Um jogo menos bem conseguido, um resultado dececionante, três pontos perdidos em casa. Irrita qualquer adepto, eu incluído nesse rol. Mas, apesar disto tudo, excluo-me do rol dos lamurientos, dos negativistas e dos masoquistas. Sou assim, porra! Astral alto, aberto às críticas mas não bebé chorão, mais de cerrar os dentes, quando as coisas correm mal, e seguir em frente.
Sou mau sportinguista, eu sei. Deveria arranhar-me, torcer os olhos em desespero, achar que o mundo acaba num jogo, partir à desfilada contra dirigentes, técnicos, jogadores etc. Dizer hoje uma coisa, amanhã outra e depois o seu contrário. E concordar com o meu colega de bancada que, na segunda à noite, lamentava, dominado pela emoção, não termos o Acosta ou o Liedson. (Quando o olhei e lhe lembrei que o Liedson esteve muitas e muitas jornadas sem marcar, que o Ricky na primeira temporada de Sporting marcou mais golos que o Liedson e o Acosta nalgumas das suas épocas e que nos primeiros seis meses se chamavam todos os nomes a um Acosta que parecia deceção - ele parou o seu linguajar e concedeu: «pois é, a gente esquece isso»).
Pois é, esquecemos. Ficamos impacientes ao menor obstaculo, a nossa tão afirmada fé torna-se num bruaha enraivecido e dá lugar à dúvida e à auto-mutilação. Temos ou não temos fé? Somos ou não somos fortes para ultrapassar as dificuldades? Muitos de nós somos assim-assim, como todos os inseguros. E transmitimos essa insegurança para aqueles que amamos. Somos o Sporting, dizem os nossos detratores. Seremos? Eles agradecem.
3 comentários
Fernando Albuquerque 29.08.2012
Estava para comentar esta crónica. pois o Sr. José Manuel Barroso. não gosta que os sportinguistas digam o que lhes vai na alma, ou seja demonstrar a sua tristeza pela má prestação do SCP no inicio deste campeonato. Quem assistiu ao jogo via TV e ouviu o relato na Emissora Nacional, teve a possibilidade de ouvir a forma como os comentadores denegriram a imagem do nosso clube. É verdade que jogámos mal e até me apetece dizer que houve jogadores que pareciam que nunca tinham jogado juntos, pois foram tantos os lances perdidos que faz-me lembrar os tempos em que íamos à pastelaria lá do sitio e arranjávamos 11 voluntários para irem jogar futebol. Eu sei que estou a exagerar, mas a nossa prestação nesta malvada segunda-feira foi péssima.
Qual o culpado desta " desgraça" ? Não sei e espero que nos próximos jogos tudo volte à normalidade . pois tudo o que têm demonstrado em campo é muito pouco para quem quer lutar pelos primeiros lugares da liga.
Termino dizendo que estou de acordo com o seu comentário.
Esquecer o que se passou na segunda-feira não me ajuda a gostar mais ou menos do SCP , pois o que desejo é que todas as semanas tenhamos as alegrias que apenas alguns vão tendo. São muitos anos de jejum e eu sendo um sócio com mais de 6o anos de associado, quando entrei para esta colectividade . o meu SCP ganhava e perdia campeonatos, mas era um regalo ir aos estádios ver os nossos atletas defenderem a sua camisola. O que eu vi e tenho visto ultimamente é falta de querer e de ambição e não me digam que os jogadores não têm qualidade. pois muitos são internacionais nos seus países.
A esperança é a última coisa que nos resta , pois não acredito que esta situação se mantenha eternamente. Desde a pré-época que tenho sentido falta de tudo nesta equipa, pois neste últimos DOIS MESES, os progressos não são visíveis e vi ontem um BRAGA, com muito querer e ambição e com muita classe a ganhar a eliminatória. factores que tem faltado à nossa equipa.
Meu caro confrade: eu não sou censor de ninguém, nem o zelador do sportinguismo de outrém está a fazer confusão com o facto de eu - também - ter opinião, que, alguns, quando estão em desacordo com ela interpretam de forma errada. Posso ter a MINHA opinião, ou não? O que eu critico, por vezes, é o facto de alguns sportinguistas estarem sempre a dar pancada no nosso clube, nos nossos jogadores e nos nossos dirigentes - mal alguma coisa corre mal. O que eu critico é esta cultura de negativismo, que tanto tem contribuído para instalar a descrença, a desunião e a instabilidade, uma das raízes dos nossos males (a meu ver, se me dão licença).