Desapareceu do seu local de trabalho, no passado dia 22 de Novembro, na zona do estádio de Alvalade, na cidade de Lisboa, uma equipa de futebol e a sua equipa técnica.
Indumentária: Equipamento desportivo que devia ser verde-e-branco mas é quase todo preto.
Sinais particulares: Falta de pressa e de intensidade.
Caso os localize ou tenha alguma informação, contacte as autoridades mais próximas.
Desapareceu também na mesma zona, no dia 30 de Novembro, uma equipa de arbitragem de futebol e na zona de Algés, uma equipa de video-árbitros.
Eram esperados para arbitrar um jogo nesse dia mas nunca chegaram a aparecer.
Indumentária: Camisolas fluorescentes de várias cores.
Sinais particulares: Problemas de visão e alergia à cor verde.
Caso os localize ou tenha alguma informação, não contacte ninguém e certifique-se que nunca mais apareçam.
Queríamos bater um máximo na história da nossa participação nos campeonatos nacionais de futebol: o 12.º jogo seguido a vencer.
Estivemos invictos enquanto se disputaram as onze primeiras rondas. Sob o comando de Rúben Amorim.
Hoje, em Alvalade contra o Santa Clara, houve alguns recordes batidos, sim. Mas negativos. Deixámos de ser a única equipa invencível da temporada em competições internas. Perdemos em casa frente à turma açoriana - nunca tinha acontecido. Registámos a primeira derrota no Estádio José Alvalade após 31 desafios consecutivos no campeonato. Chegamos ao fim de uma partida da Liga sem marcar um golo depois de 53 jogos a metê-la lá dentro. E sofremos a segunda derrota seguida, algo que não acontecia desde Novembro de 2022.
O que mudou?
A equipa é a mesma. Mas perdemos o treinador, agora no Manchester United. E ainda não encontrámos outro.
Esta noite, às 20.30, vamos receber o Santa Clara. Com uma ambição assumida: queremos manter e consolidar o comando isolado da Liga 2024/2025. E atingir um máximo histórico no registo leonino: doze jogos seguidos do campeonato sempre a vencer.
Logo se verá. Por enquanto, aguardo os vossos prognósticos para o desfecho deste desafio - com resultado e nomes dos marcadores.
Edmundo Gonçalves: «O Vitória de Setúbal veio hoje a Alvalade para não perder e não fez rigorosamente nada para tentar ganhar. Na gíria, atravessou o autocarro. E é pena; tenho boas memórias de grandes jogos do Vitória em Alvalade, onde vinha jogar o jogo pelo jogo, tentando claramente ganhá-lo. Hoje, porém, foi um arremedo de uma equipa. A queimar tempo desde o apito inicial do arbitro. Teve o castigo merecido! foram 3, mas poderiam ter sido 6, 7, ou mais.»
José da Xã: «Contas feitas faltam "apenas" 10 remates certeiros para Montero ultrapassar a marca conseguida na época passada. Um duelo interessante, não acham?»
Luciano Amaral: «No primeiro golo do Sporting há dois toques decisivos, mas não são do William Carvalho: são o centro do Jefferson e o remate do Slimani para dentro da rede. O "caso" é ridículo: em que é que dois toques de centímetros num livre a dezenas de metros da baliza são um grande benefício? Se fosse só um toque até podia ser melhor, sabe-se lá. Se o livre fosse repetido, até podia ser mais perigoso. Os dois toques do William podiam ser mais uma jogada como tantas outras que acabaram em nada ou acabaram no poste, na trave ou na bancada. Aliás, nada daquilo parecia muito promissor. Valeu o "instinto matador" do Slimani. Já agora: e o fora-de-jogo mal assinalado ao Slimani? E a gravata ao Montero? Bem, tantas histórias que havia para contar.»
Eu: «Mandou estacionar o autocarro no reduto defensivo, com manifesto insucesso. Foi incapaz de ver a sua equipa rematar uma só vez à baliza. Levou um banho de bola durante 95 minutos. No fim, diz que a culpa foi do árbitro.»
«Tenho Hugo Viana em boa conta. O seu profissionalismo é à prova de bala. Não duvido também do seu sportinguismo. Alguém que tão bem tem feito ao Sporting e que dá mostras de reconhecer o que o clube fez por ele certamente que irá fazer tudo ao seu alcance para que se continue a ter sucesso. Não me preocupa de todo a forma como este dossiê está a ser gerido, antes pelo contrário, é de enaltecer a transparência em todo o processo.»
Foi isto que aconteceu, um jogo de futebol em pavilhão, com o Sporting a conseguir o resultado que lhe interessava.
Esta é uma foto antiga (tem cerca de 40 anos). Um tempo em que o futsal se chamava futebol de salão, era jogado em campos de cimento com tabelas do mesmo material. Um jogo mais físico, menos habilidoso, mais suado e sangrado, muitas vezes.
Não havia mulheres a assistirem (eram raras) o futsal era masculino, para homens de barba rija, as mulheres, as nossas mães, tinham de ficar, dignamente, em casa, na coZinha a coZinharem ou na sala de costura a coserem a roupa. Bons tempos, eh, eh, eh, estou a brincar, a ser irónico, obviamente.
Felizmente nas bancadas, hoje, estiveram mulheres, mães, a gritar, a apoiar, a festejar.
O futebol, o futsal, o desporto é de todas, de todas as pessoas.
Gostei muito de ver o Estádio José Alvalade com 47 mil espectadores, como é próprio das noites grandes de futebol, na recepção ao Arsenal, há três dias. Casa cheia e sem nunca faltar o incentivo ao nosso onze nem ao novo técnico, João Pereira, nesta sua estreia internacional à frente da principal equipa de futebol do Sporting.
Gostei do golo marcado por Gonçalo Inácio ao vice-campeão inglês. Aconteceu no minuto 47 deste Sporting.Arsenal: este primeiro quarto de hora da segunda parte foi o único período positivo da nossa equipa em todo o jogo. O golo, na sequência de um canto apontado por Trincão, permitiu-nos sonhar com uma reviravolta após termos chegado ao intervalo a perder 0-3. Infelizmente foi esforço sem sequência. Aos 65'' sofremos o quarto, que nos despertou os olhos para a realidade: iríamos perder por goleada - a nossa primeira derrota nesta campanha da Liga dos Campeões, em que Ruben Amorim nos deixou invictos. Cenário previsível - e que infelizmente aconteceu.
Gostei pouco da estreia do João Simões, agora um dos dez jogadores portugueses mais jovens de sempre a disputar a Liga dos Camões. Cumpriu um sonho com apenas 17 anos - esta foi a parte positiva. De negativo, entrar só aos 88', quando já perdíamos por 1-5, e mal dispôs de tempo para tocar na bola. Certamente o jovem médio teria preferido um baptismo na Champions muito diferente, em maré de vitória.
Não gostei que o nosso primeiro remate enquadrado tivesse ocorrido apenas aos 47', por Morita, quando já perdíamos por 0-3. Pior foi termos sofrido mais dois, numa quase antítese da goleada que havíamos imposto três semanas antes ao Manchester City, também no José Alvalade. Consequência directa do onze escolhido por João Pereira, com um inoperante Edwards como interior esquerdo sem a capacidade de penetração entre linhas característica do lesionado Pedro Gonçalves. Na prática, não apenas entrámos só com dez de início como rasgámos uma avenida no nosso flanco esquerdo para que o melhor jogador do Arsenal, Saka, pudesse impor o seu futebol como dono e senhor. Edwards não fechava à frente, Maxi Araújo era batido em sucessivos confrontos individuais, Gonçalo Inácio revelou uma tremideira inexplicável como central à esquerda. Enquanto Morita se via forçado a desguarnecer o meio-campo para acorrer às dobras laterais e recuar em apoio da defesa vezes sem conta, deixando Morten isolado. O capitão dinamarquês, apesar disso, foi o melhor do nosso lado: quase marcou aos 73' e aos 90'+2, com Raya a negar-lhe os golos com grandes defesas. Lá atrás as coisas não foram mais bem-sucedidas. Diomande, de cabeça perdida, deixou-se amarelar logo aos 3' e pode considerar-se um homem cheio de sorte: devia ter visto o segundo cartão em duas ocasiões posteriores, nomeadamente quando provocou um penálti, aos 63'. Também Israel esteve muito longe de se mostrar à altura do que lhe era exigido: teve culpas em pelo menos três dos golos que encaixou, aos 7', 21', 45'+1, 65' e 82'. Só neste jogo sofremos tantos como nas sete partidas anteriores. Na primeira derrota em casa desde Outubro de 2023, quando perdemos com a Atalanta, 32 jogos antes deste. Já quase não nos lembrávamos de um desaire assim em Alvalade.
Não gostei nada desta estreia em provas da UEFA de João Pereira como sucessor de Ruben Amorim ao comando da equipa principal do Sporting. Pior do que a derrota foi a inexplicável passividade de toda a equipa técnica no banco, o facto de não terem mexido no onze após o intervalo, quando já perdíamos por 0-3, e de só aos 68' decidirem fazer as primeiras trocas que há muito se impunham, com Daniel Bragança a render o inoperante Edwards e Geny a substituir um errante Maxi Araújo. Pior ainda só as declarações do técnico após o jogo, aludindo a «erros da casting» que ninguém parece ter compreendido, começando por ele próprio, e sublinhando a necessidade de ver a equipa «levantar a cabeça». Frase sem sentido: faz lembrar outros tempos, felizmente bem longe dos actuais.
Eu: «Vejo alguns benfiquistas muito indignados com o "rigor disciplinar" dos árbitros nas competições europeias. É caso para isso: tiveram três jogadores expulsos em apenas cinco jogos na série C da Liga dos Campeões. Inversamente, devem estar muito gratos aos árbitros portugueses. Que deixam sempre impunes alguns jogadores encarnados, bem conhecidos em muitos estádios portugueses pelas faltas sucessivas que praticam sem receberem a menor sanção disciplinar. O melhor para eles é mesmo jogar só nas competições domésticas. Como aliás sucederá até ao fim desta temporada.»
«Se o Hugo [Viana] for substituido pelo nosso Presidente na função de director-desportivo, na minha opinião ficamos muito bem entregues também porque a sua obra e os títulos falam por si, porque o nosso Presidente já tem muitos anos de futebol profissional e alta-competição, tem formação superior e salvo erro [também] tem o curso de treinador de futebol.»
Gyökeres 24 (Rio Ave, Nacional, Nacional, Farense, Farense, Farense, FC Porto, Arouca, Lille, AVS, AVS, Casa Pia, Sturm Graz, Famalicão, Nacional, Nacional, Estrela da Amadora, Estrela da Amadora, Estrela da Amadora, Estrela da Amadora, Manchester City, Manchester City, Manchester City, Amarante)
«Será uma perda grande mas não será uma perda irreparável. Ao contrario do que tenho lido, o clube não vai fechar portas nem vai acabar por causa disso. É obvio que todos lamentam a possível perda de um dos melhores treinadores de sempre do SCP. Mas a vida continua. Eterno só o leão da nossa camisola.»
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Arsenal (1-5), da Liga dos Campeões, por quatro diários desportivos:
Morten: 22
Trincão: 19
Morita: 18
Gyökeres: 17
Quenda: 17
Gonçalo Inácio: 16
Harder: 15
Edwards: 15
Daniel Bragança: 14
Geny: 14
Israel: 14
St. Juste: 14
Maxi Araújo: 13
Diomande: 12
João Simões: 1
Matheus Reis: 1
O Record e O Jogo elegeram Morten como melhor em campo. A Bola optou por Trincão. O ZeroZero escolheu Morita.
* João Simões e Matheus Reis estiveram em campo cerca de 4 minutos, mesmo no fim, e quase nem tocaram na bola. O Record, mesmo assim, teimou em atribuir-lhes classificação - como se tivessem jogado a sério. Opção ridícula: nenhum outro jornal fez o mesmo.
Luciano Amaral: «Vendo bem, o Sporting é a única equipa portuguesa que continua a poder ficar na Champions. O Porto não vale, porque anda desde o princípio a jogar com equipas da Liga Europa.»
Acredito que o plano do Sporting Clube de Portugal fosse empatar os colossos ingleses.
Um empate com o City, outro com o Arsenal seria óptimo.
Foi mais do que óptimo.
Em vez dos dois pontos planeados, conquistámos três.
Agora é focarmo-nos no campeonato e no jogo com o Santa Clara.
Dois dos golos do Arsenal foram antecedidos de faltas sobre Viktor e Morten? Claro que foram. O penalty é anedótico? É. Vale a pena estar a falar sobre isso? Claro que não.
Focados no próximo desafio.
Passe a passe, sem ter medo, abrimos, jogamos o nosso segredo e a sorrir conquistarmos o mundo num abraço tão profundo.
Com a devida vénia ao filme Filadélfia, e com a devida adaptação, façamos, por instantes, o seguinte exercício:
Uma companhia aérea tem, na sua frota, um avião que custou a módica quantia de € 383,5M e é considerado o seu melhor ativo dos últimos 70 anos. A que piloto é que a companhia confiará a pilotagem de um avião daquele calibre: a um piloto com algumas horas de voo de prática, embora sem qualquer experiência de voo real em viagens de longo curso, mas, lá está, o formador vê nele muito potencial e acredita, sem qualquer hesitação, que daqui a cinco anos estará a pilotar numa das 4 ou 5 maiores companhias aéreas do mundo, ou, antes, a um piloto com milhares de horas de voo, com experiência de voo real em longas viagens e provas dadas de ter mãos para aviões daquele tipo?
Saído da primeira sessão de fisioterapia, tenho a dizer-vos: Somos uns abençoados! Não é para todos sermos atropelados por um comboio e continuarmos vivos. Amassados, totalmente, mas vivos.
Uma sobrevivência que se afirma, talvez, porque no íntimo de cada leão haja a convicção de que não soubemos, por culpa própria, sair da linha que o Arsenal nos impôs - durante toda a primeira parte testemunhei-a do meu lugar no estádio, alinhado que estou com o limite da grande área: uma cerca inglesa apoiada numa linha de 4, coesa, agressiva, intensa, sempre capaz de destruir-nos e aos nossos tíbios ensejos ou fragilíssimos laivos de vontade de sair a jogar.
Uma desgraça tanto maior quando a intensidade dos bifes, que nos fizeram em picado, foi proporcional à moleza, displiscência e descrença leoninas. Na primeira parte jogámos sem personalidade e sem atitude. E isso para mim é o mais incompreensível.
Concordo com quem defende que o Marcus Sornas Edwards é vezes de mais um jogador a menos, que Matheus Reis deveria ter jogado de início, que Catamo devia ter entrado mais cedo, mas, repito, para mim foi a atitude da equipa que nos tramou. Incapazes de responder ao fortíssimo Arsenal - diga-se - que cedo nos encostou às cordas, intimidámo-nos, amedontrámo-nos. E com medo nunca se ganha.
Leio e oiço que João Pereira é líder, competitivo, exigente e que muito sabe de táctica e estratégia. De futebol, em suma. Ora sabendo que os nossos jogadores já deram provas que bastem de que também eles são vencedores, ganhadores e campeões; sábado lá estarei, seguro que daremos a resposta que se impõe, ganhando ao Santa Clara. Pondo na linha os espíritos mais derrotistas e descrentes na força deste Sporting.
Assobiam-me aqui ao lado que o Ruben também perdeu no jogo de estreia na Europa com uma derrota volumosa e que na estreia na Liga dos Campeões levou com o mesmo resultado de hoje, com o Ajax aqui em Alvalade.
Se a consequência for o João igualar a performance de Amorim, fico-me já por aqui, mas...
Comparando os dois jogos (os primeiros de cada um), a seu favor o ex-treinador tem que, comparado com o de hoje, o plantel era de terceiro mundo. Mas também o adversário. As coisas estariam equilibradas, portanto.
Contra si, o João tem o factor de ter hoje um plantel à sua disposição que goleou o tetra campeão inglês há pouco mais de quinze dias e incomparavelmente com mais qualidade. Mas defrontou uma equipa muito superior ao Lask qualquer coisa. Eu acho é que aqui o equilíbrio não é tão visível.
E aí residirá o busílis. É que a gente já está habituados a ganhar por cinco, não a perder por cinco e parece-me que o João ainda não tem unhas para tocar esta guitarra. Ainda. Não se pede que seja um Paredes, um Chaínho seria excelente. Estaremos cá para ver.
Por hoje não se mostrou grande tocador do instrumento. Disse na CI que tinha estudado o adversário, mas quem descuida a defesa nas laterais, prescindindo de Matheus Reis em detrimento de um Edwards que nem terá necessitado de tomar banho e que se esqueceu do desiquilibrador Catamo, corre o risco de não passar no exame. E a consequência de jogar sem laterais, foi fazer com que os três centrais andassem toda a primeira parte aos papeis, com destaque para Inácio, que para além de fazer um ror de passes errados, ofereceu dois golos aos arsenalistas. Redimiu-se depois com o único que marcámos, mas o mal já estava feito.
A coisa correu tão mal que até o capitão esteve a leste, ou no Pólo Norte, de tão fria que foi a sua prestação.
A perder por três ao intervalo, não se percebeu porque continuava Harder no banco e Edwards em campo, mas o João deverá saber.
Em resumo, o João, com uma equipa incomparavelmente superior à que jogou o primeiro jogo internacional de Ruben, perdeu com uma equipa incomparavelmente superior ao adversário que derrotou Ruben. Não seria traumático se os rapazes tivessem jogado bem e tivessem tido o azar de perder, mas eles estiveram francamente mal. Eu quero pensar que hoje não passou de um dia mau de todos eles e que o João vai ter umas aulas no Conservatório.
E quero pensar que eles, os jogadores, ultrapassarão isto rapidamente e demonstrarão já no próximo jogo que tudo não passou de uma noite má.
Afinal o objectivo "Champions" mantem-se intacto, o primeiro lugar na Liga não foi violado, a permanência na Taça de Portugal está conseguida.
Só peço encarecidamente ao João que não volte a utilizar "aquela frase batida", parafraseando o nosso consócio Sérgio, de "agora é levantar a cabeça". Por duas razões: Ninguém bateu com a cabeça no chão, apesar do enorme melão e não quero que nos tempos mais próximos tenha razão para o dizer.
Agora é lamber as feridas e voltar à caça. Assim procede o Leão.