O Patriotismo futeboleiro ou o Nacionalismo futebolês
Será que sou só eu, ou também vós se indignam com esta mania pirosa de apoio à Selecção Nacional de dois em dois anos? A moda começou com Scolari e, com uma dose de tolerância do tamanho do mundo, até digo que, na altura, foi original o conceito das Bandeiras Nacionais nas janelas e tal. Agora, repetir a graça de dois em dois anos, de cada vez que há Europeu ou Mundial?
Não há pachorra, confesso. Para mim, a Pátria sente-se e vive-se todos os dias. E não preciso de ter a maior Bandeira Nacional do mundo para mostrar o quanto eu gosto do meu País. Ou comprá-la, made in China, numa grande superfície - que descura sempre o facto dos castelos serem pagodes chineses - e colocá-la com suposto orgulho Pátrio à janela.
Irrita-me esta coisa verdadeiramente bimba de achar que lá porque uns rapazes jogam pela nossa Bandeira, temos todos de ser contagiados pelo espírito da piroseira atroz à volta da Bandeira, do cachecol ou da T-shirt made in BES ou Continente.
Gosto de futebol, gosto de ver a bola, torço pela Selecção Nacional como qualquer bom Português que se preze e adorava que Portugal ganhasse esta competição. Dito isto, detesto a euforia criada à volta disto, como se o País não tivesse motivos bem mais graves para se preocupar.