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És a nossa Fé!

Um Senhor e muito boa memória

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Paulo Freitas: "A principal motivação é o símbolo que trazemos ao peito" - fonte: perfil FB do Sporting Clube de Portugal


Guardo de Paulo Freitas, ex-treinador de hóquei em patins do Sporting Clube de Portugal, não só cara e muito grata memória pelos títulos conquistados, como a lembrança, vívida, da polidez extrema que pautou uma breve interacção, em Portimão.  

Tive pena de vê-lo sair, embora compreenda que a vida é feita de ciclos.
Tenho muito mais pena, confesso, de ver consócios e adeptos "esquecidos". Das mais elementares bases de educação e do passado recente desta modalidade.

Ao mister Paulo Freitas a certeza de que somos muitos mais os que o recordam com saudade e apreço do que os que o maltratam.

Em todo o caso, fica o registo público.

Futebol sem braços

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Jimmy Hasty foi, provavelmente, o melhor avançado de sempre a jogar de cabeça, amputado do braço esquerdo.

Como os árbitros portugueses não têm cabeça, a melhor solução será formar equipas de futebol com os jogadores amputados.

Ontem, o facto de o jogador do Gil Vicente ter braço foi suficiente para a marcação de um penalty manhoso que afastou, matematicamente, o Sporting do título de campeão.

Amorim: «Gosto muito de estar no Sporting e um dia que saia vou ter muita pena. Não é esse o caso...»

Se ele gosta muito de estar no Sporting, a esmagadora maioria dos Sportinguistas adora que ele cá esteja.

Existem muitas razões para isso ser assim: os títulos e vitórias conquistadas, a evolução notável de quase todos os jogadores sob o seu comando, a aposta na formação, o desempenho da equipa em jogos que vão ficar na história do clube, a atitude de trabalho e exigência, o espírito de equipa que promove no plantel resumido no "Onde vai um vão todos".

Entre todos os apoiantes de Rúben Amorim não podia deixar de referir o líder da Juve Leo. Mustafá, como todos sabem, está envolvido numa guerra pessoal e sem quartel contra este presidente, mas num momento complicado da temporada veio dizer o seguinte:

«Não cairás sozinho. Aqui ninguém é cego ou ingrato. És um escudo protector de um clube inteiro, um escudo enorme que leva pancada de todos os lados. Tu e a tua equipa técnica não têm quem vos defenda e quem vos ajude, apenas têm quem vos lance às feras para proteger a sua própria pele, dando asas e deixando que agora muita gente critique o teu trabalho, mesmo sabendo o que eles te fizeram e ao que eles te sujeitaram. Mesmo assim, tu disseste "PRESENTE", "vamos à luta" e "os meus jogadores são os melhores do mundo"!

Só um Homem com H grande e um grande treinador o faria! Não vamos esquecer nunca o que fizeste pelo Sporting Clube de Portugal, pelo nosso clube e a forma como meteste o clube debaixo da tua armadura e o defendeste como se fosse o teu clube de sempre!»

 

Independentemente das motivações para o que escreveu, a verdade é que tocou em dois pontos essenciais. Os Sportinguistas não são cegos nem ingratos e Amorim defende o Sporting como se fosse o seu clube de sempre.

Alguns dirão que é um treinador casmurro e com muito para aprender, que esta época parcialmente fracassada é muito da responsabilidade dele, mas Amorim ainda nem tem 40 anos. Ferguson, Guardiola, Klopp e Mourinho são ainda mais casmurros, todos tiveram momentos altos e baixos nas suas carreiras, mas são alguns dos maiores treinadores europeus de todos os tempos.

O algodão não engana, e neste caso o algodão é o sentimento das bancadas de Alvalade, onde Amorim sempre teve o maior aplauso mesmo em momentos de derrota. Como vai ter mais logo na recepção ao Famalicão.

Eu vou lá estar a aplaudir também, obviamente.

SL

Prognósticos antes do jogo

Recebemos o Famalicão mais logo, a partir das 20.30.

Irá repetir-se o resultado da primeira volta, quando lá fomos vencer por 2-1, com golos de Trincão (o melhor em campo) e Pedro Gonçalves?

Poderá reeditar-se o desfecho do Sporting-Famalicão da época passada, quando vencemos por 2-0, com golos de Sarabia e Matheus Reis?

Queiram fazer o favor de deixar aqui os vossos prognósticos.

Nós, há dez anos

 

Adelino Cunha«Os limpinhos vão jogar com o Estoril e ao Sporting dá jeito que o Estoril perca o jogo na Capela da Luz. Faltam três jornadas para este pesadelo acabar e estamos quase, quase, lá: na Liga Europa. Jogar uma época inteira fora das competições europeias é uma aberração para os adeptos e um revés financeiro para o clube. É capaz de ser assim. É capaz também de ser profundamente injusto para Jesualdo Ferreira e para esta equipa de bravos. Agora é que tenho mesmo de dizer: mas puxar pelos limpinhos? Querer que os limpinhos ganhem para serem campeões? Não, não me podem pedir isso. Não me podem pedir que vá contra a minha natureza. O meu anti-benfiquismo tem décadas de solidez. É um processo de aprendizagem que demora o seu tempo. Não levem a mal, mas eu sou um orgulhoso anti-benfiquista. Isto dá trabalho, sabem. Não me peçam para desejar que estes gajos ganhem para darmos um passo em frente na classificação. Deus sabe que não me pode pedir mais isso e como Deus sabe que não me pode pedir isso: na próxima jornada não estou cá

A voz do leitor

«Não é fácil motivar um conjunto de jogadores que não sente a nossa camisola, ou não entendem a necessidade de internamente chegarmos ao terceiro lugar. Eles este ano estão cá, para o ano estão noutro lugar qualquer, fruto da propaganda ou lavagens cerebrais dos empresários de futebol.»

 

Rui Cunha, neste meu texto

Nós, há dez anos

 

António Figueira: «O Sporting é verde e branco por causa de Alvalade, e o equipamento dito Stromp é lindíssimo (e devia ser mais utilizado, acho eu); mas o SCP é também o clube da camisola às riscas (horizontais, por supuesto) e por causa da sua secção de rugby: por inspiração do Stade Français, creio, e de uma certa digressão brasileira, em que a roupa do futebol não secou a tempo e horas, e a malta do Onze teve de usar o equipamento do Quinze (conheço esta história de a ouvir em casa, se por acaso não estiver certa, as correcções serão bem-vindas).»

 

João Távora: «Um bom pai não pode fugir às suas responsabilidades de bom educador e assim o jogo de ontem Sporting x Nacional, jogado às seis duma soalheira tarde de primavera, afigurava-se-me o ideal para o baptismo de bola do meu filho minorca. Foi uma boa aposta, pois o desafio resultou numa emotiva vitória leonina, perante uma festiva e densa moldura humana - o necessário para deixar boa marca na memória de um miúdo de seis anos.»

 

Zélia Parreira: «Quando chegou à Feira do Livro para fazer o teste de som, o José Fanha perguntou pela bibliotecária. "Hoje não está... Sabe, ela é muito sportinguista e foi com os filhos ao jogo do Sporting". "Ah!" respondeu o José Fanha, "Esta é a tal bibliotecária que deixou o espectáculo a meio da última vez que cá vim, para saber o resultado do jogo em que o Sporting ganhou o campeonato em 2002! Nunca mais me esqueci!" Espero que a minha Vereadora não lhe tenha contado que, quando o Sporting joga, eu participo em reuniões e apresento actividades com o auricular no ouvido.»

 

Eu: «Dei por mim satisfeito com a derrota do Marítimo no jogo contra o Benfica.»

A voz do leitor

«Pedro Gonçalves é um jogador que, apesar da produtividade altíssima que apresenta, passa praticamente despercebido, não só dentro de portas - como mostra a raridade com que é chamado à selecção - como também fora delas: não consta que, nestas épocas que já tem pelo Sporting, tivesse chegado alguma proposta pelo seu passe por um clube estrangeiro. Um jogador invisível. Até quando permanecerá nesta condição, não sabemos. O que sabemos é que, quanto mais tarde derem por ele, melhor para o Sporting.»

 

AHR, neste meu texto

Ou vendes, ou fechas a porta

Os meus caros pensam que nos ficaremos pela venda do Ugarte?

Vão ao relatório e contas e, olhem, façam as contas!

Querem que levante um bocadinho a ponta do véu? Então lá vai:

Segundo semestre de 2022. Entre parentesis resultados do segundo semestre de 2021(como os R&C reflectem a época desportiva, estes segundos semestres correspondem aos primeiros das épocas desportivas de 21/22 e 22/23). Os primeiros valores são de fecho a 31 de Dezembro de 2022 (época 22/23) e os entre parentesis são de 31 de Dezembro de 2021 (época 21/22):

Rendimentos e ganhos operacionais sem transação de jogadores, com Champions - 74,4 M€ (79,7M€);

Custos e perdas operacionais : 65M€ (58,8M€);

Amortizações de passes de jogadores: 16,0M€ (11,8M€);

Rendimento com transações de jogadores: 73,9M€ (9,M€);

Serviço da dívida: 8,6M€ (6,9M€).

Ou seja, no semestre terminado a Dez/22 as receitas ordinárias desceram, os custos com pessoal e fornecimentos e serviços externos subiram (este valor semestral está nos 17,9M€, em 2018 no ano todo era de 22,4M€) e o custo com o serviço da dívida também. Porém, vende-se as pratas e dêem cá um aumentozinho.

Depois despedem-se uns funcionários e absorve-se o custo, sem problema.

Foi tudo contra:

Menos receitas;

Mais custos com pessoal e fornecimento de serviços externos (só em combustível foram 800K€, não se sabe quanto em colchões).

Mais amortizações (comprámos mais e mais caro);

Mais custos de financiamento (juros mais altos e os competentes administradores a não cobrirem o risco de subida das taxas de juro, diz no relatório que por opção, coisa boa para mim que não vejo um boi de contas e tal).

Para resolver o assunto, vendemos uns jogadores e já está. A situação real vai perceber-se no final do primeiro semestre, a Junho deste ano, 2023. Vendeu-se o Porro por 47,5M€ e provavelmente os resultados até descerão do resultado actual porque já não haverá Champions e os custos não irão desaparecer (cada vez que se abre a porta da academia há contas para pagar, estejamos ou não na Champions ou em quarto lugar no campeonato) bem como as amortizações e os custos financeiros, que até subirão, o que tem a ver com a subida dos juros e o factoring (recebimento através de financiador terceiro) do Porro.

Este cenário obriga a vender um jogador até Junho de 2023, para compor o ramalhete e o cenário não parecer tão catastrófico e bem, para não se notarem os 240K€/ano de Varandas.

Façam um esforço e pensem comigo que também não sou nenhum expert na matéria: se fizemos 47,4M€ de vendas líquidas de jogadores (62,8M€ antes de comissões) e 36,4M€ da Champions, agora sem Champions e só com os 47,5M€ do Porro, que deverão ser 40M€ após comissões,  deveremos perder uns 11M€, pelo que a época anual ficará nuns 36M€ positivos, se não vendermos mais ninguém até Junho de 2023.

(Mais um parentesis para dizer que um passarinho me assobiou ao ouvido que a venda do Porro foi feita nestes moldes: Empréstimo até ao fim da época por 5M€, opção de compra pelo Tottenham/opção de venda pelo Sporting por 40 ou 42,5M€ na época seguinte. Ou seja, 40M€ entrarão nas contas de 23/24, já a pensar em atenuar (ou não tornar tão evidente ao público) o buraco entre custos e receitas. A ser assim, esta época desportiva, que começou com o semestre a dar 47M€, terminará a zero. Daí o empenho na venda de alguém até 30 de Junho, de modo a entrar ainda neste exercício anual)

Façamos agora um exercício: Sem 40M€ da Champions e sem 102,8M€ de vendas líquidas, são menos 142,8M€. Ora, subtraindo ao ganho anual deste ano de 36M€, teremos um prejuízo de cerca de 107M€ em 2023, antes de vendas e da Liga Europa.

Estão a ver o que teremos de vender em 23/24? Continuam a achar que isto se fica pelo Ugarte?

A verdade é que os custos não param de subir, as receitas ordinárias apesar da propaganda, desceram e os custos de financiamento aumentaram bem como os custos com as amortizações.

Resumindo os dados publicados acima: As receitas ordinárias caíram 5,3M€, os custos subiram 6,2M€, as amortizações subiram 4,2M€, os custos financeiros subiram 1,7M€ ou seja, num semestre a coisa piorou em 17,4M€ (projeção num ano de 34,8M€). Ora, se o buraco já estava nos 70M€, agora passou para mais de 100M€. E a malta aplaude. E o Varandas aumenta-se!

Ou seja, só há um caminho e só não vê quem não quer: Vender, vender, vender. E lutar pelo terceiro lugar. E a malta, em vez de assobiar quem nos conduz para este cenário, assobia o Chermiti e os miúdos imberbes que são lançados às feras.

 

Nós, há dez anos

 

Francisco Melo: «Em boa hora a nova direcção lembrou-se de apelar ao sportinguismo de Cristiano Ronaldo, tornando-o sócio do Sporting. E o simbolismo do acontecimento foi de tal ordem, que Cristiano foi contemplado, nada mais, nada menos, do que com o muito redondo e mítico número 100.000. Um momento muito bonito e que terá merecido milhares de aplausos em Alvalade, mas que não passou de uma bela, oportuna e muito sugestiva estratégia de marketing. Uma estratégia que ajuda a promover a campanha de novos sócios do Sporting, mas que não garante, por si mesma, tantas subscrições de sócios como as camisolas que seriam vendidas caso Ronaldo se apresentasse em Alvalade para assinar contrato e cumprir o desejo de terminar a carreira no Sporting. Esse sim, seria um genial golpe de marketing a que a Direcção se poderia propor. Afinal de contas, quando o mandato estiver a acabar, já Ronaldo terá 32 anos...»

 

Eu: «Entradas gratuitas para sócios não deviam constituir via verde para o público assobiar a equipa. Mas, a certa altura, até parece que foi isso que aconteceu. Não gosto de ver nem de ouvir assobiar os nossos jogadores. Nunca gostarei.»

A voz do leitor

«Palhinha valia por dois, o que quase transformava o meio-campo de dois para três jogadores. Julgo que, agora, toda a gente vê isso, mas na altura da sua transferência, por um baixo valor, considerando a sua crucial importância para a equipa, ninguém na estrutura viu isso; acreditou-se que Ugarte faria a mesma função, mas Ugarte, embora seja bom jogador, não é, nem nunca será, Palhinha.»

 

Greenlight, neste texto do Paulo Guilherme Figueiredo

Tragam-me a vassoura e o livro de cheques

É uma frase atríbuída a Luís Duque, na altura um presidente da SAD diferente do presidente do clube em vez do que acontece actualmente, para dar conta da sua insatisfação perante o que encontrou no plantel, muito devido às mudanças sucessivas de treinador, de entendimento sobre o tipo de jogadores necessário e dos fracassos nos jogos e nas épocas. Um conjunto de entulho que importava despachar, e ir contratar craques ou pseudo-craques fosse onde fosse.

Bom, se fosse eu amanhã na SAD em vez de Hugo Viana a última coisa que diria era isso. Para mim não existe entulho no actual plantel do Sporting como existiu em anos recentes. Todos os jogadores "feitos" tiveram minutos e mostraram as suas capacidades e a sua utilidade. Depois temos um conjunto de jogadores "a fazer-se", de grande potencial mas ainda de inferior desempenho, o futuro dirá da sua evolução.

O que falta no futebol de Sporting e que terá de ser devidamente acautelado na definição do plantel da próxima época é o equilíbrio interno e o peso na balança. Imaginem uma balança com dois pratos, dum lado com os objectivos da época, conquista da Liga, acesso à Champions, conquista das Taças, a força da concorrência, e do outro Rúben Amorim e o seu plantel.  Com certeza não será com a equipa B reforçada com Adán, Coates, Neto, Esgaio e Paulinho que teremos a balança nivelada. 

Saindo ou não Ugarte, saindo ou não Edwards, saindo ou não um ou outro, é preciso fazer um exercício sério de definição de dois jogadores de valor tanto quanto possível idêntico por posição, com jovens "sombra" para evoluir na retaguarda, e também de definição de um valor mínimo de peso e altura do plantel.

Para este novo Sporting de Amorim, e sem ele voltaríamos para trás vários anos, jogadores do tipo de Diomande, de Essugo, de Tanlongo ou de Chermiti são fundamentais: altos, fortes, massacrantes para os adversários. Poderão dizer que ainda não conseguem ser nada disso, mas a ideia está lá, o físico e a idade também, e os anos de carreira farão o resto de acordo com as capacidades de cada um.

 

Vamos então imaginar que Ugarte e Edwards sairiam mesmo.

Na baliza, Adán, Israel e Callai garantiriam a época, com uma rotação maior do que a deste ano.

Na defesa, Arthur, St.Juste, Diomande, Neto, Coates, Inácio, Matheus Reis, Nuno Santos também, com Marsà e Muniz na retaguarda. Se calhar St.Juste é melhor ala direito do que defesa central pela direita. Arthur precisa de rotinas na posição.

Na linha média, um 6 tipo Musrati a contratar, um 8 tipo Matheus Nunes a contratar, Tanlongo e Morita, com Essugo e Diogo Abreu na retaguarda.

Nos interiores, um craque como Sarabia a contratar, que garanta golos e assistências, um bulldozer tipo Marega a contratar, Pedro Gonçalves, Fatawu e Tiago Tomás, com Afonso Moreira e Diogo Cabral na retaguarda.

Nos pontas de lança, um 9 tipo Bas Dost a contratar, Paulinho e Chermiti, com Rodrigo Ribeiro na retaguarda. 

 

Fora desta lista ficam Bellerín, Esgaio, Daniel Bragança, Mateus Fernandes, Nazinho, Chico Lamba, Gonçalo Esteves, Jovane, Rochinha, Trincão, Sotiris, Quaresma, Rafael Veiga e Catamo. Jogadores que já alinharam pela A ou andaram perto. Gosto de todos e é mesmo difícil dizer mal de jogadores nados e criados em Alcochete. Mas uns precisam de "estrada", outros passaram ao lado da sorte, alguns falhos de intensidade competitiva, outros sempre a tentar fazer a festa sozinhos. Não vejo em nenhum deles, no momento, para o futuro próximo do Sporting. 

Poderão dizer: Amorim gosta duns e não gosta doutros. Mas a verdade é que alguns de quem ele gosta não conseguem desempenho, pelo menos constante, e alguns que conseguem desempenho não se percebe porque não gosta. 

Talvez o que esteja a faltar seja alguém ao lado dele mais velho e experiente e que faça de advogado do diabo. Recordo-me de que o adjunto de Paulo Bento foi Carlos Pereira, o pendular defesa-esquerdo da magnífica equipa de Mário Lino que conquistou a dobradinha no ano da revolução de Abril, e não por acaso irmão do mestre Aurélio Pereira.

Mas não é agora que isso vai acontecer.

 

Outra questão é a equipa B. Se calhar faria sentido acabar pura e simplesmente com a equipa de sub23, criada por uma decisão infeliz do ex-presidente a reboque do seu amigo Proença. O Porto nunca a teve, o V.Guimarães acabou agora com ela.

É também preciso garantir para a B um plantel fixo e um modelo de jogo idêntico à da primeira equipa. Desta forma não seria difícil lutar pela subida à 2.ª Liga em vez de andarmos a lutar pela manutenção na 3.ª.

E a vossa ideia qual é?

SL

Os melhores prognósticos

A bola rematada pelos nossos jogadores entrou um par de vezes na baliza adversária. Foi no V. Guimarães-Sporting, com triunfo leonino sem margem para discussão. Também houve dois vencedores na habitual ronda de prognósticos, aqui organizada há longos anos, jornada após jornada.

Cumprimento os vencedores: Leão Cabril e Paulo Batista. Ambos acertaram no resultado (0-2) e no nome de um dos artilheiros (Pedro Gonçalves). Faltou o outro (Arthur), mas não faz mal. 

Saúdo também o leitor David de Carvalho, que antecipou igualmente o desfecho desta partida, embora sem acertar nos marcadores. 

É aumentar, vilanagem!

Este que aqui vão ler se tiverem pachorra, é há um ror de anos trabalhador da Administração Local.

É avaliado por um sistema manhoso que funciona como uma pirâmide, impedindo que alguns, sendo ainda assim muito bons no seu desempenho, nunca cheguem ao topo da carreira numa vida normal de trabalho, digamos que iniciando a sua vida laboral aos 25 anos e terminando-a na idade legal para a aposentação. 

No último biénio este que vos fala teve um desempenho considerado relevante (que tem sido constante, modéstia à parte), ou seja na perspectiva do seu avaliador cumpriu e nalguns parâmetros ultrapassou os objectivos pré-definidos e contratualizados.

Pois este trabalhador o ano passado teve um aumento de 0.9% no seu ordenado e este ano teve cerca de 4% e agora mais 1% (a inflação foi de cerca de 10% em 2022), que sinceramente irá ser gasto numas putas dumas férias nas Maldivas! Ou em casa, vá...

Eu sei que se estão borrifando para a minha vida e os meus problemas, portanto vamos ao que interessa, à mulher de César.

É um facto que a legislação não obriga a que a administração da SAD consulte em AG ou doutra forma o seu maior accionista, o Sporting Clube de Portugal e por isso os seus associados, em bom rigor os "donos" do clube, logo os accionistas maioritários da SAD, em quaisquer assuntos relacionados com aquela sociedade anónima e muito em concreto com esta proposta de aumentos de 32% para o presidente da SAD e do clube e de 45% para os demais administradores.

Sendo o presidente da SAD em acumulação presidente do clube, bem como acumulando administradores cargos nos OS do clube e cargos na SAD seria, a exemplo das sociedades que se regem por princípios de transparência, de bom tom que este conflito de interesses fosse eliminado por uma concordância emanada de uma consulta aos associados. Não é obrigatório, repito, mas retiraria quaisquer dúvidas de legitimidade moral num assunto que se tornou mais sensível quando, numa época em que não se atingiu qualquer objectivo desportivo, os OS da SAD se pretendem aumentar escudados numa comissão de remunerações que dá ela também o flanco, ao recomendar os aumentos atrás propostos. Como digo lá atrás, é a eterna questão da mulher de César.

Não me dei ao trabalho de verificar qual o valor dos vencimentos dos administradores da SAD, calculo que pela justificação apresentada sejam inferiores à concorrência e não me causa engulho de qualquer espécie que os seus vencimentos sejam aumentados. Se queremos gente competente a dirigir, teremos de lhe pagar em conformidade, a questão está em procurar onde se afere da competência numa sociedade anónima desportiva: Nos resultados económicos e financeiros, nos resultados desportivos, em ambos? Creio que, leigo na matéria, o ideal seria a terceira opção, já que ter uma SAD rica sem títulos não atrai ninguém ao estádio, não atrai novos e actuais associados ao clube e desvaloriza a marca, logo os patrocínios, logo a facturação da SAD e do clube. Ora se no ponto de vista económico e financeiro a coisa não esteve muito má, no ponto de vista desportivo esteve péssima, se calhar porque se venderam activos (jogadores) para potenciar a primeira questão e a delapidação do património humano que porventura acontecerá no final da época, indo por este caminho, tende a agudizar os maus resultados desportivos verificados.

Parece-me que se anda por aqui a meter o carro à frente dos bois, ou seja, descurando resultados desportivos em detrimento dos resultados financeiros, sem pensar/perceber que o adepto comum quer é ganhar títulos ou no mínimo ser competitivo, interessando a uma pequena minoria as questões "do dinheiro". A ideia de que o universo dos adeptos sportinguistas é diferente dos adeptos dos outros clubes é uma completa falácia, bem como a ideia de que somos todos "doutores". Felizmente a maior parte dos adeptos do Sporting é o comum cidadão, onde cabem os doutores e todos os outros e por isso é tão importante que o presidente do clube os interrogue no sentido de saber se eles concordam com o seu aumento de ordenado no cargo que ocupa SÓ porque é presidente do clube, na empresa que é deles todos.

Eu faria isso, mas eu rejo-me por outros princípios. 

É pena não jogarmos sempre assim

V. Guimarães, 0 - Sporting, 2

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Morita: grande exibição em casa do Guimarães. Mais uma assistência para golo

Foto: José Coelho / EPA

 

Se conseguíssemos jogar sempre assim, sobretudo pelo que demonstrámos na segunda parte, as coisas teriam sido muito mais fáceis neste campeonato, agora a cinco jornadas do fim. O Sporting anulou por completo o V. Guimarães num jogo que foi de sentido único nos 45' finais. De tal modo que a equipa da casa não dispôs de uma verdadeira oportunidade de golo. Adán foi pouco mais do que um espectador no Estádio D. Afonso Henriques.

Vencemos 2-0. E podíamos ter ampliado a vantagem. Bastaria o árbitro Luís Godinho e o vídeo-árbitro Hugo Miguel terem assinalado um penálti de Bamba cometido sobre Morita aos 86'.

Na meia hora inicial, o nosso domínio não se traduziu em grandes ganhos territoriais - e ainda menos hipóteses reais de inaugurar o marcador. Mas, aos poucos, fomos encostando a turma vimaranense ao seu reduto. E acabámos por lhe fazer uma espécie de nó cego: após o empate nulo que permanecia ao intervalo, era só questão de acelerar um pouco e intensificar a pressão ofensiva para a resistência quebrar. 

E quebrou mesmo, logo aos 47'.

Entrada imparável da nossa equipa após o descanso, com Pedro Gonçalves a comandar as operações. Passe soberbo de Morita, no corredor central ofensivo: foi quanto bastou para o artilheiro fazer o resto, bem ao seu jeito. Primeiro golo leonino, o vigésimo do nosso criativo nesta temporada. Faltam-lhe só três para igualar a melhor época da sua carreira - a de 2020/2021, em que foi decisivo para trazer para Alvalade o título de campeão.

 

Melhor em campo, Pedro Gonçalves não foi o único a ter um desempenho digno de elogio. Diomande confirmou ser o reforço que nos faltava na linha defensiva. Seguro, sóbrio, sereno - tem precisão de passe e grande disciplina posicional. Dotado de bom físico e boa técnica. Já conquistou a titularidade.

Também Ugarte deu nas vistas. Fazendo pressão alta sobre a equipa adversária, condicionando-lhe a saída com bola controlada, e notável sentido posicional. Por ele é sempre difícil passar: o internacional uruguaio tem o condão de ser um dos mais eficazes médios ofensivos do futebol português. E vai compondo uma parceria quase perfeita com Morita, que neste jogo disputado há três dias somou mais uma assistência ao seu currículo. Verdadeiro reforço, ele também.

 

Menções honrosas igualmente para Nuno Santos, muito activo no seu corredor, vencendo sucessivos duelos individuais - o mais acutilante dos nossos a centrar.

Coates voltou a estar acima da média, atento aos cortes atrás e nunca deixando de marcar presença nas bolas paradas ofensivas. O capitão uruguaio chegou a metê-la lá dentro, de cabeça, mas o golo acabou anulado por fora-de-jogo.

Destaque ainda para Trincão e Arthur: entraram ambos muito bem, quando a dinâmica colectiva do Sporting já exigia mudanças de protagonistas. Pressionaram alto, perturbaram a construção vimaranense e não tiraram os olhos da baliza. Mais feliz o brasileiro: logo ao primeiro remate, marcou - com assistência de Adán num magnífico passe de 70 metros. Mas também Trincão poderia ter enviado a bola para o fundo das redes. Faltou-lhe pouco, aos 86'.

 

Com esta preciosa vitória no Minho segurámos de vez o quarto lugar. Queremos mais, muito mais, mas não há grande probabilidade de galgar a tabela classificativa para reduzir a diferença que ainda nos separa do Braga (sete pontos e FC Porto (nove pontos). Coisa complicada, quando já só faltam disputar 15 pontos. Estamos longe de depender só de nós para garantirmos uma posição na tabela com acesso - directo ou indirecto - à Liga dos Campeões. 

Se fosse possível corrigir alguma coisa, Rúben Amorim não voltaria a retirar Pedro Gonçalves da linha avançada, como foi fazendo em demasiados jogos. Mas agora é tarde para fazermos estes exercícios de especulação. O futebol vive de certezas, não vive de suposições. A palavra se é uma das mais inúteis no reino da bola. 

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Pouco trabalho. Espectacular assistência para o segundo golo, aos 90'+3.

Diomande - Dois meses depois, já é titular indiscutível. Exibição de grande classe.

Coates - Cortes preciosos aos 67' e aos 90'. Chegou a marcar de cabeça, aos 87', mas estava adiantado.

Matheus Reis - Cumpriu no essencial, combinando bem com Nuno Santos. Pendular a defender.

Esgaio - Descolou da linha, fez muitos movimentos interiores. Podia ter marcado aos 23': a bola foi desviada in extremis.

Ugarte - Insuperável a suster o ataque adversário e a recuperar bolas. Digno sucessor de Palhinha.

Morita - Fez parceria muito dinâmica com Ugarte. Assistiu no primeiro golo. Espectacular túnel aos 86': carregado em falta dentro da área. 

Nuno Santos - Incansável no vaivém junto à linha esquerda. Centrou com critério. 

Edwards - Abusou das fintas, no tradicional movimento de fora para dentro à direita. Acabou por se tornar inofensivo.

Pedro Gonçalves - Marcou pela terceira jornada consecutiva. Abriu a contagem, aos 47' - já leva 20 golos nesta época.

Chermiti - Movimentou-se muito dentro da área, mas nem sempre com critério. Tentou dois golos com nota artística: falhou em ambas as ocasiões.

Trincão - Entrou muito bem, aos 72', rendendo Chermiti. Atirou forte, aos 86': só uma grande defesa do guarda-redes o impediu de marcar.

Gonçalo Inácio - Substituiu Matheus Reis aos 79'. Cumpriu no essencial.

Arthur - Rendeu Pedro Gonçalves aos 79'. Chegou muito a tempo de marcar o segundo golo, aos 90'+3. Anda de pé quente.

Rochinha - Substituiu Edwards aos 90'+2. Só para o aplauso do público vimaranense, que conserva boa memória dele.

Nós, há dez anos

 

João Paulo Palha: «Segundo li hoje no Record (num café, exemplar da casa, que eu, por uma questão de sanidade mental, não compro jornais desportivos desde há longo tempo), Paulo Paraty terá declarado, por outras palavras, que era avisado não nomear J. Capela para nenhum jogo deste fim-de -semana, para, espantemo-nos, proteger o árbitro. Extraordinário! Agora é este indivíduo que precisa de ser protegido e não o futebol que precisa de se defender dele. Estamos bem.»

 

Tiago Cabral: «O Sporting infelizmente está nesta altura a servir de arma de arremesso entre o da fruta do norte e o do sul. É contra este estado do futebol português que temos que levantar a voz. A podridão instalada, o domínio de pessoas reles e menores que se instalaram nos cadeirões do poder leva a que tenhamos hoje uma competição viciada, com resultados que não reflectem a verdade. Ao longo de anos, não só este, o nosso clube foi alvo de diversas situações externas que tiveram o seu contributo para o actual estado.»

 

Eu: «Bem fez o Sporting em dirigir uma reclamação à secção de classificações do Conselho de Arbitragem, o que forçará uma nova avaliação do desempenho de Capela, desta vez com base nas imagens televisivas, a cargo da Comissão de Análise e Recurso. "Até o próprio Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem, viu algumas falhas na actuação de João Capela, pelo que não concorda com a nota de 3,7", escreve o jornal O Jogo. Daqui se percebe até que ponto chegou o incómodo pela conduta em campo do homem do apito num desafio que Jesus teve a lata de classificar de "limpinho" - como se, no seu conceito, valesse tudo para ganhar jogos. Estará a precisar tanto de uma consulta oftalmológica como o tal Ferreira, cujo critério classificativo só se explica se tiver sido escrito em Braille.»

A voz do leitor

«Na minha actividade profissional, não posso ter estados de alma (motivações maiores ou menores). Mesmo mal disposto tenho de exercer com competência. Mas as equipas de futebol aparentemente podem ter um jogo mau e depois um bom e o bom mitiga o mau. Para mim não. Só me dá raiva. "Afinal eram capazes", dou comigo a pensar. Mas o jogo com o Arsenal revelou-me uma subida. Já eram capazes de se transcenderem. Antes, com Ajax e City, não foram capazes. Mas tendo subido o degrau, mais raiva me dá...»

 

Manuel Cunha, neste postal

Pódio: Pedro Gonçalves, Morita, Trincão

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no V. Guimarães-Sporting pelos três diários desportivos:

 

Pedro Gonçalves: 18

Morita: 16

Trincão: 16

Nuno Santos: 16

Ugarte: 16

Matheus Reis: 15

Edwards: 15

Adán: 15

Coates: 15

Diomande: 15

Esgaio: 15

Arthur: 14

Chermiti: 13

Gonçalo Inácio: 11

Rochinha: 1

 

O Record e A Bola elegeram Pedro Gonçalves como melhor Leão em campo. O Jogo optou por Morita.

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