Sporting!
Começo a minha participação no És a nossa Fé! com um agradecimento por me terem convidado a partilhar os meus sentimentos de fé e orgulho em ser Sportinguista. Esta época não tem sido nada fácil emocionalmente. Desde o murro no estômago das três primeiras jornadas à euforia que se seguiu. Agora parece que caímos de um 10º andar. É esta a nossa vida nos últimos, largos, anos. Sofremos de personalidade ciclotímica. Nós Sportinguistas somos crentes, temos um enorme espírito de sacrifício mas estamos a atingir o nosso limite. E é por isso que é tão difícil aceitar que realmente esta equipa precisa de espaço e de tempo. Direcção, treinador e jogadores novos (14 nacionalidades diferentes!). Não se constrói uma equipa e uma filosofia de vitória de um dia para o outro. E eles já nos mostraram que podemos e devemos acreditar neles. Nos últimos 10 anos tivemos duas equipas campeãs nacionais. E tão diferentes que elas eram. A de 99/00 representava a raça, a vontade, a união e a solidariedade. A de 01/02 era essencialmente talento no seu estado mais puro. Domingos Paciência parecia ter conseguido uma mistura do melhor desses dois anos. A forma como jogavam com 10 elementos, como festejavam os golos (ver Marcelo Boeck festejar no banco cada defesa de Rui Patrício!), a simbiose criada com os adeptos e o orgulho que demonstravam em vestir a camisola verde às riscas marcava claramente um ponto de viragem.
Dou-vos um exemplo da minha vida. À porta de minha casa existe um café de bairro. Daqueles que estão sempre cheios de benfiquistas. Fui-me apercebendo que a conversa era invariavelmente a mesma. Dizer mal do nosso Sporting. Falar nos penaltys e nos foras-de-jogo dos nossos jogos. Foi aqui que me apercebi que, além do nosso entusiasmo, também passámos a incomodar e muito os nossos rivais. Acredito que os melhores dias vão voltar. Acredito que temos uma grande equipa e um grande treinador.