1) Diz a estatística que o Sporting cometeu 15 faltas e o Rio Ave 6. De facto os números dizem que o árbitro apitou 15 vezes contra o Sporting e 6 contra o RA. Convido-vos a reverem o jogo na box e é possível que concordem que o miserável Mota soprava no apito cada vez que um avícola se espojava no chão a espernear de dores excruciantes depois de perder a bola, ao passo que, por exemplo, uma falta evidente sobre Trincão à entrada ou já dentro da área passou em claro, além de outras trancadas desferidas com impunidade. O cartão amarelo a Ugarte foi outra indignidade que ele já trazia preparada, além dos olhares coruscantes lançadas a Pote e a Matheus Nunes, danadinho para os admoestar. Este Mota é um finório e perpetrou uma arbitragem subtil, mas não menos acintosa. Não se deixem enganar.
2) Os primeiros 20' do jogo do Sporting foram penosos. Circulação de bola exaustiva no meio-campo e nenhum remate à baliza. Na verdade, aqueles minutos puseram o autocarro do RV e o atrelado estacionados à frente dele, a abanarem para cá e para lá, feitos parvos a correrem atrás da bola, até se desengoçarem. As contas fazem-se no fim e aquilo que parece um problema afinal pode ser uma solução. O futebol vê-se com paciência.
3) É sina dos sportinguistas viverem rodeados de lampiões e tripeiros no dia-a-dia. Ir a Alvalade deveria ser, por isso, entrar numa zona livre dessa peste. Mas os cretinos da JuveLeo lá estão para trazer à baila cânticos sobre a vida matrimonial dos lampiões e sobre as práticas sexuais do tripeiros. Porra, que até em Alvalade o nome dessa gente acaba por aparecer. E o pior é que apesar das vaias incomodadas da maioria do estádio, eles insistem, insistem... Quando é que a máfia das claques é erradicada?
Enfim, foi estabelecido um acordo entre a Direcção leonina e duas claques que teimavam em comportar-se à margem das regras, causando graves danos financeiros e reputacionais ao clube. E a espalhar insultos a Frederico Varandas, que a imprensa afecta aos nossos rivais logo aproveitava para destacar.
O novo protocolo parece ter enterrado o absurdo conflito existente desde 2018, em nome dos superiores interesses do Sporting. Ficando claro que acabam as borlas e a partilha de quotas, ao contrário do que sucedia no consulado anterior.
Vale a pena reflectir sobre esta página que se vira. Será mesmo para valer?
Decorria o minuto 47 do Portimonense-Sporting. Porro, em grande aceleração, conduzia um promissor ataque junto à linha direita. De repente, viu-se forçado a parar. Motivo: começou a ser bombardeado com tochas vindas do sector onde se concentravam elementos das claques leoninas.
Não foi só ele que parou: o árbitro interrompeu a partida. Naquele momento a nossa equipa perdia 1-2, precisava de recuperar. Em vez de apoiarem, com cânticos e aplausos, os energúmenos pertencentes a estas claques só prejudicaram os jogadores. Agindo como marginais, comportando-se como delinquentes, exibindo-se como aquilo que são: letais ao Sporting.
Impõe-se a pergunta, dirigida às autoridades policiais e aos dirigentes desportivos: quando é que esta escumalha começa a ser impedida de frequentar os estádios?
Uma medida acertada seria a direcção do Sporting endereçar às claques a indemnização de mais de 300 mil € ao SLB pelos danos provocados na bancada do estádio da Luz no derby de 2011, em que o SCP acaba de ser condenado por um tribunal superior.
As claques do Sporting são tão amigas do Sporting que todas as semanas custam milhares e milhares de euros em multas ao clube.
Essas multas, o que lhes acontece?
Quem afinal é que está a pagar isto?
Pois é fácil de responder. São os outros sócios que não destroem nem custam dinheiro ao clube.
Isto é como os impostos. Pagam sempre os mesmos.
Está errado.
Quando os sócios pagantes perceberem que o dinheiro lhes sai do bolso a eles e não aos prevaricadores, mudam a atitude e agem em conformidade.
Enquanto não perceberem isso, apoiam por estupidez e sem responsabilizar quem tem de ser responsabilizado.
As coisas não são nada complicadas de resolver.
Texto do leitor João Gil, publicado originalmente aqui.
Eu estava, como desde há 16 anos, no A26. Quando a selvajaria dos ataques com as tochas aumentou, parei os apupos contra a Curva Sul, que toda a minha bancada fazia, e dirigi-me ao Steward, perguntando onde estava a polícia, tendo como resposta que, provavelmente, teria aquela medo de ir à bancada sul. Claro que repliquei que, quem tem medo, compra um cão e que os polícias já os têm e não precisam de os comprar, mas, ao contrário de outros jogos, não se via nenhum - cão, polícias eram alguns, mas muito menos do que o habitual.
Posto isso, dirigi-me ao corredor interior, à procura de polícias. Vi uns seis, alguns com escudos e bastões, e perguntei por alma de quem tomavam posições numa entrada para uma bancada pacífica e não se via nenhuma acção punitiva contra os vândalos da Curva Sul, cujas acções violavam vários artigos do Código Penal e das leis contra a violência no Desporto. Responderam, em tom de absoluta calma, que tinham colegas nessa área - colegas que não eram visíveis, nem actuantes, pois a gandulagem habitual continuava com a chuva de tochas. E sugeriram-me que tivesse eu calma visto o sossego, na minha bancada, ser total.
Acresce a isto que não houve revista de espécie nenhuma nem na porta 4 nem na porta 5, coisa que muito admirou as pessoas da minha bancada - portanto, assim, também não pode ser.
Essa tropa fandanga, que se julga adepta do Sporting (só a cantoria, não lhes dá esse direito), é profundamente lesiva do clube que lá vai arcar com mais uma multa pesada. Então, com tanta multa, pergunto: não seria de colocar pórticos de segurança, como há nos aeroportos, que indiquem, num terminal de imagem, que tipo de objectos se tenta introduzir no estádio, seja na Curva Sul seja noutra área, nomeadamente na da equipa adversária, onde foram rebentados petardos após o seu segundo golo?
Os sportinguistas não podem tolerar este tipo de comportamentos de gente que se diz adepta do clube. Para o ser, não o prejudicamos, obrigando-o ao pagamento de multas cujo valor aumenta a cada desmando.
Já muitos percebemos o simbolismo destas parvoiçadas, há eleições no próximo sábado [amanhã] e há que gerar pressão - espero, portanto, que os sportinguistas a sério se lembrem, na hora de votar, se querem espectáculos apaixonados ou se querem imitações foleiras de distúrbios de hooliganismo, com claro prejuízo económico e reputacional para o clube.
Texto da leitora Maria Oliveira, publicado originalmente aqui.
Foi um jogo péssimo. Para mim, ficou estragado logo nos primeiros minutos.
Não por culpa de outros, mas por culpa nossa. Pelo menos, por culpa de energúmenos que se intitulam sportinguistas. Entraram no estádio com uma preocupação: estragarem o espectáculo desde o início. Tanto na primeira parte como na segunda.
Instalados no local do costume, a curva sul.
Mal a bola tinha começado a rolar, já eles estavam a lançar petardos e tochas para o relvado. Enchendo tudo de fumos pestilentos e ameaçando a integridade física dos jogadores. Junto à baliza Vítor Damas, onde Adán se sujeitou a ficar queimado. Como, noutros anos, quase aconteceu com Rui Patrício e Luís Maximiano - também vítimas daquelas bestas que deviam ser banidas de todos os estádios.
Fazem tudo para desconcentrar e inquietar os nossos jogadores. Fazem tudo para que o clube continue a pagar multas cada vez mais pesadas. Fazem tudo para verem o José Alvalade interditado.
Alguém acredita que sejam mesmo sportinguistas?
Estragaram este desafio da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, em que recebemos o FC Porto. Contribuíram para a derrota leonina, por 1-2. E como não acredito em coincidências - há muito que deixei de o fazer - parece-me óbvio que nada disto está desligado das eleições no Clube, que decorrem depois de amanhã.
Aos 5' a Juve Leo fez questão em recordar um dos momentos mais negros da história do Sporting, aquele Sporting x SLB em que fizeram fogo sobre Rui Patrício no início do desafio. Depois disto há que extinguir liminarmente e com carácter de urgência estas claques, valhacouto de parasitas que só podem estar a soldo dos inimigos do Sporting.
Fora isto a história deste jogo fez-se quando o brasileiro do FCP desfere uma cotovelada em Porro e deixa-se levar na queda do contundido. O que seria cartão amarelo para Evanilson foi convertido em penalty a favor dele. O escândalo foi tal que até os comentadores da SporTv gaguejaram.
Soares Dias esteve, portanto, ao nível da sua reputação como um dos grandes bandalhos da arbitragem portuguesa. VAR? Qual VAR... A perseguição cerrada que este bandido fez a Porro durante todo o jogo foi um caso de polícia. Há aqui um padrão: quando o Sporting se apanha a ganhar entram em acção os apitadores a tudo fazerem para virar o resultado.
Quanto aos jogadores do Sporting há que avisar o Paulinho que tanta fita só prejudica a equipa; explicar a Matheus Nunes que perder tantas bolas com tamanha displicência no meio-campo é capaz de não ser uma boa ideia; e perguntar a Edwards se quer mesmo fazer parte desta equipa.
O alegado assassino de um jovem de 19 anos detido pela polícia grega: crime chocou o país
Na Grécia, tal como em Portugal, existem sérios problemas com as claques - autênticas escolas de delinquência, em certos casos.
A diferença é que lá existe um Governo que não receia tomar decisões sempre que está em causa o futebol. Nem têm alguém equivalente ao secretário de Estado do Desporto português, especialista em assobiar para o ar.
Ontem o Executivo helénico decretou a proibição temporária de todas as claques ligadas a emblemas desportivos - que vai vigorar pelo menos até 31 de Julho. Medida que se insere no combate aos actos de violência a pretexto do futebol.
O ministro adjunto com o pelouro do Desporto especificou que as claques também ficam proibidas de distribuir bilhetes individuais para espectáculos desportivos, aos quais só poderão aceder os detentores de títulos válidos para a época em curso.
O Governo prepara novas regras de licenciamento para estes grupos organizados de adeptos, prevendo-se que o registo dos membros de todas as claques seja revisto antes de cada ano desportivo, sujeitando-se ao cancelamento quando se comprovar a existência de membros acusados de provocar actos violentos.
E por cá? Devemos seguir o mesmo caminho? Teremos de esperar por novos assassínios para finalmente haver eficazes medidas de prevenção contra estes delinquentes que se infiltram no futebol para darem largas aos seus instintos criminosos?
Uma vez mais, os javardos de algumas claques decidiram divertir-se arremessando tochas e potes de fumo durante o Sporting-Tondela do passado sábado. Brincadeira que nos custou quase 15 mil euros.
Se fossem eles pagar as multas por estes gestos que prejudicam o clube e lesam o desporto, de certeza não repetiriam a gracinha mais vez nenhuma.
Eis a pergunta que se impõe: até quando continuarão estes energúmenos a frequentar o nosso estádio?
Rúben Amorim sem dúvida que merece todo o crédito. Tem feito um trabalho extraordinário. Não nos esqueçamos que temos um plantel muito menos valorizado, em termos de orçamento, que os dos rivais. E mesmo assim, somos campeões! E mesmo assim, esta época não estamos a jogar pior que qualquer equipa em Portugal.
Falta-nos apenas experiência europeia. E aí, o nosso treinador também vai evoluir. Terá de ver que na Europa as equipas são mais audazes (e capazes) e atacam mais facilmente os nossos pontos fracos. Tem sido esta a única falha (se é que é falha) do trabalho de Amorim.
Além disso, falando de adeptos, por natureza, o acto de criticar, desde que feito de forma construtiva, não é algo que mereça reparo. Felizmente todos temos a nossa forma de pensar e de ver as coisas, e temos o direito de não estar sempre de acordo uns com os outros. Agora, durante o jogo, durante aqueles 90 e tal minutos em que o objectivo é ganhar, seja lá quem for o presidente, seja lá quem for o treinador, aí não se pode aceitar a crítica ao Clube ou à Direção. É talvez o único momento em que a liberdade de expressão deve ser deixada de lado, por um bem maior.
Há outros momentos em que quem não gosta pode dar voz à sua opinião. Mas ali, quando são 11 vs 11, os nossos têm de estar acima de tudo. Nós somos a retaguarda, somos o empurrão que tantas vezes nos faz um clube ímpar.
Por isso digo que o que se passou na pré-pandemia foi péssimo. Assistimos a um momento histórico de rebelião que podia bem ter aniquilado o nosso clube.
Posto isto, sou a favor da regeneração - leia-se, refundação - das claques. Pode ser controverso, mas se for possível que uma claque tenha apenas por missão apoiar incondicionalmente a sua equipa, sem interesses pessoais, então as claques são uma arma poderosa para o clube e que pode ajudar as equipas a sentirem-se em casa em todos os combates.
A máxima do Liverpool é muito isso: you'll never walk alone… lembra o "onde vai um vão todos’" É isso que uma claque deve ser. Mesmo no estádio mais longínquo, mesmo na cidade mais remota, a claque serve para dizer presente e fazer lembrar que representa milhões de adeptos.
Por isso, tenho para mim que o nosso Presidente devia resolver este problema de uma forma diferente do que simplesmente eliminar as claques. Há muita gente muito válida dentro da Juve Leo e do Directivo XXI. Os que forem meros aproveitadores, esses sim devem ser expurgados. O estatuto das claques deve ser o mais claro possível e a linha entre o que a claque pode e não pode fazer deve estar bem vincada. Atropelos, aproveitamentos, incitamentos à desordem, negócios laterais e ilícitos, são tudo actos não próprios do espírito de uma claque e portanto, à cabeça, devem ser listados como motivos para expulsão e exclusão.
Não sei se é possível o que estou aqui a propor, mas o momento é o ideal. O clube está vencedor, há alguma união, e há que aproveitar esta onda (lembra-se da Onda Verde? Era outra claque, certo?).
Texto do leitor Ulisses Oliveira, publicado originalmente aqui.
«Eu sei que existem, porque conheço alguns, muitos Sportinguistas que pertencem a uma das claques e que ao longo dos anos têm dado o que podem e não podem, sacrificando muitas vezes a família, para estar com a equipa sempre. A estes membros das claques, muito obrigado, e se ainda não o fizeram saiam por favor dessas organizações e sejam apenas e só Sporting.»
Francamente não vejo qualquer vantagem no Cartão de Adepto, que me parece apenas vir mascarar a inacção das polícias, dos tribunais e dos próprios clubes face à delinquência no interior dos estádios. Quantas vezes em Alvalade, onde existem câmaras de vigilância, spotters da PSP a vigiar de frente as claques, polícia de intervenção para actuar, não vimos petardos a explodir e tochas a voar sem que ninguém fosse logo detido?
Este problema não se resolve com mais um cartão, resolve-se com penas pesadas para os infractores em processos sumários, que incluam a inibição de frequentarem estádios e da parte dos clubes a imediata expulsão de sócio dos condenados. Se calhar foi apenas uma forma deste governo ultrapassar a incompetência dos responsáveis políticos do sector, do ministro da Administração Interna (vide comemorações do título) e do secretário de Estado do Desporto.
Dito isto, vamos ao tema deste post.
Muitas vezes critiquei aqui a utilização da expressão "falta de atitude" para justificar algum resultado desfavorável da equipa do Sporting. Num jogador ou numa equipa de futebol, o fundamental é a competência, não é a atitude. Muitas vezes o excesso de atitude apenas destrói a competência. Ou por uma entrada mais destemida dum defensor que conduz à expulsão, como o caso de Diogo Gonçalves em Moreira de Cónegos, ou por um penálti marcado com ganas que vai à barra, que o diga Jovane. O valor dum jogador não se mede pela sujidade dos calções. O fundamental é mesmo a competência, quer a defender quer a atacar, como a de Pedro Gonçalves que anda por ali sem ninguém dar por ele, até que resolve o jogo com dois golos com a melhor competência do mundo.
Mas quando falamos duma claque ou GOA, cuja razão de ser é apoiar incondicionalmente as equipas do clube, então a atitude é fundamental para desempenharem cabalmente o seu papel, numa bancada dum estádio ou dum pavilhão, obviamente temperada com o amor ao clube, com os valores do esforço, dedicação, devoção, e também da irmandade, do companheirismo e do espírito de corpo.
Enquanto a nossa equipa de futebol começou a época de forma magnífica, conquistando a Supertaça e a liderança da Liga, as claques do Sporting começaram a época como meninos amuados. Tudo começou pela Torcida Verde a justificar a ausência de Aveiro com um estranho comunicado onde dizia:
"Para nós, ultras, estar numa curva com uma máscara, com distanciamento social, confinado a uma cadeira, qual cliente de um teatro, é contrário à nossa identidade ... Neste contexto torna-se impensável a nossa presença no jogo de Aveiro. Estaríamos a contribuir para a 'normalização' de um jogo de futebol disputado num ambiente 'anómalo', onde aos 'adeptos escolhidos' está destinado um papel meramente decorativo".
E baldaram-se...
Agora na recepção ao Vizela parece que o sector reservado para as claques do Sporting, de acordo com os novos regulamentos do Cartão de Adepto a que o clube está obrigado, ficou vazio, mas não deixaram de se concentrar noutro sector, deflagrar petardos e tochas, e fazer o Sporting pagar mais 10 mil euros de multa.
Entretanto vi o resumo do Porto. Os SuperDragões no lugar do costume com a grande tarja na vedação, e um comunicado em que diziam:
"O próximo fim de semana representa o regresso ao único local onde somos felizes e nos sentimos realizados: as bancadas dos estádios e pavilhões onde o FC Porto marca presença! A Ansiedade e Alegria deste momento contrasta com a Revolta e Indignação pela entrada em vigor de uma lei que inibe a liberdade de circulação de cidadãos cujo único crime que cometem é fazerem parte de uma claque e gostarem de ver o jogo de pé a apoiar o seu clube do coração. Os Super Dragões estão desde a primeira hora contra a introdução do Cartão de Adepto. Estamos, e estaremos sempre, fortemente empenhados em combater uma lei persecutória, cuja constitucionalidade e eficácia são altamente questionáveis. Quando tanto se apela ao regresso das famílias ao futebol, criar espaços que impedem a entrada a menores de 16 anos faz transparecer que se pretendem criar verdadeiros guetos onde a repressão policial estará validada. Estaremos naturalmente atentos e denunciaremos qualquer espécie de abuso que venha a verificar-se! Nesta luta, todos estamos unidos! Não existem os "a favor" e os "contra" o Cartão de Adepto. Todos somos contra! No entanto, o princípio da fundação da claque em 1986, foi o de apoio incondicional ás nossas equipas, independentemente de quaisquer adversidades. Esta é, por isso, apenas mais uma das muitas adversidades que nos foram sendo colocadas neste caminho de quase 35 anos de história. Estarmos fora de um estádio é a mesma sensação de um peixe fora da água: não come, não respira...acaba por morrer! Nós não vamos morrer, nós não vamos deixar de apoiar o nosso FC Porto por causa da prepotência de um conjunto de governantes que apenas se serve do futebol para ganhar notoriedade e visibilidade num qualquer camarote. Para nós, o futebol e a paixão que temos pelo nosso clube, é tão simplesmente a nossa razão de existir....e ninguém abdica da sua razão de existir! Só os mais fortes sobrevivem, nós seremos Eternos A DIREÇÃO"
E a esposa (e vice?) do grande lider, Sandra Madureira, veio logo acrescentar no Facebook da claque:
"Era preciso que as pessoas se informassem e percebessem as razões de fundo da implementação deste cartão. Eles querem apenas ACABAR COM AS CLAQUES !!! E quem se recusar a ir ao estádio, para o seu setor, está a contribuir para o objetivo dos burros que tomaram esta medida. Iludam-se aqueles que acham que fora do estádio, no sofá, ou no tasco vão ser ouvidos ou levados a sério…inocentes, iludidos! Só juntos, de dentro da curva, onde podemos exprimir-nos através da nossa comunicação é que podemos chamar a atenção para uma medida que todos queremos reverter! Mas cada um sabe de si e faz a sua escolha!"
Mas afinal onde é que está a atitude e a falta dela?
Nos jogadores do Sporting Clube de Portugal que ganharam em três anos em competição directa com o Porto um Campeonato Nacional, uma Taça de Portugal e duas Taças da Liga, para grande azia de Pinto da Costa? No presidente do Sporting e da sua equipa, que tornaram isso possível?
Ou nas claques do Sporting Clube de Portugal que muitas vezes se insurgiram contra a falta de atitude dos jogadores, que os insultaram das bancadas de Alvalade ou de Alverca com "palhaços joguem à bola", que invadiram Alcochete para ajustar contas com alguns deles, que os insultaram nas escadarias do Jamor poucos dias depois, que continuam a fazer o clube incorrer em multas pesadas e que agora recebem estas lições do que é uma claque do... "Macaco"?
Faz agora um ano, a Jumentude andava a espalhar tarjas pelas auto-estradas e vias rápidas deste país contra a Direcção leonina e acusava publicamente o próprio clube de ser "caloteiro". Numa tentativa deliberada de destruição do Sporting.
«Está à vista de todos que estes órgãos sociais não têm as mínimas condições para continuar a liderar o Sporting Clube de Portugal. Façam um favor ao Sporting e demitam-se, sejam democráticos e dêem palavra aos verdadeiros donos do clube, os sócios.» Pérolas como estas eram escritas, dia após dia, nas redes sociais. E logo uns palermas tratavam de repeti-las um pouco por toda a parte. Sem perceberem que estavam a ser instrumentalizados por uma clique que mais não ambicionava senão assaltar o poder. Ela sim, pondo em causa a vontade dos sócios. Ela sim, derespeitando as instituições legítimas mandatadas pelo voto democrático menos de dois anos antes.
Vergonhosamente, alguns núcleos do Sporting entravam na dança e acusavam também publicamente a Direcção de práticas ilícitas. Em sintonia com os jumentos, urravam: «Acorda Sporting.»
Nunca vi qualquer destes sujeitos, tanto da claque como dos núcleos, fazer mea culpa. Isto significa que o inimigo continua dentro de portas, à espera do menor pretexto para voltar à carga. Não tenhamos ilusões.
O Sporting entrou da melhor forma nesta nova temporada, conquistando mais um troféu frente a um adversário sempre complicado, e para isso foi muito importante o apoio entusiástico e incondicional dos adeptos que tiveram a sorte de estar presentes em Aveiro. Dada a distribuição de bilhetes efectuada, presume-se que na esmagadora maioria desses adeptos seriam sócios com antiguidade de gamebox considerável, independentemente de serem ou não membros das claques, e poucos seriam não sócios. A verdade é que, pelo menos pelo que pude observar na TV, a equipa contou sempre com o seu apoio, particularmente quando sofreu um golo que poderia ter complicado muita coisa e comprometido o resultado final. Pena tenho eu de não ter podido lá estar, mas desta vez tinha mesmo de rumar para Sul.
No meio parece que apareceu um ou outro adepto que resolveu estar numa final da Supertaça - apenas possível porque o Sporting com Varandas ganhou a Liga e assegurou as condições para apresentar uma equipa para ganhar - com máscaras #VarandasOut. Se calhar foram aos saldos de fim de estação da claque DirectivoXXI que já renovou o catálogo. E agora que se pagou há que usar.
Uma nota dissonante foi o comunicado doutra claque que se recusou a ir, uma claque que foi andando por cima do muro entre a direcção eleita e as duas claques desmamadas, a Torcida Verde, e que aparentemente trocou o seu dever de apoio incondicional ao Sporting pelo amor à sua identidade, a causa Ultra, seja lá isso o que seja. Se não querem não vão, só faz falta mesmo quem vai.
No fundo é esta a situação normal. A equipa precisa do apoio dos adeptos, os adeptos precisam que a equipa corresponda e estão dispostos a tudo para que isso aconteça. Fazendo muitos quilómetros, gastando muito dinheiro, seguindo a equipa por todo o lado. Aconteceu o mesmo no Jamor há pouco mais dum ano, aconteceu o mesmo em Londres frente ao Arsenal, aconteceu o mesmo em Alvalade e em muitos estádios deste país e no estrangeiro.
Aconteceu desde sempre em palcos onde as claques tiveram um papel predominante nesse apoio, aconteceu desde sempre em palcos onde não passaram duma minoria ultrapassada pela multidão anónima de adeptos. As claques do Sporting não são os adeptos, são apenas uma muito pequena parte deles, que se tornam dominantes no palco muitas vezes apenas porque conseguem ultrapassar os adeptos anónimos no acesso aos bilhetes ou criar um ambiente no estádio em que muitos adeptos desistem de lá ir.
Mas o Sporting viveu recentemente uma anormalidade. Poucos meses depois daquela jornada gloriosa do Jamor, e muito por causa da degradação de resultados decorrentes dum erro de casting tremendo para treinador do Sporting, um jogo em Alvalade foi antecedido de manifestação à porta do estádio e várias vezes no decorrer do mesmo o apoio à equipa por alguns, obviamente os das duas claques em guerra contra o clube, foi substituido por cânticos e insultos contra o presidente eleito.
Pouco tempo antes, o estádio do Tondela estava rodeado duma companhia de GNR pelos vistos disposta a tudo, eram cavalos, eram cães, era unidade de intervenção, parecia o Afeganistão... pelo menos para quem nunca lá pôs os pés.
Ainda um pouco mais atrás no tempo, o autocarro do Sporting era recebido em Vila da Feira por um banco de alucinados, um deles agitando um lençol branco, a insultar a comitiva. Não li nos jornais, não vi na TV, em todos os casos relatados estava lá e vi a cores e ao vivo.
Imaginemos o que seria daquele final de época, com Rúben Amorim a testar jogadores. alguns deles muito jovens num novo sistema de jogo, outros que tinham passado pelo assalto a Alcochete, e a ter que levar com um clima de guerra civil nas bancadas, que até incluia petardos e tochas de vez em quando, e fora dele com tarjas em viadutos sempre a recordar a bomba-relógio em que viviam.
Pior ainda: o que teria sido a época passada, depois duma abertura com uma derrota humilhante com o Lask, o Sporting fora da Europa, a equipa a precisar da concentração máxima para ganhar desafios mesmo que no final dos mesmos, e as aquisições sistematicamente enxovalhadas, do Adán ao Feddal, como ainda agora continuam a dizer do Paulinho ou do Esgaio nalgumas tascas cibernéticas?
Obviamente que não é possível reinventar o passado. O que se passou passou e o resto são conjecturas, mas cá para mim, que posso estar enganado, devemos o título da época passada a muita coisa, e já por aqui falei em muitas, mas incluindo... as bancadas vazias.
Mas isso é passado. O que importa agora é esta nova época, o regresso dos adeptos aos estádios duma forma controlada pela antiguidade de sócio assíduo à bancada, o controlo sanitário, a preocupação do governo em pôr cobro à marginalidade através do cartão do adepto (se vai funcionar ou não é outra questão) e, especificamente no que respeita ao Sporting, um estádio de cara mais ou menos lavada das cosméticas foleiras do Taveira, um estádio mais igual ao fantástico pavilhão João Rocha, um estádio que me transmite uma vontade IMENSAAAA de lá voltar.
Também ainda não vai ser neste Sporting-Vizela, estarei num evento Sportinguista a sul, mas vou-me desforrar durante a época... "Take it to the bank".
Uma vez que o estádio está a ser alvo de (bem vindas) remodelações, eu espero que sejam removidas as faixas alusivas às claques existentes no topo sul, por trás da baliza de onde costumam surgir os petardos (simétricas das alusivas aos títulos que referi anteriormente nesta publicação). Não estou a defender a extinção das claques nem a discutir os seus apoios, mas elas não devem estar presentes de forma permanente no estádio, como se fossem entidades oficiais que fazem parte do clube. Não devem ter esse estatuto. As claques que façam as suas próprias tarjas e que as pendurem. As claques é que se devem adaptar ao estádio, e não o estádio às claques.
Foi em 8 de Março de 2020 a estreia de Rúben Amorim como treinador do Sporting, numa tarde marcada por uma manifestação patrocinada pela Juveleo do lado de fora de Alvalade e um clima de insatisfação generalizado dentro dele, cavalgado e amplificado por aqueles que depois da manifestação entraram no estádio para acabar o que tinham começado fora dele.
Foi também o último jogo do Sporting com público no estádio. O futebol parou, os jogadores recolheram às suas casas e quando voltaram depararam-se com as bancadas vazias.
E com as bancadas vazias veio um novo Sporting, com um plantel renovado, assente na formação e a somar vitórias. Foram mais de 30 vitórias para apenas 4 derrotas, uma taça ganha.
Quando se planta uma árvore, temos de regar e amparar. Depois vai enraizar e encorpar, nessa altura já não precisa de nós. Com a equipa de futebol do Sporting é a mesma coisa: as bancadas vazias foram a sua água e o seu amparo, a tranquilidade que precisava para se focar em pôr em prática o que treinava, para crescer enquanto equipa. Mas mesmo agora, que já se encontra forte e viçosa, preparada para todas as intempéries, sente a falta do carinho e dos aplausos. Foi tempo demasiado sem eles.
Um dia destes, sócios e adeptos voltarão aos estádios. Se calhar duma forma mais controlada e protegida, com as claques obrigadas ao escrutínio das autoridades via cartão de adepto, com bilhetes e cartões de época nominais e de venda reservada aos clubes, acabando com a candonga organizada e o poder de alguns à custa de todos. Poderá ser uma boa oportunidade para devolver as bancadas às famílias e aos amigos, e varrer das mesmas aqueles que não fazem lá falta nenhuma, os que não vão lá para vibrar com o futebol e apoiar a sua equipa, mas para andar nas suas guerras, curtir à sua maneira e armar confusão.
Os últimos dias, fim de semana incluído, foram particularmente pródigos em sucessos para o nosso clube.
No futebol a equipa A ganhou e manteve a liderança na 1.ª Liga com 9 pontos de vantagem do segundo, o Braga, a equipa B ganhou também e segue a um ponto do lider da série G, o Amadora, os sub-23 ganharam também e seguem no segundo lugar da Taça Revelação. No futebol feminino ganhámos a uma das três grandes equipas e seguimos a dois pontos da liderança do campeonato respectivo.
Dos jogadores que temos emprestados, Rosier tem mercado em Itália, Battaglia em Espanha e Rafael Camacho está em grande no Rio Ave, já com três golos marcados. Bruno Fernandes vai render mais 5M€ por objectivos alcançados. Rafael Leão ou algum clube vão pagar os 15M€. Até o Schicabala, o André Balada e esse portento de defesa direito Bruno Gaspar que o Inácio descobriu um par de dia antes do amigo ser posto na rua, ainda vão render algum. Vamos por 25M€ em cima disto tudo. Sempre dá para pagar Paulinho e Amorim.
Nas modalidades de pavilhão ganhámos no voleibol, desde logo a Taça da modalidade ao Benfica, ganhámos no andebol e hóquei, perdemos no prolongamento com o Porto em basquetebol mas continuamos na liderança. No futsal não houve jogos mas seguimos na liderança também.
No atletismo, duas atletas nossas regressaram dos Europeus de Pista Coberta com medalhas de ouro.
Ou seja, nestes dias em que somos confrontados com uma pandemia terrivel que ceifa as vidas de familiares e amigos nossos (e pessoas públicas, como a nossa Maria José Valério), impacta extraordinariamente o desporto actual e vai condicioná-lo nos anos mais próximos, colocando as contas de todos clubes em situação muito difícil, encontramos no nosso Sporting motivos de alegria e esperança em dias melhores.
Mas para alguns que integraram aquela minoria que saiu do pavilhão Atlântico esmagada com o peso dos votos e desde as eleições mais disputadas de sempre enveredou por uma guerra sem quartel ao presidente eleito, estes sucessos do Sporting tornam ainda mais tristes os dias de confinamento.
O ex-presidente, desde a bolha "social" em que se enfiou, já veio dizer que não vai ter coragem para sair de casa se algo de bom acontecer, se calhar sairia mais depressa para os Aliados se fosse caso disso.
O líder (?) daquele movimento "Sou Sporting" que andou a inventar AG´s destitutivas, Nuno Sousa (que bom ser empregado duma empresa que muito tem beneficiado com o Covid e não duma TAP ou duma Groundforce), debica nas contas da SAD num artigo do site Leonino que se poderia intitular "Finanças para Totós ressabiados", e que basicamente permite a quem não perceba nada do assunto continuar a não perceber coisa nenhuma, mas a ficar com a ideia que aquilo é mesmo uma trafulhice pegada, entre um "esquema de Ponzi" e um "carrossel do Mendes", com um Francisco qualquer que deve ter estagiado ao comando do Excel nalguma mercearia rasca do BES.
Pelo menos uma das claques ressabiadas, que tinha andado no princípio da época a prognosticar o pior no Facebook e a dizer o pior na AG da SAD, enquanto não é despejada de Alvalade, continua alegremente nas cantorias do tipo "Varandas o que fazes aqui? Isto não é para ti!" e no merchandising alusivo. Quem canta seus males espanta, sempre ouvi dizer.
#OndeVaiUmVãoTodos
SL
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