Um jantar verde, obviamente
Podíamos ter sido mais mas (modéstia à parte) fomos bons. E quase todos pontuais. Mal chegou a hora combinada, eight o' clock, vários membros deste blogue começaram a afluir ontem ao local da reunião: a cervejaria Nacional. No Alvaláxia, claro. A curtíssima distância do nosso estádio. Numa mesa em quadrado (noutros tempos teria sido em losango), instalámo-nos à conversa.
Passo a apresentar os comensais: Alda Telles, Constança Martins da Cunha (ladies first). O nosso estimado patriarca, José Manuel Barroso. O benjamim do blogue, Alexandre Poço. O colega que veio mais de longe, José Teixeira (desfiando saborosas evocações de Moçambique). O Francisco Mota Ferreira, que partilhou connosco alguns episódios dignos de filme vividos recentemente em Bissau. O Luís de Aguiar Fernandes e o Pedro Oliveira, ambos estreantes nestes repastos. E o José Navarro de Andrade e o Eduardo Garcia da Silva, já repetentes. Além do signatário desta prosa, ao vosso dispor.
Alguns apareceram equipados a rigor ao jantar - isto é, de verde. E a conversa? Foi excelente, posso garantir-vos.
Sem cometer inconfidências adianto que trocámos impressões sobre a direcção do clube, a última época, as possíveis contratações, a boa prestação da selecção nacional no Euro 2012 (com o Sporting a confirmar-se como notável escola de talentos), os boatos transformados em manchetes de jornal ao serviço de estratégias demasiado evidentes e a certeza generalizada entre nós de que na nova temporada 2012/13 é que os nossos sonhos vão tornar-se enfim realidade. Comeu-se o pão, marcharam as azeitonas, atacou-se a sopa de alho francês (houve quem sugerisse que caldo verde teria sido mais apropriado). E não faltaram cavalheirescas farpas ao presidente de um certo clube que só agora parece ter acordado para o "ecletismo" que as modalidades proporcionam.
Sucediam-se as gargalhadas a propósito das acrobacias "técnico-tácticas" de certos comentadores que não acertam um vaticínio e algumas histórias picantes de estrelas que já abandonaram os estádios mas não os estúdios. Aí a nossa equipa dividiu-se: uns optaram pelas imperiais, outros escolheram sangria. Fez-se um balanço deste meio ano de actividade do blogue e trocaram-se sugestões para o futuro próximo. Isto enquanto chegava o bife - ou simplesmente grelhado ou com molho. "E se fizéssemos uma série dedicada às mulheres dos jogadores?", sugeriu um dos estetas presentes à mesa. Oferecendo-se, desde logo, como mão-de-obra gratuita para tão espinhosa empreitada.
Combinámos avançar em breve com uma série colectiva, que sirva de traço de união entre todos os membros do blogue - incluindo os mais preguiçosos. Chamar-se-á Os Nossos Ídolos e vai começar da melhor maneira, asseguro-vos eu, que tenho o estranho hábito de fazer prognósticos antes do jogo.
Veio o gelado, chegaram os cafés e a conversa prosseguiu para além do período regulamentar, num prolongamento que durou bem mais de meia hora. Só não acabou na marcação de grandes penalidades.
Nem houve cartões encarnados, como é evidente. A nossa cor é outra. A celebrizada por Camões, sportinguista avant le lettre: «Verdes são os campos, / De cor de limão: / Assim são os olhos / Do meu coração.»