Encerrado o campeonato, termina também a já clássica ronda dos prognósticos aqui no blogue, jornada após jornada. Com vitória do nosso prezado leitor Leão do Fundão: só ele anteviu a vitória leonina por 2-1 em Vizela.
Na época que agora terminou, Vinagre participou em quatro jogos, perfazendo 204 minutos. Marcou zero golos, fez zero assistências e viu um cartão amarelo.
«Estou triste por não ter tido a oportunidade de contribuir mais, mas fiz tudo o que me foi permitido», escreveu na mensagem de despedida.
Na Premier League, com o Manchester City a sagrar-se tricampeão, o Everton ficou em 17.º lugar, tendo evitado à justa a despromoção ao Championship.
Alguns adeptos do Sporting, com ou sem aspas, entretêm-se a dizer mal de Pedro Gonçalves. Dizem que produz pouco, que é intermitente, que se desliga por vezes do jogo, etc, etc. Chamam-lhe "Pote", alcunha com a qual a imprensa do grupo Cofina (Record e Correio da Manhã) insiste em designar sempre este nosso jogador, como se ele não tivesse nome. Alguns vão ao ponto de chamar-lhe «individualista», dizendo que «trabalha pouco para a equipa».
As caixas de comentários do És a Nossa Fé estão cheias de comentários deste género, a denegrirem aquele que continua a ser o melhor jogador do actual plantel leonino. Nada de novo: para muitos adeptos, bons são todos quantos já cá não estão. Por esta lógica, Pedro Gonçalves só ganhará este rótulo no dia em que deixar o Clube.
Esta gente percebe pouco de futebol: os números demonstram o contrário. Aqui estão eles: o nosso n.º 28 destacou-se como o rei das assistências do campeonato 2022/2023. Foram 11 no total. Claramente acima de Neres e Grimaldo, que preenchem os lugares restantes do pódio, cada qual com 9.
Além disso marcou 15 golos (só na Liga) e teve influência em 26 golos, o que corresponde a 37% de todos quantos o Sporting marcou nesta prova.
Não voltem a dizer mal dele, por favor. Se é que são mesmo sportinguistas.
Leonardo Ralha: «Entre as excelentes indicações deste início de defeso (escolha de Leonardo Jardim e contratação do valioso Jefferson), preocupa-me a provável saída dos que ganham acima do tecto salarial (sobretudo nos casos de Rui Patrício, Rojo e Diego Capel), o poderio financeiro dos rivais (entre os poucos jogadores interessantes da Liga o FC Porto já chegou primeiro e o Hugo Viana rumou às arábias, restando pouco mais do que o Ghilas e o Steven Vitória à solta) e o numerus clausus anunciado por Augusto Inácio. Vinte jogadores na equipa principal pode fazer sentido numa equipa em contenção financeira e sem compromissos com a UEFA, mas na prática resulta no seguinte: dois guarda-redes, quatro centrais (pelo menos um deles capaz de ser lateral), três laterais, dois trincos, quatro médios criativos, três extremos e dois pontas de lança. Parece-me muito curto.»
Eu: «A diferença que um acentozinho faz. Imaginem só esta manchete sem acento na segunda palavra: não tinha o mesmo carácter épico, pois não? Foi comovedor ver oRecord- que se orgulha de ter sido o primeiro jornal português a abraçar o "desacordo" ortográfico - romper com uma das mais absurdas regras do convénio assinado em 1990 por Santana Lopes em nome do Governo português, repondo o acento na terceira pessoa do presente do indicativo do verbo parar, desfazendo assim a homografia com a preposiçãoparaque tinha sido imposta pelas luminárias do acordortografiquês. Tudo certo, portanto. Em termos ortográficos. O mesmo não se pode dizer em termos jornalísticos: no mínimo, esta manchete da edição de5 de Abrilpeca por ter sido excessivamente apressadinha. Afinal houve quem parasse o Benfica. Eu contei pelo menos três equipas: Chelsea, FC Porto e V. Guimarães. E afinal bastaria um ponto de interrogação para o erro não ser tão flagrante. Às vezes, no futebol como no jornalismo, convém jogar pelo seguro...»
«Confesso que não percebi a gestão deste jogador [por] Amorim. Devem ter existido acontecimentos que nos escapam. Fatawu foi essencial para a manutenção da equipa B na Liga 3. Poderia ter sido essencial para a conquista da Youth League. Também peço que não se estrague este jogador com a sua adaptação a defesa direito.»
Finalizada a 34.ª jornada da Liga, com base nas apreciações dos três grandes jornais desportivos diários que o Pedro Correia aqui nos traz, podemos então estabelecer a seguinte ordem de mérito que reflecte a opinião dos melhores jornalistas desportivos portugueses:
1. Pontuação total:
1
Pedro Gonçalves
514
2
Edwards
504
3
Nuno Santos
476
4
Ugarte
471
5
Trincão
465
6
Adán
453
7
Matheus Reis
447
8
Gonçalo Inácio
441
9
Morita
437
10
Coates
424
11
Paulinho
312
12
Esgaio
304
13
Arthur
288
14
St. Juste
260
15
Porro
218
16
Chermiti
207
17
Rochinha
170
18
Diomande
165
19
Bellerín
121
20
Tanlongo
81
21
Neto
79
22
Fatawu
68
23
Sotiris
56
24
Israel
43
25
Dário
39
26
Matheus Nunes
36
27
Nazinho
35
28
Jovane
34
29
Marsà
29
30
Mateus Fernandes
26
31
Chico Lamba
14
32
Rodrigo Ribeiro
14
2.Desempenho médio:
1
Matheus Nunes
18,0
2
Pedro Gonçalves
15,6
3
Porro
15,6
4
Nuno Santos
15,4
5
Edwards
15,3
6
Ugarte
15,2
7
Morita
15,1
8
Adán
14,6
9
Marsà
14,5
10
Israel
14,3
11
Paulinho
14,2
12
Coates
14,1
13
Chico Lamba
14,0
14
Trincão
13,7
15
Matheus Reis
13,5
16
Gonçalo Inácio
13,4
17
Neto
13,2
18
Chermiti
12,9
19
Diomande
12,7
20
St. Juste
12,4
21
Esgaio
12,2
22
Bellerín
12,1
23
Arthur
12,0
24
Nazinho
11,7
25
Fatawu
11,3
26
Rochinha
10,6
27
Dário
9,8
28
Sotiris
9,3
29
Tanlongo
9,0
30
Mateus Fernandes
8,7
31
Jovane
8,5
32
Rodrigo Ribeiro
7,0
3. Número de vezes os melhores em campo :
Edwards
7
Nuno Santos
7
Pedro Gonçalves
6
Morita
5
Trincão
4
Adán
3
Coates
3
Paulinho
3
Porro
3
Chermiti
2
St. Juste
2
Matheus Nunes
1
Matheus Reis
1
Ugarte
1
Estão aqui apenas as classificações referentes aos jogos da 1.ª Liga, as restantes competições estão ausentes e merecem um tratamento próprio.
Pedro Gonçalves, Edwards e Nuno Santos, Ugarte e Trincão no topo da pontuação total, e além de Matheus Nunes e Porro, estão Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Edwards, Ugarte e Morita no desempenho médio, Edwards, Nuno Santos, Pedro Gonçalves, Morita e Trincão nos melhores em campo.
Está aqui de facto a base do plantel em termos de desempenho durante a temporada: Porro, Nuno Santos, Ugarte, Morita, Pedro Gonçalves, Edwards e Trincão.
Quem não está e deveria estar no topo? Adán, Coates, Paulinho, Esgaio, os mais velhos do plantel e dos quais se esperaria outro nível de desempenho.
Queria também chamar a atenção para uma coisa. Dos 32 jogadores utilizados apenas 19 ultrapassaram os 100 pontos, na prática 18 porque Bellerín substituiu Porro. Desses 18 apenas um dos jovens apresentados no início da temporada como fazendo parte do plantel principal, Chermiti.
Foi curto, muito curto, e o 4.º lugar na Liga reflecte isso.
Considerando apenas a Liga, as minhas escolhas são:
MVP: Pedro Gonçalves, claramente o melhor jogador do plantel, grandemente prejudicado em termos individuais pela alternância entre médio e avançado, mesmo assim também o maior goleador da temporada.
Afirmação: Ugarte, um miúdo de raça que ainda não saiu e já deixa saudades.
Revelação: Chermiti, um ponta de lança ainda com idade de júnior com muito para evoluir.
Desilusão: Rochinha, uma contratação claramente falhada.
Conhecida a convocatória de Fernando Santos, perdão, Roberto Martinez, em que foram chamados jogadores com escassos minutos e utilização, em detrimento de outros com muita mais rodagem (João Félix vs Pote; Renato Sanches vs Nuno Santos), lembrei-me de um dos meus filmes preferidos, Filadélfia, e de uma magnífica cena, na qual o júri debatia o seu sentido de decisão.
Contextualizando o filme, discutia-se em Tribunal o despedimento de um advogado, jóia da coroa, que fora mandado embora por ser gay, embora a firma alegasse que a razão para o despedimento se devia ao facto de não ter tratado bem um dos mais importantes casos da sociedade.
Nessa discussão, um dos membros do júri, tentando compreender a lógica da sociedade para despedir o seu melhor advogado, a quem confiara um dos seus casos mais relevantes, dizia algo do género "Tenho de enviar um piloto para território inimigo e ele vai pilotar um avião que custa 350 milhões. Quem é que vou colocar no avião? Um novato, para ver se ele aguenta o desafio? Ou vou dar a tarefa ao meu melhor e mais experimentado piloto? Alguém consegue explicar-me… como se tivesse 6 anos?"
É mais ou menos o que se passa na Seleção. Para o campo não vão todos os nossos melhores jogadores, mais rodados e experimentados. Vão alguns para ganhar minutos nas pernas.
Raphael Guerreiro, um dos inesquecíveis campeões europeus de 2016, está sem clube. Terminou o contrato que durante sete anos o ligou ao Borussia Dortmund. Sai com duas Taças da Alemanha e uma Supertaça ali conquistadas.
Está com 29 anos. Na época agora terminada, marcou seis golos e fez 13 assistências em 36 jogos. Bons números para um lateral esquerdo, confirmando que Raphael continua em forma.
Apetece-me fazer a pergunta: gostariam de vê-lo no Sporting?
Adelino Cunha: «Parece que Vieira só tem acordos para treinadores que ganham e Jesus só aceita acordos quando perde. Será mais fácil fazerem o óbvio: Jorge Jesus ruma ao Porto e evita ser despedido quando perder o primeiro jogo no Benfica. Basta ligar ao Fernando Santos para saber o que dói. E nós? Nós os falidos? Nós os que quase desceram de divisão? Nós que andámos a levar porrada o ano inteiro? Nós que destituímos um presidente inepto? Nós que estamos reféns da banca? Bem, nós contratámos um treinador. Nós contratámos um novo jogador. Nós abrimos o processo para receber pela venda aciganada do João Moutinho. Nós por cá parece que vamos bem.»
Eu: «Fábio Coentrão, vestido de branco, não conseguiu ser campeão em Espanha. Mas procurou compensar o fracasso empurrando para o pódio os que por cá trajam de encarnado. Em vez de bola, serviu-se de palavras. Demonstrando assim que é mais hábil com os pés do que com a língua: a frase dele que serviu para a garrafal manchete doRecordde 8 de Maiopode ter acertado em cheio, mas equivocou-se na data: este ano, em matéria de troféus, a Luz ficou às escuras. Fernando Gomes, ex-artilheiro do Porto, gostava de comparar cada golo a um orgasmo. Já o remate verbal de Coentrão funcionou como uma ejaculação precoce. Apetece recomendar-lhe que redija a próxima mensagem ao som doBolerode Ravel.»
«Com esta época futebolística falhada e a grande probabilidade de não estarmos na Liga dos Campeões na próxima época, vem o receio de a distância para os dois principais rivais voltar a aumentar devido ao impacto financeiro directo (prémios de participação) e indirecto (receitas de transferências) dessa ausência. Por isso a próxima época é tão crítica, para mostrar que houve mesmo uma mudança e que o sucedido esta época foi apenas uma excepção e que voltaremos à luta pelo título nacional (já na próxima época) e à Liga dos Campeões (em 24/25).»
Pedro Gonçalves 20 (Braga, Rio Ave, Rio Ave, Portimonense, Gil Vicente, Casa Pia, Famalicão, Farense, Braga, Benfica, Vizela, Braga, Chaves, Chaves, Midtjylland, Midtjylland, Arsenal, Casa Pia, Arouca, V. Guimarães)
Paulinho 15 (Tottenham, Casa Pia, Farense, Farense, Marítimo, Marítimo, Marítimo, Braga, Paços de Ferreira, Arouca, Arouca, Portimonense, Arsenal, Boavista, Santa Clara)
Trincão 13 (Eintracht Frankfurt, Portimonense, Portimonense, Marselha, Famalicão, Braga, Estoril, Santa Clara. Casa Pia, Casa Pia, Casa Pia, Paços de Ferreira, Benfica)
Edwards 12 (Braga, Estoril, Eintracht Frankfurt, Boavista, Tottenham, V. Guimarães, V. Guimarães, Farense, Braga, Braga, Santa Clara, Juventus)
Nuno Santos 9 (Braga, Eintracht Frankfurt, Portimonense, Santa Clara, Casa Pia, Paços de Ferreira, Chaves, Boavista, Paços de Ferreira)
Morita 6(Gil Vicente, Santa Clara, V. Guimarães, Braga, Braga, Famalicão)
Arthur 4(Tottenham, Eintracht Frankfurt, Farense, V. Guimarães)
Venho só assinalar o facto: este é o nosso postal n.º 25 mil - tantos são os que já foram publicados no És a Nossa Fé em onze anos e meio de existência.
Um percurso longo, algo atribulado (mas muito menos do que o do clube neste período) e cheio de momentos difíceis. Felizmente intervalados por marcos inesquecíveis, aqui documentados dia após dia, às vezes hora após hora. Destaco a inesquecível conquista do Campeonato da Europa em futebol com quatro jogadores leoninos no onze titular, em Julho de 2016, e sobretudo a gloriosa caminhada para a reconquista do título de campeões nacionais da modalidade após o maior jejum da nossa história, em Maio de 2021.
Sempre com uma palavra de ordem: amar o Sporting. Modéstia à parte, temos cumprido.
... seria alguém como o senhor que aparece acima, alguém como Roger Spry.
Foi Malcolm Allison, que já tinha trabalhado com o Radisic em Alvalade, que o escolheu para o ajudar em Setúbal a transformar um conjunto de pré-reformados numa equipa de futebol que conquistou o título da 2.ª Liga, com métodos revolucionários que incluiam pinturas de futebol americano na cara e bofetões nos treinos, foi Bobby Robson, aconselhado pelo Manuel Fernandes (que com Jordão e outros integrava essa equipa do Setúbal) que o escolheu para o ajudar em Alvalade e depois o levou para o FC Porto. Roger Spry continuou por outras paragens com grande sucesso e deixando sempre saudades por onde passava. Dizia ele: «Basicamente, ensinamos os jogadores a levar porrada e sorrir. O adversário fica a pensar: este gajo é maluco ou é o super-homem.»
Foi outro membro daquela que foi a melhor equipa técnica de sempre do Sporting, José Mourinho, que muito pôs em causa a figura do preparador físico numa equipa de futebol. Dizia ele que nunca viu um pianista preparar-se a correr à volta do piano e hoje em dia essa figura raramente existe destacada numa equipa técnica.
Ora para mim um dos grandes problemas do Sporting esta época foi exactamente o desempenho físico dos jogadores, com muitos sem condições para aguentar os 90 minutos ao mesmo ritmo, e alguns até a ficarem por meias partes. Isso obrigou em muitos jogos a substituições forçadas, e a finais de jogos penosos onde o apito do árbitro evitou males maiores.
Por isso a figura do preparador físico/mental como era Roger Spry deveria ser equacionada pela "troika" que manda no futebol. Rúben Amorim, também ele praticante de artes marciais, seria o primeiro a ganhar com a adição dum especialista como ele na sua equipa técnica.
Mas para isso é importante reflectir se a posição de preparador físico/mental (Roger Spry demonstrou bem a ligação entre os dois conceitos) deveria ser independente da posição de treinador na estrutura de futebol do clube. Eu acho que sim.
E deixo mais uma foto, com o Radisic do lado esquerdo e o Big Mal do lado direito. Que saudades, ai ai.
Decorrem as fases finais dos campeonatos das modalidades de pavilhão mais importantes, em formato clássico de 2 voltas no andebol, em play-off nas outras, e neste fim de semana assistimos a grandes exibições e vitórias concludentes.
Basquetebol - Na sexta no João Rocha, Sporting 94 - FCPorto 66 (3-0 no play-off, apurado p/ final com o Benfica)
Futsal - No sábado em Porto Salvo, Leões PS 1 - Sporting 3 (1-0 no play-off)
Andebol - No sábado no João Rocha, Sporting 36 - Benfica 31 (Seguimos no 2.º lugar da Liga, a 1 do FC Porto)
Hóquei - No domingo no João Rocha, Sporting 8 - O. Barcelos 4 (3-0 no play-off, apurado p/ final com Benfica ou FC Porto)
Sexta e sábado estive lá, no João Rocha, para assistir a dois "amassos" aos rivais que não tiveram hipóteses em nenhum dos casos.
No basquetebol uma equipa com muita raça e capacidade de luta e que conta com 2 americanos de classe extra, Travante e LovettJR, não deu hipóteses e terminou com 28 (!) pontos de vantagem.
No andebol, mesmo com um Kiko Costa em dia negro, mas com o guarda-redes habitualmente suplente Kristensen em grande nível, chegou depressa a 3-0 e depois nunca deixou o Benfica ter vantagem no marcador. Foi o jogo de despedida do Ruesga depois de sete anos ao serviço do clube, Francisco Tavares está também de saída, mas estão reforços na calha para uma equipa extraordinariamente competitiva, que se mais não conseguiu esta época foi porque o plantel é mesmo curto.
Recordemos que no voleibol masculino ficámos pelas meias-finais derrotados pelo Fonte do Bastardo e no feminino fomos derrotados na final pelo AJM/FCPorto.
Continuamos assim na linha da frente das modalidades em Portugal, a par com o Benfica, único clube que compete nas seis modalidades referidas. Mesmo gastando bem menos que o rival e por isso tendo menos estrangeiros de referência nos plantéis.
Vale mesmo a pena ir ao João Rocha assistir aos play-offs das modalidades preferidas de cada um. Para mim são o andebol e o basquetebol.
Nenhum treinador do Sporting, tanto quanto me lembro, valorizou tanto os jogadores como Rúben Amorim. A confirmar-se a saída de Manuel Ugarte por 60 milhões de euros, para o Chelsea ou para o PSG, esta será uma das raras vezes que um dos nossos sai pela cláusula de rescisão - durante anos havia apenas o registo da transferência de Nani para o Manchester United, em 2007, por 25,5 milhões de euros.
Se isto ocorrer, como tudo indica, o internacional uruguaio torna-se, ao fim de apenas 21 meses em Alvalade, o segundo jogador mais rentável de sempre para o nosso clube - só ultrapassado por Bruno Fernandes, que saiu em Janeiro de 2020 e já nos rendeu 65 milhões de euros.
Os outros três que integram a lista dos cinco mais valiosos para os cofres leoninos, tal como sucedeu com Ugarte, são produto directo do trabalho de Rúben: Nuno Mendes (valeu 45 milhões de euros), Matheus Nunes (45 milhões + 10% de uma futura transferência) e Pedro Porro (45 milhões, rumando ao Tottenham também pela cláusula).
São dados factuais. Que aqui deixo à consideração daqueles que passam o tempo a desconsiderar e a rebaixar o nosso treinador. Saudosos nem sei bem do quê.
Tiago Loureiro: «Uma das ideias que o Presidente do Sporting fez passar na entrevista de ontem foi a existência de uma certa dificuldade nos processos de renovação de alguns dos jogadores mais jovens do clube (suponho que estivesse a falar, muito em particular, de Bruma e Ilori), devido às exageradas exigências colocadas em cima da mesa. É verdade que esses dossiers deviam ter sido resolvidos noutro tempo, por outras pessoas - mas essas já não moram no clube e o tempo não volta atrás. Também é certo que muita da dificuldade é imposta pela vontade dos agentes dos jogadores em obter dividendos com eles - mas esses, cada vez mais, encaram os seus representados como uma mercadoria do qual pretendem extrair o maior lucro possível e não como um atleta que devem ajudar a construir a melhor carreira desportiva. (...) Ter as fotos de Cristiano Ronaldo, Figo ou Nani a forrar as paredes da Academia e as suas histórias na ponta da língua para motivar os miúdos é fácil. Mas mostrar-lhes que o reverso da medalha também acontece, especialmente para quem tem mais olhos que barriga, poderá ser bem mais útil.»
«A grande mudança deu-se em 2018. Tem sido difícil a recuperação dos danos sofridos, estamos a caminhar devagar mas no entretanto até já fomos campeões. (...) Na próxima época não se afigura fácil essa tarefa, principalmente pela mais que provável não entrada na Liga do Campeões. Tenho receio que, numa tentativa de não desequilibrar as contas, as aquisições não consigam compensar as vendas e a próxima época seja mais do mesmo.»
O Pedro Oliveira traz aqui ao lado a justa homenagem ao Famalicão, campeão nacional no escalão sub19.
O Sporting terminou no 3.º lugar, Famalicão 28, FC Porto 27, Sporting 25, Benfica 23.
Na penúltima jornada da competição o Sporting derrotou em Alcochete o Famalicão por 3-1.
O Sporting alinhou com:
Guilherme Pires; Leonardo Barroso, Pedro Silva, Lucas Taibo e Rodrigo Dias; Alexandre Brito, Manuel Mendonça, Guilherme Santos; Pedro Sanca, Gabriel Tavares e Isnaba Mané.
Ora nesta competição podiam actuar jogadores nascidos em 2004 ou depois.
E qual é a melhor equipa de sub19 que o Sporting pode apresentar actualmente?
Diego Callai; Gonçalo Esteves, João Muniz, Lucas Taibo e Travassos; Essugo e Mateus Fernandes; Fatawu, Chermiti, Rodrigo Ribeiro e Afonso Moreira.
E ainda ficavam muitos no banco de suplentes como Samuel Justo, Marco Cruz, David Monteiro, etc... que jogam pela B ou pelos sub23 e davam para fazer outra equipa.
Quantos em comum? Um, Lucas Taibo, internacional por Espanha, 1,92m, nascido em 2006. Um craque em potência.
Ou seja, o Famalicão foi campeão nacional de sub19 em confronto com a terceira equipa do Sporting dessa categoria etária. Tão simples como isso. Quanto ao Benfica, a mesma coisa: o FC Porto não tem sub23, como o Famalicão não tem equipa B, pelo que a situação é diferente.
Ora isto nada tem que ver com o que acontecia há uns anos. Por isso, olhar para as classificações dos escalões sem ter em conta esta nova política focada no jogador adoptada por Sporting e Benfica não faz sentido nenhum.
Formação rima com campeão, parece que melhor formação do mundo, afinal não é a do Sch-eixal.
Famalicão 5 - Benfica 1.
Adenda: O comentário abaixo apareceu no meu "e-mail" para ser aprovado ou rejeitado. Foi rejeitado sem a minha intervenção, não sei se a "culpa" é da plataforma ou de algum administrador com poderes.
Como não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira, nem a décima vez, peço, publicamente, para não o fazerem.
Prefiro ser eu a fazer a gestão do que escrevo e a publicar ou não as respostas.
A época terminou e quando alguém não estiver satisfeito com algo, o meu "e-mail" está disponível para todos para os administradores da plataforma e do "blog" e para todos os leitores em geral.
Tenho muita honra em escrever neste "blog" mas quando sair saio como entrei, cabeça levantada, a pensar no jogo seguinte e a custo zero.