passe e antecipa a jogada como se tivesse visto o replay antes dela ter começado.» (15 de Dezembro)
- Eu: «Fundamental nas variações de flanco e na precisão de passe na "casa das máquinas" do nosso meio-campo, cumprindo a missão que tem sido confiada a João Mário. É ele quem inicia o lance do primeiro golo, aos 64', e quem recupera a bola na jogada que dá origem ao segundo, seis minutos depois.» (16 de Dezembro)
- Paulo Guilherme Figueiredo: «Que fazia Daniel Bragança na 2.ª Liga na época passada?» (21 de Dezembro)
- Francisco Chaveiro Reis: «Estamos muito bem servidos com João Palhinha, João Mário, Matheus Nunes e Daniel Bragança. Que é como quem diz, William Carvalho aqui, hoje, não calçava.» (11 de Janeiro)
- Luís Lisboa: «Um 10 talentoso e intuitivo.» (15 de Maio)
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