Um louvável acto de contrição
Por questão de elementar justiça, cumpre-me assinalar aqui o assumido "acto de contrição" de Daniel Oliveira na sua habitual coluna das sextas-feiras no Record. Há dois meses critiquei-o aqui pelas rudes palavras com que alvejou Ricardo Sá Pinto no início das funções do actual treinador do Sporting. «Ninguém põe em causa o sportinguismo de Sá Pinto. Mas o clube precisa de alguém que crie uma equipa, não de um boxeur que as claques aplaudam» , escreveu na altura aquele colunista. Eram palavras indignadas. Eu reagi também com indignação a essas palavras, considerando-as "monumentais tiros no próprio pé".
Hoje, com louvável honestidade intelectual, vem reconhecer que estava enganado. Sem chutar para canto: «Enganei-me redondamente. Ricardo Sá Pinto não é apenas um grande sportinguista, coisa de que nunca duvidei. Revelou-se um excelente treinador. Ver a equipa do Sporting a jogar, nas últimas semanas, tem sido esmagador. Preciso de procurar muito nas minhas memórias recentes para me lembrar de uma coisa assim.»
São palavras que o dignificam. Até por ser pouco frequente que um líder de opinião em Portugal reconheça um erro de análise cometido por preconceito ou precipitação. Critiquei Daniel Oliveira na altura, só posso elogiá-lo agora.