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És a nossa Fé!

A ponta do iceberg

Screenshot 2023-08-31 192446.png

Mariana Cabral, treinadora do Sporting, diz que “futebol precisa de mudar a perspectiva que tem sobre as mulheres na modalidade”.

 

“É lamentável e foi extremamente inapropriado o que aconteceu. Uma pessoa com o cargo de presidente da Federação espanhola nunca poderia ter um gesto daqueles. Faz parte da sociedade em que vivemos e que é muito machista. O futebol precisa de mudar um bocadinho a perspectiva que tem sobre as mulheres na modalidade".

 

A técnica do conjunto leonino, de 36 anos, considera que o que sucedeu à vista de todos a 20 de Agosto, quando, no final do jogo que consagrou a selecção feminina espanhola campeã do mundo de futebol, em Sydney, é apenas um dos muitos casos em que as mulheres são vítimas em todo o mundo, incluindo Portugal.

 

“Se assim acontece, imaginemos as coisas que acontecem nos bastidores e que ninguém pode provar. Também em Portugal acontecem. Por um lado, é uma pena, mas acaba por ser um momento interessante por chamar a atenção por poder ter as jogadoras da seleção espanhola e todas as que se juntaram a dizer que isto não está certo e é preciso mudar”.

O melhor prognóstico

Muitos prognósticos, um desfecho até banal (1-0), mas mesmo assim ninguém acertou no resultado do Sporting-Famalicão. Quem anteviu goleada em Alvalade à quinta melhor equipa portuguesa actual, atirou para a bancada.

Aplica-se, portanto, o critério do desempate. Fica declarado vencedor quem acerta em dois destes três parâmetros do jogo: golos da equipa visitada, golos da equipa visitante, goleadores de serviço.

Sendo assim, triunfou nesta ronda o leitor Leão 79. Previu 2-0, acertando na parte do Famalicão, e mencionou Paulinho como marcador de um dos nossos golos - que viria a ser único. Se fosse futebol a sério, diria que neste caso a bola bateu no poste e entrou.

Quatro andaram perto, acertando também no poste, mas com a bola a sair: Carlos Estanislau Alves, Cristina Torrão, Leão do Xangai e Tiago Elias. Também vaticinaram 2-0, faltou-lhes mencionarem Paulinho.

Inácio e o "super-Benfica"

Andava eu cheio de dúvidas sobre qual a equipa com mais hipóteses de conquistar o campeonato nacional de futebol 2023/2024 quando li umas declarações de Augusto Inácio que me esclareceram por completo.

Diz ele: «O Benfica reforçou-se de uma maneira em que não dá hipóteses a ninguém e tem uma super-equipa.»

Nem discuto mais o tema. Está encontrado o campeão. A turma de São Domingos de Benfica que encomende as faixas.

Nós, há dez anos

 

José da Xã: «Não obstante o empate (o Sporting merecia naturalmente vencer), Fredy Montero voltou a fazer o gosto ao pé. Neste momento faltam (apenas) dez golos.»

 

Eu: «Gostei de ver as estrelas do Benfica sem brilho em Alvalade. O Sporting dominou indiscutivelmente a primeira parte, teve mais posse de bola (55%) e rematou o dobro da equipa adversária ao longo de todo o encontro.»

A voz da leitora

«Apoio o Sporting incondicionalmente, mas esse apoio nunca significará ausência de reflexão crítica e de avaliação, o mais isenta possível, da prestação da equipa... Escamotear os erros da nossa equipa ou "enfiar a cabeça na areia" não nos trará nada de bom, nem a ajudará a tornar-se mais competente...»

 

Paula Dias, neste meu texto

Nós, há dez anos

 

Adelino Cunha«"Vou para um clube que disputa as provas europeias", Joãozinho, 16 de Junho de 2013.»

 

João Távora: «Eu sempre suspeitei disso, mas o nosso imperturbável Leonardo Jardim vem agora denunciar as estratégias de jogo ilegais praticadas pela equipa do Benfica, principalmente os bloqueios "ofensivos". A mim sempre me "ofenderam" estas e outras práticas, aliás desconfio que o clube de Carnide é em si mesmo "inconstitucional".»

 

Eu: «O País vai parar amanhã devido a um jogo de futebol. Entre uma equipa composta maioritariamente por portugueses e uma equipa em cujo onze titular não figura nenhum português. Eu torço pela primeira equipa. Naturalmente.»

Como param as modas

O João Mário que caiu agarrado à perna direita depois de ser vagamente tocado no pé esquerdo, e com isso beneficiando de um penalty, sendo mais maduro, não se pôs a gabar da marosca como este papalvo. Estão bem uns para os outros.

Mas o problema sem dúvida que é a bota branca do Paulinho há uma semana e os braços de Gyökeres agora.

Preparemo-nos para o pior em Braga.

https://fb.watch/mJOsgfPgkU/

Pódio: Paulinho, Coates, Nuno Santos

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Famalicão pelos três diários desportivos:

 

Paulinho: 19

Coates: 18

Nuno Santos: 16

Morten: 16

Gyökeres: 16

Morita: 16

Geny: 15

Diomande: 15

Gonçalo Inácio: 15

Pedro Gonçalves: 15

Adán: 14

Daniel Bragança: 13

Esgaio: 13

Trincão: 11

Matheus Reis: 11

 

Os três jornais elegeram Paulinho como melhor em campo.

Entradas & Saídas

Quase um mês depois do último post que fiz sobre este assunto, a situação do plantel ficou substancialmente mais clarificada:

Saídas confirmadas:

  1. Papuna Beruashvili (19) - Sem justificar a contratação definitiva.
  2. Alcantar (19) - México - Defesa central com potencial, para mim o melhor da B. Sem acordo para contratação.
  3. Gilberto Batista (19) - Moreirense
  4. Martim Marques (19) - Lugano - Actuou na Youth League sem grande destaque. 
  5. João Ferreira (19) - Santa Clara - Defesa esquerdo que actuava na B
  6. Fatawu (19) - Empréstimo ao Leicester c/ opção de compra
  7. Renato Veiga (20) - Basileia
  8. Joelson Fernandes (20) - Hatayspor
  9. José Marsà (21) - Andorra
  10. Tiago Tomás (21) - Wolfsburgo
  11. Ugarte (21) - PSG  - Mais uma venda por números colossais dum jogador projectado por Rúben Amorim.
  12. Sotiris (21) -  Empréstimo ao Olimpiakos c/ opção de compra
  13. Arthur Gomes (24) -  Cruzeiro
  14. Jovane Cabral (25) - Empréstimo ao Salanitana c/ opção de compra
  15. Idrissa Doumbia (25) - Al Ahli
  16. André Paulo (26) - Mafra
  17. Rochinha (28) - Empréstimo ao Al-Markhiya SC, c/ opção de compra
  18. Bellerín (28) - Betis? - Sem justificar a contratação definitiva.
  19. Tiago Ilori (30) - Rescisão

Entradas confirmadas:

  1. Fresneda (18) - Valladolid
  2. Pedro Bongo (19) - Petro Luanda
  3. Hjulmand (24) - Lecce
  4. Gyokeres (25) - Coventry

Empréstimos de jovens com contrato longo:

  1. Samuel Justo (19) - Contrato até ? - Casa Pia
  2. Mateus Fernandes (19) - Contrato até ? - Estoril
  3. Gonçalo Esteves (19)  - Contrato até 2026 - ?
  4. Tanlongo (19) - Contrato até 2027 - ?
  5. Flávio Názinho (19) - Contrato até 2025 - ? 

Saídas definitivas em negociação:

  1. Rafael Camacho (23) - Contrato até 2024
  2. Eduardo Henrique (28) - Contrato até 2024

 

Com esta quantidade de jogadores a sair claro que as equipas B e C/Sub23 ficaram enfraquecidas e a viver dos melhores juniores e juvenis. Mesmo assim, as competições começaram e a A segue em 1º lugar na 1ª Liga com 3 V, a B em 2º na 3ª Liga com 3V1D, a C / Sub23 em 2º com 1V2E.

Pelo que se tem visto nestas primeiras três jornadas, com a chegada dos dois últimos reforços o onze padrão do Sporting a alinhar num 3-4-3 / 4-2-4, com um ala bem mais ofensivo que o outro, deverá ser o seguinte:

Adán; Diomande, Coates e Inácio; Fresneda, Hjulmand, Morita e Nuno Santos; Pedro Gonçalves, Gyökeres e Paulinho.

Mas em cada jogo podem entrar em campo 16, existem lesões e castigos, importa que o onze sombra, aquele que se pode formar com os jogadores restantes, tenha qualidade próxima do de base. E é por aqui muito que se pode avaliar a qualidade do plantel. Neste caso seria o seguinte:

Israel (Callai); St Juste (Quaresma), Neto e Matheus Reis (Muniz); Esgaio (Catamo), Essugo, Bragança e Afonso Moreira; Edwards,  Rodrigo Ribeiro e Trincão.

E para mim este plantel se calhar é  o melhor de todas as épocas de Amorim ao serviço do Sporting, com St. Juste, Matheus Reis, Edwards e Trincão, tudo titulares anteriores que deram bom rendimento no onze sombra. Melhor ainda ficaria com apenas mais um médio, temos dois defensivos e 2/3 ofensivos, não temos nenhum box-to-box ao jeito de Matheus Nunes. Ou do Sotiris, que já marcou um golaço decisivo ao serviço do Olympiakos. Um jogador assim com arranque em velocidade, chegada à área e  poderoso remate de meia distância, dava mesmo muito jeito. 

Mas parece que a opção não é essa, será para mais um interior com características de extremo que, não saindo nem Edwards nem Trincão, será a pensar no Pedro Gonçalves a recuar para o meio-campo quando necessário. O que continuo a entender como um desperdício das qualidades do nosso melhor jogador.  

Neste último jogo viu-se o Pedro numa posição e com parceiros próximos a que não está habituado, e precisa de tempo e rotinas para demonstrar que continua a ser claramente o melhor jogador do plantel.

SL

Paulinho soma e segue: já vão quatro

Sporting, 1 - Famalicão, 0

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Paulinho, com três jogos sempre a marcar, vai sendo um sério candidato a lugar na selecção

Miguel A. Lopes / EPA

 

Alguns adeptos andam descontentes. Ainda não consegui perceber porquê. Vamos com nota máxima nesta temporada, assim chegamos ao fim de Agosto. Três vitórias, nove pontos, estamos no topo do campeonato. Há um ano, na mesma fase, seguíamos só com quatro pontos. Menos de metade do que somamos agora.

Todos os jogos têm merecido nota artística? Não. Actuação irrepreensível dos nossos jogadores? Também não. Mas o essencial vai-se cumprindo: ganhar sempre, nem que seja por um golo de diferença.

E foi isso que voltou a acontecer, anteontem, no Estádio José Alvalade. Recebemos uma equipa tradicionalmente muito difícil, o Famalicão, e cumprimos o objectivo. Triunfo tangencial, tal como os anteriores - desta vez por 1-0. Com a vantagem óbvia de ser o primeiro em que marcamos sem sofrer nenhum. É um progresso que se regista.

 

Para esta recepção à equipa minhota, Rúben Amorim convocou aquele que é talvez o melhor onze leonino do momento: Adán; Diomande, Coates, Gonçalo Inácio; Esgaio, Morten, Morita, Nuno Santos; Pedro Gonçalves, Paulinho e Gyökeres. Na tribuna, assistindo à partida, o jovem Fresneda, vindo do Valladolid. No próprio dia da sua chegada a Lisboa, já contratado pelo Sporting. Deverá ser ele o novo titular da ala direita.

Novidade: a estreia como titular de Morten Hjulmand, o reforço nórdico que veio suprir uma lacuna aberta com a partida, em Maio, de Ugarte. Estávamos a precisar muito dele. A posição de médio defensivo, sobretudo num meio-campo a dois como Amorim tanto gosta, é fulcral. E o internacional dinamarquês, vindo do Lecce, parece ter sido bem escolhido: desempenhou com inegável competência a missão que lhe foi confiada, actuação a merecer nota alta. Nomeadamente na articulação com Morita: vendo-os jogar, nem parece que só se conhecem há poucos dias.

 

Mas o destaque principal vai para Paulinho. Marcou mais um golo decisivo - o que nos valeu a conquista dos três pontos. Apontado aos 52', à ponta-de-lança (sim, agora justifica-se mesmo chamá-lo assim), na cobrança de um livre, por Nuno Santos, a castigar falta sobre o infatigável Gyökeres. Com este, o ex-Braga já leva quatro golos apontados em apenas três rondas do campeonato. Na Liga 2022/2023 só à 26.ª jornada conseguiu esta marca.

Confirma-se, portanto, que lhe faz bem esta parceria recém-estabelecida com o internacional sueco. Gyökeres desta vez não marcou, mas foi um dos obreiros desta vitória. Parece estar em todo o lado, lá na frente. Faz de interior, faz de extremo, faz de segundo avançado, faz de ponta-de-lança. Trabalha para a equipa, com indiscutível mérito. 

Na tribuna de Alvalade estava o seleccionador Roberto Martínez. Paulinho, se continua assim, será um sério candidato à equipa das quinas, na qual já actuou.

Outro jogador que justifica elogio: Coates cumpriu aqui a sua melhor partida até ao momento na Liga em curso. Comandante da defesa, impecável nas recuperações. Bem coadjuvado por Diomande (outra excelente contratação da SAD leonina) e Gonçalo Inácio. Termos o meio-campo mais calibrado ajuda muito. 

 

Quem não tivesse visto o jogo, reparando só no resultado, ficaria a pensar que foi tremido para nós. Puro engano. O Sporting foi sempre a equipa dominadora e tudo fez para ampliar a vantagem. Que só não aconteceu porque o guardião famalicense, Luiz Júnior, fez enormes defesas. Impedindo golos a Paulinho (19'), Gyökeres (65') e Daniel Bragança (85'). Além de ter visto, sem intervir, um livre de Pedro Gonçalves levar a bola à barra (49'). 

A verdade é que o Famalicão - talvez a quinta melhor equipa portuguesa do momento - viu-se incapaz de criar oportunidades de jogo em todo o desafio, de tal modo foi neutralizado pelo Sporting. Nem parecia o mesmo emblema que derrotou o Braga, na Pedreira, na jornada inaugural.

Em suma, nesta ronda não necessitámos de estrelinha. Bastaram o talento, o mérito, a vontade e a garra dos nossos jogadores. 

É isso que lhes pedimos. É isso que lhes exigimos. Vencer sempre, superar todos os obstáculos. Que seja pela margem mínima, tanto faz. A gente não se importa.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Praticamente sem trabalho: limitou-se a estar atento entre os postes. Nos minutos finais, correspondendo a um pedido expresso do treinador, lançou bolas na profundidade. Fez bem.

Diomande - Consegue ser muito seguro mantendo-se imperturbável. Como se ser central do Sporting fosse a tarefa mais fácil do mundo. Forma bom trio com os colegas na linha defensiva.

Coates - O capitão regressou à boa forma. Atento, interventivo, comandante indiscutível da linha mais recuada. Fez sete recuperações. Uma delas mesmo ao cair do pano, aos 90'+7.

Gonçalo Inácio - Está a praticar um futebol mais solto e criativo, potenciando as suas qualidades na construção como central do lado esquerdo. Alguns lapsos menores não lhe roubaram o brilho.

Esgaio - Actuação esforçada na primeira parte, em que foi o ala com maior propensão ofensiva. Faltou-lhe fazer a diferença nos cruzamentos. Acusou fadiga física na segunda parte.

Morten - O reforço dinamarquês estreou-se como titular e vai certamente ser dono da posição de médio defensivo. Sempre em jogo, com passes precisos e de cabeça bem levantada. 

Morita - Boa parceria com Morten, dando solidez e consistência ao nosso meio-campo. Compete-lhe a ligação à linha avançada. Sabe conduzir a bola e pensar o jogo. Trabalha para a equipa.

Nuno Santos - Exibição pálida, talvez por não estar ainda em plena forma desde que voltou da lesão. Muito contido a subir no corredor esquerdo. Mas foi ele a marcar o livre que deu golo.

Pedro Gonçalves - Ainda nos deve uma exibição de encher o olho nesta Liga. Continua meio trapalhão, meio apático. Bateu bem um livre: a bola foi à barra. Mas falhou golo fácil (90'+4).

Paulinho - A figura do jogo. Nunca se exibiu tão bem no Sporting. Muito perto de marcar aos 19' (defesa aparatosa de Luiz Júnior). Meteu-a lá dentro, de cabeça, aos 52'. Está imparável.

Gyökeres - O avançado sueco é um todo-o-terreno. Vai a todas, não desiste de um lance. Derrubado em falta, sacou livre que nos valeu golo. Esteve muito perto de marcar ele também.

Geny - Entrou aos 60', rendendo Nuno Santos. Seis minutos depois rumou ao seu lugar, na ala direita, onde teve exibição muito positiva. Construiu lance de golo para Pedro Gonçalves (90'+4).

Matheus Reis - Substituiu Esgaio aos 66'. Mas actuou no corredor esquerdo, seu posto natural. Não inventou, não atrapalhou, não improvisou. Ajudou a manter posse de bola, tarefa útil.

Daniel Bragança - Regressado de lesão, entrou aos 84', rendendo Morten. No minuto seguinte esteve perto de marcar com remate de pé direito. Soube segurar a bola e entregá-la com critério.

Trincão - Entrou aos 84', substituindo Paulinho. O resultado estava construído, o essencial estava feito. Mal se reparou nele.

Nós, há dez anos

 

Adelino Cunha«Há merdas que não percebo, sinceramente. Por exemplo: calçar saltos altos para berrar garotices. Eu esperava pela primeira derrota. Ou esperava que o Bruma assinasse pelo Porto. Eu esperava que a banca cortasse o crédito ao Sporting. Ou esperava que o treinador fosse despedido. Eu esperava ter alguma coisa para dizer antes de abrir a boca.»

 

José Navarro de Andrade: «O "benfiquismo", chamemos-lhe assim, é não mais do que uma declinação da piedade religiosa. Ora se temos o dever cívico da tolerância de culto, então o dito "benfiquismo" não será mais perturbante do que o fervor dos primitivos cristãos, ou dos xiitas ou dos pentencostais texanos. Nada disto nos deve suscitar asco ou inquietação, desde que o ritual decorra livremente lá entre eles e não perturbe o nosso sossego.»

 

Eu: «- Não podes negar que a grande maioria dos sportinguistas está com ele.

- Duvido que seja a grande maioria. Mas mesmo que fosse isso só se devia à sorte que a equipa tem tido. Tudo vai mudar quando começarem as derrotas. E podes ter a certeza que hão-de chegar.

- Chegar? Quem?

- As derrotas. Hão-de ser muitas, tenho a certeza. Quem ri melhor é quem ri no fim. Ainda hás-de ver o Bruno reatar relações com o Porto e pedir ajuda ao Pinto da Costa, implorando-lhe para nos devolver o Izmailov a custo zero.

- E ele?

- Ele vai-se rir, claro.

- E tu?

- Eu faço como o Pinto da Costa. Rio também.»

Gyökeres à beira do cartão vermelho

Já está descoberta a técnica para travar Gyökeres. O defesa encosta-se a ele, abraça-o por detrás, agarra-lhe calções, camisola o que puder, desde que não lhe puxe os cabelos que daria muito nas vistas, e quando Gyökeres tentar equilibrar-se ou desembaraçar-se atira-se para o chão agarrado ao focinho, ora a espernear ora esticado como morto. Depois é esperar que o putativo árbitro faça o que lhe mandam e os paineleiros das tascas mediáticas armem o concomitante charivari a dizer que o homem é um bruto.

De que estavam à espera? Vai ser assim e em crescendo até Maio, se o homem não se for embora antes.

O campeonato português são quatro clubes e o resto é paisagem ou negócio escuro, como se viu nas eliminatórias das competições europeias, em que ficou tudo pelo caminho, e o simulacro de futebol que se pratica em Portugal é uma anedota de simulações, interrupções, manhas e ronhas, ordinária e nojenta. Razão pela qual a compra de direitos televisivos noutros mercados vai perdendo clientes - quem quer ver espectáculo tão deprimente na mesma televisão em que acabou de ver uma partida da Premier League ou mesmo da Eredivisie?

O dia seguinte

Se ainda tinha algumas dúvidas depois desta vitória contra um muito difícil Famalicão e um árbitro que ia conseguindo estragar o jogo pela sua mediocridade "tuga" APAF, viciada no controlo do jogo e completamente imprópria duma Champions, deixei de as ter.

É claramente a melhor equipa da era de Rúben Amorim à frente do Sporting. Mais possante fisicamente, com bem mais kgs e cms, com um arsenal de soluções muito para além do contra-ataque rápido e mortal ou da improvisação sublime de alguém lá da frente.

Isto com um conjunto carente de afinação, jogadores que acabaram de vir de contratação ou de lesão que redefiniram sistema táctico e modelo de jogo. O melhor está para vir, isso é claro.

O Sporting começou em 4-2-4 que logo se transformou em 3-2-5 pelo confronto com um Famalicão bem encolhido num 5-4-1. Ou seja, primeiro Nuno Santos estacionou lá na frente, depois Esgaio também. O Sporting controlava completamente as operações, nunca deixando partir o jogo, mas falhava na concretização ou no último passe.

Aos 20 e poucos minutos o árbitro deu cabo daquilo tudo. Um amarelo mal mostrado a Gyökeres, depois outro igualmente mal mostrado ao defesa do Fanmalicão, proclamou que aquilo era um circo a precisar de palhaços. O Famalicão arranjou-os até ao intervalo, os 3 minutos de compensação foram a demonstração clara do desnorte do pobre árbitro que só a APAF saberá como chegou a ter esta responsabilidade.

Obviamente que a pateada de Alvalade foi monumental ao intervalo. Maior ficou quando o Famalicão reentrou com 5 minutos de atraso. A verdade é que a segunda parte teve melhor arbitragem, menos palhaçada e mais futebol.

O Famalicão reentrou com toda força e teve uma oportunidade logo a abir a segunda parte, mas o Sporting pouco tempo depois marcou por Paulinho, e o jogo terminou do ponto do vista do resultado.

Primeiro Rúben Amorim renovou as alas, depois o meio-campo, e nunca mais o Famalicão teve qualquer oportunidade para empatar, limitou-se a evitar a derrota por números maiores.

 

Melhor em campo? Paulinho claramente, três meias oportunidades desperdiçadas no primeiro tempo, marcou no segundo a passe de Coates. Depois dele, o trio defensivo ontem excelente na protecção a Adán.

Pior em campo? O árbitro APAF Narciso, que ia conseguindo estragar o jogo pelas asneiras na parte final do primeiro tempo. Deve achar que os jogadores de futebol são manetas, ou então serve apenas de juiz de palhaços, não de jogadores de futebol.

Naquele desvario Narcísico houve alguém que conseguiu ir falando com ele, sempre na maior correcção  e tentando pôr juízo naquela pobre cabeça. Acabou de chegar, nem português fala, mas foi exemplar na forma como interagiu com um árbitro medíocre e desorientado. Chama-se Morten Hjulmand. Se era capitão no Lecce, ainda estamos no primeiro jogo e já merece ser subcapitão no Sporting. "El patrón" é um santo mas não um mártir, e as canalhices arbitrais vão desgastando. Precisa de ajudante.

Sobre a ocupação do estádio, tema agora predilecto dos trolls morcões que tentam parasitar este blogue. Estiveram mais de 4O mil em 50 mil possíveis, conviria saber a ocupação por sectores para se perceber onde estão as clareiras. Na curva sul estão com certeza, bem à vista, e percebe-se porquê.

SL

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da terceira vitória consecutiva. Desta vez por 1-0, no nosso estádio, contra o Famalicão - a quem impusemos a primeira derrota. Em jogo de sentido único, com domínio total leonino. Frente a uma equipa que logo na ronda inaugural desta Liga 2023/2024 foi ganhar em Braga.

 

De Paulinho. Outro golo marcado: e vão quatro, em três jogos. Outro desempenho decisivo na conquista de pontos: já lhe devemos sete nas partidas disputadas. Desta vez ameaçou aos 19' (Luiz Júnior salvou um golo quase certo defendendo com a cabeça!), mas concretizou aos 52': estava no sítio certo para completar da melhor maneira, cabeceando, uma tentativa de Coates na grande área dando sequência a um livre lateral. Melhor jogador em campo, é hoje o mais destacado elemento desta equipa. Voltou a ouvir o cântico que lhe é dedicado, por mérito próprio.

 

De Gyökeres. Não marcou, mas foi incansável no trabalho em campo. Actuando umas vezes como extremo, noutras como interior esquerdo ou direito. É dele o passe para o quase-golo de Paulinho aos 19'. Tem um vigor físico impressionante e obriga a fixar dois defesas adversários sempre de olho nas suas movimentações imprevisíveis, abrindo espaços para os companheiros. Esteve perto de marcar, de livre directo, num remate rasteiro. Grande contratação.

 

Da estreia de Morten a titular. O reforço dinamarquês jogou bastante adiantado, mais como médio de construção do que médio defensivo. Segura com eficácia a bola, define bem o passe, sabe temporizar o jogo. Tentou articular-se com os companheiros: passou no teste. Falta-lhe apenas acentuar a robustez física: saiu aos 84', visivelmente desgastado.

 

Das entradas de Geny e Daniel Bragança. Ambos formados em Alcochete, trouxeram frescura e ousadia numa fase de notória quebra física da nossa equipa. O primeiro entrou aos 60', rendendo um desinspirado Nuno Santos (passando para o corredor direito com a entrada de Matheus Reis, aos 66'): foi dele um dos lances individuais mais espectaculares do jogo ao ganhar uma bola disputada mesmo no limite da linha de fundo, driblando Moura, e ao centrá-la, bem redonda, para Pedro Gonçalves tentar dar-lhe o rumo certo. O segundo, em campo desde os 84', foi vital para garantir a posse de bola numa fase em que o Famalicão tentava o golo do empate. Esteve até à beira de marcar com um tiro do seu pior pé, o direito.

 

De não termos sofrido golos. Primeira partida deste campeonato em que as nossas redes se mantiveram invioláveis após termos permitido que Vizela e Casa Pia marcassem. A presença de Morten facilitou o trabalho do trio defensivo (Diomande, Coates e Gonçalo Inácio). A tal ponto que o Famalicão não criou um só lance de golo em todo o jogo.

 

Do guarda-redes do Famalicão. Luiz Júnior foi fundamental para evitar que a sua equipa saísse de Alvalade com uma derrota mais volumosa. Pelo menos com intervenções decisivas a remates de Paulinho (19'), Gyökeres (65') e Daniel Bragança (85').

 

Do ambiente festivo no nosso estádio. Vive-se uma inegável comunhão entre os adeptos e os jogadores. Confiança inabalável da nação leonina nas potencialidades desta equipa, que ontem apresentou talvez o melhor onze em campo. Não por acaso, registou-se a presença de 40.287 espectadores nas bancadas. Testemunhando este facto inegável: chegamos ao fim de Agosto com a pontuação máxima garantida. Todos os sonhos são possíveis. Daí ter-se gritado «Sporting campeão!» ainda antes do apito inicial.

 

De termos cumprido 17 jogos seguidos sem perder. Se somarmos o de ontem às 14 rondas finais da Liga 2022/2023 e às vitórias nas duas rondas iniciais do novo campeonato, é este o número de desafios que já levamos sem conhecer o mau sabor da derrota em partidas oficiais.

 

De ver o Sporting no comando. Nove pontos, liderança do campeonato - para já partilhada com o V. Guimarães. É precisamente aqui que devemos estar. Na Liga 2022/2023, também à terceira jornada, só tínhamos quatro pontos - menos de metade dos actuais.

 

 

Não gostei

 

De Pedro Gonçalves. Outra exibição apagadíssima. Nem actuando mais na frente, compondo um trio com Gyökeres e Paulinho, nem recuando no terreno nos minutos finais, conseguiu fazer a diferença. Errou vários passes, acusou falta de intensidade, foi ineficaz na marcação de cantos, não protagonizou lances de ruptura. Falhou escandalosamente o golo que Geny lhe ofereceu aos 90'+4. Podia ter sido feliz na marcação de um livre directo, aos 49', quando fez a bola embater na barra - único momento positivo em dia não. Mais um, desde que decidiu trocar o n.º 28 pelo n.º8 que antes tinha sido de Bruno Fernandes.

 

De Nuno Santos. Ainda não recuperou a antiga forma desde que falhou o início da temporada oficial devido a lesão. Quase sempre inofensivo no corredor esquerdo, permitiu que Esgaio tivesse muito mais iniciativa atacante no flanco oposto. Limitou-se a quatro cruzamentos, sem consequências dignas de registo - de resto, abusou dos passes à retaguarda. Melhor momento: a marcação de um livre, tipo canto curto, do lado direito - que daria início ao nosso golo solitário. Poucos minutos depois saiu, visivelmente insatisfeito com a sua prestação em campo. 

 

Do empate a zero ao intervalo. Sabia a muito pouco num primeiro tempo de sentido único, em que só a nossa equipa procurou a baliza adversária, com o Famalicão todo recolhido em 30 metros: basta anotar que o primeiro canto da turma minhota só aconteceu aos 82'. A nossa aparente incapacidade para furar a muralha defensiva dos visitantes foi enervando parte do público no estádio, que começou a transmitir nervosismo à equipa. Sem necessidade alguma.

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