Cartão vermelho para Capela
João Capela roubou o Sporting, estragou o espectáculo, desvirtuou a justiça desportiva. Foi premiado de duas formas: recebeu o aplauso frenético dos benfiquistas mais fanáticos, embalados com as palavras elogiosas de Jorge Jesus, e viu o "observador" ao jogo, um tal Ferreira, contemplá-lo com a classificação de "muito bom" - com nota de 3,7 em escala de um a cinco - por uma actuação que devia envergonhar toda a arbitragem portuguesa.
Nestas coisas convém não exagerar. Para que o escândalo não se torne demasiado evidente. E o referido "observador" exagerou - ao ponto de tornar legítimo que qualquer um questione se terá mesmo presenciado o jogo ou, em caso afirmativo, se terá assistido ao que se desenrolou no relvado da Luz em estado de meridiana lucidez. Pelo andar da carruagem, começo a interrogar-me se não valerá a pena instituir mecanismos de controlo antidopagem aos "observadores" presentes nos estádios...
Do mal o menos. O Conselho de Arbitragem viu-se forçado a puxar pelos galões, deixando passar hoje para os órgãos de informação a mensagem que se impunha: não só encarou de forma muito crítica a miserável prestação de Capela, afastado das nomeações para esta jornada, como deixará isolado o observador-que-parece-ceguinho nos hossanas prestados ao árbitro manifestamente incompetente.
Bem fez o Sporting em dirigir uma reclamação à secção de classificações do Conselho de Arbitragem, o que forçará uma nova avaliação do desempenho de Capela, desta vez com base nas imagens televisivas, a cargo da Comissão de Análise e Recurso. «Até o próprio Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem, viu algumas falhas na actuação de João Capela, pelo que não concorda com a nota de 3,7», escreve o jornal O Jogo. Daqui se percebe até que ponto chegou o incómodo pela conduta em campo do homem do apito num desafio que Jesus teve a lata de classificar de "limpinho" - como se, no seu conceito, valesse tudo para ganhar jogos.
Estará a precisar tanto de uma consulta oftalmológica como o tal Ferreira, cujo critério classificativo só se explica se tiver sido escrito em Braille.