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És a nossa Fé!

2024/2025: marcadores dos nossos golos

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Gyökeres 16 (Rio Ave, Nacional, Nacional, Farense, Farense, Farense, FC Porto, Arouca, Lille, AVS, AVS, Casa Pia, Sturm Graz, Famalicão, Nacional, Nacional)

Pedro Gonçalves 5 (FC Porto, Rio Ave, Rio Ave, Nacional, Arouca)

Daniel Bragança 4 (Nacional, Estoril, PSV, Casa Pia)

Trincão 3 (Nacional, Nacional, Arouca)

Harder 3 (AVS, Portimonense, Portimonense)

Geny 2 (FC Porto, Estoril)

Gonçalo Inácio 2 (FC Porto, Famalicão)

Quenda 2 (FC Porto, Famalicão)

Edwards 1 (Farense)

Debast 1 (Lille)

Morita 1 (Estoril)

Nuno Santos 1 (Sturm Graz)

Morten 1 (Nacional)

Lucas Áfrico 1 (Farense, na própria baliza)

As 5 fases do luto

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Da página do modelo na Wikipedia.

Segundo o modelo de Kübler-Ross, aqueles que experimentam um sentimento de perda imensa depois dum evento traumático passam por 5 fases emocionais, descritas como recusa, raiva, negociação, depressão e aceitação. O percurso pode ser progressivo ou com recuos e avanços ao longo do tempo. No final teremos uma nova vida ou uma crise sem fim.

Trata-se dum modelo que surgiu na área da medicina, mas que foi já utilizado noutros domínios, por exemplo na gestão dos recursos humanos, como nos processos de despedimento massivo. Penso que houve um em França que correu muito mal há uns anos, suicídios incluídos.

Para não irmos para outras situações (por exemplo para as cheias de Valência), imaginem que destroem o vosso muito estimado automóvel topo de alguma gama amanhã num acidente algures. 

Numa primeira fase não acreditamos no que aconteceu. Não pode ser. Não estou a ver bem. Não é possível.

Na segunda vem a raiva. Porquê eu? Que mal fiz eu? Quem foi o culpado? Quem foram os malditos? Qual foi a conspiração?

Na terceira vem a negociação. Bom, foi apenas o carro. Não sofri nada. O outro teve tanta culpa quanto eu, a estrada também. Até tenho seguro contra todos os riscos.  Com o que me dão posso comprar outro. Até lá, tenho o carro do seguro. 

Na quarta vem a depressão. Não me apetece sair. Não me apetece conduzir. Tenho medo dos carros. Não quero saber de carros, vou andar de transportes públicos.

Na quinta vem a aceitação. Acidentes todos têm. Já comprei carro novo. Até é melhor que o outro, mais seguro também.

 

Isto tudo para falar da saída de Amorim neste momento da época, com a equipa invicta na Liga e no andar de cima da Champions. Um tremendo choque para todos.

Para mim também. Tenho sido um feroz apoiante dele desde o primeiro dia, aquele da manifestação anti-Varandas nas portas de Alvalade e duma vitória frente ao Desp. Aves, estranha pelas expulsões mas com alguns sinais prometedores. Um tremendo choque.

E como estou eu no meu ciclo de luto?

Bom, pela primeira fase passei num minuto. Dúvida nenhuma que uma proposta do gigante Man. United neste momento era irrecusável. Que ele lá iria estar desse por onde desse.

Pela segunda demorei mais. Vieram à baila o bicampeonato, as abordagens aos jogadores, o compromisso de todos, e... o abandono. Ou mesmo a traição.

Depois veio a terceira, essa também pouco demorou. O Sporting de Amorim, o Sporting sem Amorim, o Sporting que Amorim encontrou quando chegou, o Sporting que Amorim deixa quando sair, o trajecto de João Pereira, o capitão Hjulmand, o espírito de equipa, o ADN de leão, enfim, muita coisa. 

Mas veio depois a depressão. Mas e agora? Sem ele como vai ser? Lixámos o campeonato, vamos cair a pique, os lampiões e os morcões já estão em fase crescente, agora que o Vieira derrete o "principezinho" e o Pinto da Costa com a mão no caixão dá cabo do fidalgo Villas-Boas e o Conceição do "traidor" Bruno é o carma, é a sina do Sporting, o clube do quase. Sempre há qualquer coisa quando está tudo a correr bem. Não ir a Alvalade. Não ver na TV. O quê??? Impossível.

 

Mas logo depois veio a aceitação. Obrigado por tudo, Amorim, e passa bem que nós também. Não penses que sais a fugir rumo a Tires apanhar o jacto. És um profissional e um homem quer queiras quer não. Ganhas os dois jogos da Liga, passas a pasta ao João Pereira, até porque não vais deixar ninguem que o faça, e depois vais à tua vida. Com grande aplauso pelo teu trabalho mas sem homenagens "póstumas" porque, independentemente de tudo o resto, a última palavra para a saída foi tua e sabes bem o rombo que causaste no projecto do bicampeonato.

E pronto. Este é o meu percurso no ciclo de luto. 

Cada Sportinguista terá o seu.

Mas não queiramos ser como as almas-penadas brunistas da tasca que ainda vivem na raiva pela queda do querido lider. 

SL

Nós por cá

Registadas 14.780 visualizações, só nas últimas 48 horas, no És a Nossa Fé

Assim se confirma a popularidade do nosso blogue. Que também é vosso.

Nós, há dez anos

 

Francisco Melo: «Muitos de nós estaremos recordados que no princípio de 2011, nas eleições para a presidência do Sporting que opuseram Godinho Lopes e Bruno de Carvalho, Van Basten era a aposta forte do actual presidente do Sporting para timoneiro da equipa leonina. As eleições tiveram o desfecho que todos sabem e poucos anos mais tarde, quando Bruno de Carvalho teve a oportunidade de liderar os destinos do Sporting, a sua aposta para técnico leonino acabou por recair em Leonardo Jardim, com o mérito que se sabe, e, mais recentemente, em Marco Silva, cujo trabalho tem sido bastante elogiado. (...) Se houve algum mérito associado à não eleição de Bruno de Carvalho em 2011, foi o facto de o actual presidente do Sporting não se ter queimado com um treinador que nunca conseguiu singrar naquele ofício, possibilitando-lhe, poucos anos depois, a escolha de outros treinadores com provas dadas nas equipas que treinaram e, factor não despiciendo, com um importante conhecimento do futebol português.»

A voz do leitor

«Tal como todos também estou muito preocupado com a possível saída do Amorim. Seria muito mau sair assim de repente a meio de uma época que poderia ser histórica. O que não entendo é o desespero de tantos Sportinguistas, como se o clube deixasse de ter sequer hipótese de ganhar o que quer que seja daqui para a frente. Outra reacção incompreensível é reagir insultando o Presidente e o próprio Amorim. Acredito que o Presidente tudo fará para manter Amorim mas se os ingleses baterem a cláusula e [ele] aceitar o projecto, que poderá ser feito para impedir? Se Amorim sair, óbvio que ficarei muito desiludido, mas desde quando os clubes portugueses podem competir com os valores praticados e projectos da grandeza de clubes como United, City, etc.?»

 

Ricardo Bruno Cabral Barbosa, neste texto do Edmundo Gonçalves

 

Os melhores prognósticos

Cinco vencedores: nada menos do que isto. Todos acertaram na vitória do Sporting em Famalicão por 3-0. Com Gyökeres a marcar um dos três golos.

Parabéns ao quinteto - duas senhoras e três cavalheiros. Aqui ficam os nomes, por ordem alfabética: Edmundo Gonçalves, Jorge Luís, Leoa 6000, Maria Sporting e Paulo Batista.

Quem não acertou, paciência. Vá tentando, pode ser que tenha algum sucesso nas próximas rondas.

Pódio: Gyökeres, Morten, Trincão

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Nacional, da Taça da Liga, por quatro diários desportivos:

 

Gyökeres: 26

Morten: 25

Trincão: 23

Harder: 22

Morita: 22

Maxi Araújo: 21

Geny: 21

Vladan: 21

Matheus Reis: 20

Debast: 19

Fresneda: 19

Gonçalo Inácio: 19

Esgaio: 19

Quenda: 18

Edwards; 17

St. Juste: 12

 

Todos os jornais elegeram Gyökeres como melhor em campo.

Sobre Ruben Amorim

Independentemente da decisão que Rúben Amorim venha a tomar - ficarei contente se ficar, respeitarei se sair - há aqui uma questão acima disto tudo que não se percebe como é que não é regulada pela FIFA/UEFA.

Só há dois períodos de transferências para jogadores numa época, que na Europa é o período de Verão e depois o mês de Janeiro. E muito bem, senão o mundo do futebol era uma selva, por exemplo o Sporting estava em risco constante de um clube rico vir cá e levar jogadores importantes de um dia para o outro, o que causava um efeito dominó, porque depois o Sporting iria a outros clubes buscar jogadores para suprir essas saídas.

Se a saída de um jogador importante causa transtorno a um clube, imagine-se então este caso do Rúben Amorim, em que um clube rico irresponsável com muito dinheiro para derreter pode cá vir a qualquer altura do ano, bater a cláusula e deixar o Sporting sem treinador, literalmente de um dia para o outro.

Ou seja, parece-me evidente que também devia haver restrições ao período de transferência de treinadores e elementos da equipa técnica, semelhante às dos jogadores.

Se o Man. United quisesse contratar alguém, que fosse ver na lista de treinadores desempregados, que deve ter bastantes opções, em vez de vir atrás do treinador da moda.

Quente & frio

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Morten e Gyökeres: golos nórdicos na vitória por 3-1 para a Taça da Liga contra o Nacional

Foto: EPA / Rodrigo Antunes

 

Gostei muito de ver ontem Gyökeres marcar mais dois golos, em Alvalade, perante mais de 32 mil adeptos nas bancadas. Mas um deles não foi um golo qualquer: refiro-me ao segundo (terceiro do Sporting neste desafio da Taça da Liga), marcado de livre directo. Por este simples motivo: há quase quatro anos que não marcávamos desta maneira, desde um inesquecível tiro de Pedro Porro contra o Famalicão em Dezembro de 2020. Foi quebrado o enguiço pelo ponta-de-lança sueco, aos 70', nesta recepção ao Nacional. Cinco minutos antes, já ele tinha marcado, mas de penálti. É um dos melhores avançados que desde sempre envergaram a camisola com o símbolo do Leão: leva 16 golos marcados em 15 jogos desta temporada, mais quatro assistências. Também melhor em campo, claro.

 

Gostei da vitória por 3-1, naturalmente. Iniciada com um golo de Morten, aos 53': remate cruzado por baixo, sem hipótese de defesa para Lucas França. Seguimos para a final-a-quatro na Taça da Liga: mantemo-nos em todas as frentes. Vitória obtida só no segundo tempo, após o empate a zero registado ao intervalo, com a turma visitante a estacionar o autocarro junto à sua baliza (parece sina, enfrentarmos equipas com semelhante "táctica", o que diz tudo sobre a falta de qualidade do futebol português) e o guarda-redes do Nacional a queimar todo o tempo possível em cada reposição de bola, o que lhe valeu um cartão amarelo ainda na primeira parte. Objectivo cumprido nesta prova, para já. Mas o que mais interessa é o campeonato, onde permanecemos invictos à nona jornada. Segue-se a recepção ao Estrela, depois de amanhã.

 

Gostei pouco de certas exibições no onze inicial. Fresneda, em estreia como ala esquerdo, esteve totalmente desposicionado, quase sem acertar um centro, tarda em mostrar por que motivo foi contratado. Edwards, de regresso a titular como ponta direito, evidenciou os defeitos que já lhe conhecíamos: alheia-se dos lances, foge da disputa da bola, integra-se com dificuldade no colectivo. Sem surpresa, foram ambos substituídos ao intervalo. E a equipa parecia outra: Trincão muito melhor do que o  inglês, Gyökeres incomparavelmente superior ao espanhol (Harder foi remetido à posição de Fresneda com a entrada do sueco para avançado-centro).

 

Não gostei de ver o onze sem Nuno Santos. Acentuou-se a minha convicção de que o extremo agora lesionado irá fazer-nos muita falta. Matheus Reis (que até quase marcou aos 3') tem mais propensão defensiva, Maxi Araújo ainda não ultrapassou o patamar da vulgaridade no Sporting e Geny é muito mais acutilante quando actua do lado direito, agora com Quenda a fazer-lhe concorrência. Fresneda, à esquerda, não é opção. Problema complicado para o técnico resolver. Já não será Rúben Amorim, ao que tudo indica.

 

Não gostei nada do ambiente frio no estádio. Estava uma atmosfera estranha, que abrangia o banco leonino e contagiava a própria equipa, a quem faltou desenvoltura e alegria. Havia a noção generalizada de que este talvez fosse o último jogo do Sporting sob o comando de Rúben Amorim após quase quatro anos e oito meses. Espécie de despedida antecipada, com o pano prestes a cair. Pairava ali uma aura de tristeza que noutro contexto talvez deixasse alguém perplexo. Mas todos percebemos o motivo: um ciclo muito feliz está prestes a chegar ao fim.

E se corre bem?

Provavelmente o jogo de ontem terá sido o último de Rúben Amorim ao comando da equipa de futebol do Sporting.

Sendo assim, foram quatro anos e meio dum trabalho de excelência a todos os níveis, nos títulos alcançados, na qualidade de jogo obtida, na valorização dos jogadores, na capacidade de liderança, enfim, em tudo mesmo.

De longe (de muito longe) o melhor treinador que passou pelo Sporting na minha existência como adepto de bancada. Transformou completamente o que era o futebol do Sporting, colocou-o ao nível que as classificações actuais da Liga e da Champions demonstram.

Essa mesma excelência está na origem da saída. Um dos maiores clubes do mundo, da pátria do futebol, com uma história incrível, uma base de adeptos fiel e apaixonada e uma capacidade financeira tremenda, aposta nele agora e já, para fazer o mesmo no Man.United que fez no Sporting. Com a ajuda do Bruno Fernandes e do Ugarte, mais o Dalot e o Lindeloff (terá sido ainda seu jogador enquanto júnior?) não tenho a menor dúvida de que o vai conseguir. Aceitam-se apostas sobre o número de jogos que fará até o seu nome ser cantado nas bancadas de Old Trafford.

Como não tenho a menor dúvida que não é desta forma que Rúben Amorim deveria sair do Sporting, deixando tristes e "descalços" jogadores, sócios e adeptos, a começar por aqueles que ontem, como eu, o aplaudiram ontem em Alvalade. Ele tem consciência disso, a conferência de imprensa de ontem demonstrou o seu incómodo, que terá sido agravado pela reacção negativa do plantel. De qualquer forma o aplauso ficará, um aplauso de reconhecimento e gratidão, mas a estátua não existirá. Essa fica para o Manuel Fernandes.

O Sporting Clube de Portugal está acima de qualquer treinador que o sirva. E a SAD estava a preparar-se para o dia de saída de Rúben Amorim.

João Pereira está há três anos a ser formado para o efeito, nos cursos de treinador e na prática das equipas sub23 e B. Todos conhecem o que foi como jogador, formado no Benfica, passou como sénior também por Gil Vicente, Braga, Sporting, Valência, Hannover e Trabzonspor, mas muito poucos o conhecem como treinador, desde logo porque não pode assumir o lugar de treinador principal. Muita coisa em comum com Rúben Amorim enquanto jogador: partilharam balneário e tiveram por vezes os mesmos treinadores, passaram pelas selecções jovens, foram internacionais A.

A informação que tenho é de alguém com uma postura cordata, diferente daquele jogador que recordamos e muito bem aceite pelos jogadores, mas pouco mais.

No fundo, João Pereira é alguém que nasceu Sportinguista. Olho para ele não como um Silas mas como um misto de Paulo Bento e de Rúben Amorim, discípulo de Amorim em termos do modelo de jogo. É uma aposta pessoal de alto risco do presidente Frederico Varandas, como foi a do próprio Rúben Amorim.

Desde vez não teve de ir a Braga aturar o "trolha" e não tem de gramar com a conversa do IVA.

E se corre bem?

SL

O dia seguinte

O jogo de ontem em Alvalade foi tranquilo e triste como uma tarde de outono. A tristeza todos sabemos porquê, mas falo disso noutro post.

O Nacional estacionou o autocarro, com o guarda-redes a queimar tempo de todas as formas possíveis. O Sporting foi rodando a bola e tentando entrar pelas portas e janelas, no caso em tabelinhas pelo centro e em incursões pelas duas alas. As oportunidades de remate foram-se sucedendo mas sempre existia um adversário na trajectória da bola.

Além disso, Fresneda e Maxi na esquerda estiveram bem longe do rendimento de Catamo e Edwards na direita, e na frente não era o dia de Harder. O 0-0 ao intervalo castigava a falta de entrosamento desta linha avançada, com Fresneda claramente fora do seu lugar, e um golo fortuito do Nacional como aquele que iria acontecer mais à frente tornaria tudo complicado.

 

Com as entradas dos titulares Gyökeres, Debast e Trincão tudo mudou, Maxi foi para o seu lugar, e a linha avançada Catamo/Quenda-Trincão-Gyokeres-Harder-Maxi foi castigando o Nacional. O resultado final de 3-1 foi escasso para o domínio do jogo e as oportunidades criadas.

Assim todos os objectivos foram cumpridos, o Sporting está na final four da Taça da Liga, ninguém se aleijou, alguns menos utilizados e/ou vindos de lesão tiveram minutos, a exibição foi agradável e aplaudida por mais de 30 mil adeptos, incluindo muitos das claques que oficialmente quiseram estar ausentes, mais uma vez deixaram o seu clube para segundo plano em detrimento dos seus objectivos "políticos". 

 

Melhor em campo? Gyökeres, pelo grande golo de livre directo.

Arbitragem? Fraquinha, fraquinha, fraquinha, ninguem percebeu o critério dele. Ainda não revi o jogo na TV, não tenho opinião sobre os lances de possível penálti que ocorreram longe do meu lugar, mas aquele abraço ao Trincão na área se não é falta não sei o que é. Se calhar dava um bom árbitro de andebol, mas para futebol...

E agora? Estrela da Amadora, sexta-feira em Alvalade. Para ganhar, obviamente, e seguir na liderança da Liga.

SL

A voz do leitor

«Se pudesse, só diria uma frase ao RA [Rúben Amorim] para reflexão relativamente à ida para Manchester: "E se corre mal?" Neste momento os adeptos e mesmo a direcção do Man. Utd. não serão pacientes e uma curta estadia em Manchester pode ser lucrativa mas, na minha opinião, poderá ter consequências na carreira. Mas se há treinador que consegue lidar com aqueles egos no balneário do United, penso que RA é um deles.»

 

Marco André Fernandes, neste texto do Rui Cerdeira Branco

Ninguém fica bem

A saída de Amorim para o United não aproveita a ninguém. O United não ganha um treinador de estofo mundial, que é o que precisava depois de muitos anos a marcar passo, mesmo tendo gasto rios de dinheiro. Ruben pode vir a ser um Special One, mas acredito que para este United só serviria um Ancelotti, Guardiola, Klopp ou Zidane. Amorim ganhará, literalmente, mais e terá pela frente o comando de um gigante adormecido, na melhor liga do mundo. Mas creio que não é o clube nem o momento para deixar Lisboa. Por fim, a parte que mais me interessa. O Sporting já sabia que ia perder Viana, que fará uma transição suave, agora perde o treinador, sem suavidade. Segue-se, provavelmente, João Pereira, que não entusiasma ninguém e faz vacilar a conquistar do bicampeonato. Daqui a um ano, como estarão estas três partes?

No Sporting não há misérias: obrigado Rúben Amorim e hoje há jogo!

Vamos admitir que Ruben Amorim deixa por estes dias de ser treinador principal do Sporting para ir treinar um daqueles clubes que temos no nosso ideário como um dos melhores da Europa. As primeiras palavras que a meu ver podemos ter para o mister é de agradecimento e saudade.

Se é verdade que tinha pouco currículo quando entrou também é verdade que aceitou um desafio que lhe podia ter atrasado a carreira, tudo para testar uma tese maluca em que muito poucos acreditavam. A tese de que era possível um treinador quase sem experiência formal, com fator emocional complicado (lampião) juntar-se a um clube destroçado, teso e habituado a trucidar treinadores para demonstrar que havia um caminho para a glória. E logo para uma glória que se confirmou bem mais do que uma aberração estatística. Foram anos que ninguém nos tira e que têm tudo para nos projetarem no futuro. Assim saibamos reagir a este desafio extra.

Obrigado Mister Ruben Amorim, obrigado por teres sido o protagonista principal de uma aventura de sucesso durante quatro anos e por deixares um plantel com uma qualidade, consistência, eficácia e profundidade como nunca tinha visto no Sporting (pelo menos desde que tenho memória).

Dito isto, vamos lá provar que é possível que o que todos os não sportinguistas querem que aconteça no resto da época não é uma inevitabilidade.

Temos o melhor plantel, lideramos e temos adpetos que até aprenderam a gostar de bom futebol.

Temos uma direção que tem vindo a evoluir, um clube que está robusto e recuperou estatuto e capacidade. Precisamos de um treinador, conscientes de que andamos a reescrever o que isso é na história do futebol. O que não deixa de ser curioso.

Temos garra de leão ou apenas lamúrias e fatalismos de galinha depenada? Vamos fazer de corno porque "saiu a meio da época" ou vamos recordar-nos que foi assim que entrou e que essas também são as regras do jogo e encarar o desafio com a naturalidade possível e foco imediato no procura de um novo caminho de sucesso?

O Sporting teria de ter sempre um dia depois de Ruben Amorim, todos preferiríamos uma transição ordenada, no final de uma época, mas os tempos do futebol não funcionam assim. Nós, com o nosso historial, somos os últimos a poder estar com queixumes sobre isso.

O desafio agora é provar que estamos mesmo diferentes para melhor, que conseguimos aguentar este brutal abanão sem regredirmos para a vidinha que levávamos há quatro anos e demasiados anos antes disso. Isto também se aplica aos adeptos. Nada se consegue com neurose e histeria. A emoção tem de ser condimentada com o tempero certo de serenidade, em especial, nas horas mais desafiantes.

Com soluços ou sem eles, com pontaria à primeira ou à terceira, é fundamental mantermos o foco e irmos à luta desde o primeiro segundo, sem tempos para recriminações, para rasgar de vestes, sem tempo para infantilidades. É possível ser emotivo sem fazer birra. É até possível deixar de fazer birras por completo e mantermo-nos exigentes e empenhados.

É cerrar os dentes, usar a emoção e a dificuldade como motivação extra e tentar superar tudo e todos para também nós sermos ainda maiores. Só assim conseguiremos que, a cada dia, seja cada vez mais difícil vir aqui "roubar" treinadores a meio da época, porque também nós queremos ser como os maiores da Europa.

Jogo a jogo, barreira a barreira. A fórmula secreta já a conhecemos, é sermos fieis a ela: só com esforço, devoção e dedicação se alcança a glória.

Tenhamos cabecinha!

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{ Blogue fundado em 2012. }

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