Quem quer ser Lord Byron?
Joaquim Rita é conhecido por quatro coisas. Descascar no Sporting com o prazer mórbido dos caceteiros do D. Miguel. Guardar compulsivamente estatísticas sobre futebol e depois não saber como usá-las num desporto que lhe continua a ser estranho. Atamancar imagens literárias despropositadas como se fosse o Lord Byron da Travessa da Queimada. Agora não me estou a lembrar da quarta coisa pela qual é também conhecido. Adiante. Isto tudo para dizer que ontem eu também fiz as minhas estatísticas. Sim, senhor. E o que concluí? O mesmo que Joaquim Rita! Ou seja: nada. Contei remates, centros, escarradelas dos jogadores para o chão, faltas e sei lá mais o quê. Contei tudo. Aliás, estava de tal maneira concentrado neste exercício parvo que me perdi a contar os golos. Ainda bem que falo disto agora: na primeira parte, o Ricky rematou 4 vezes e marcou 1 golo; na segunda parte, rematou 2 e marcou outro golo. Conclusão estatística: 6 remates = 2 golos. Se fosse o Joaquim Rita diria que de 3 em 3 chutos, o Ricky marca um golo (isto, como diria o mesmo contabilista de coisas sem importância, desde que os remates vão na direcção na baliza). Terminando, gostei da forma como o comentador classificou uma falha ao minuto 81: "Elias a pentear a bola". Primeiro, dado ter sido uma falha, quanto muito, seria o Elias a pentear-se na bola. Segundo, e não menos relevante, Elias é careca. Queres mesmo ser Lord Byron?