Alianças trocadas?
O episódio Adelino Caldeira, no final da Taça de Andebol (que ganhámos com brilho!), foi feio e desrespeitoso para com o presidente do SCP. Bruno reagiu, no local, com dignidade e maturidade. Depois de termos falado em «fruta» - que é o que mais poderia irritar e ofender os celtas, toda a gente o sabe e não vale a pena fazermos de ingénuos - a reação do PC seria uma questão de tempo e de oportunidade. Veio por interposta pessoa. Mas o seguimento da história já me parece um «aproveita», para não apenas (e bem) fazer voz grossa - mas tambem para dar sinais de inversão de alianças táticas. Aproximarmo-nos do SLB, afastarmo-nos do FCP. Contra o que eu estarei, como sócio, porque sou partidário da equidistância.
O FCP é o que é, no bom e sobretudo no mau, no que respeita ao domínio das estruturas do futebol nos últimos 30 anos. Na última década - fruto da sua estabilidade - o SLB tem tentado e conseguido, de alguma forma, fazer valer progressivamente o seu poderio. Os resultados estão à vista, se abrirmos as cortinas: na direção da FPF, no Conselho de Disciplina e no Conselho de Arbitragem, eles dividem e influenciam já as decisões (salomónicas, por vezes: vais à Taça da Liga e um jogador nosso apanha o mínimo da pena prevista). Ora o nosso primeiro adversário é e continua a ser o SLB, cujo objetivo é ser o ÚNICO real grande de Lisboa e do sul, salamizando o Sporting, e ser a única potência rival do FCP.
A nossa política, a meu ver, será jogar com os diversos interesses, fazendo alianças táticas com quem nos convier no momento. Até que, com o TEMPO, possamos nos ir fortalecendo. Porque foi o tempo e foram os resultados que fortaleceram os outros dois adversários. A nossa 'política externa' não pode ser definida pelo jornal A Bola - o porta-voz e o órgão oficioso do SLB, que está a transformar-se, desde Outubro de 2012, em porta-voz de interesses ditos do Sporting. Num já bem claro apelo unionista. A nossa 'politica externa' tem de ser definida e ir sendo contruída a partir dos nossos próprios interesses, a curto, a médio e a longo prazo. O episódio Capela é mais importante do que o episódio Adelino. Quando for para defender os seus interesses, o clube de Carnide não terá contemplações. Na direção da FPF, no CD ou no CA, há sempre um penalti que (não) espera por nós.