Os números do futebol
Uma revisão estatística das principais ligas europeias indica que nenhum clube consegue ser campeão sem marcar pelo menos 68 golos, a exemplo dos campeonatos de média produção como Portugal (FC Porto 69) - Itália (Juventus 68) e França (Montpellier 68). Os de alta produção apresentam um cenário bem diferente: Espanha (Real Madrid 121) -Inglaterra (Manchester City 93) - Alemanha (B. Dortmund 80) e, surpreendentemente, a Holanda (Ajax 93). Já quanto aos golos sofridos, não aparenta existir um padrão consistente em que o Montpellier, mesmo com menor produção ofensiva, conseguiu conquistar o título sofrendo 33 golos, comparados aos 32 do Real Madrid, 28 do Manchester City, 25 do B. Dortmund ou até aos 19 do FC Porto.
Um aspecto é concludente; o clube que pretenda ser campeão terá que ter avançados de alta produção, como são os casos do Real Madrid, com Cristiano Ronaldo, Higuain e Benzema a contribuirem com 89 golos, ou do Manchester City, com Aguero, Dzeko e Bolotelli com 50. A inevitável excepção à regra assenta no clube que apresenta o maior número de jogadores a fazerem funcionar o marcador, como é o caso da Juventus, em que o melhor marcador foi Matri com apenas 10 golos, no entanto, um total de 20 jogadores marcaram ao longo da prova.
Analisando o caso do Sporting, não é difícil verificar onde reside a essência do problema. Muito embora tenha sofrido apenas 26 golos, só mais 7 do que o campeão FC Porto, a produção ofensiva foi muito pobre com um total de 47 golos em 30 jogos efectuados, uma baixa média de 1.5 golos por jogo. Pior do que isso é a distribuição dos golos, com o melhor marcador, Ricky van Wolfswinkel, a marcar 14 e o mais próximo, Izmailov, com 5. No total, os avançados «leoninos» marcaram 26 golos e os médios 14. O que os números confirmam é que um Sporting com aspirações ao título terá que manter a solidez defensiva demonstrada na época passada e aumentar a produção ofensiva pelo menos por 50 por cento. A maioria dos clubes de alta produção sustenta-se principalmente através dos pontas-de-lança ou, em certos casos como os de Ronaldo e Hulk, extremos que aparecem frequentemente no miolo. No que ao Sporting concerne, em princípio, Ricky, Rúbio, Wilson Eduardo e talvez o recém-chegado Viola terão que melhorar a sua eficácia significativamente e ainda serem bem complementados pelos extremos ou algum médio mais ofensivo, para atingir os números desejados.