Cephalopoda
No princípio, fiquei surpreendido com a nota dada a João Capela pela sua, digamos, arbitragem, no último Benfica-Sporting, atribuindo o desmando ao cérebro primevo do observador e à sua aparente incapacidade para distinguir um jogo de futebol de um filme de Steven Seagal. Pensando um pouco melhor, ocorreu-me que talvez o, digamos assim, árbitro ainda tivesse aspirado a deitar o gatázio um pouco mais longe, disso sendo impedido pela força das circunstâncias. Quem sabe se a nota não progrediria em função dos penalties e cartões vermelhos e amarelos perdoados aos nossos adversários? Se o homenzito tivesse feito vista grossa a mais um ou dois penalties e a mais uma duas entradas à la Maxi é possível que tivesse rebentado a escala. A ser assim - e nada garante que o seja, não faço sequer a mínima ideia sobre se tão deslumbrante personagem sabe mais do que uma ou outra regra do jogo, embora isso se me afigure altamente improvável - a nota acaba, pela sua escassez, por constituir uma injustiça. Que culpa terá o nosso indizível apitador de que o Sporting não tenha construído mais umas jogadas cortadas por faltas na área ou de que o Maxi ou o Matic não tenham prolongado os seus treinos de uma qualquer arte marcial?