Os nossos ídolos (22): VASQUES.
À medida que o tempo passa, com o acumular dos anos, fui perdendo a capacidade de criar ídolos. Mas, na idade da inocência, tinha para aí 5 anos, decorria provavelmente a época de 1955/56, ou na pior das hipóteses a época seguinte, o gosto pelo futebol chegou quando criei o meu primeiro ídolo: Manuel Vasques - um dos jogadores que integrou os 5 violinos: aquela linha avançada dos «leões» que, nos últimos anos da década de 40, deslumbrou os adeptos pelo entrosamento, harmonia e magia de jogar futebol. Uma pequena orquestra afinada que deu 3 campeonatos nacionais seguidos ao Sporting. Vasques continuou a jogar até à época de 1958/59. Quando abandonou o futebol, depois de 13 épocas com a camisola do Sporting, tinha metido 317 golos. É ainda hoje o 3º melhor goleador de sempre do Sporting.
A memória não dá para tanto, mas certamente o apelido deve ter pesado naquele meu encantamento de infância, para além das descrições radiofónicas das suas jogadas e dos golos espectaculares, que ouvia religiosamente ao Domingo à tarde. Igual peso na descoberta de Manuel Vasques deve ter tido o facto de, na mesma altura, um tio – o João e o seu irmão Luís, ambos com o mesmo apelido do violino sportinguista - terem jogado em clubes da primeira divisão. Foi, pois, com 5 anos que, através de um dos maiores goleadores, de um jogador de excepção, cheguei também ao SPORTING CLUBE DE PORTUGAL. De onde nunca mais saí, obviamente!