O clássico de A a Z
Abertura - Um espectáculo bonito, digno de se ver, que serviu de aperitivo para o jogo que se iria seguir.
Bola - Sempre com mais posse de bola, o SCP foi sempre mais perigoso que o FCP. Um fora de jogo mal assinalado a Van Wolfswinkel pelo árbitro Pedro Proença poderia ter originado uma jogada decisiva e um golo que iria fazer vibrar milhares de sócios e adeptos.
Capel e Carrillo - Muito pouco inspirados. Capel nunca conseguiu fazer uso da sua rapidez ou técnica e Carrillo a dada altura estava a defender melhor do que a atacar. Numa dessas investidas agarrou um adversário que ia marcar um lançamento de linha lateral e viu um cartão amarelo infantil.
Domingos - Surpreendeu com a aposta em Renato Neto no onze inicial. Leu sempre bem o jogo e fez as substituições correctas, tendo em conta os recursos ao seu dispor e a evolução do jogo.
Elias- Preencheu bem os espaços e não se ausentou nunca do clássico.
FC Porto - Teve menos bola e foi a Alvalade para não perder. Foi uma equipa segura, mas sem rasgo.
Golos - Uma partida de futebol sem golos é como uma bola de Berlim sem açucar...
Hulk - A estrela maior do FC Porto esteve apagada. Bem marcado por Onyewu, foi quase sempre inconsistente.
Izmailov - Substituiu Carrillo aos 62 minutos e ainda teve tempo para perder aquela que foi a grande oportunidade do Sporting para ganhar o jogo. Ainda sem ritmo, deu tudo o que tinha nesta fase do seu regresso à competição.
Juve Leo - Sempre incansável a apoiar a equipa, entoou vários cânticos de fazer corar os mais desprevenidos.
Kléber - Personifica o FCP de Vítor Pereira. Entrou aos 77 minutos e não criou perigo, não rematou e não incomodou ninguém. Que saudades devem ter os tripeiros de Falcao.
Lotação - 48.855 pessoas estiveram em Alvalade, o que diz muito do clima que o triunvirato Godinho Lopes/Carlos Freitas/Domingos conseguiu gerar à volta do clube.
Matías - Entrou na segunda parte para o lugar de Renato Neto e veio dar outra alma ao jogo leonino. É dos pés dele que sai o cruzamento para aquele que seria, em circunstâncias normais, o 'golo habitual' de Izmailov frente ao FCP.
Neto, Renato - O jovem médio brasileiro que o Sporting foi resgatar ao Cercle Brugge não se assustou com a estreia, logo num clássico. Com um maior entrosamento com a equipa - e se imprimir maior velocidade e acutilância ao seu jogo - pode ser um caso sério.
Onyewu - O norte-americano soube resistir bem à jogada táctica de Vítor Pereira, que colocou Hulk no meio para surpreender os centrais do Sporting. Não comprometeu e mostrou raça.
Polga - Com Xandão já na bancada, o experiente central não teve mais uma vez falhas de grande gravidade. Por uma vez, surpreendeu com um remate de cabeça que podia ter resultado em golo, não fosse a defesa já em esforço de Helton. De um modo geral, não foi por causa da defesa que o SCP não venceu ontem, já que o outro central esteve seguro e os três laterais ontem utilizados (João Pereira, Insua e Evaldo) foram todos competentes na sua missão.
Quente - Os dois momentos mais intensos aconteceram quase no fim, com os lances de Izmailov e de James Rodriguez.
Rui Patrício - Atravessa um bom momento de forma e até a sair dos postes esteve bem, como numa jogada em que substituiu os centrais de cabeça.
Schaars - Mais um jogo de grande nível, quer a atacar, quer a defender. Pena um remate já dentro da área, que podia ter tido melhor sorte.
Televisão - Os directos televisivos a horas de começar o jogo, e quando não há nada de relevante para dizer, começam a cansar. Para quê três canais de informação que dizem exactamente o mesmo e sem brilho sobre o autocarro que sai e não sai, o contingente policial e o onze previsto? Pior mesmo só aquela mania de pedir uma previsão do resultado aos adeptos que passam...
Unidade - Este Sporting de Domingos actua mesmo como um colectivo. Os jogadores estão unidos, conhecem o valor uns dos outros e não reclamam com as substituições. É um grupo profissional como há muito não se via por aquelas bandas.
Vítor Pereira - O treinador do FCP montou um esquema sem ponta-de-lança fixo, numa demonstração de que vinha a Alvalade para jogar pela calada. O seu Porto pode estar invicto no campeonato, mas é uma equipa sem chama e que assusta muito pouco os adversários. A léguas de outros que já passaram pelo mesmo banco.
Wolfswinkel - Lutou, correu e teve uma ou outra oportunidade nos pés. Mas precisa de mais rotinas e de ser mais maduro. Isso vem com a idade e com mais jogos nas pernas.
Xadrez - A táctica podia ter produzido outro resultado, só que Domingos tem ainda algumas peças importantes que não estão prontas a utilizar, como os lesionados Rinaudo e Jeffren (quase recuperado) e os reforços Xandão e Ribas. Com eles o treinador poderá ter outros argumentos para tentar fazer xeque-mate aos rivais na segunda metade do campeonato.
Yes (We Can) - O Sporting é cada vez mais equipa e não se acanha ou diminui perante nenhum adversário. Isso já é um benefício enorme em comparação com épocas anteriores e lideranças que já passaram pela direcção e pelo banco do clube.
Zero a zero - O resultado deixou o Sporting um pouco mais longe do sonho do título. Mesmo assim, a esperança não morre e na segunda volta o SCP poderá mostrar outra dinâmica à medida que a equipa for crescendo. A revolução que foi operada no clube e no plantel começará a dar frutos com o passar do tempo.