Até já, senhor Mancini
O Manchester City e o Manchester United jogaram no domingo à hora do almoço. Não havia melhor jogo para ver depois do empate de véspera do Sporting. O United marcou primeiro sem merecer marcar e depois de ter marcado o primeiro marcou mais dois. Ao intervalo, o City perdia em casa 0-3 e jogava contra 10. Os comentadores portugueses anteciparam a segunda parte assim: como treinador latino que é, Mancini ia jogar à defesa, no erro do adversário para evitar a goleada, ou seja, os jogadores do City iam provocar a expulsão de um jogador do United para ficarem novamente em igualdade numérica. Luís Freitas Lobo disse isto com entusiasmo e disse de seguida quem eram os "amarelados" do United que seriam "caçados". Não podia estar mais enganado. O City reorganizou-se defensivamente com a entrada de mais um central e passou a controlar o jogo onde devia: a jogar à bola. Mancini queria defender bem para atacar melhor. Resultado: enquanto teve pulmão, o City foi perfeito e marcou dois golos. Acabou o jogo por cima e com os adeptos a renderem uma brutal salva de palmas. O City perdeu o resultado, mas ganhou o jogo. É isto que há quem não entenda: o futebol é muito mais do que "faltas inteligentes", "transições ofensivas" e "mecanismos tácticos". Futebol é vermos a nossa equipa perder e depois batemos palmas. Não jogamos para expulsar adversários. Jogamos por puro prazer. É também por isto que vou bater palmas ao senhor Mancini quando ele entrar em Alvalade depois de rebentar com o Porto na Liga Europa.