Aposta no Nacional ou Estrangeiro
A corporação da casta “Treinador Português” anda assanhada com a futura escolha de Treinador do Sporting. Qual Cavalo Lusitano, existe no ar a sensação de que o português é o melhor do mundo.
É verdade. Temos de facto, o melhor Treinador do Mundo. É português. Mas está por agora ocupado. José Mourinho neste momento não está disponível e quando esteve, foi o que se viu, as pressões e os gritos “falaram” mais alto.
Ora, analisando os nossos anteriores treinadores, o último que não foi português foi... campeão. De seu nome Lazlo Boloni. Depois foi o que conhecemos bem. Veio um tipo consagrado, boa pessoa, mas que diabo, Fernando Santos trazia no currículo ter perdido um campeonato com Mário Jardel em forma. Bem sei que contra os nossos Acosta e Schmeichel, mas mesmo assim não era bom presságio.
Depois veio o pé frio do José Peseiro. No CV, passagens por Nacional e Real Madrid, como adjunto é certo, mas no Real Galáctico e sem títulos. Futebol de primeira, ainda não consigo esquecer a falta de Luisão sobre Ricardo e a injustiça de não colocar Pinilla mais vezes. Enfim. Perder a final da Taça UEFA na nossa casa foi dos maiores murros no estômago que levámos.
Depois lá tínhamos que acertar alguma vez, não é? Paulo Bento. Um treinador humilde e competente. Sem ovos fez muito. Espremeu uma equipa mais fraca e ficou 4 vezes em 2º lugar. Foi um golpe também aquela mão do Ronny. Até porque Futebol é com pé e cabeça, mas foi por pouco. Tão pouco que nos frustrou e levou a alma vitoriosa.
A seguir veio o carrossel. E do pior. Dizer que Carvalhal, Paulo Sérgio ou Couceiro são treinadores para o Sporting é ofensivo. Por mais respeito que tenha, foi má demais esta fase. Bons treinadores para equipas do meio da tabela, para equipas de contra-ataque, mas não para uma equipa que luta SEMPRE pela vitória.
Voltámos a acreditar com Domingos. Mas existe uma enorme diferença entre o Braga e o Sporting. Na estabilidade, é claro, na defesa, na existência da tal “estrutura”, mas o Braga tem a pressão de uma cidade enquanto o Sporting tem a pressão de um País. O resto é conversa e o resto são erros internos constantes. Que levaram a tentar encontrar um novo Paulo Bento. Sá Pinto, sabemos hoje, não estava no ponto. Ser sportinguista e ter garra não chega. Disfarçou o ano passado, mas este ano pedia-se mais. Pedia-se um treinador, um estilo de jogo e mais: qualidade!
Desta aventura lusitana, poucos deixam saudades. Como critério de escolha, não sou racista nem nacionalista. Quero um tipo competente, capaz e aventureiro. Treinar o Sporting é uma aventura. Mas é preciso ter mãos para tão aliciante desafio!