Nos 22 destaques feitos pelo SAPO em Agosto para assinalar os dez blogues mais comentados nesta plataforma, És a Nossa Férecebeu 22 menções. Voltando a fazer o pleno.
Além disso, figurámos 16 vezes no pódio dos mais comentados - este mês com quatro "medalhas de ouro", oito de "prata" e quatro de "bronze".
Recorde-se que os textos publicados ao fim-de-semana são agregados aos de sexta-feira para este efeito, o que leva o número de destaques a ser inferior ao número de dias.
Esta noite não estou cá, quando o Gyokeres bate, pior do que eu não há.
Não queiras saber de mim, porque eu estou que não me entendo, sou o melhor do mundo mas hoje não me recomendo.
Agora vou para a selecção e já passa mas quando jogo com o Sporting perco toda a graça.
Podia ser este o desabafo de Diogo Costa (obrigado Carlos Tê) o melhor guarda-redes e o melhor defensor de penalties do mundo; nos últimos dois jogos com o Sporting, Diogo sofreu cinco golos, para melhor do mundo não está mal.
Quanto aos outros jogos da jornada 4 estão na tabela, excepto o Vitória SC 2, Famalicão 1, os famalicenses perderam pontos pela primeira vez e deixaram o Sporting isolado no topo da classificação com uma dúzia de pontos em quatro jornadas.
Gostaria de realçar a primeira vitória do Casa Pia no jogo com o Amadora/Sintrense e mais um golo de Clayton (é pena não ser norueguês) a carimbar a vitória do Rio Ave.
Já falei noutro texto do escândalo em Moreira de Cónegos por isso termino com um abraço de "sódade" para Jovane, que seja feliz, que consiga relançar a carreira.
Dos três grandes, o Sporting foi de longe o mais competente, mérito da "troika" que comanda o futebol.
- Porque conseguiu manter os melhores jogadores.
- Porque contratou pouco mas com grande critério em termos do mix perfil/qualidade/preço.
- Porque os 10M€ de saldo negativo entre entradas e saídas deve ser facilmente coberto pelo emagrecimento da folha salarial, mais de 20 saídas entre elas três ou quatro no topo dos salários.
Sobre o plantel resultante darei a minha opinião noutro post.
Sobre os reforços, o mais controverso é o jovem dinamarquês, que acabou por ser a terceira escolha, como foi Fresneda.
Mas para haver negócio as três partes têm de estar de acordo. No caso do grego o clube não estava, no caso do brasileiro o jogador não estava.
Como Fresneda, o novo reforço vai precisar de tempo para se ambientar. Com a diferença de Fresneda actuar numa posição em que não pode falhar e o dinamarquês pode, como falhou Trincão no sábado, como falham todos os avançados.
Depois um miúdo alto, louro e extrovertido, levado ao colo pelo nosso capitão Hjulmand, tem tudo para triunfar em Portugal, as actrizes e modelos vão acampar à porta, os miúdos vão adorar, as camisolas vão vender-se como pipocas.
19M€ e muito para um miúdo de 19 anos?
Por quanto é que vendemos o Chermiti ou o Fatawu? Ou o Mateus Fernandes?
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-FC Porto (2-0) por quatro diários desportivos:
Gyökeres: 29
Pedro Gonçalves: 27
Morita: 25
Geny: 24
Morten: 23
Diomande: 23
Vladan: 22
Eduardo Quaresma: 21
Gonçalo Inácio: 21
Quenda: 20
Trincão: 20
Debast: 18
Matheus Reis: 13
Daniel Bragança: 7
Nuno Santos: 1
Os quatro jornais elegeram Gyökeres como melhor em campo.
ADENDA: Passei a incluir as classificações do diário digital desportivo ZeroZero, que também atribui notas de 0 a 10. Só o Record persiste, teimosamente, em manter uma grelha de avaliação muito reduzida, com notas de 1 a 5 - que, na prática, oscilam quase sempre apenas entre 2 e 4. Desta vez, por exemplo, deu logo nota 1 a Nuno Santos, só por ter entrado em campo aos 90', mesmo sem quase ter tocado na bola. Critério inaceitável: nivela por baixo e mal permite distinguir os jogadores - quer joguem uma hora ou um minuto.
Dezasseis golos marcados - mais nove do que o FC Porto, mais 11 do que o Benfica. Só dois sofridos.
Gyökeres já no comando dos artilheiros: meteu-a sete vezes, sem cerimónia, no fundo das redes adversárias. Pedro Gonçalves, rei das assistências: três.
Lampiões a cinco pontos, na sétima posição.
Andrades a três pontos, no segundo posto.
Seguimos no topo, agora isolados. Rumo ao bicampeonato.
Duarte Fonseca: «Na essência, o que distingue a tão pouco criticada saída de Leonardo Jardim da tão criticada saída de jovens jogadores como Dier, Ilori e Bruma? Nada. Pode-se discutir a forma como agiram, a integridade das declarações, os comportamentos mais ou menos adequados, e afins, mas no fim de contas, todos sairam pelo mesmo motivo. Dinheiro!»
Pedro Oliveira: «Não, doutor, eu vi, precisamente, o mesmo... o cruzamento de Nani (aos 12'18") seguia para a cabeça de Slimani com selo de golo e a bola foi desviada por Luisão com tal precisão (o efeito raquete como refere muito bem) que acabou por sair pela linha lateral. Penalty nítido que só não vê quem não quer.»
Ricardo Roque: «Ao que tudo indica, há uma possibilidade de podermos voltar a olhar para a capa do Record e não sentir aquela espécie de nojo e repugnância que, por vezes, certos répteis nos provocam. Um ano é muito tempo, mas suficiente para alguém perceber que não chega manha para recorde. Os Sportinguistas bem que se ergueram, et voilà, Record sem Manha. Parafraseando, quem se mete com o Sporting leva! Para já, para o Record, o benefício da dúvida. Os tempos são outros. Na verdade, já se respira melhor. Até na luz, como se viu.»
«Aqui levas com o bem-vindo em servo-croata para lhe dares se o vires: Dobrodošli Vladan! Pronunciado "dobrodóchli Vladán" (o "á" no nome é mais para apontar onde a acentuação existe). E o apelido pode ser lido "Kovátchevitch". O "č" e o "ć" têm pronunciações diferentes mas não as consigo escrever usando um alfabeto normal, teria de recorrer ao fonético e eu não o conheço, pelo que não posso distingui-los. Seja como for, a diferença de som é essencialmente indistinguível para nós a não ser que seja explicitamente feita para a notarmos (imagina um estrangeiro a tentar diferenciar entre "conseguiram" e "conseguirão", sons que distinguimos facilmente mas sei por experiência própria que estrangeiros têm dificuldade em ouvir, mesmo quando falam a língua - vão mais por contexto).»
Talvez uma das coisas menos notadas no consulado Amorim (que se espera longuíssimo) é o grau de exigência para com os jogadores sub par que a multidão acha que têm lugar nos plantéis.
Até agora já se enganou (naturalmente) em algumas contratações, mas nenhum dos que foram dispensados ou vendidos 'demasiado cedo' se revelaram um erro ou precipitação.
Lembremos Plata, por exemplo. Ou Luís Maximiano. Lumor. Marsá. Nazinho. Ilori. Rafael Camacho. Arthur. Muitíssimo provavelmente Tanlongo e Sotiris. A única dúvida é Fatawu e será Mateus Fernandes.
Mesmo Renato Veiga, agora convocado para a seleção, foi uma boa decisão (àquele tempo).
Não significa que sejam maus jogadores. Não significa que não pudessem estar no plantel.
Significa que (com toda a lógica), Amorim e a equipa técnica são mais competentes que o adepto comum e não escolhem com o coração mas sim com a cabeça.
No jornal A Bola de ontem, o director-adjunto Alexandre Pereira escrevia o seguinte:
"E depois há o Sporting, algo que por vezes a contemporânea bicefalia Benfica-Porto parece esquecer. Sim, há de novo um terceiro player no futebol português, que esteve, e durante muitos anos seguidos, nas situações por que o Benfica e o Porto passam agora."
Há 10 anos, o nosso colega de blogue Francisco Melo escrevia isto:
"Um dos aspectos que, de há longa data, vem condicionando a competitividade do Sporting é o de não conseguir estabilizar as suas equipas, pois sempre que se destaca algum jogador, no ano seguinte já está a ser vendido. Ronaldo, Simão, Quaresma e Hugo Viana são exemplos paradigmáticos. Já FcPorto e Benfica vão aguentando, aguentando a corda até onde conseguem, os jogadores vão emprestando qualidade ao 11, e depois são vendidos por valores de fazer inveja."
Agora no Sporting não saiu nenhum titular que não fosse por "prémio de carreira", enquanto nos rivais lá se foram Rafa, João Neves, Marcos Leonardo, Taremi, Evanilson e Conceição, talvez Galeno.
Há 10 anos o futebol português era dominado por Benfica e Porto, que pela mão dos "Reis dos Leitões", LF Vieira e Pinto da Costa, distribuiam entre si tudo o que de mais ou menos legal havia para distribuir. As duas "nádegas" de que falava Bruno de Carvalho antes de se ir abrigar à sombra duma, uma das causas se não a principal para o triste fim que teve a sua presidência, incluindo a expulsão de sócio. Mas como o maior cego é aquele que não quer ver, parece que continuam amigos.
Frederico Varandas soube muito bem perceber o lugar do Sporting no futebol português, a correr por fora e a chamar os bois pelos nomes. Como chamou a Pinto da Costa, como chamou ao João Pinheiro.
Entretanto, os dois "reis" cairam estrondosamente da cadeira do poder, o "principezinho" Rui Costa do Benfica depressa encontrou o seu limite de (in)competência, já Villas-Boas ("príncipe" não é, mérito lhe seja dado) está a contas com uma cratera financeira que levará bom tempo a resolver, além de ter a "tropa" do "velho" à perna. Esteve muito bem em pedir 5M€ de indemnização aos arguidos do Pretoriano, mas espero que tenha resolvido a questão da segurança à porta de casa.
Na conferência de imprensa antes do jogo ouvi Rúben Amorim dizer que finalmente sentia o Sporting deixar de ter como favoritos os rivais no confronto directo. Agora sabem que mesmo no Dragão ou na Luz correm o sério risco de perder, e não entram em campo com a confiança de que basta não cometerem erros para saírem com a vitória.
Também a arbitragem APAF tem mais respeito pelo Sporting ou pelo menos sente mais dificuldade em viciar os resultados dos nossos jogos, coisa que os APAFs mais velhos convertidos em "especialistas", como o Duarte Gomes, têm muita dificuldade em aceitar. Ou o APAF "radical" Jorge Faustino da Sport TV que queria que o Catamo fosse expulso por causa da aliança no dedo na 1ª parte do clássico.
Os Sportinguistas estão a sentir isso, Alvalade e fora dele enche-se porque existe confiança na equipa, o bom futebol é garantido e a vitória no final é provável.
Eu sinto isso na pele. Em vez das bancadas desertas nos jogos fora de há tempos, como em Setúbal no tempo de Keizer, é cada vez mais difícil arranjar bilhete para esses jogos. Em poucos minutos os bilhetes esgotam no site, já não vou lá com comprar duas caixas de vinho na loja do V. Guimarães e receber de oferta um bilhete para a bancada central.
Enfim, este Sporting que agora temos, um Sporting forte e unido à volta da equipa de Amorim, mas também das equipas do Nuno Dias, da Mariana Cabral, do Ricardo Costa, do Luis Magalhães, e de todos os outros treinadores vencedores que dignificam o Sporting e que enchem o museu de taças.
É este Sporting que interessa fazer ainda mais forte e mais unido. Para isso importa ser crítico e vigilante, não apenas com quem manda mas com quem, como adepto, prejudica e envergonha o clube.
Da nossa vitória clara e concludente no clássico.Vencemos e convencemos. Com a mesma marca do campeonato anterior, que finalizámos 18 pontos acima deles, não deixando lugar a dúvidas: somos superiores ao FC Porto. Mesmo que alguns adeptos leoninos, reais ou fingidos, pareçam acreditar mais nos emblemas rivais do que no nosso - algo que nunca entenderei.
De termos anulado o ataque azul-e-branco. Pepê, Namaso, Iván Jaime: todos vulgarizados e neutralizados pela superioridade imposta nos nossos corredores. Ao longo de toda a partida o FCP só dispôs de duas oportunidades, ambas por Galeno, que actuou como ala defensivo: Vladan impôs-se entre os postes em ambas as ocasiões, aos 41' e aos 60'.
De ver tantos sportinguistas nas bancadas. Ainda há pouco a temporada oficial começou e na noite de sábado já tivemos estádio cheio em Alvalade: mais de 46 mil espectadores ali presentes para assistir a este Sporting-FC Porto. Tal como tinha havido corrida às camisolas e aos lugares de época. Sem euforias descabidas, mas também sem ridículas autoflagelações, há que dizer: vivemos um dos nossos melhores períodos de sempre. Há que aproveitar: são recordações que jamais se apagarão.
De Gyökeres. É uma máquina de jogar e de marcar golos: leva tudo à frente. De Leão ao peito, acaba de apontar o quarto aos portistas. Segue isolado no comando da lista de artilheiros da Liga 2024/2025, com sete já na sua conta pessoal. O sétimo aconteceu neste clássico de Alvalade - foi o que desbloqueou o jogo, de penálti, aos 72'. Castigo máximo conquistado também por ele, num duelo vitorioso com Otávio, com o brasileiro forçado a recorrer à falta para o travar. O craque sueco esteve envolvido em seis das sete oportunidades de golo do Sporting, o que diz quase tudo sobre o seu mérito. Numa dessas oportunidades, aos 52', só não marcou porque Alan Varela a tirou já na linha de golo, com Diogo Costa fora de combate. Melhor em campo, para não variar.
De Pedro Gonçalves. Compõe parceria perfeita com Gyökeres: parece que actuam juntos há anos, já jogam de olhos fechados. O nosso n.º 8 em envolvimento constante entre linhas, baralhando marcações adversárias, criando desequilíbrios. Irrequieto, criativo, determinante na manobra colectiva a explorar espaços interiores. Sempre em jogo, tenha ou não tenha bola. E soma mais uma assistência: foi dele o passe para o segundo golo.
Do golo de Geny. Sentenciou a partida, fixando o resultado (2-0, vitória verde e branca neste clássico) aos 90''+3. Golaço que fez levantar o estádio e pôs fim à incompreensível ansiedade dos adeptos que esperam sempre o pior, nunca o melhor. Candidato desde já a golo do mês, no seu característico movimento de pegar nela no corredor direito e transportá-la para o meio onde lhe aplica o pontapé-canhão, em arco, como já fizera ao Benfica no campeonato anterior. Gosta de marcar aos chamados "grandes", confirma-se. E é mais útil a alinhar na ala direita, como ficou demonstrado ao mudar de corredor, aos 79', com a saída de Quenda.
Do regresso de Morten. O capitão voltou após lesão que o forçou a parar três semanas. Está longe da forma ideal, mas já demonstrou a sua utilidade. No capítulo das recuperações (cumpriu com brilho aos 25' e 28'), no passe em profundidade (38') e até no passe com selo de golo (foi ele a desmarcar Gyökeres aos 69', no lance que culminaria na grande penalidade).
Da importância deste triunfo. Graças a ele, assumimos o comando isolado da Liga: continuamos invictos, à quarta jornada. Agora com mais três pontos do que o FCP e mais cinco do que o Benfica. Quebrámos a invencibilidade neste campeonato da turma portista, que ainda não sofrera qualquer golo na prova. Evidenciámos jogo colectivo próximo da perfeição. E vingamos o fortuito desafio da Supertaça, perdido à tangente sem ter havido superioridade azul-e-branca em campo.
Da arbitragem. Nota muito positiva para Luís Godinho: apitou sem excessivo protagonismo, deixou jogar, desencorajou as queixinhas do costume, não vacilou nos momentos decisivos -- desde logo o penálti contra o FC Porto de que nasceu o nosso primeiro golo. Algo está a mudar na arbitragem portuguesa. Para melhor. Coincidindo com o abandono de Artur Soares Dias.
Do nosso segundo jogo consecutivo sem sofrer golos. Vale a pena registar. Por ser um dos aspectos que à partida suscitavam mais dúvidas quanto ao desempenho deste Sporting 2024/2025.
De ver o Sporting marcar há 46 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.
De termos disputado 25 desafios em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 14 triunfos nas últimas 15 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.
Da nossa 19.ª vitória consecutiva em Alvalade.Todo o campeonato anterior, mais duas rondas da Liga 2024/2025. Há 70 anos que não nos acontecia algo semelhante. Saldo destas 19 partidas em golos: 62 marcados e apenas 12 sofridos.
De continuar a ver o Sporting sem perder em casa.Acontece há ano e meio, desde Fevereiro de 2023, quando o FCP nos venceu então. Não voltou a acontecer. São já 26 partidas sem derrotas para o campeonato no Estádio José Alvalade.
Não gostei
Do zero-a-zero ao intervalo. Resultado que não traduzia, de todo, o que havia ficado demonstrado em campo, com clara superioridade leonina.
Das oportunidades desperdiçadas. Trincão esteve à beira de marcar aos 17', com assistência superior de Pedro Gonçalves. Aos 35' e aos 36', rematou desenquadrado em boa posição. Aos 40', Diogo Costa negou o golo ao nosso n.º 8. Aos 52', foi Varela a fazer de guarda-redes impedindo o craque sueco de marcar. O resultado só pecou por escasso.
De esperar 72 minutos pelo nosso primeiro golo. Já havia sinais de impaciência em Alvalade, nomeadamente em duas más reposições de bola de Vladan. Esta nossa equipa não merece, de todo, tanto nervosismo dos adeptos. Pelo contrário, merece que confiemos nela. Do princípio ao fim.
Agradeço desde já a quem puder enviar-me as classificações dos nossos jogadores no clássico de sábado à noite, surgidas nos três jornais desportivos impressos ontem.
Adenda: Já tenho a informação de que necessitava. Muito agradeço a quem contribuiu.
Edmundo Gonçalves: «Estava a terminar uma dissertação certamente interessante sobre se era assinante da btv um tipo com dentes de mentiroso e uma gravata azul, quando o "moderador" perguntou ao nosso Rogério Alves o que achou do jogo na Luz; lá disse de sua justiça, basicamente que o resultado tinha sido justo, que houvera oportunidades para ambos os lados, enfim, uma curta intervenção, onde reproduziu de forma clara o que se passou no campo; o mesmo "moderador" fez a mesmíssima pergunta ao, oiça, sr. Silva. A primeira frase foi isto, assimde cor: "Não foi um resultado justo. O benfica foi avassalador..." Oiça! fugi a sete pés. Antes a novela!»
Francisco Melo: «Um dos aspectos que, de há longa data, vem condicionando a competitividade do Sporting é o de não conseguir estabilizar as suas equipas, pois sempre que se destaca algum jogador, no ano seguinte já está a ser vendido. Ronaldo, Simão, Quaresma e Hugo Viana são exemplos paradigmáticos. Já Porto e Benfica vão aguentando, aguentando a corda até onde conseguem, os jogadores vão emprestando qualidade ao 11, e depois são vendidos por valores de fazer inveja.»
Luciano Amaral: «Claro que o domínio do Sporting não é como o do Benfica de Jesus: o Benfica como Jesus gosta não é uma equipa de posse de bola; é uma equipa de pressão muito alta, seguida do famoso "carrossel" de tabelinhas e correrias, quando a bola é recuperada, para acabar em remate. O Sporting de Marco Silva (como o de Jardim) é de posse de bola. Por isso parece menos frenético. Mas é bastante eficaz. Vendo bem, o Sporting teve apenas ligeiramente menos oportunidades de golo mas teve as melhores (salvas pelo Artur, lá está...). O Sporting dominou uma hora do jogo (50 mins., vá lá, para ser simpático), o Benfica o resto.»
«Gosto muito de RA [Rúben Amorim], acho que é um excelente treinador, está a fazer um trabalho incrível, mas tem este problema, só olha para onde quer, e depois de olhar, quer sempre mostrar que tem razão. As apostas nos jogadores jovens (tal como as convocatórias para as selecções nacionais) deveriam ser pelo mérito dos atletas, pelo que os jogadores desenvolvem nos escalões inferiores e não apenas baseadas na "fezada"!»
Por ordem médica, fui aconselhado a não ir a Alvalade ver o jogo de ontem, como já havia referido aqui. Ora como não sou assinante da TV Inácio fiquei às escuras quanto a ver o jogo em directo. Nem optei por escutar o relato, já que uma aplicação que tenho no telemóvel dá o resultado quase instantaneamente.
Portanto só mesmo no fim é que soube o resultado.
Contudo só à uma da manhã consegui ver (nem imagino qual o canal televisivo!!!) um resumo alargado do clássico de Alvalade.
Hoje de manhã, na praia, passei os olhos pelos principais diários desportivos, li diversas opiniões e fiquei a matutar em tudo o que absorvi sobre o jogo de ontem.
Foi com base neste apanhado de leituras que encontrei três aspectos que me levam a dar razão aos adeptos portistas quanto ao resultado de ontem à noite, a saber:
1 – Todos já percebemos que o FC Porto não está habituado a jogar 90 minutos contra onze jogadores. Por isso não consigo entender porque o árbitro da partida não expulsou um jogador leonino.
2 – A determinada altura há uma grande penalidade contra o FC Porto. Contra? Terá sido possível? Perante as imagens vistas de madrugada diria que se fosse o Taremi a sofrer aquele tipo de falta era penalty de certezinha absoluta. Creio mesmo que se marcaram diversas a favor do Porto por muuuuuuuuuuuuito menos. Mas Taremi era Taremi… Tinha direito a tudo e mais um par de botas;
3 – O discurso no fim do jogo do capitão portista Diogo Costa e do treinador Vitor Bruno, assumindo ambos que o Sporting fora um justo vencedor, não se parece nada com a filosofia barata e inflamada de um antigo treinador portista.
Face aos pontos precedentes diria que o Porto foi grandemente prejudicado no jogo de Alvalade. Seria bom que as entidades oficiais cuidassem mais do clube de AVB. Para que haja finalmente justiça no futebol azul.
Adelino Cunha: «Eu percebo que Marco Silva tenha começado por preservar a excelente herança de Leonardo Jardim. Percebo melhor ainda quando os reforços do Sporting foram pensados para rodar no mesmo nível de qualidade. Nani é excepção, evidente. Percebo Marco Silva, mas há margem para manobrar principalmente no ataque. A simpatia de André Martins e a qualidade não chegam: falta consistência e regularidade. E que tal o João Mário ali? Carrillo corre o risco de chegar aos 35 anos como uma jovem promessa: dois passes certos e três errados. E que tal Carlos Mané? A defesa é diferente. Enquanto houver Rui Patrício as coisas lá vão disfarçando, mas continuamos sem um central realmente bom. Eu gostava de ter um grande defesa central. Um Nani na defesa.»
Duarte Fonseca: «Na segunda parte, sofremos imenso durante os primeiros 20 minutos, muito por culpa da intranquilidade (um eufemismo) de Maurício que fez com que a equipa tivesse receio de pressionar tão à frente e do desgaste físico de Slimani, Martins e Adrien. Após essa fase de maior aperto, Nani assumiu a liderança da equipa e foi ele quem conseguiu serenar a equipa, levando-a a equilibrar o jogo. Pelo meio um enorme Rui Patrício entre os postes, calando todos aqueles que querem fazer dele um guarda-redes medíocre. No final, a cereja não foi parar ao bolo, porque Artur se redimiu com uma grande defesa, em resposta a um lance de ataque rápido exemplarmente executado.»
Edmundo Gonçalves: «A diversidade é importante, se o objectivo for, como me pareceu ser o caso de todos os comentaristas, ajudar a empurrar a equipa para a frente, isto porque todos, ou quase, temos a mania que temos uma costeleta de treinador e todos gostaríamos de estar lá dentro para ajudar a empurrar a redondinha prá baliza dos adversários!»
Eu: «Marco Silva não foi apenas superior a Jesus: também esteve muito melhor do que Leonardo Jardim há sete meses. Em Fevereiro, o então treinador do Sporting apostou em Slimani como arma secreta ao lado de Montero na frente de ataque. Mas o efeito surpresa dissipou-se quando o jogo foi adiado. Mesmo assim, teimou em alinhar com dois pontas-de-lança, num 4-4-2 posicional que falhou em toda a linha, tanto mais que nesse encontro não pudemos contar com William Carvalho, substituído in extremis por Eric Dier. O meio-campo esteve muito desequilibrado e a superioridade encarnada foi notória.»
Começámos por andar aos papéis nos primeiros quinze minutos. Eu acho que foi pela surpresa de ver uma equipa do Campeonato de Portugal em vez do terceiro classificado da Liga NOS do ano passado. O Quaresma e o Inácio ficaram tão abasbacados com o espaço que uma defesa de cinco mais um meio-campo de quatro bem juntinho aos cinco e apenas um solitário, que não é diamante, lá na frente, que se lhes parou o cérebro durante quinze minutos, os tais em que eles, meio sem saber como, até dominaram o jogo e poderiam ter marcado. Depois ao dezassete tivemos uma soberana oportunidade para marcar, um falhanço daqueles que não podem acontecer (apesar da sorte do defesa deles, vá) e a partir daí, foi um festival de belo futebol que só pecou, mais uma vez, pela falta de eficácia.
Surpreendeu o treinador do Porto ter colocado Galeno, o melhor avançado, a defesa. Nem todos são Mourinho, caro Vitor Bruno.
A qualidade do nosso jogo, que funciona de olhos fechados, fez o resto até que o nosso "touro" levou um desastrado Otávio de arrasto obrigando-o a fazer um penálti claríssimo que o sueco marcou de forma irrepreensível, redes para um lado, bola para o outro. Um "patardo" dos antigos. Isto aconteceu quando eles estavam a levantar cabelo e estavam a tentar discutir o jogo e o defesa Galeno até obrigou o nosso redes a uma enorme defesa.
Depois o gényo de Catamo fez o resultado final. O miúdo faz-se.
Resultado mais que justo, para a produção da equipa.
Nota final para Luís Godinho: Permitiu que Nico continuasse em campo, o que demonstra que é um homem de bom coração.
Agora é tempo de selecções, é para recuperar os que estão combalidos e desfrutar o momento, que a orquestra segue afinada.
É chegada a hora de revelar o segredo e a razão da manifesta excelência da equipa do Sporting. Como é possível que Morita se tenha transformado num Toyota: sem nada de espectacular, mas de uma eficácia, fiabilidade e duração tremendas? Porque razão um fedelho de 17 anos como Quenda parte para cima do temível Galeno olhos nos olhos e mete-o no bolso? O que faz com que Catamo se tenha especializado em estocadas fatais, na época passada contra o slb, ontem contra o fcp? Qual o segredo da vitalidade de Gyökeres que lhe permite no final do jogo correr uns 30 metros com a bola à frente da defesa do fcq arrastando-o consigo, só sendo parado em falta? Como é que Hjulmand grangeou tanta autoridade em tão pouco tempo? Tudo isto é assim porque desde meados da época passada compro sempre um isqueiro verde antes do jogos na tabacaria do metro. Há aqui uma óbvia relação causa/efeito que relativiza a importância do treino, o acerto da dinâmica colectiva e a sofisticação táctica do Sporting. Só não funciona ainda com Trincão, mas pode ser que tal como o ano passado comece a influencia-lo lá para Fevereiro. É escusado continuarem com especulações de treinadores de bancada que tudo sabem e nada percebem. É o meu talismã infalível e mais nada.
Superioridade evidente do Sporting a todos os níveis ontem em Alvalade num jogo sem casos nem "caldeiradas". O resultado apenas pecou por escasso face ao número de ocasiões claras de golo de que dispusemos relativamente ao adversário.
O Sporting não entrou bem, muito por culpa dos defesas dos lados, Inácio e Quaresma, que demoravam eternidades a dar sequência ao jogo. O Fc Porto foi ganhando confiança na pressão e até ameaçou com um remate frontal lá pelos 15 minutos, felizmente interceptado. Felizmente que não era o João Neves que lá estava, este baixinho dá bem mais porrada mas joga bem menos. Mas tem escola, lá conseguiu cavar um pouco mais tarde um amarelo ao Catamo.
Depois disso, tocou a reunir e só deu Sporting. Bola a circular, os médios enfim a ter jogo, o futebol do Sporting que vimos no início desta temporada. O Fc Porto em 5-4-1 tentava controlar os danos, Varela sacrificou-se numa arrancada de Trincão e as oportunidades de golo para o Sporting foram acontecendo. E Trincão desperdiçando.
O nulo ao intervalo deixava uma nuvem de inquietude em Alvalade. Quem não marca, sofre.
Na segunda parte o adversário voltou a entrar bem, mas o jogo começou a ficar mais partido pelo desgaste de ambos os lados, o espaço aumentou e Gyokeres... aproveitou.
Houve muito azar pelo caminho para ser preciso aquele remate de Catamo para chegar ao 2-0.
Assim seguimos na liderança com 12 pontos, o Fc Porto a 3 e o Benfica a 5. Estes últimos já despediram o treinador, agora só têm de devolver à procedência o autocarro de pernas de pau que eles tinham escolhido, mas cheira-me que este "traidor" Bruno não vá durar muito lá pelo Dragão com a coligação Pinto da Costa/Madureira/Conceição à perna. Bem pensado, esta do Galeno a defesa esquerdo, o homem tem qualidades e merece ser apoiado.
Melhor em campo? O sueco, obviamente. Diomande falhou dois passes longos mas esteve imperial a defender. Catamo e Quenda mais uma vez muito bem nas alas. Morita melhor do que o Hjulmand. Quaresma, Inácio e Trincão os piores. Kovacevic até defendeu bem mas borrou a pintura com os passes longos falhos de precisão.
Arbitragem? Deixou jogar e não inclinou o relvado.
E agora? Ainda a procissão vai no adro... E vem aí a Champions.