Eu, oposição, me confesso
O título é, obviamente, uma provocação e decorre do que temos assistido nos últimos meses aqui neste espaço que, me atrevo a dizer, é o reflexo do nosso Sporting.
Andámos durante meses a discutir o Sporting e a sua liderança. Os rostos dessa oposição estão agora no poder no nosso Clube e facilmente se esqueceram do que andaram a dizer e fazer nos últimos anos (e, com isto, não estou a defender a Direcção de Godinho Lopes, hoje assumidamente reconhecida por todos como das piorzinhas que por cá passou).
Agora, esta mesma gente estranha que um Presidente que, recordo, ganhou com um pouco mais de metade dos votos dos sócios votantes, afinal tenha Sportinguistas que não concordam com ele e com o rumo que esta Direcção está a dar ao nosso Clube.
Revi, com alguma calma e atenção o que tenho escrito neste blog nos últimos meses e, ironias à parte, penso que – tirando os posts onde a ironia e o humor é visível e perceptível – tenho apontado o dedo onde, a meu ver, esta Direcção errou. No caso concreto, não questionei a escolha de Leonardo Jardim, mas a opção de não continuar com Jesualdo; Escrevi sobre as “vassouradas” cegas que esta Direcção fez questão de fazer mal chegou – não questionei algumas saídas, apenas referi que nalguns casos houve vendettas e critérios pessoais; na questão das negociações com os credores (onde, recordo, ainda muito há para saber em relação às mesmas). Haverá, obviamente, quem discorde, mas, como disse, esta é a minha opinião.
Tenho tido a preocupação de me explicar. Mas, cada vez que escrevo, o que noto é que os apoiantes acérrimos da actual Direcção esforçam-se por menorizar o que digo, chegando ao ridículo de afirmar que serei menos Sporting ou não o serei de todo apenas porque penso diferente. Aceito as críticas – no final de contas, nem todos podemos pensar o mesmo – mas há uma linha que foi ultrapassada e que denuncio agora aqui: já fui ameaçado, insultado e aconselhado a moderar os meus escritos, sob pena de sofrer represálias. Sei que a árvore não representa a floresta e, infelizmente, grunhos há em todos os clubes e, como tal, no nosso Sporting também. Mas isto, meus caros amigos, não é o Sporting. Não pode ser o Sporting.
Por isso, quero aqui deixar bem claro que não deixarei de escrever o que penso, mesmo que isso não seja do gosto de quem por aqui anda. Sou grandinho suficiente para aguentar impropérios e críticas, e as ameaças resolvem-se nos locais próprios para esse efeito, com as consequências devidas para quem as profere ou concretiza. Se o leitor não gosta do que escrevo, terá bom remédio: ou não lê ou então pode frequentar outros blogues mais unanimistas.
Pessoalmente, gosto deste espaço, onde posso ler o Tiago Loureiro com o mesmo gosto e prazer que leio o Pedro Quartim Graça, entre todos os que aqui escrevem neste espaço de sportinguismo.
O nosso Sporting é demasiadamente importante, para todos nós, para que aceitemos cheques em branco seja de quem for.
Termino, citando um político da nossa praça, que dizia que gostem ou não, vou continuar a andar por aqui.