Ser Sporting.
Enquanto escrevo este texto, o Sporting joga com o Rio Ave mais uma eliminatória da Taça da Liga - estamos a perder 1 - 0. Enquanto escrevo, vou ouvindo o relato na televisão e vou sofrendo, tentado perceber e pior do que isso, explicar, o porquê de ser Sporting.
Poderia dizer que sou do Sporting porque nasci do Sporting, mas estaria errado. É perfeitamente possível nascermos de um clube, do Sporting é que não.
É até comum alguém nascer do Benfica, ou do Porto, ou até mesmo do Belenenses e do Braga, mas é impossível alguém nascer do Sporting. Ser sportinguista é um acto de convicção, uma maneira de encarar o desporto e as instituições, uma forma de agirmos e competirmos - ser Sporting não é para quem se resigna em nascer sendo já qualquer coisa.
O sportinguista é aquele que escolhe o lado difícil, por vezes doloroso, mas acima de tudo convicto. A convicção de sermos sportinguistas é algo racional, não deixando de ser uma fé - mas convicta, passando o pleonasmo.
Não somos bairristas e não somos lisboetas. Somos portugueses e por isso gostamos de ser Sporting. Não somos sequer meros adeptos do futebol, somos eclécticos ao ponto de acreditarmos no nosso clube independentemente da modalidade, por isso mesmo fazemos todos os dias do Sporting um grande clube europeu.
Ser Sporting é ser diferente dos outros na certeza de sermos nós próprios, sem precisarmos de ter nascido de um clube.
Enquanto escrevia isto, o Sporting continua a perder e eu despeço-me para ir ver o jogo, na esperança de mais uma vitória.