Canalhice
Um blogue anónimo, alegadamente (mal) escrito por um ex-"conselheiro leonino", aproveitou um boato inqualificável posto a circular por outro anónimo nas caixas de comentários das redes sociais para consumar uma canalhice visando duas familiares de Bruno de Carvalho. Noutros blogues, onde vigoram elementares princípios de higiene, o dito boato teve o destino que merecia: o caixote do lixo. Mas nesse tal o seu autor decidiu dar-lhe destaque máximo, acrescentando-lhe apenas uma abjecta interrogação: "será verdade?"
Tudo isto apenas para procurar atingir o presidente do Sporting, à falta de qualquer outro pretexto, através de pessoas da sua família - uma das quais, aliás, não tardou a dar-lhe a resposta pública adequada. Pormenor a realçar: o blogue a que me refiro - e cujo nome não menciono aqui por imperativos de salubridade - era, até há dois meses, um paradigma da estabilidade institucional, capaz de defender o indefensável sem um murmúrio crítico enquanto o clube se afundava no plano desportivo e financeiro. Agora recorre às mais grosseiras insinuações, a que nem os benfiquistas mais sectários lançam mão, para procurar denegrir o sucessor de Godinho Lopes.
Tudo isto ajuda a enquadrar e explicar a profunda crise do Sporting. Uma crise que, sendo gravíssima no plano dos resultados desportivos e dos alicerces financeiros, é sobretudo uma crise de valores. Um clube que se orgulha de ter como sócio número dois o professor Mário Moniz Pereira, justamente reverenciado por gente de todos os quadrantes desportivos em Portugal, é também o que concede cartões de associado a figuras destituídas dos mais elementares parâmetros éticos que são incapazes de aceitar com um mínimo de fair play uma derrota nas urnas, comportando-se perante os dirigentes recém-eleitos do próprio clube como qualquer horda de hooligans dos subúrbios londrinos.
Com uma diferença: ao menos esses, muitas vezes, dão a cara. Estes, nem sequer isso.
ADENDA - Além de cobardolas, este "conselheiro" da treta é um perfeito imbecil, confundindo-me com o Eduardo Garcia da Silva. Já o tinha feito antes, ao entrar na caixa de comentários deste mesmo texto, com um dos petits noms com que gosta de maquilhar-se nas catacumbas blogosféricas.