Gostei muito da goleada do Sporting, para a Taça de Portugal, no confronto com a simpática equipa amadora do Dumiense, do distrito de Braga. Não foi apenas a nossa maior goleada da época: há dez anos que não marcávamos tantos golos nesta competição - a última vez foi na vitória também em casa frente ao igualmente modesto Alba, por 8-1, em Outubro de 2013. E só há 35 anos conseguimos uma vantagem maior, quando cilindrámos o Alhandra por 11-0. Ontem os golos foram apontados por Neto (8'), Paulinho (28'), Trincão (46'), Coates (53'), Paulinho (58' e 70'), Nuno Santos (75') e Gyökeres (83'). Merecem destaque os de Neto, por estrear-se como artilheiro pelo Sporting, e de Trincão, por ser o primeiro que marca nesta temporada.
Gostei da exibição de Nuno Santos, para mim o melhor em campo. Está em metade dos nossos oito golos: três resultam de cantos marcados de forma exemplar por ele, além do que converteu de penálti, também de forma irrepreensível. Nota muito elevada para Paulinho: marcou três, o primeiro com nota artística (de calcanhar), e assistiu no de Trincão (igualmente de calcanhar). Destaque ainda para Gyökeres: entrou só aos 62', mas a tempo de assistir Paulinho no sexto golo, de sofrer o penálti do qual resultou o sétimo e ser ele a apontar o oitavo, em lance que construiu do princípio ao fim. Figuras da partida, tal como o capitão Coates, que ontem se tornou no estrangeiro com mais jogos disputados de Leão ao peito, igualando Polga: são já 342. Com uma diferença assinalável: o central uruguaio marcou até agora 33 golos pelo Sporting enquanto o internacional brasileiro apenas tem quatro no currículo leonino.
Gostei pouco que o treinador não tivesse proporcionado mais minutos a dois dos nossos jogadores menos utilizados: Dário e Eduardo Quaresma. O primeiro substituiu Daniel Bragança aos 62' (já vencíamos por 5-0), o segundo esperou pelo minuto 76 para render Coates (havia 7-0). Com pouco tempo, em qualquer dos casos, para se evidenciarem. Apesar de tudo, o jovem médio defensivo esteve muito bem na recuperação e no passe, protagonizando até lances de ruptura perante uma turma adversária já bastante desgastada. Eduardo, actuando como central à direita, não ultrapassou a mediana. Tudo indica que serão ambos emprestados em Janeiro.
Não gostei da ausência de Gonçalo Inácio, ausente por castigo deste encontro que nos coloca nos oitavos-de-final da Taça. Mas pelo menos isto permitiu-lhe estar pronto para o próximo confronto. Será nesta quinta-feira contra a Atalanta em Bérgamo. Entraremos segurmente com a máxima força, até porque Rúben Amorim decidiu poupar ontem vários jogadores nucleares: Adán (substituído por Israel), Diomande, Morita e Pedro Gonçalves não saíram do banco; Edwards só entrou aos 50'; e St. Juste nem foi convocado, devido a novos problemas físicos. Talvez recupere a tempo do importante desafio da Liga Europa.
Não gostei nada de ver menos de 19 mil espectadores em Alvalade, apesar de o desafio ter começado às 18 horas deste domingo, em claro contraste com os jogos do campeonato, sempre relegados para horários mais tardios. Valha a verdade que o facto de se tratar de uma partida contra um adversário do quarto escalão do futebol nacional - último classificado da série A do impropriamente chamado Campeonato de Portugal - não era grande chamariz, mas havia a expectativa de muitos golos, felizmente concretizada. Merece elogio a forte representação dos adeptos do Dumiense: havia cerca de 500, bastante efusivos, no topo norte do nosso estádio.
Bom jogo do Sporting hoje num Alvalade bem composto, mais de 18 mil espectadores para um jogo da Taça com uma equipa da 4.ª divisão nacional.
E com muitas famílias e miudagem, avós com filhos e netos, com todos incrivelmente a pagar desde tenra idade, o que deu um colorido completamente diferente a uma bancada central mais "histórica".
Bom jogo desde logo porque o Sporting respeitou público e adversário entrando em campo com um onze rotinado como entraria contra a Atalanta, com o habitual 3-4-3 um pouco assimétrico pela vagabundagem consentida de Nuno Santos, controlando o jogo, rodando a bola pelos corredores e desgastando o adversário que se focalizou na marcação apertada a Hjulmand e Bragança e dava espaço nas alas. Mas por más decisões no último passe ou remate no jogo corrido os golos só acabaram por aparecer na sequência de cantos muito bem marcados por Nuno Santos.
Na segunda parte obviamente que o Dumiense se iria ressentir pelo esforço de marcação realizado e foi só uma questão de acelerar o ritmo "pondo carvão na fornalha" com as entradas de Edwards e Gyökeres para a goleada acontecer. Foram oito, podiam ter sido menos ou mais. Umas entraram, outras não.
Até deu para Essugo e Quaresma terem minutos, e a verdade é que os mereceram, entraram concentrados, a jogar simples e também eles souberam contribuir para a goleada. Um e outro de toscos não têm nada, a capacidade técnica está lá, precisam é que a cabeça ajude o resto. Recordemo-nos que há quatro anos, quando Rúben Amorim chegou ao Sporting, a aposta primeira parecia ser Quaresma e não Inácio. Quanto valem um e outro hoje? E onde está a diferença? Mas ainda vai a tempo o Quaresma, assim ele queira.
Já agora a mesma coisa mas noutro nível relativamente a Trincão. Um Porsche com rendimento de VW.
Melhor em campo? Paulinho: três bons golos e uma assistência para o golo de Trincão. Foram 13M€ mais o Borja? Uma das melhores decisões do presidente no que respeita ao futebol. As bancadas mais uma vez cantaram o seu nome, e com Gyökeres ao lado está nas suas "sete quintas".
Outros merecem referência:
- Coates passou a ser o estrangeiro com mais jogos no Sporting? O melhor central dos últimos 50 anos do Sporting, antes não faço ideia. E hoje com mais um golo "à ponta de lança".
- Neto marcou o primeiro golo ao serviço do Sporting? O "avô" do balneário já merecia e há muito. Hoje deu o corpo ao manifesto, cortando um remate que podia ter dado golo, acudindo prontamente ao lapso dum Bragança ainda combalido por uma situação anterior.
- Com um ou outro desperdício pelo meio, Nuno Santos marcou três cantos para golo e converteu impecavelmente o penálti.
Arbitragem de categoria, oxalá o rapaz não se perca nas malhas mafiosas que dominam a arbitragem.
E agora? Ir ganhar a Bérgamo, vingando a derrota de Alvalade onde o poste impediu a reviravolta no marcador.
Hoje houve uma chuva de golos em Alvalade: vencemos o Dumiense por 8-0. Festival de futebol de ataque: estamos nos oitavos da Taça de Portugal.
Há dez anos que não marcávamos oito neste certame. Desde a vitória por 8-1 ao Alba em 20 de Outubro de 2013. Então com golos de Montero (3), Wilson Eduardo, Rojo, Capel, Vítor Silva e Slimani.
Os marcadores desta tarde vitoriosa no nosso estádio foram Paulinho (3), Neto, Trincão, Coates, Nuno Santos e Gyökeres. Sem espinhas.
Há quem divida o mundo assim, os santos e os pecadores, os bons e os maus, os culpados e os inocentes, os vencedores e os perdedores.
Pedro, o vencedor.
Rúben, o perdedor.
Ontem, Pedro Nuno, venceu mas pode perder o próximo jogo, no último jogo, Rúben Filipe, perdeu mas pode vencer hoje.
No desporto, como na vida, umas vezes vencemos, outras perdemos.
Hoje é dia de futebol, ontem foi dia de uma grande vitória no basquetebol, tivemos muito mérito, tivemos a "sorte" do jogo. Todos de parabéns os atletas do Sporting, os do Benfica, a equipa de arbitragem e os treinadores de ambas as equipas.
Alda Telles: «Este é definitivamente um país de virgens, com a indignação sempre pronta a saltar. Dito isto, Bruno Carvalho já tem experiência suficiente para saber que a matéria é pouca e a fome é muita. Talvez fosse escusado. Ou talvez não. Não tem importância nenhuma, mas também não tem especialmente graça. Siga.»
Diogo Agostinho: «A brigada do Politicamente Correcto voltou a atacar. Como eu gosto de ver gente sem capacidade de perceber o que é ironia... Enfim... Mas cada vez gosto mais do meu clube e que orgulho que é ter um Presidente assim!»
José da Xã: «No passado fim de semana e perante o resultado do Sporting em Guimarães, veio-me então à ideia a seguinte questão: terá sido um destes “Professores” a indicar a Slimani o local onde a bola iria estar? A televisão, todavia, mostrou Leonardo Jardim a falar com Eric Dier, mas a realidade é que foi o argelino a marcar o golo solitário. Paira assim a dúvida para quem tem o mérito neste resultado: ou o “Grande Mestre Espiritualista” de origem africana ou o “Grande Mestre Especialista” de origem madeirense.»
Rui Cerdeira Branco: «Seria muito bom que o Sporting conseguisse amealhar 15 pontos nos próximos cinco jogos, naturalmente. Se o fizer ficará a apenas meros quatro (4) pontos do total de pontos alcançados à 30ª jornada na época passada (já agora, os atuais 23 foram obtidos à 21ª). Mas não se iluda quem pensa que há uma passadeira verde até ao início da segunda volta.»
Eu: «Sim, há que assumir tudo: temos uma das equipas mais fortes do campeonato. Sim, somos candidatos a qualquer título nas competições que disputamos. Sim, o Sporting jamais deixará de ser um dos grandes, por mais candidatos que uns tantos imbecis procurem inventar para o lugar que nos cabe por mérito próprio no desporto nacional e como traço de união entre milhões de portugueses. Este Sporting que sempre conhecemos. Um grande Sporting. O nosso Sporting.»
«A assistência não é uma valorização intrínseca que conte para a exibição de um jogador, quando devia. Uma assistência, e esta não é a minha opinião, tem que acabar em golo. Logo, ela depende de outro jogador, e não apenas daquele que faz a jogada. Para que a jogada conte como assistência é preciso que outro jogador, e não o mesmo, tenha a capacidade para a concretizar. Um jogador pode entregar a bola de bandeja a outro, mas se este falhar, por culpa própria, o jogador que fez o trabalho todo não fica com pontos no seu currículo, quando merecia. Ao contrário, um passe absolutamente banal, ou um centro para a área, como muitos outros iguais, mas que por uma vez é aproveitado por alguém que faz golo, conta para o currículo. Ainda vou ser do tempo em que se vai valorizar a assistência da assistência.»
Acabou o tempo das selecções e o tempo dos clubes está de volta. Tempo também de recuperação dos jogadores que partiram para lugares distantes para jogar muito ou pouco e de voltar a focalizar todos nos objectivos a alcançar.
Boa notícia é o regresso de Catamo após lesão. Boa notícia também é a moralização que Israel recebeu de Bielsa e da sua selecção. Interessante para mim é a ideia, pelos vistos ensaiada por Rúben Amorim no jogo treino com o Atlético, de Trincão alinhar a ala direito de pé trocado, assim a modos do que Cancelo faz na selecção.
Eduardo Quaresma e Dário Essugo falharam as oportunidades que tiveram e não se vê ali capacidade para lutarem pela titularidade esta época. Devem seguir para empréstimo, o que faz todo o sentido. Apostar na formação é uma coisa, faz-se com tempo e com rendimento em campo. Não pôr em campo os melhores do momento para lutar pelas vitórias é outra coisa.
Partindo do princípio que eles estarão fora do onze inicial e que os seleccionados Inácio, Diomande, Morita, Hjulmand e Gyökeres também, prevejo que o mesmo seja o seguinte:
Israel; Neto, St.Juste e Matheus Reis; Esgaio, Bragança, Pedro Gonçalves e Nuno Santos; Edwards, Paulinho e Trincão.
Como este jogo da Taça de Portugal contra o Dumiense é às 18h num domingo cheio de sol, Alvalade vai abarrotar certamente com todos aqueles que protestam contra os horários tardios. Ou então não, se calhar vai correr uma brisa e não se podem constipar.
Já agora aproveito para referir à data de ontem a utilização dos jovens do Sporting próximos da equipa A que estão fora nesta época, temporária ou definitivamente:
Jogos
Golos
Minutos
V.Venda
Sotiris
Olimpiakos
Emprestado c/OC
16
1
740
Fatawu
Leicester
Emprestado c/OC
13
1
752
Tiago Tomás
Wolfsburgo
Vendido
13
3
642
8M€
Geny Catamo
Sporting
13
2
518
Samuel Justo
Casa Pia
Emprestado
13
0
507
Renato Veiga
Basileia
Vendido
11
1
990
4,6M€
Mateus Fernandes
Estoril
Emprestado
11
0
600
Jovane Cabral
Salernitana
Emprestado c/OC
10
2
681
Flávio Názinho
Cercle Brugge
Emprestado
9
431
Chermiti
Everton
Vendido
7
1
165
12,5M€
Tanlongo
Copenhaga
Emprestado c/OC
2
0
135
Dário Essugo
Sporting
2
0
91
Gonçalo Esteves
Sporting
1
0
90
Sporting B
Eduardo Quaresma
Sporting
1
0
29
Total
25,1M€
Sair pode ser óptimo para voltar mais forte ou para dar retorno financeiro no momento e no futuro, este via direitos de formação. O pior de tudo é ficar a aquecer o banco...
Aqui vão os números, com os treinadores com maior percentagem de vitórias nos 3 Grandes, registos só deste século XXI, com treinadores que tenham feito mais de 100 jogos, nos bancos respectivos:
FC Porto: 1º Sérgio Conceição, 341 jogos, 249 vitórias, 73% de vitórias. 2º José Mourinho, 127 jogos, 91 vitórias, 71,6% de vitórias. 3º Jesualdo Ferreira, 188 jogos, 126 vitórias, 67% de vitórias.
Benfica: 1º Jorge Jesus, 404 jogos, 277 vitórias, 68,5% de vitórias. 2º Rui Vitória, 181 jogos, 123 vitórias, 67,9% de vitórias. 3º Camacho, 109 jogos, 65 vitórias, 59,6% de vitórias.
Sporting:
1º Rúben Amorim, 173 jogos, 119 vitórias, 68,7% de vitórias. 2º Jorge Jesus, 158 jogos, 99 vitórias, 62,6% de vitórias. 3º Paulo Bento, 194 jogos, 117 vitórias, 60,3% de vitórias.
Vislumbramos dois pelotões distintos, neste século XXI: A - Conceição e Mourinho, com uma percentagem de vitórias acima dos 70%. B - Amorim, Jesus (no Benfica), Rui Vitória e Jesualdo, com percentagens a rondar os 67% e 68% de vitórias.
Sim, o que interessa são os números, e os números são bem eloquentes, e sobretudo esclarecedores.
Texto do leitor Rogério Azevedo, publicado originalmente aqui.
Alexandre Poço: «O argelino Ghilas estará contente pelo desempenho do seu compatriota Slimani?»
Filipe Arede Nunes: «Estive ontem no Pavilhão de Almada a assistir ao jogo da nossa equipa de futsal. Infelizmente perdemos apesar de ter ficado com a sensação de que éramos superiores. Embora o pavilhão estivesse a abarrotar não se sentiu que o público estivesse lá para puxar pela equipa! Fiquei com a ideia que se estivessem lá 300 ou 400 membros de uma das nossas claques teríamos conseguido o apuramento para a fase seguinte. Faltou apoio, alegria, aquele entusiasmo que não marca golos mas que incentiva os jogadores! As claques, se decentemente organizadas, são fundamentais no desporto, sobretudo num país como o nosso em que as pessoas não acham importante participar no espectáculo.»
Tiago Cabral: «Olhando para Vítor Silva, vemos tudo menos um vulgar jogador de futebol, a sua simplicidade natural reflecte-se no modo como aborda o jogo. A sua forma de jogar, que apenas a sua excelente técnica o permite, transforma o difícil em fácil e o complicado em simples. Joga de cabeça levantada, antes de receber a bola já sabe onde a vai colocar. Entrou ao de leve, e foi logo rotulado como um bom substituto de André Martins, apenas isso. Não se intimidou e aos poucos foi ganhando o seu espaço dentro do grupo. Foi com naturalidade que o vimos jogar cada vez com mais assiduidade, demonstrando no campo o porquê de ter sido contratado pelo nosso Sporting. Tenho a certeza que será um jogador fundamental, com a sorte de ausência de lesões, nesta temporada. Já com várias épocas de futebol é um elemento que acrescenta além do seu valor, experiência. Aos vinte e nove anos é o jogador mais velho do plantel. Vai com toda a certeza deixar a sua marca no Sporting.»
«Sente-se uma alegria e uma união como no ano do último título. A diferença de esse ano para este é que temos muito melhores "intérpretes" e público na bancada a apoiar SEMPRE, como tem de ser. Meia-dúzia de assobios isolados não representam a maioria dos Sportinguistas que mais um ano, e como todos os anos, voltamos a acreditar. Estou seguro que ainda viveremos alguns percalços e derrotas, mas estou firmemente convencido que contra ventos e marés este ano seremos campeões.»
Alda Telles: «Só os grandes adeptos sportinguistas conseguem aguentar isto. Força, companheiros.»
Henrique Monteiro: «Caro professor do Correio Sentimental: O Slimani deixa-me confuso. Eu gostava do Montero, mas agora tambem gosto do Slimani. É possível um sportinguista gostar de dois avançados que metem golos? O meu coração divide-se, ou como se diz em francês, que é mais fino, "mon coeur balance". Valha-me Deus! Nunca pensei que depois da última época andasse nesta altura a discutir comigo que goleador é o mais eficaz no nosso ataque.»
João António: «A aflição provocada nos paineleiros, mesmo nos que se dizem verdes, pela vitória de hoje na cidade-berço.»
José Navarro de Andrade: «O que me dá gozo é o ar fúnebre dos rapazes da SporTV quando Slimani enfiou o pastel lá para dentro. Com esta não contavam...»
Eu: «Conversou-se, anedotou-se, gargalhou-se. O afinadíssimo duo Barroso-Monteiro recriou com muito estilo o inesquecívelO Vento Mudou, pérola do nacional-cançonetismo. E vieram à baila, a propósito de tudo e de nada, os mais diversos jogadores que passaram por Alvalade (um dos mais badalados foi o Carlos Miguel - alguém se lembra dele?) A noite estava fria. Mas os nossos risos calorosos deviam escutar-se junto ao relvado que já nos proporcionou muitas tardes e noites de alegria, que queremos ver prolongadas em muitas mais. Porque acreditamos sempre que o melhor ainda está por vir. No Sporting e neste blogue onde gostamos de trautear estes versos imortais, compostos por ilustre vate cujo nome agora não me ocorre: "Rapaziada quer se possa / Ou se não possa / A vitória será nossa / Viva o Sporting!"»
«Viktor Gyökeres é um craque sempre à procura do golo, mas que sabe jogar para a equipa e para o objectivo mais importante de todos que são as vitórias, sem se intimidar com árbitros e defesas duros, pois vai fazendo a diferença no relvado com o seu futebol de assinatura e qualidade superior.»
Os adeptos, alguns adeptos, são sempre demasiado rápidos a vergastar os miúdos da nossa formação. Criticam os treinadores quando não os aproveitam, criticam os seleccionadores quando não os escolhem, mas também criticam os jogadores oriundos da Academia leonina - só porque não são Ronaldos ou Maradonas. (E o próprio Ronaldo é criticadíssimo por uma falange diminuta mas muito estridente - só falta chamarem-lhe lampião).
Nunca hei-de compreender isto. Nunca hei-de habituar-me a isto.
Henrique Monteiro: «O Benfica nos anos 60 queria ombrear com o Real Madrid, mas hoje ombreia com o Real Saragoça. É um facto. E escrevo isto antes de eles jogarem com o Braga e nós com o Guimarães (ambas as equipas têm uma questão minhota a resolver), para deixar claro que nada tem a ver com a conjuntura de um resultado. O nosso Sporting foi-se abaixo a época passada e está a ressurgir. O Benfica das ambições dos benfiquistas foi-se abaixo há 40 anos e não há meio de acertar.»
João Távora: «A eternidade do Olimpo é privilégio de poucos, só acessível a quem pela fidelidade a uma divisa, a um emblema, logrou conquistar o coração às suas gentes; uma utopia pouco em voga por estes dias em que a lógica mercantilista é preponderante na gestão das carreiras desportivas. Não será esse o caso do Rui Patrício que soube sofrer, crescer e afirmar-se na baliza do Sporting onde sem dúvida por estes dias já deixou marca no coração dos adeptos leoninos e um lugar na história do clube. Onde só falta um “bocadinho assim” até ao Céu: a consumação de um final feliz, que é o título de Campeão Nacional.»
«O Sporting tem eleições regulares. Esse é o espaço e o momento para escolher as pessoas que conduzirão os destinos do clube, num mandato previamente determinado. Uma vez escolhidos, os órgãos sociais passam a ser os nossos representantes. Se o voto é o momento de manifestar confiança em determinada equipa, é da mais elementar vivência democrática que permitamos que essa equipa materialize o seu programa eleitoral.»
Há um ano, também após a jornada 11, a classificação do campeonato português de futebol era a seguinte:
Benfica 31
Braga 25
FC Porto 23
Casa Pia 20
V. Guimarães 20
Sporting 19
Este ano, tudo bastante diferente. Como os números demonstram sem margem para dúvida:
Benfica 28
Sporting 28
FC Porto 25
Braga 23
Moreirense 20
V. Guimarães 19
Tudo visto e conferido, temos portanto as seguintes variações:
Sporting: + 9
FC Porto: + 2
V. Guimarães: - 1
Braga: - 2
Benfica: - 3
Vale a pena anotar. Porque nada melhor do que o debate com base em dados estatísticos em vez do "acho que" ou do "parece que" ou do "mais ou menos", tão à portuguesa.
Marta Spínola: «Tem poucos golos, mas os Rinaudos não se querem para marcar os golos, querem-se a acompanhar a bola e jogadas, de forma que a equipa possa estar sempre a jogar e sejam os primeiros a defender. Por mim está bem assim. Ah, e aprovo muito um capitão Rinaudo. Muito. Vê-se que é um líder.»
«Dário a precisar claramente de rodar. Se a equipa B / Liga 3 é um patamar tido como demasiado baixo, parece-me que, mesmo sem Morita em Jan/Fev, teremos de o emprestar, não tem estado nada bem nos poucos minutos que tem tido.»
Será desta? Está escrito na estrelas - acredito - que Eric Jeremy Edgar Dier regressará ao Sporting, a casa que o formou.
Talvez o cenário mais adequado seja este. O valioso defesa, 49 vezes internacional por Inglaterra, termina no final da época o seu prolongado vínculo contratual ao Tottenham. Tem a idade certa - 29 anos. Tem experiência, maturidade, currículo. Tem forte ligação afectiva à massa adepta leonina. E tem possibilidade de vir a "custo zero", como agora se diz. Com um valor de mercado que ronda os 18 milhões de euros. Já em Janeiro, muito a tempo de dar o seu contributo para mais de metade do campeonato em curso.
Além de tudo, nove anos depois, Dier sente vontade de voltar a Portugal - que é seu país também, pois tem dupla nacionalidade. Lembrando os 12 anos em que actuou de Leão ao peito, desde menino. É ele quem o confessa: «O Sporting é a minha casa.»
Aqui poderia jogar de novo com regularidade: recordo que nesta época ainda só participou em duas partidas pelo emblema londrino. Sendo útil, como sabemos, não apenas como central mas também como médio defensivo, posição que não lhe é estranha.
Eis a pergunta que hoje faço aos leitores: veriam com bons olhos este regresso de Eric Dier?