3-4-3 pessoal e intransmissível
Hoje na apresentação do novo treinador do Sporting o nosso presidente foi claro e conciso. Com João Pereira apostou na continuidade da "máquina oleada" de Rúben Amorim, mas a aposta falhou rotundamente.
Já se gastou tempo demais a atribuir culpas e encontrar justificações (obrigado, João Pereira), importa agora constatar que o modelo de jogo de Ruben Amorim se revelou pessoal e intransmissível. Vai-se abrir novo ciclo, que terá implicações não apenas na equipa A mas também nas etapas terminais da formação de Alcochete, as equipas B e sub23.
Ontem, no painel do Canal 11, debateu-se o que será o futebol do Sporting com Rui Borges, e mesmo com os disparates do moderador (Quaresma a médio centro ???) foi possível entender algumas coisas que deveremos ir vendo nos próximos jogos.
Se recuarmos à época passada, o Sporting jogava num 3-4-3 assimétrico, com um ala mais defensivo e outro mais ofensivo, com os três defesas a bascular para esse lado formando uma defesa a quatro. Podemos imaginar que Rui Borges começará por aqui, com uma linha defensiva composta por Debast-Diomande-Inácio-Matheus Reis, libertando Quenda para avançar no terreno.
Na linha média surgirão um 6 mais definido, Hjulmand, e dois médios interiores (em vez de avançados interiores) também bem definidos em que no momento defensivo um pressiona junto ao avançado-centro e outro recua para o lado do trinco, em princípio Pote e Morita/Bragança. O 4-3-3 em momento ofensivo, transforma-se num 4-4-2 em momento defensivo.
No ataque dois extremos que baixam a defender em vez de dois alas que sobem a atacar. Aqui vamos ter um problema porque todos os que temos no plantel são canhotos: Quenda, Trincão, Edwards, Catamo, Maxi Araújo e Nuno Santos. Não consegui perceber se os extremos jogam de pé certo ou trocado, porque com dois médios interiores é forçoso que os extremos tenham capacidade de explorar a linha e centrar de primeira.
Sendo assim, o onze-base de Rui Borges poderia ser:
Israel; Debast, Diomande, Inácio e Matheus Reis; Hjulmand, Morita e Pote; Quenda, Gyökeres e Trincão.
O onze alternativo seria:
Kovacevic; Fresneda/Esgaio, Quaresma, St.Juste e Maxi Araújo; Arreiol, Bragança e João Simões; Catamo, Harder e Edwards.
É fácil perceber que sobram extremos canhotos e faltam médios e defesas laterais. Vai obrigar o Sporting a ir ao mercado de Inverno para equilibrar o plantel para o 4-1-2-3 que Rui Borges está a utilizar no V. Guimarães. Se for mesmo essa a ideia.
Vamos ver o resultado, mas pelo menos vislumbra-se a luz ao fundo do túnel. A luz do bicampeonato.
PS: O modelo de jogo de Rui Borges lembra-me o de Leonardo Jardim. Na vitória com o Porto em casa por 1-0, o Sporting alinhou com:
Rui Patrício; Cédric, Dier, Rojo e Jefferson; William, Adrien e André Martins; Capel, Slimani e Mané. O Pote da altura seria o André Martins, mas a diferença de qualidade é tremenda.
SL