Eu: «Andam uns quantos sportinguistas - poucos mas barulhentos - muito indignados com o processo de formação do plantel. Estão no seu pleno direito. Embora alguns não tenham esboçado a menor crítica há um ano, quandoJoão Pereira- titular do Sporting e da selecção - foi transferido para o Valência a poucos dias do início doCampeonato da Europa - e a desastrada política de contratações anterior conduziu a um duplo efeito negativo: a maior despesa e o menor rendimento de sempre. Recordo entretanto que no Verão de 2012 a maiorpolémicacentrava-se em dois sportinguistas que, emprestados à Académica, contribuíram para a derrota do nosso clube na final da Taça de Portugal. Não faltou quem se insurgisse contra Adrien e Cédric por esse facto. De forma totalmente injusta. Fiz então, e renovo agora, uma declaração de interesses: considero ambos valores indiscutíveis do Sporting e é com imenso gosto que os vejo de verde e branco.»
Vi ontem pela TV o jogo de apresentação da equipa aos sócios e adeptos.
Uma festa salva pelo excelente resultado e pela meritória exibição do conjunto, que ao que diz quem lá foi, já a procissão ia na segunda volta à igreja e ainda havia gente às cabeçadas aos torniquetes de tal forma que quando o desfile dos craques começou estavam meia-dúzia de gatos pingados nas bancadas. Eu não lhe chamaria amadorismo, que em qualquer clube amador a coisa não seria tão... amadora, será antes sobranceria e positivamente estar-se cagando (perdoem o francês) para os pagantes. Seria interessante, uma vez que se alterou o sistema de controlo de entradas, fazer um ensaio geral, mas como sabemos, no Sporting, confia-se na virgem e ela ontem estava a banhos.
Adiante, esperemos que esse problema seja resolvido, que o que interessa é os rapazes corresponderem às nossas expectativas, e em mais um início de época elas estão em alta, como é normal. No entanto, ao contrário da época passada, em que apesar do desejo de ver as nossas cores na frente, se percebeu que a coisa não iria correr muito bem (e depois com o rombo Matheus ainda as coisas pioraram), este início de época, nos dois jogos mais a sério, este de ontem e o disputado com a Real Sociedad, sobretudo com a entrada do Viktor (Amorim dixit), uma espécie de Maniche (o do Benfica) mas em bom, que massacra defesas com o seu poderio físico, a que alia uma técnica muito interessante, a postura da equipa mudou radicalmente. Com a entrada deste moço sueco, poderemos eventualmente ver o melhor Paulinho, agora que não recaem sobre ele os holofotes; poderemos ter o Pedro mais liberto para entrar na área com a bola controlada e fazer o que mais gosta, marcar golos; Poderemos ter um Trincão finalmente liberto das amarras que o têm prendido à bola, tão preso que às vezes até se baralham, ele e a bola; Poderemos ter o Markus displicente mas genial a fazer golos como o de ontem, etc. Tudo isto para dizer que este rapazinho sueco tem recursos que podem mudar radicalmente o futebol da equipa e potenciar jogadores que andaram muito abaixo do seu real potencial. Tenho a esperança de que os senhores do apito não comecem a confundir poder físico com faltas técnicas e não o impeçam de ser o jogador que está a demonstrar ser.
Em resumo, gostei muito do que vi e como digo no título, a esperança está subindo e sendo ainda cedo, nem o campeonato começou, nem o conjunto está completo, com este grupo de intérpretes, poderemos tocar uma ópera triunfante, não apenas com cinco violinos mas com orquestra sinfónica em ritmo de "A cavalgada das Valquírias". E se é certo que para ver ópera a gente vai ao São Carlos, se a orquestra seguir afinada, poder-se-á assistir a umas belas árias em Alvalade e em todos os estádios por onde ela se exiba.
*Ler com sotaque nordestino do Brasil, p.f. (sketch de Jô Soares no programa "Viva o Gordo" em que se parodiava a situação brasileira classificando-a com "subino" e "deceno", transpondo-a para o nosso 8 ou 80).
Foi ontem a apresentação aos sócios da equipa de futebol do Sporting no agora magnífico relvado de Alvalade. E mais uma vitória clara por 3-0 frente a uma das melhores equipas da liga espanhola e que joga um futebol próximo do Barcelona. Um “tiki taka” de atracção /explosão que corre riscos atrás para chegar à frente com capacidade para resolver.
Depois do jogo contra o Villarreal ouvi Rúben Amorim dizer que andou desde Março atrás deste sueco, felizmente tem um presidente que entende o que quer e vai atrás. E o sueco veio. Dizem que agora virá um dinamarquês para o meio-campo. Pois se for como este sueco, é para ontem.
Obviamente que antes de pensar no sueco Amorim fez um balanço bem negativo do que foi a primeira metade da época passada. Foi atrás de Diomande para estabilizar a defesa e depois pensou no ataque. E o ataque precisava duma locomotiva que Paulinho não é, um jogador poderoso que verdadeiramente incomode os defesas contrários, que os force à falta em zonas perigosas e liberte os baixinhos mais ou menos geniais do onze. Com Trincão ou Paulinho próximos, Gyökeres torna-se um avançado muito difícil de parar. E tendo um ataque assim, não vale mesmo a pena gastar tempo atrás a construir desde o guarda-redes. O futebol do Sporting tornou-se mais simples e directo do que na época passada, sem prejuízo da eficácia. Muito mais de acordo com os objectivos desta época.
Foi uma 1.ª parte aberta com muitas bolas perdidas pelos dois lados no meio-campo que davam origem a contra-ataques perigosos e oportunidades para os dois lados. Valeu o rasgo do pior em campo até ao momento, Edwards, para chegarmos ao intervalo em vantagem.
A 2.ª parte começou com um festival de posse por parte dos espanhóis, com o Sporting a assistir de poltrona, até que mais um contra-ataque encontrou Pedro Gonçalves no sítio em que é letal.
Depois vieram as substituições em massa dos dois lados, e ainda houve tempo para um estádio em delírio a cantar a canção do Paulinho.
Coates e Pedro Gonçalves foram os heróis da noite, Gyökeres encantou as bancadas, Edwards e Paulinho marcaram belos golos, mas gostei muito de ver um Catamo muito focado e perigoso a ala direito. Simplesmente extraordinário e merecedor de todos os elogios o trabalho de Amorim em recuperar jogadores da casa que vêm de maus momentos, como o próprio Catamo, Quaresma, Jovane e Bragança.
E agora? É ter calma e deixar Amorim e a estrutura trabalhar.
Infelizmente o bom desempenho no óptimo relvado de Alvalade da equipa de Amorim não foi acompanhado por um desempenho análogo na organização do evento, e particularmente no acesso e usufruto do estádio, digamos que o New Era 2.0 ficou a 0.8, pior do que antes. Uma confusão na informação recebida nos mails de subscrição da Gamebox, uma confusão nas filas para as portas, uma confusão nos torniquetes devido às avarias de alguns e das particularidades do código QR, uma confusão nos lugares com o desaparecimento das marcações nos degraus (pintados de cinzento cor de rato morto) e passagem das mesmas para as cadeiras (algumas erradas).
Tudo isto originou uma apresentação do plantel a bancadas semi-vazias, e depois com um estádio cheio a uns 70/80% veio o anúncio que estavam 30 mil pessoas.
Bom, se o outro punha mais 10 mil em cima para animar a malta que lá ia e criar o apetite nos outros, este “artista” 2.0 tira 10 para deprimir quem lá esteve e para dizer a quem não vai que não merece a pena por lá os pés.
A reorganização dos espaços das claques também levanta muitas interrogações, os descontos a quem foi forçado a trocar de lugar face aos restantes também, os espaços de restauração parece que deixaram muito a desejar, enfim toda uma confusão sem qualquer justificação.
Se eu fosse o presidente diria das boas ao “artista”. Amorim, a equipa, os sócios e adeptos que quase encheram o estádio mereciam bem melhor.
Sporting, 3 - Villarreal, 0 (Troféu Cinco Violinos)
Pedro Gonçalves, muito batalhador e eficaz marcador: novamente o melhor em campo
Foto: António Cotrim / Lusa
Grande espectáculo, grande moldura, grande ambiente, grande jogo, grande resultado.
Conclusão a que cheguei após observação atenta do plantel leonino para 2023/2024: tem qualidade, combina jogadores que se complementam muito bem, faz-nos renascer a esperança na conquista de títulos e troféus.
Falta ainda definir o onze-base da nova temporada. Desde logo porque se fala na chegada iminente de Pedro Neto, do Wolverhampton, por empréstimo. E da possivel vinda de André, do Fluminense.
Não adianto prognósticos, mas se aparecerem ficaremos com uma equipa de luxo. Em todas as posições.
Ontem, em Alvalade, com as bancadas muito bem compostas apesar da hora tardia a que começou o jogo e das dificuldades que milhares de adeptos tiveram para entrar no recinto, os nossos jogadores cumpriram. Tanto com o equipamento tradicional, na primeira parte, como com o equipamento alternativo, na etapa complementar: branco com listas verdes.
Vencemos e convencemos. Desta vez o Villarreal, equipa que se classificou na quinta posição da Liga espanhola 2022/2023 e acabara de empatar 1-1 com o Feyenoord. Agora, em Alvalade, derrotada por 3-0 - a mesma marca do nosso triunfo anterior, frente à Real Sociedad, que ficou em quarto no campeonato do país vizinho.
Balanço destas duas partidas: marcámos seis golos, não sofremos nenhum.
Com a diferença, quanto ao desafio de ontem, que nos valeu um troféu. Um dos que mais estimamos, por motivos óbvios: o Cinco Violinos.
Com 30.103 adeptos nas bancadas - número oficial. Mas a contabilidade peca por defeito: a partir de certo momento, face à enorme procura e à longa espera, os torniquetes foram levantados e deixou de haver registo.
Desta vez Rúben Amorim recuperou sem hesitar o sistema 3-4-3 que introduziu em 2020 no Sporting. Com uma alteração digna de registo: deixámos de sair com a bola daquela forma lenta e facilmente anulável pelas equipas adversárias que estudam bem a nossa. Agora somos mais rápidos, objectivos e aptos a queimar linhas na construção ofensiva, explorando a profundidade. Suprindo uma lacuna que começava a tornar-se incómoda.
Onze inicial ontem em campo: Adán; Eduardo Quaresma, Coates, Gonçalo Inácio; Esgaio, Morita, Pedro Gonçalves, Matheus Reis; Edwards, Trincão e Gyökeres. Principal novidade: a inclusão de Eduardo, elemento da nossa formação.
Outros jovens nascidos para o futebol em Alcochete viriam a actuar mais tarde: Geny, Daniel Bragança e Jovane. Com Rodrigo no banco - outra feliz notícia. Ainda bem.
Ouviu-se O Mundo Sabe Que em modo artístico, ao som de violino real: bom auspício para o que iria seguir-se.
A verdade é que houve alguns lances a pedir música da melhor. Os nossos três golos, por exemplo.
O primeiro, fruto da inspiração individual de Edwards, que pareceu ter despertado da letargia galgando muitos metros com a bola dominada no corredor central e acabou por rematar com êxito após deixar para trás vários adversários. Um quase-golo à Maradona, estavam decorridos 44 minutos. Assim, com 1-0, se foi para o intervalo.
O segundo, obra e graça de Pedro Gonçalves, marcando de pé esquerdo: assim coroou de êxito exibição de classe no corredor central. A veia goleadora dele permanece, agora incentivada por ter nas costas o n.º 8, que pertenceu a Bruno Fernandes.
O terceiro, aos 83', teve assinatura de Paulinho, que saltou do banco aos 53'. Ao primeiro toque, à ponta-de-lança, correspondendo com eficácia a um centro de régua e esquadro de Geny numa boa jogada colectiva iniciada nos talentosos pés de Daniel Bragança. Impecável a jogar de frente para a baliza.
Este Sporting está bem e recomenda-se. Faltam acertos pontuais. Falta recuperar St. Juste, há quase um mês no estaleiro. Falta saber se a lesão de Nuno Santos, ontem ausente do tapete verde de Alvalade, será debelada em breve.
Falta saber se ainda há reforços a caminho.
Falta, sobretudo, ter a certeza de que nenhum dos nossos melhores irá sair. Há um ano, por alturas da terceira jornada da Liga 2022/2023, a partida de Matheus Nunes desestabilizou a equipa ao ponto de ela nunca mais se ter reencontrado.
Nenhum de nós quer que este filme se repita.
Breve avaliação dos nossos:
Adán. Grande defesa aos 24', negando o golo à turma espanhola. Saiu aos 65', cedendo protagonismo entre os postes ao jovem Israel.
Eduardo Quaresma. Titular: prova de que o treinador confia nele. Causou dois calafrios na primeira parte, melhorou na segunda. Até sair, aos 85'.
Coates. O melhor do nosso reduto defensivo, confirmando-se como comandante. Cortes providenciais aos 9' e 48'. Saiu aos 65', entregando a braçadeira.
Gonçalo Inácio. Mais contido do que nos jogos anteriores, sem sair com a bola dominada. Foi capitão entre os minutos 65' e 85'.
Esgaio. Voluntarioso. Bons centros aos 28', 41' e 45'+2. Mas sem fazer a diferença, ao contrário das partidas anteriores.
Morita. Trabalhador incansável, aguentou 90 minutos em campo. Fez de médio defensivo, preocupado sobretudo com a recuperação de bolas. De uma delas nasce o segundo golo.
Pedro Gonçalves. Melhor em campo. Volta a ser o mais influente. Assistiu Edwards no nosso primeiro golo e marcou ele próprio o segundo, aos 72'. Quase repetiu a proeza aos 80'.
Matheus Reis. Subiu de rendimento em relação ao desafio anterior, desta vez actuando como ala esquerdo. Esta subida no terreno potencia as suas melhores características.
Edwards. Parecia alheado do jogo quando pega na bola e galga terreno com ela dominada, dribla vários e marca o nosso primeiro. Inventou golo que mal festejou. Nota artística.
Trincão. Protagonizou grande arrancada aos 9, ceifado em falta - com cartão amarelo para o adversário. Substituído por Daniel aos 65'.
Gyökeres. Combativo, sem fugir aos duelos. Na zona de tiro, obrigou Jorgensen a grande defesa (18'). Sacou um amarelo (22'). Com ele, o futebol leonino fica mais acutilante e vertical.
Geny. Dinâmico, substituiu Esgaio aos 57'. Foi dele a assistência para o nosso terceiro golo. Amorim parece contar com ele.
Paulinho. Ponta-de-lança sem golos é como jardim sem flores. O minhoto, por troca com Edwards (57'), marcou o terceiro (75'). E ainda atirou a roçar a barra (83'). Desta vez cumpriu.
Israel. Substituiu Adán aos 65'. Sem trabalho intenso quase até ao cair do pano. Defesa aparatosa aos 90'+4.
Daniel Bragança. Quem sabe, nunca esquece. Parecendo totalmente recuperado da grave lesão do Verão passado, substituiu Trincão aos 65'. Inicia construção do terceiro golo.
Diomande. Mostrou o que vale - e é muito. Em cortes e recuperações, como central improvisado à esquerda, a partir do minuto 65', quando rendeu Coates.
Neto. Entrou aos 65', para o lugar de Eduardo Quaresma. Passando a ostentar a braçadeira de capitão, após Coates e Gonçalo Inácio. Com todo o mérito.
Jovane. Gyökeres saiu aos 85', recebendo calorosos aplausos da massa adepta. O caboverdiano entrou para o seu lugar, sem comprometer. Marcou livre a rasar a trave (89').
Esta coisa das claques, mudanças de lugar com passagem para a bancada A e a confusão gerada com tudo isto, deixou-me um tanto apreensivo e sem vontade de ir ao jogo.
O problema é que na família há mais malta e por vezes, qual tsunami futebolístico, sou literalmente arrastado para os jogos. Algumas vezes venho de lá feliz, outras nem tanto, mas isso faz parte desta (boa) doença a que muitos chamam de paixão clubística.
Já saímos tarde de casa. Pelo caminho e através de muitas fotos fomos percebendo as dificuldades para entrar no estádio. Uma desorganização... organizada! Também é necessário mérito para isto.
Quando chegámos à nossa actual porta de acesso, que por acaso é a mesma do ano passado, demos conta de que não havia fila nem confusão para entrar. Então nos torniquetes aquilo deu logo verde.
- Boa - pensei! Mas fiquei a pensar se a coisa não fora alterada para entrarmos mais depressa, Digo eu!
A moldura humana presente era já razoável, mas o meu lugar... mesmo sendo mais perto do relvado e dos jogadores, não era o meu preferido. Lá em cima na B, mesmo por detrás da baliza, saberia-me muito melhor. Mas enfim...
Não falo do jogo (outros muuuuuuuuuuuuuuuuuuito melhor que eu por aqui saberão explicar o que se passou em campo), mas assumo que no fim gostei do resultado, dos miúdos e essencialmente da assistência ao meu redor... Muitas adeptas! Ferverosas, frenéticas e conhecedoras do plantel leonino!
Repito... gostei! Porque o futebol é cada vez mais um desporto para todos e todas!
Ainda por cima não me posso esquecer que tenho duas netas!
É hoje o jogo de apresentação da equipa do Sporting aos sócios frente a mais uma equipa espanhola, o Villarreal, que terminou em 5.º lugar o respectivo campeonato.
Segundo o Record, o plantel a apresentar mais logo aos sócios vai ser o seguinte, ordenado por idade e indicando o número de épocas que cada um deles leva no Sporting, contando com as passagens por outros clubes pelo meio e com três anos na "escolinha" do clube no caso de alguns:
Treinador:
Rúben Amorim: 38 / 4
Jogadores:
1. António Adán: 36 / 3, 1,90m
2. Luís Neto: 35 / 4, 1,85m
3. Sebastian Coates: 32 / 6, 1,96m
4. Ricardo Esgaio: 30 / 18, 1,72m
5. Paulinho: 30 / 3, 1,87m
6. Matheus Reis: 28 / 3, 1,84m
7. Nuno Santos: 28 / 3, 1,77m
8. Hidemasa Morita: 28 / 1, 1,77m
9. Jeremiah St. Juste: 26 / 1, 1,86m
10. Pedro Gonçalves: 25 / 3, 1,73m
11. Vicktor Gyokeres: 25 / 0, 1,87m
12. Jovane Cabral: 25 / 9, 1,74m
13. Marcus Edwards: 24 / 2, 1,68m
14. Daniel Bragança: 24 / 14, 1,69m
15. Francisco Trincão: 23 / 1, 1,84m
16. Franco Israel: 23 / 1, 1,90m
17. Jeny Catamo: 22 / 4, 1,74m
18. Gonçalo Inácio: 21 / 11, 1,85m
19. Eduardo Quaresma: 21 / 11, 1,85m
20. Ousmane Diomande: 19 / 1, 1,90m
21. Youssef Chermiti: 19 / 8, 1,92m
22. Diogo Callai: 19 / 8, 1,92m
23. Mateus Fernandes: 19 / 7, 1,78m
24. Dário Essugo: 18 / 8, 1,78m
25. Afonso Moreira: 18 / 8, 1,76m
26. João Muniz: 18 /4, 1,90m
O que dizer deste plantel?
1. Um plantel com um peso importante da formação e com uma média bem elevada de anos de casa, nas antípodas das "legiões estrangeiras" acabadas de chegar do tempo do Jorge Jesus.
2. Um plantel bem mais possante do ponto de vista físico (50% com 1,84m ou mais) do que o da época passada.
3. Um plantel que demonstra bem o enorme buraco de qualidade que Amorim encontrou na formação do Sporting, apenas Daniel Bragança e Jovane Cabral, nenhum deles titular, representam a geração de Alcochete que foi campeã de juvenis e juniores há seis anos. Ganhar títulos na formação nunca pode ser o objectivo principal da academia de Alcochete.
4. Um plantel que justifica o pedido de dispensa de alguns para os compromissos das selecções abaixo da sua capacidade actual.
5. E um plantel que continua a precisar de dois ou três retoques em posições centrais, a começar por um jogador com a idade e o físico de Gyokeres para a posição 6, já que Pedro Gonçalves parece ter assumido definitivamente a posição 8.
Sendo assim só faltam umas horas para rumar a Alvalade para participar na festa, ver a equipa do Sporting pela primeira vez esta época a cores e ao vivo, e assim poder ter uma opinião mais fundamentada sobre a real valia da mesma para alcançar os objectivos da época.
Toda a confiança em Amorim, um treinador inteligente, coerente, comprometido, trabalhador, inovador, disciplinador, que promove e defende até ao fim o espírito de grupo. Um líder como muito poucas vezes tivemos à frente da equipa. O que não quer dizer que não falhe aqui e ali no processo de treino, nas ideias de jogo, no relacionamento com personalidades mais complicada ou nas apostas noutras personalidades mais limitadas.
Não há homens perfeitos, muito menos treinadores e jogadores. E se o fossem não estariam de certeza no Sporting. Amorim disse mais ou menos isso sobre St.Juste (que tem tido tantas lesões no Sporing como Nuno Mendes no PSG) e tem toda a razão.
E mais logo:
O Mundo Sabe Que, Pelo teu amor eu sou doente Farei o meu melhor Para te ver, Sempre na frente Irei onde o coração Me levar e sem receio Farei o que puder Pelo meu Sporting !!!
Péssimo indício. Espero que os horários dos jogos não sejam tão nocturnos em vésperas de dias de trabalho nesta nova temporada como foram na anterior. Quem não perceber que isto tem fortíssima influência na ida aos estádios, não percebe nada. Fará melhor em mudar de ramo e dedicar-se a outra actividade qualquer.
Tiago Cabral: «A tradição ainda é o que era. Mesmo num jogo amigável a horda de arruaceiros que compõe a claque do porto perseguiu, encurralou, agrediu e roubou os poucos adeptos do Celta de Vigo que se tinham deslocado ao Porto para assistirem ao jogo do seu clube, que tinha sido convidado para o jogo de apresentação dos portistas. Os relatos podem ser lidos aqui. Relembram-me uma história que já aqui contei. Existe um padrão. Deve ser hereditário.»
Eu: «Lembram-se do Hugo Vieira, que chegou a estar em negociações com o Sporting há um ano e acabou por assinar pelo Benfica por quatro épocas? Recordam-se do que ele disse? Pois eu lembro-me. Não de o ver jogar, mas de o ouvir falar pelos cotovelos nessa altura. Chegou ao ponto de vaticinar que o Sporting iria "arrepender-se" de ter sido ultrapassado pelo outro clube da Segunda Circular. "Tenho a certeza que sim", declarou, categórico. (...) No futebol, como na vida, convém medir o que se diz. Porque há palavras que batem no poste e entram na própria baliza, produzindo irreparáveis autogolos. Aposto que o Hugo já deve estar hoje arrependido de ter falado como falou.»
«Impedir os jovens jogadores de participar numa competição da UEFA é mais do que um erro: é uma maldade que não se faz, ainda por cima por um treinador como Rúben Amorim, ex-jogador que sabe melhor do que ninguém da importância e do significado destas provas não só no crescimento como no currículo dos miúdos. Espero que não seja um sinal maior de pressão, para a época que se avizinha, pois se assim for começamos com o pé esquerdo e mais cedo ou mais tarde terá certamente repercussões.»
Adelino Cunha: «Pode ser do sol: mas começo a achar que estamos mais fortes. Não somos candidatos a ganhar o título, não vamos às competições europeias e não podemos comprar jogadores como o Porto e o Benfica. Isto pode ser bom. Pode querer dizer que Leonardo Jardim tem espaço para construir sem ameaças de despedimento ao primeiro empate, pode querer dizer que haverá um maior equilíbrio de egos no balneário e pode também querer dizer que jogadores motivados pela humildade trabalham mais que os outros. Sim, pode ser do sol, mas se esta equipa jogar regularmente bem e se for construindo uma dinâmica de vitória jogo a jogo, bom, eu cá por mim começo a achar que vamos ser mais fortes do que nos anos em que papagueávamos que íamos ganhar este mundo e o próximo. Mas pode ser do sol, eu sei.»
Eduardo Hilário: «Porque é que não há bons pontas-de-lança portugueses?»
Eu: «- Sabes o que te digo? Com o Pinto da Costa nenhuma destas coisas acontece. Porque ele percebe de futebol, ele apoia os jogadores, ele sabe incutir espírito vitorioso à equipa.
- Pois sabe. E aquele equipamento alternativo do Sporting, de roxo, é horrível. Eu preferia vê-los jogar de azul e branco.
«Tanlongo tem o perfil em falta para 6 e fez um bom campeonato do mundo de sub-20. Gonçalo Esteves está a fazer um óptimo, mesmo, campeonato da Europa de sub-19. Servem para jogar nas selecções de diferentes países mas não estão bem ainda para jogar ao melhor nível no Sporting? E o Essugo, o Afonso Moreira e o Muniz, jogadores mais novos e 100% inexperientes nestas andanças, é que estão? Falha-me compreender a lógica.»
Na terça-feira, dia em que vimos actuar pela primeira vez Gyökeres de verde e branco (e em que bastaram 19 minutos para o vermos marcar um golo), um comentador televisivo, antes do jogo, fazia alusões ao «encaixe financeiro» do sueco. Questionado por um repórter sobre a presença em campo do novo avançado, quase em cima do apito inicial, um rapaz de oito ou nove anos lamentou que tivesse custado «muitos milhões».
Ouvi o garoto e transportei-me àquela idade, quando já acompanhava os desafios do Sporting - quase sempre de transístor encostado à orelha. Não faço a menor ideia, ainda hoje, quantos «milhões» custaram Dinis ou Yazalde, ídolos da minha infância. Nem isso era assunto que interessasse à massa adepta. Agora não se fala de outra coisa. Até os miúdos parecem dar mais importância aos euros do que aos golos.
A obsessão pelo dinheiro está a matar a paixão pelo desporto.
Cristina Torrão: «Foi com uma certa tristeza que, num número da revistaVisão, comprado na minha última estadia em Portugal, vi um anúncio da Academia do Sporting apenas dirigido a meninos. Talvez fosse tempo de mudar este estado de coisas e o SCP bem se podia tornar pioneiro...»
José Navarro de Andrade: «Quanto ao jogo de ontem, gostaria de saber o que se viu na televisão porque estou deveras espantado com os elogios a William, um fantasma que correu por todo o lado sem nunca se encostar a quem passava por ele, falhando passes e, bem à moda de Elias, apontando para os outros na hora de pedir a bola. "Deixaram-no jogar até ao fim para ver se fica" disse o céptico sócio atrás de mim - isto deve ter sido qualquer coisa que nos puseram na cerveja, só pode... Fora o equívoco, sonhou-se com a esperança de esta vir a ser a época em que Carrillo e Labyad despertam, quais belas sonolentas que viram príncipe, que Cissé seja muito mais do que aquilo que se viu e que os putos cresçam e apareçam porque estão a fazer muita falta. Pelos menos os manos João Mário e Wilson Eduardo estão cheios de vontade.»
Eu: «Acompanhar um jogo do Sporting ao som dos comentários de Joaquim Rita, na Antena 1, é um puro exercício de masoquismo. Como pude comprovar ontem, durante o Sporting-Real Sociedad. Entre o que se via no relvado e o que escutava na rádio ia uma diferença abissal: uma coisa não jogava com outra.»
«Esta época está bem pensada e o SCP já não joga "sempre igual". Amorim deve ter perdido muitas horas de sono a pensar na forma de melhorar a equipa com os atletas que tem à sua disposição. Em minha opinião falta um lateral direito e um médio defensivo (um 6) que não temos. O Dário Essugo ainda não tem andamento para agarrar o lugar.»
Já tinha reparado na intensa campanha publicitária da Federação e dos patrocinadores a promover a equipa portuguesa feminina de futebol, que pela primeira vez participa num Campeonato do Mundo, desta feita a decorrer por estes dias na Austrália e na Nova Zelândia. A campanha até me pareceu positiva, as jogadoras são giras, e principalmente agradou-me que se designassem a si próprias como meninas, que o “género” não é coisa tão líquida quanto se pretende afirmar. Tem piada aquela imagem do festejo da jogadora com a bola metida dentro da camisola a imitar o gesto dos homens no estádio a dedicar o golo à sua companheira pressupostamente grávida… de uma “menina”.
Calhou-me esta manhã ver os últimos vinte minutos do jogo entre as selecções do Vietname e de Portugal. Ora, como eu já calculava, com base nas experiências anteriores nos campeonatos domésticos (onde o futebol feminino do Sporting dá cartas), o espectáculo futebolístico em si, despido de qualquer lente paternalista ou condescendência, é confrangedor, tecnicamente muito pobre. Descontando o problema da lentidão (o tempo que demora uma (rara) jogada que vá de um lado ao outro do campo) a questão está na técnica das atletas. Os falhanços são muitos e por vezes infantis. Foi aflitivo o número de golos feitos com origem em jogadas atabalhoadas que não foram concretizados pela selecção portuguesa por pura aselhice. Diga-se que as nossas meninas encostaram literalmente a selecção vietnamita às cordas, num jogo de um só sentido.
Ouvi dizer que se reclama por aí a igualdade de remuneração dos direitos televisivos e consequentemente às jogadoras profissionais, minimamente parecido com o capital investido no futebol masculino. Ora isso parece-me impossível enquanto a modalidade não atrair o correspondente número de adeptos e não gerar um número considerável de atletas fora de série que tornem o jogo emocionante e atractivo. Como apreciador pagante de futebol, acredito que a modalidade feminina possa evoluir ainda bastante, mas não sei se a equiparação será algum dia possível, dadas as características físicas das meninas. Talvez se forem reduzidos o tempo e o tamanho do recinto de jogo se proporcione mais rapidez ao futebol feminino, mas duvido que algum dia ele possa ombrear com o masculino em termos de espectacularidade.
Que ainda há muito que fazer quanto ao direito das mulheres à absoluta igualdade de direitos e dignidade não existem quaisquer dúvidas. Mas que seja no respeito pelas suas diferenças intrínsecas, como aquelas que obrigam uma equipa hospitalar numa mesa de operações saber se o paciente é do sexo masculino ou feminino, para não o matar com a dose errada de anestesia ou de outro fármaco. De resto não percebo este fanatismo pela “igualdade” a todo o custo entre homens e mulheres. Aprecio muito a diferença entre nós. E sou levado a concordar com o Henrique Pereira dos Santos quando há dias afirmava que a “igualdade não é as jogadoras de futebol ganharem o mesmo que os jogadores de futebol, igualdade é não haver campeonatos femininos e masculinos e jogarem todos no mesmo campeonato.” Desde que a essas jogadoras não comece a crescer barba, digo eu.
Apesar destas derrotas, não consta ter havido assobios aos jogadores por parte dos adeptos das duas equipas nossas rivais.
Também anteontem, o Sporting venceu sem margem para dúvida a Real Sociedad, quarta classificada da Liga espanhola, apurada para a Liga dos Campeões. No entanto, perto do fim, quando já ganhávamos por 3-0 e os nossos - reduzidos a dez, por expulsão de Leonardo Barroso - pausavam o jogo, lá vieram os habituais assobios "à Sporting". Visando não os adversários, mas os próprios jogadores.
Caramba, que tendência para dar tiros no pé. Estes idiotas nunca mais aprendem a ser adeptos de verdade.
José da Xã: «Hoje, confesso, o meu coração batia mais forte. Desde 1983 que sempre olhei para a Real Sociedad com outros olhos… Vá-se lá saber porquê… Coisas de adepto! E se há clube em Espanha do qual gosto sinceramente é esta Real. Por isso, fiquei contente com a vitória leonina, mas ao mesmo tempo triste porque a equipa da cidade basca de San Sebastian ainda tem de trabalhar muito, se pretender ir este ano até à fase de grupos da liga dos campeões.»
Eu: «Não gostei de ouvir assobios. No jogo de apresentação da equipa para a época 2013/14, alguns adeptos voltaram a cumprir uma das piores tradições do público em Alvalade: assobiar jogadores. Durou pouco, mas não devia ter durado nada.»
«Gostei de ver o Gyökeres: força, poder de choque, profundidade e sentido de baliza; o golo que marcou mostra isso mesmo. Pedro Gonçalves fez um jogo soberbo [contra a Real Sociedad] no papel de cérebro, o que pode ser um "problema": será que a sua boa prestação não inviabilizará a chegada do tal médio?»
Eduardo Hilário: «No sábado, pelas 19h45m, temos o jogo de apresentação contra a Real Sociedad. Já tenho saudades do ambiente no estádio, da sensação antes e depois do jogo, do convívio, etc...»
Rui Cerdeira Branco: «Já não me lembro do jogo, já não sei o dia, nem adversário, nem resultado. Devia ter pouco mais de três anos – ela, não eu. Foi comigo à bola. Tudo o que retenho desse dia cristalizou-se pelo meu espanto ao vê-la eufórica ao primeiro vislumbre do relvado. Quis o destino que lhe visse o rosto iluminar-se no preciso instante em que o pano verde lhe surgiu no horizonte, espreitando por uma das muitas bocas de cena que fazem de nós atores e plateia. Pulou, pulou, correu, simulou um mergulho na relva, fez todas as cabriolas que conhecia e voltou para trás puxar-me pela mão. “Anda pai, é o Sporting!”»
Zélia Parreira: «Noventa minutos, tic-tac, tic-tac, tic-tac... O entusiasmo inflacionado dos relatadores, a tragédia de dimensão universal quando há um erro de arbitragem contra nós, o riso franco e aberto quando um dos nossos faz uma gracinha. Os aplausos aos arranques mágicos de Capel, à irreverência e juventude dos miúdos da Academia. A voz do Botas: "Sportinguistas...". O Paulinho. As camisolas, os cachecóis, as bandeiras. O verde e o branco. Os gritos. Os braços no ar. Os cânticos. As frases mágicas: "É goooooolo! É do Sporting!"»