Tu merecias a vitória, Capel
Tu não merecias este empate em casa contra a vulgaríssima equipa do Genk, Diego. Porque tu puxaste pela nossa equipa o tempo todo. Correste o flanco esquerdo vezes sem conta enquanto o irreconhecível Schaars fazia asneira atrás de asneira. Nunca viraste a cara enquanto o Viola parecia fugir da bola e só apostado em correr para trás. Deste luta incessante à defesa belga, arrancando dois cartões amarelos, enquanto o Elias tropeçava no Schaars naquela primeira parte tão assustadoramente má. Desequilibraste as forças em contenda, estonteaste os adversários, inventaste linhas de passe onde ninguém imaginava que houvesse ainda alguém com força anímica no Sporting para fazer empolgar o estádio, transformando a maré de assobios num coro de aplausos. Ofereceste um golo de bandeja ao Ricky que o puto holandês desperdiçou. Nunca desanimaste, nunca baixaste os braços, acreditaste sempre. E usaste novamente a cabeça do Ricky para marcar esse golo por que tanto ansiámos, que tanto celebrámos. Esse golo que tardou uma eternidade a acontecer. Ele não festejou e tinha razão: o golo era teu.
Depois a história repetiu-se: à beira do fim, com os nervos em franja, desperdiçámos a vantagem. Quase só um milagre nos levará à fase seguinte da Liga Europa. Mas tu merecias a vitória, Diego Capel. Tu, que és de baixa estatura, foste grande em campo. Foste o maior. Foste um leão.