Rescaldo do jogo de hoje
Não gostei
De perder, uma vez mais. Vinte e dois jogos, apenas quatro vitórias. Segunda derrota contra o Rio Ave nesta temporada: sofremos três golos sem resposta, repetindo-se em Vila do Conde a humilhação que nos infligiu o Videoton. Mais uma noite negra para o Sporting, que piora em cada semana que passa.
De ver outro troféu quase perdido. Podemos dizer adeus desde já à Taça Lucílio Baptista: basta o Paços de Ferreira vencer amanhã o Marítimo para se consumar a nossa despedida. A propósito, ainda não conseguimos sequer uma vitoriazinha para amostra nesta competição. E há mais de oito meses que não ganhamos fora.
De perceber que não conseguimos estabilizar um onze. Eis um dos inúmeros motivos que explicam a descida do Sporting ao buraco onde se encontra. Gelson, Izmailov e Boulahrouz foram ou serão dispensados; desta vez entrou Esgaio e regressou Adrien. Só as derrotas continuam.
De ver tantos passes falhados, novamente. O nosso meio-campo, jogue quem jogar, continua a matar à nascença demasiados lances ofensivos, deixando a linha da frente desguarnecida e desamparada. E desta vez as culpas nem podiam ser imputadas a Pranjic, ausente da partida.
Da expulsão de Eric Dier. A equipa de arbitragem liderada por Rui Costa castigou de forma demasiado severa uma falta cometida pelo nosso lateral direito, que recebeu um cartão vermelho directo. Enquanto o lateral direito do Rio Ave, Lionn, cometeu duas faltas equivalentes no segundo tempo tendo apenas recebido um cartão amarelo. Dois pesos, duas medidas.
Da atitude de Vercauteren. Com menos um jogador em campo, quase no fim da primeira parte, fez a equipa entrar no segundo tempo sem alterações. Manteve-se sempre no banco com a calma característica de quem está habituado a ganhar, embora entre nós vá reforçando a imagem de perdedor sem remissão. No final, encolhia os ombros. Parece um náufrago à deriva neste mar de pesadelos em que se transformou o Sporting.
Da apatia da equipa, uma vez mais. Ao intervalo, o Sporting tinha rematado apenas uma vez à baliza - cinco vezes menos do que o Rio Ave. É quanto basta para se perceber a diferença entre quem quer ganhar e quem apenas ambiciona não perder.
Da oportunidade perdida de Ricardo Esgaio. O jovem médio fez uma primeira parte razoável, mostrando-se mais ousado e polivalente do que a maioria dos colegas. Mas falhou numa posição improvisada, quando Vercauteren o mandou recuar para defesa direito após a expulsão de Eric. Foi precisamente por aí que o Rio Ave fabricou os dois primeiros golos.
De ver Capel como suplente. Vercauteren só o mandou entrar aos 68 minutos, quando já perdíamos por dois-a-zero. O que o terá levado a manter tanto tempo no banco o jogador mais dinâmico do Sporting desta triste temporada?
Que o Sporting jogasse 'alaranjado'. O Alexandre tem razão: este equipamento não serve. Jogamos ainda pior quando alinhamos com esta cor.
Gostei
De ver Elias fora da equipa. A exclusão do jogador mais caro de sempre do Sporting só peca por tardia. Só espanta como é que este brasileiro que agora se confessa "infeliz" e implora por deixar Alvalade chegou a ser designado capitão. Eis um que nunca devia ter entrado.
Da exibição de Rui Patrício. Sofreu três golos, sem culpa de qualquer espécie. Mas salvou outros tantos. Espantosamente, apesar dos golos, foi o melhor da equipa. Se todos jogassem como ele, o Sporting liderava o campeonato.