A entrevista
A entrevista de BdC dada, que surge hoje nos 3 desportivos é, em termos comunicacionais, uma boa aposta. A Bola, O Jogo e o Record estariam todos, certamente, a lutar por serem os primeiros a ter o novo Presidente do Sporting entrevistado e, BdC ao fazê-lo fora de portas, consegue o pleno, não despertando ciúmes e invejas entre os OCS e, aparentemente, mantendo a boa relação com os 3 jornais. Neste campo, foi uma estratégia vencedora.
Sobre a entrevista em si, confesso que, no essencial, gostei do que li. O caminho é arriscado mas, se cumprir o que lá sugere, todos ganham: o futebol no geral, o Sporting no particular. E perdem todos os que fazem do negócio de futebol uma coisa muito pouco higiénica. Mas confesso que não sei se o antes quebrar que torcer - que o Tiago refere no seu post - é uma estratégia que aguenta o consulado de BdC. Aparentemente, resultou, num primeiro momento com a banca (e digo aparentemente, porque os contornos das negociações que, recordo, ainda estão em curso, não são ainda totalmente conhecidos), e agora BdC tenta o mesmo com investidores, jogadores e respectivos empresários.
Como o próprio refere, BdC chegou a este mundo há dois meses e está a ser confrontado com realidades que muitos de nós apenas sonhamos ou desconfiamos. Sem ironias de qualquer espécie, se a sua intenção for sincera, BdC poderá representar a diferença e dar ao futebol e ao nosso Clube a "higienização" que se precisa. O meu maior receio é que, à semelhança de muitos que quiseram fazer essa mesma diferença, acabe por ser "engolido" pela "máquina" e seja recordado por ser mais do mesmo. Com a agravante que, na situação que o Sporting está, um erro (ou uma sucessão de erros) poderá acabar de vez com o nosso Clube.
Seja como for, a entrevista serve também de referência para todos. Sócios, adeptos, jogadores, funcionários, empresários, rivais. Daqui a uns meses, quando uma nova entrevista surgir, veremos se a determinação do Presidente é a mesma. Se for, é muito bom sinal.