Só mesmo para virar frangos
Quando saí de Alvalade na segunda-feira à noite apeteceu-me escrever sobre este árbitro. Mas ainda bem que consegui ficar calado. Tenho a certeza de que iria fazer juízos de valor e processos de intenção sobre o homem Hugo Miguel. Não posso fazer isso. Sobre o homem, não vou dizer nada. Sobre o árbitro Hugo Miguel, digo isto: incompetente. A arbitragem do Sporting/Académica ficou cravejada de erros básicos, de más decisões, de falta de personalidade - o que dizer de um fora de jogo assinalado antes da linha de meio-campo, meu Deus? -, mas o que mais me irritou foi a "teoria da compensação". Os árbitros portugueses são peritos nisto, sempre que erram, e tomam consciência do erro após a decisão, só descansam até compensar a equipa prejudicada. Isso topa-se desde logo na própria linguagem corporal dos árbitros e topa-se na reacção dos jogadores. Topa-se no nervoso miudinho que se apodera das bancadas. Após um erro, segue-se sempre um período de tensão que culmina com uma decisão compensatória - e quase sempre errada. Eu vi isto em Alvalade. Aquele final de jogo foram 12 contra 11, foi pressão no meio-campo em toda a linha, foi uma sucessão de faltas absolutamente delirantes para permitir cruzamentos para dentro da nossa área. Eu sei que devo evitar juízos de valor e processos de intenção sobre o homem Hugo Miguel, mas não me fodam a cabeça com a incompetência do árbitro Hugo Mguel.